3. Fugindo
Fugindo
Chegando no local onde o velho havia dito a garota, ela se sentava em um dos bancos que tinha ali e descansava um pouco, sua irmã fazia o mesmo, ela olhava ao redor e sentia o seu corpo mole devido ao tanto que caminharam, Safira colocava a mão no rosto da menina, a acariciando e dizia tentando fazer ela sorrir um pouco.
-- Logo iremos sair daqui, ok minha linda? Vamos esperar só mais um pouco. Tá bom?
A menina assentia pegava na mão da irmã, Safira tentava de todo jeito transmitir tranquilidade a sua irmã, ela falava a menor sobre aonde elas iriam, sua irmã era esperta, ela deixava o papel com ela, do lugar onde elas iriam, que era no país vizinho ao seu, Safira já havia decorado o nome do lugar, endereço e o nome do homem que se chamava Kosta, o seu pai havia dito que ele iria as ajudar, a mulher era boa de memória, por isso ela entregava a sua irmã, que guardava o papel amassado.
-- Não perca isso, se acontecer algo... Se nos separarmos por um momento, iremos nos encontrar nesse lugar, tá bom?
A irmã colocava aquele papel em seu bolso da calça, apertava os seus olhos e dizia fungando o nariz.
--- Certo irmã, farei isso.
Safira se enchia de orgulho em ver que sua irmã Kiara que estava sendo forte perante toda aquela situação, ela abraçava a mesma e sentia o seu coração bater forte...
Ela queria que tudo desse certo, queria dar uma nova vida a sua irmã, ela era a responsável por ela agora, já que o seu pai havia morrido ...
Tudo estava nas mãos da mulher.
O homem chegava até às duas vendo a cena das irmãs se abraçando e algo o incomoda, mas ele seguia com o plano, ele havia dito a Yuri que eles estariam em algumas horas perto da fronteira...
Ele dizia chamando as duas.
-- Vamos de carro até a fronteira, já está tarde, vou dar um lanche para comerem no caminho, vamos.
O homem dizia guiando as meninas, elas se levantavam ajeitando suas capas e seguiam o homem até o carro deles que era bem simples, um uno preto.
Elas entravam na parte de trás e o homem entregava a elas duas marmitas, os olhos de Kiara se arregalavam e a fome que ela sentia se intensificava mais ao ver ali aquela marmita morna e o cheiro que ela exalava...
Ela sorria para a irmã esperando que ela concordasse, Safira assentia e a menina já abria a tampa da marmita começando a comer sentindo muita fome, ali tinha, arroz, feijão, batatas cozidas, carde moída e salada, Kiara comia rapidamente lambendo os lábios e comendo mais colheradas, Safira deixava a marmita de lado e ajudava sua irmã com o cinto, assim ela terminava, se ajeitava se arrumando no banco e também prendia o seu corpo no cinto, ela olhava para frente perguntando ao senhor.
--- Aliás, não sei o seu nome, queria o agradecer no futuro pela ajuda.
O homem colocava o cinto ligando o carro e ficava sem graça, ele apenas dizia acelerando o carro ....
--- Sou chamado por buraco, é um apelido meio tolo aqui no bairro, mas é como me chamam.
Ele não queria dar o seu nome real a garota, ainda mais porque estava a traindo, ele seguia em frente, sem mais papo com ela, e aquilo fazia Safira ter uma má impressão sobre ele, mas ela pensava que talvez ele não gostasse de conversar, por isso, não pensava muito nisso, ela comia um pouco da marmita e deixava boa parte para a sua irmã que estava com mais fome, ela queria cuidar da menor, queria que ela se alimentasse bem, Safira limpava o canto de sua boca, e ficava sorrindo vendo sua irmã comer sua marmita rapidamente.
Um tempo depois ...
Eles haviam chegado perto da fronteira, Buraco tinha amigos que haviam um grande barco para levarem as garotas para o outro lado, Safira descia do carro e chamava por sua irmã que havia cochilado, a menina acordava coçando os olhos e se ajeitava para levantar e ficar ao lado de Safira.
Buraco olhava para os lados vendo que Yuri ainda não estava ali, não tinha ninguém por ali ainda, estava tudo tranquilo tão tarde da noite, havia poucos postes de luz até o barco que estava próximo a eles, Kiara pegava na mão da irmã sentindo certo frio, ali perto do mar fazia um certo frio que elas não eram acostumadas, Safira apertava a mão da menina e perguntava ao homem a sua frente...
