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1- Cataleya Winchester McAll(2)

Olho o meu reflexo no espelho e gosto do que vejo. Escolhi um vestido branco com estampas de Cataleyas, como o meu nome e minhas sapatilhas brancas com um laço dourado. Os meus cabelos estão lisos e pintei um gloss rosa clarinho. Saio do quarto e desço até à sala onde já todos me esperam.

David foi o primeiro a ver-me e fez o de sempre,deixar-me envergonhada.

– O que é isso maninha, quer matar o papai do coração? – Exclama alto fazendo todos olharem para mim. Baixo a cabeça corada e ponho um pouco meu cabelo atrás da orelha.

– Está linda Cat! – Selena e Katrina dizem ao mesmo tempo e eu levanto a cabeça encarando meus pais.

– Está linda bebé, uma verdadeira princesa - diz a minha mãe beijando minha testa e sorrindo para mim.

– Está linda princesa, prometa-me que se vai controlar, e que não vai deixar nenhum adolescente chegar perto.

Encara-me com os seus olhos castanhos idênticos aos meus com espectativa.

– Eu prometo pai, eu só quero me divertir. – Digo sorrindo e ele sorri também, beijando minha testa.

– Estamos atrasados – diz Selena e nossos pais se despedem beijando a testa de cada um e dizendo para os meus irmãos cuidarem de mim, como se eu precisasse de ajuda. Sim! Eu sou orgulhosa, mas não muito.

– Cuidado crianças, amamos vocês… – dizem parados na porta nos vendo entrar no carro.

– Nós também vos amamos – dizemos em coro e David dá partida, já que ele pode conduzir pois fará dezoito anos proximo mês, junto com a Katrina. Sim, eles são gêmeos, mas não idênticos. Isso deu pra notar.

– Hoje vamos arrasar Cat. – Grita Selena do banco da frente e sorrio para ela entusiasmada.

***

– Chegamos! – Anuncia David, parando o carro no meio de tantos outros.

Assim que saio do carro não gosto do que vejo. Pessoas vomitando no chão, outras fazendo coisas com homens que dá nojo.

– Vamos mana – diz David me guiando até a entrada.

– Mais eles estão bem?– Pergunto preocupada ao ver eles a vomitar.

– Estão Sim! Só não olha – responde Katrina piscando para mim sorrindo e abrindo a porta da casa.

Um som alto preenche a casa fazendo meus ouvidos doerem um pouco pelo volume alto. Vejo muita gente dançando colada, mulheres quase sem roupa, todos bebendo muito. Não foi assim que eu imaginei essa festa. Mas já que estou aqui só posso aproveitar.

– David vai buscar algo para bebermos que nós vamos dançar. – Diz minha irmã a puxar-me até a pista. Eu gosto de dançar, por isso não reclamei.

***

Estávamos a dançar muito, e eu estava a gostar, não parava de rir com as maluquices de Katrina. David desapareceu depois de ter trazido nossas bebidas. Katrina disse que ele foi pegar vadias. Elas estão a beber muito, e estão um pouco alteradas, porém como elas têm uma grande resistência a álcool permanecem em pé.

– Onde fica a casa de banho? – Altero um pouco a voz por causa do barulho.

– Sobe as escadas e no fim do corredor vira à esquerda, e entra na segunda porta. – Diz katrina a encarar-me com uma careta engraçada. Agradeço e elas me desejam boa sorte rindo de alguma coisa. Empurro os adolescentes no meu caminho até as escadas. Encaro o corredor com alguns adolescentes, e penso em voltar, mas estou mesmo a precisar ir à casa de banho.

Ponho em frente do meu rosto e baixo a cabeça tentando passar despercebida, o que falhou completamente.

– Hey! Vais aonde? – Um dos homens do grupo pergunta num tom alto. Eu levanto o rosto devagar e os encaro. O homem que falou é muito bonito. Cabelos loiros, olhos escuros e lábios vermelhos.

– Ham… Hum… Eu vou ao banheiro. Digo sentido minhas maças do rosto a ficarem vermelhas.

