Impressões
Natália
Deus! Logo que desci, ouvi a música alta e a Ferrari preta estacionou atrás do carro que o motorista foi me buscar. E pouco tempo depois a música foi interrompida e desceu Ryan Luke.
Seus olhos nos meus. Um escovar de seus dedos pelos seus cabelos e eu me senti grogue, minha mente à deriva. O meu outro eu, lutou contra sua masculinidade e o estudou com uma abundante hostilidade tentando achar defeito nele. Com olhos críticos passei por seu rosto.
Não consegui encontrar falhas em sua barba charmosa e simétrica. Nem um pelinho fora do lugar. Sua pele é bronzeada na medida certa. Ele deve fazer exercícios ao ar livre ou frequentar piscina.
Deus! Ele tem lábios provocantes e sensuais.
Ele passou a mão nos cabelos negros novamente e me deu um sorriso de dentes brancos, perfeitos e eu me esqueci de tentar encontrar defeitos nesse homem.
O nariz reto, fino, aristocrático. As sobrancelhas bem-feitas tornam o rosto ainda mais bonito. Os olhos, tão escuros como os cabelos, cercados com os cílios mais longos que eu já vi.
Momentos depois, estou dentro do castelo ao lado dele e ainda não consegui reparar no lugar. Só consegui observar a maneira como ele tomou a filha nos braços e a abraçou. E reparei também no jeito carinhoso que ele a beijou.
Luke então se vira para mim. E eu reparo melhor no seu corpo.
Tenho que admitir que esse homem tem uma forma física excepcional. Forte como um pugilista.
Ofego e tento controlar a respiração, mas isso é inútil, pois me sinto nervosa perto dele.
Percebo a forma como ele passa os olhos pelo meu corpo e de repente minhas roupas me incomodam.
Deus! O que eu estou pensando?
Seja forte! Você está vestida como uma profissional séria.
Esse homem é um lobo solitário. Ele é realeza. Você, uma simples plebeia!
Reparo na criança. É uma linda menininha de cabelos negros iguais os do pai. Os olhos grandes e castanhos. A pele bem alva.
Luke
Com minha pequena nos braços passo os olhos pela figura de Natália. A única parte de seu corpo que consigo ver é uma parte de seu colo, revelado pelo decote canoa da blusinha branca. O casaco cinza grosso e a saia da mesma cor a deixam pouco feminina. Posso ver partes de suas canelas, o sapato negro fechado é a única peça bonita de seu vestuário.
—Natália. Esse é o meu anjinho, Catarina.
Ela sorri para a minha filha e eu prendo o ar com tanta beleza.
—Oi, Catarina. —Ela diz suavemente.
Eu me forço a respirar quando vejo seu sorriso.
—Catarina, essa é Natália.
Minha filha a olha curiosa.
—Posso pegá-la?
Eu sorrio.
—Claro. Vamos ver se ela estranha você...
Ela vai para os braços de Natália numa boa. Eu abro mais o sorriso quando vejo que minha filha realmente é um anjo.
—Oi, bebê. Que lindo seu vestido...—Natália diz, alisando o vestido vermelho de Catarina.
Natália
Rosa surge na sala. E abre o sorriso quando me vê. Ela é minha madrinha, era amiga de minha mãe. Uma amizade que durou anos até a morte dela. Rosa sempre nos visitou quando ia para a cidade fazer compras para o pai do duque.
Então minha mãe morreu e pouco tempo depois o Duque Crawford, pai de Luke.
Rosa nunca deixou de me visitar, mesmo com a ausência de minha mãe. Foi ela que me arrumou esse emprego.
—Natália, minha querida. —Ela me abraça. —Você viu que lindo o anjinho dessa casa?
Eu abro meu sorriso.
—Sim, ela realmente é um doce de bebê. —Digo, olhando para a menininha de cabelos curtos.
—Rosa, fique com Catarina um momento. Natália tomará café comigo, quero acertar alguns detalhes.
—Está certo. Vem Catarina. Vem com a Rosa.