--- Então, quando vamos?
Ela perguntava fitando o homem que dava passos para frente esperando Yuri chegar para ele ir embora.
Ele chamava elas com um gesto de mão e as duas o seguiam devagar, olhando para os lados, assim que buraco via Yuri logo a frente, ele sorria de canto por poder ir embora, mas temia pelas garotas, mas ele tinha que fazer aquilo, ele tinha uma dívida com ele, e era assim que iria pagar, ele então ficava na frente delas dizendo uma última palavra.
-- Bom, isso é tudo, é só pegarem o barco que meu amigo as levará, já deixei tudo com ele, ele vai te explicar tudo. Boa sorte.
Ele pegava na mão dela a baixando devagar.
Safira assentia e via ele se afastar indo até o seu carro depressa, ela achava estranho aquilo, mas seguia até o barco que ele havia dito, ao se aproximar mais, ela sentia algo estranho, ela ouvia passos fortes até ela, quando ela olhava melhor a sua frente, ela via o rosto daquele homem, que havia matado o seu pai, ele estava ali, caminhando depressa até ela, com seus homens atrás dela ...
O coração dela se apertava e a mulher pegava na mão de Kiara a guiando até o barco a colocando dentro, ela gritava para o moço do barco ...
--- Leve ela em segurança para os Estados Unidos por favor, o dinheiro está com ela, por favor, imploro.
O homem olhava assustado com a moça, mas assentia, sua irmã ficava desesperada e com medo de estar só ...
Mas Safira dizia a encorajando.
--- Eu vou até você, me prometa que irá até o lugar que te disse mais cedo, confia em mim, eu vou até você.
Ela beijava o rosto da irmã e acenava para ela correndo dali, ela via o barco se afastar e seus olhos se enchiam de lágrimas vendo Kiara partir ...
Ela via os seus perseguidores se aproximando dela armados e com raiva, ela corria dali, para que eles não notassem sua irmã que estava no barco um pouco longe da vista deles e seguia correndo ouvindo os gritos deles...
--- Para de correr sua idiota, se correr iremos te machucar.
Eles a ameaçavam, mas ela continuava, mas ela tropeçava no chão e assim que se levantava com dificuldade, um dos homens a puxavam pela capa a levantando com força, o homem moreno examinava Safira que estava com medo nos olhos, mas ela continuava sendo forte, não deixando o medo a dominar completamente. .
Enquanto o perseguidor a segurava, Yuri aparecia do seu lado dizendo com um sorriso macabro em seus lábios ..
--- Me dê o tesouro boneca, se não, terá um fim assim como o seu pai.
A mulher negava segurando as lágrimas dizendo a ele alto e claro.
--- Não vou dar ... Vai sonhando.
O homem avançava para agredir a morena, mas ela conseguia se abaixar, e chutava a parte íntima do homem que a segurava, ela corria o mais rápido que podia e pulava no mar, afundando devagar, ela ficava ali embaixo por um momento para que eles achassem que ela havia se afogado, nenhum do homens tinham coragem de pular atrás dela, eles ficavam de olho na água, não vendo nenhum movimento, Safira ficava bem ao fundo e prendia a respiração, ela era boa nisso, conseguia ficar até vinte minutos sem respirar, esse era o seu recorde....
Ela ficava imóvel e fechava bem os olhos para se concentrar ...
Os homens lá em cima sem despregar os olhos do mar, não viam nada por dez minutos e decidiam sair dali, Yuri dizia com raiva..
--- Porra... A garota se afogou, vamos ter que procurar aquele tesouro na casa dela, só pode estar lá, vamos..
Ele chamava os seus capangas e eles saiam dali ...
Passava-se mais os minutos e ela descida nadar um pouco e tentar sair do mar para ir ao encontro a sua irmã, que em breve chegaria nos EUA.
Depois de muito tempo nadando, ela estava cansada e molhada, ela havia visto um barco a frente e pedia ajuda, o homem se assustava vendo a jovem já quase sem fôlego, ele jogava para ela uma bóia, a mulher segurava nela e nadava devagar até o barco, assim que ela encostava a mão sobre ele, o homem jogava uma corda e ela subia devagar, sentindo o peso já da capa sobre o seu corpo, ela se ajeitava no barco e o homem perguntava curioso ..
--- Moça você está em perigo?
Ela negava dizendo.
--- Não, eu só pulei na água sem querer, obrigada por me ajudar.