– Eu nunca vi-a por aqui, qual se chama. Vocês já a viram people? – Todos negam e ele me encara arqueando a sobrancelha.

– É a primeira vez que venho aqui. – Esclareço e eles riem. Todos são bonitos.

– Como soubeste desse lugar? Porque ele é para pessoas muito diferentes e de um nível um pouco alto. – Me olham de cima para baixo e eu corro.

Eu vou matar os meus irmãos e a Selena. Elas não me disseram que era uma festa com seres sobrenaturais. Eles não sabem quem eu sou. Eu os entendo, quase ninguém sabe de tanto que fico em casa.

– Qual é o teu nome? – Perguntam de novo.

– Cataleya. – Os encaro e eles sorriem a olhar para o meu vestido.

– O nome completo princesa.

Se eles souberem podem ter um treco. Mas talvez eles não conheçam meus pais, o que seria um milagre porque eles são conhecidos em todos os mundos. Porém eu não quero mentir, eles podem ser meus amigos e amigos não se mentem, – pensei eu.

– Cataleya Winchester McAll.

Fez-se um silêncio total entre eles que se encaram.

– Não se afastem por isso, eu sou muito legal e quero ter muitos amigos – digo e eles sorriem.

– Até que ela é um pouco parecida com o David. – Diz um outro de cabelos cacheados.

– Vocês conhecem meu irmão? – Pergunto e eles assentem.

– Somos brothers, ele é do nosso team.

– Meninos. Eu preciso mesmo ir ao banheiro. Podem procurar o meu irmão e esperarem-me aqui?

Eles concordam e vão procurar meu irmão. Corro para o banheiro sorrindo. Tenho mais cinco amigos. Faço a minha necessidade e encaro o meu reflexo no espelho. Baixo a cabeça e lavo as mãos. Assim que levanto o olhar no espelho vejo um outro reflexo ao meu lado. Uma mulher com um sorriso maldoso no rosto. Olho para o meu lado e não vejo ninguém. Olho para o espelho e vejo a mulher

– Ma…Mas co...como?

A presa finalmente saiu da jaula, vou poder deliciar-me com o seu sangue – diz sorrindo e vejo as suas mãos saindo do espelho.

Grito a afastar-me. Mas suas mãos me pegam pelos braços e lança-me contra o box, fazendo um barulho alto. Meu corpo cai violentamente no chão e lágrimas saem dos meus olhos pela dor e sinto sangue a escorrer pelo meu nariz.

– Quem é você? – Pergunto ao ver ela sair do espelho.

– Eu sou o seu pior pesadelo. – Bate a minha cabeça contra a parede expondo o meu pescoço.

– E eu sou o seu, sua vadia bruxa. – Diz uma voz forte e grossapor detrás dela.

Tento olhar para ver o dono da voz, entratnto gemo de dor e a bruxa me encara. Vejo o seu olhar de medo e o seu corpo treme, mas ela não solta o meu pescoço das suas mãos.

– Quem é você? – Pergunta ela gaguejando. Oiço uma risada fria, potente e seca fazendo-me arrepiar de medo. Eu deviater ouvido a minha mãe. Agora tem dois seres querendo matar-me.

– Você sabe muito bem quem sou. Agora solta na menina antes que te faça virar pó. – Sua voz grossa soa outra vez.

– Esse homem está a salvar-me? – Sinto as mãos da bruxa a soltar o meu pescoço e a virar-se para encarar o tal homem.

– Então é verdade! Voltaste para levar a sua prometida.

Fico confusa com oque a bruxa disse. Como assim “prometida”? Isso ainda existe?

– Por isso não te vou matar. Leve o recado para todos. Estou de volta, ai de quem chegar perto dela, terá que enfrentar o Cavaleiro Negro. E diga a eles que piorei com os anos.

– Ela? – Será que estão falando de mim? – Me interroguei. E como que céptica disse: “Claro que não!”. Deve ser uma outra mulher. E aquela mulher desaparece de repente.

Mas eu não estava preparada para o homem que veria atrás dela. Acho que nunca estaria. Cabelos negros, olhos azul-cobalto, com o rosto sério. O seu olhar era tão escuro, tão opaco, sem qualquer brilho. Mas, mesmo assim, a sua beleza era tanta que achei surreal. Ele era alto, muito alto e forte, estava todo vestido de preto. Parecia a própria morte. Deu passos em minha direção, mas mesmo com a dor insuportável nas costas tentei fugir, encostando mais o meu corpo à parede. Lágrimas caem pela minha face, meus lábios tremem. Estou com medo assim que ele está a um passo de mim. Ele se abaixa ficando com o seu rosto perto do meu.

– Por que pareces uma humana frágil? – A sua voz potente e grossa estava carregada de nojo.

– Eeeu não uso a minha segunda forma. – Digo baixo e de cabeça baixa.

– Não baixe a merda da sua cabeça. – Grita-me rudemente. Levanto a cabeça, encarando os seus olhos azuis-cobalto – Porquê não sinto a sua forma lupina?

– Porque eu não sou Lobisomem – digo e ele me encara sem demonstrar nada. Não sei como, mas eu sei que ele se surpreendeu.

– O que Você é?

– Não te interessa. – Digo bruta e um sorriso frio se instala nos seus lábios.

– Ela tem garras. – Diz-me encarando e depois olha para a porta e finaliza – eu tenho que ir.

Abro a boca para dizer algo, mas nada sai.

– Tenho que nos ligar de alguma forma para saber onde estás,então fique quieta.

Sinto o seu rosto no meu pescoço inalando o meu cheiro. Os meus pelos se arrepiam. Sinto suas presas no meu pescoço. Porquê eu não consigo o parar? Porquê eu não quero o parar?

De olhos fechados sinto suas presas perfurando o meu pescoço e sugando o meu sangue. Depois de um tempo sinto os seus lábios molhados com o meu sangue a tocarem os meus. Ele dá-me um beijo, um beijo possessivo e com certeza viciante tirando todo meu ar. Um beijo de sangue. O meu primeiro beijo.

– Eu voltarei pytuca, agora dorme.

E depois disso. Não sinti e não vi nada. Momentos depois meu pai chegou no local e diante de um misto de sentimentos desatou as seguintes palavras:

– Eu vou matar o desgraçado que fez isso com a minha menina.

– Calma pai, nós não sabemos o que aconteceu.

Desperto com a voz alterada do meu pai e meu irmão a discutir acerca de alguma coisa. Abro os olhos, piscando várias até que me acostume com a claridade. Tento virar o pescoço, porém gemo de dor.

– Ela acordou… – Oiço a voz da Katrina aliviada pelo que me vê despertar.

– Oh… meu amor, como te sentes? – Pergunta a mamãe acariciando meu cabelo.

– Um pouco dolorida. – Encaro os seus olhos verdes.

– Oque aconteceu?

– David e Katrina encontraram-se no banheiro da casa onde decorria a festa, e toda machucada. – Diz calmamente me deixando digerir tudo.

– A bruxa… – Sussurro me recordando do que ela me fez.

Olhos azuis-cobalto. O meu Primeiro beijo.

– Que bruxa? – Indaga meu papai a aproximar. Era nítida a sua face de preocupação e cansaço. Tinha grandes olheiras sob os seus olhos. Olhando bem todos tinham olheiras.

– Por quanto tempo estive desacordada?

– Quatro dias, por causa da mordida. – Explica a mamãe e arregalo os olhos, levo a minha mão até ao pescoço e sinto um curativo.

– Comece a explicar o que aconteceu Cataleya – diz-me bem sério o papai. Eu nunca o tinha visto tão sério o quanto hoje ele me parecia. Engulo à seco a questão e encaro meus irmãos que mesmo cansados estão ali me apoiando.

– Eu fui até a casa de banho porque estava apertada, no caminho de lá encontrei amigos do David e pedi que o chamassem e me esperassem ali que não ia demorar. Quando eu estava a lavar as mãos eu vi o reflexo da bruxa no espelho ao meu lado, mas não tinha ninguém ao meu lado, foi quando ela lançou-me contra a parede e quando estava quase a chupar o meu sangue, fiz uma pausa a encarando.