Ela mentia, ela não tinha que explicar sua situação para um estranho, ela não confiaria mais em ninguém após o dia de hoje, parecia que todos queriam a garota e aquele tesouro...
O homem ajudava a mulher e oferecia roupas secas a ela, que ia até um cômodo do barco se trocar, ele emprestava um vestido simples para ela e uma capa azul, ela a colocava e guardada o mapa abaixo da capa como anteriormente... Ela dava graças a Deus que o mapa não tinha rasgado, só estava molhado.
Ela tentava secar os seus cabelos e esperava chegar até os EUA, que iria demorar um pouco, ela até decidia descansar por algumas horas ... Não seria tão mal... Ela sabia que ali no mar, nada de mal iria lhe acontecer...
Passando um tempo depois....
Após superar todos os tipos de dificuldades, ela finalmente chegou ao Estados Unidos, ela agradecia ao homem pela ajuda saindo do barco e sorria em direção ao local combinado com a irmã, iria demorar um tempo, ela conseguia pedir uma carona até o local e assim que chegava no bairro, ela saia do automóvel e pagava o senhor com pouco dinheiro que tinha, assim que ela olhava ao redor ela não via a sua irmã, e um desespero tomava conta dela, pois Kiara não tinha um celular e nem ela, então tudo seria difícil para ela... Safira não sabia o que fazer, mas não iria desistir...
Safira seguia ate a rua que o seu pai lhe indicou. Dando mais uma olhada pelos arredores para ver se sua irmã estava por ali, ali era um lugar desconhecido e ela queria que sua irmã estivesse bem, ela pensava em tantas coisas que o seu coração doía ...
Ao passar por um beco, ela havia visto uma prostituta que estava sendo intimidada por um vagabundo e a ajudou. Ela corria até ela afastando o homem dela, o outro iria lhe agredir, mas Safira era mais rápida e chutava com força o saco do homem, fazendo ele cair para trás, ele a xingava mais saia correndo sentindo dor e colocando as mãos na parte íntima e corria dali, a prostituta surpresa pela força da outra, agradecia a ela sorrindo...
--- Obrigada, moça.
Safira assentia para ela, e resolvia continuar a procura.
Quando Safira chegou em frente ao portão e viu um guarda ali nos portões do endereço indicado, ela perguntava se o dono da casa se encontrava, e ele a respondia com o olhar sério sobre ela...
--- O Senhor Kosta está fazendo alguns negócios agora, ele chega mais tarde.
Safira ficava sem jeito e agradecia ao homem forte, ela agora se sentia só, não tinha para onde ir... Seu rosto se instristecia e ela caminhava abaixando o seu olhar, ao dar mais uma volta, uma mulher a chamava, ela levantava a cabeça e era a prostituta que ela havia ajudado a tempos atrás, Safira ia até a mulher que sorria para ela, a mulher oferecia ajuda a outra ...
--- Está tudo bem? Não tem para onde ir? Se quiser, pode ficar na minha casa até ter um lugar, como me ajudou, quero devolver o favor. O que me diz??
Ela pensava sobre isso e decidia ficar só até aquele dia ...
Havia se passados dias no barco até chegar ali, e já era de noite de novo, e Safira queria descansar, ela assentia agradecendo a moça e a seguia até a casa dela, ela queria muito descansar e no dia seguinte ela iria encontrar sua irmã, custasse o que for...
A prostituta dizia o seu nome a Safira que a seguia ...
--- Aliás, sou Jailene, e espero que encontre o que esta procurando, espero que minha casa lhe acolha bem...
Safira ficava comovida com ela e a respondia sorrindo de leve.
--- Obrigada pela hospitalidade, só uma cama vai ser perfeito para mim.
Assim que as duas haviam caminhando um pouco, Jailene sorria olhando para o homem que ia em direção a elas... Assim que os dois trombavam... Jailene dizia sorrindo ao homem...
--- Boa noite, Kosta...
Os olhos da mulher se arregalavam, ele se chama Kosta, era ele o homem, ela se virava o chamando ..
--- Você é o Kosta... ??? Eu vim de longe para.... Pedir sua ajuda.
Ela dizia pausadamente .. o homem se virava para ela, a olhando da cabeça aos pés, ele a achava até bonitinha, e ela o achava atraente e sério demais. Ele jogava alguns fios dos seus cabelos para trás e dizia a fitando...
--- Sim, eu sou o Kosta. O que quer ?