– Como assim quase? Não foi ela que te mordeu? – Pergunta papai confuso, mas abano a cabeça em sinal de negação, e sentindo minhas bochechas vermelhas.

– Pela lua Cat, foi um homem – grita Katrina espantada, fazendo todos olharem para mim. Baixo a cabeça completamente envergonhada.

– Quando eu disse para desencalhares, eu não estava a falar a sério mana – diz David a olhar-me um pouco espantado.

– Como você pôde Cataleya? Eu não esperava isso de ti. – Pronunciou-se papai decepcionado.

Lágrimas queimavam meus olhos querendo sair. Eu nunca pensei em decepcionar papai. Eu nunca quis decepcionar minha família.

– Calem-se! – Diz mamãe, como sempre todos a escutam. Acrescenta a mamãe suavemente, ainda a acaricir os meus cabelos o seguinte: – Acalme-se querida e continue a contar.

– Ela estava para me morder quando ele chegou e me salvou. Ameaçou a bruxa e deu-a um aviso e foi embora. Então ele começou a me fazer perguntas sobre a minha segunda forma e disse que nos tínhamos de ligar de alguma forma para ele poder saber como me localizar. Então ele me mordeu e…e...e… – Não consigo acabar de narrar, minhas bochechas devem estar a ferver agora. Olho para minha mãe e ela faz um sinal para que continue a contar e assim o fiz:

– E ele beijou-me e mandou-me dormir. Depois disso não lembro de mais nada.

– Diga tudo exactamente como aconteceu depois que esse homem chegou, cada fala Cataleya – é o papai a falar agora, sentado do meu outro lado. Papai pareceu estar mais calmo, quando ouviu que ele me salvou. Olhou para os meus irmãos e eles assentiram.

– A bruxa estava a apertar o meu pescoço e disse “eu sou o seu pior pesadelo”, então uma voz grossa muito forte soou atrás dela a dizer “e eu serei o seu, vadia bruxa”. Assim que a bruxa ouviu a sua voz ela ficou com muito medo então ela perguntou quem era ele, ainda apertando o meu pescoço e ele respondeu “você sabe muito bem quem sou eu, agora larga a garota antes que te faça virar pó”, então ela respondeu “então é verdade, voltaste para levar a sua prometida” disse ela, pelo que ele respondeu “Por isso não irei te matar, leve o recado a todos. Estou de volta quem chegar perto dela terá que enfrentar o Cavaleiro Negro e diga a eles que piorei com os anos” e depois dele ter dito isso a bruxa desapareceu.

Calo depois de ter narrado a primeira parte, os meus pais se entreolham como se soubessem de algo e não quisessem compartilhar comigo.

– Deves estar exausta querida, descansa. Depois acabas de contar – diz papai muito calmo, que me beija a testa e chama a minha mãe que se despede de nós e sai com ele me deixando com os meus irmãos.

– Que tudo, Cat! Conta-me, ele é gato? – Pergunta sentando de frente para mim.

– Onde está Selena? – Pergunto tentando mudar de assunto.

– O tio Ray a chamou e nos deu uma bronca como todos deram por termos te deixado sozinha – diz David levantado e a aproximar-se, acariciando meu rosto.

– Eu fiquei tão preocupado, mana, quando te encontramos desacordada naquela casa de banho. Não sei o que seria de mim se te tirassem de mim. A Katrina e a Selena não paravam de dizer que foi culpa minha e eu não tiro a razão delas porque, ao contrário de estar contigo eu estava com as minhas vadias me divertindo e você sofrendo naquela casa de banho. Eu juro pequena que me irei culpar todos os dias por isso.

Lágrimas caem pelo meu rosto assim como águas rolam em cascatas, e antes que eu fale algo David beija minha testa e sai do meu quarto. Limpo as lágrimas com as minhas mãos e encaro Katrina que está de cabeça baixa.

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