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6

Sila

...

— Então você se formou em psicologia? — Taylor pergunta se encostando no balcão do bar da fazenda onde estamos a sós. — Devíamos festejar esse acontecimento.

— Eu não posso, já fiquei tempo demais aqui com você.

— Ah, Sila, por que não fica aqui? Está tão gostoso!

— Os meus irmãos me matariam, mas antes eles matariam você.

— Não tenho medo de morrer, não depois de te conhecer. — Ele retruca, fazendo um carinho atrás da minha orelha. Os minúsculos beijos cálidos fazem a minha pele se arrepiar e eu me pego sorrindo.

— É sério, eu realmente não posso ficar.

— Quando você precisa ir?

— Eu já deveria estar lá. — Ele respira fundo.

— Não a deixarei muito tempo sozinha e longe de mim, Senhorita Yilmaz. — Taylor sussurra.

— O que pretende fazer, Senhor Miller?

— Eu vou dizer o que vou fazer. Eu vou entrar em um avião, vou até a sua casa, enfrentarei os seus irmãos e a roubarei para mim.

Rio sonoramente.

Abro os meus olhos abruptamente, resfolegando em seguida e percebo o quarto todo escuro. Respiro fundo algumas vezes para recobrar o meu fôlego e ao olhar para o canto da janela o vejo em pé lá.

Taylor?

Sinto um fio de esperança crescer dentro de mim.

— Me disseram que você não está se alimentando direito. — A voz firme e rude do Senhor Arslan me traz de volta a minha realidade. — Desça, o jantar será servido em alguns minutos! — Ele ordena, dando alguns passos para a saída.

— Eu não estou com fo...

— Eu não perguntei se você está com fome, Sila. Eu estou ordenando que você desça para ir comer algo! — Murat ruge furioso, segurando com força no meu pulso e me fazendo fitar os olhos negros extremamente irritados. — A estou esperando lá embaixo — rosna, saindo do quarto em seguida.

Apenas respiro fundo algumas vezes e me forço a sair da cama. Minutos depois, adentro a silenciosa sala de jantar e fito o homem carrancudo sentado na cadeira, na ponta da imensa mesa retangular. Em silêncio, arrasto uma cadeira e me sento em seguida.

— Coma! — Ele ordena outra vez e começa a cortar o bife no seu prato.

— Você sumiu — comento de repente, mas ele não diz nada. — Me deixou sozinha nessa casa imensa. — Murat continua em silêncio e em seguida ele leva o garfo a boca, e começa a mastigar.

Respiro fundo.

— Por que se casou comigo, Murat?

— Foi necessário — responde seco e evasivo.

O encaro confusa.

— Necessário para quem? — Ele bufa irritado, largando os talhes bruscamente no seu prato. — Eu não entendo. — Continuo o questionando.

— Sila, apenas coma a sua comida.

— QUE DROGA, EU NÃO ESTOU COM FOME, SENHOR ARSLAN! — grito. Contudo, ele esmurra a mesa violentamente e o seu olhar feroz parece querer me fulminar.

— O que você quer que eu faça?! — Ele brada entre dentes.

— Que me dê respostas. Por que eu estou aqui? Por que você se casou comigo? — Ele continua me encarando em fúria por um tempo. No entanto, Murat respira profundamente, voltando a se sentar na cadeira.

— Eu sou o dono de uma mega indústria petrolífera. Sou o presidente que comanda uma base inteira com mais de dois mil homens e que gera milhões de empregos no mundo todo. Eu sempre dei o meu melhor e sempre fui respeitado, mas agora eles exigiram a droga de um casamento.

Uno as sobrancelhas.

— Eles?

— Os meus sócios. E eu me casei, e ponto final.

— E por que eu? — Ele dá de ombros.

— Não tem um porquê, Sila. Eu quis uma mulher da minha origem e você era essa mulher.

— Então é isso? Estamos casados. No entanto, eu vivo sozinha dentro dessa casa. Eu não tenho para onde ir e nem com quem conversar. Não tem nada para fazer nesse lugar.

— Você dezenas de empregados aqui dentro, converse com qualquer um deles.

— Para mim já chega! — ralho, ficando de pé.

— Aonde você vai?

— Eu vou para a minha casa! — brado, alcançando a escadaria.

— Aqui é a sua casa! — Ele revida vindo atrás de mim.

— Não, não é! — rebato furiosa, entrando no corredor. Contudo, sinto a sua mão se fechar rudemente no meu braço e Murat me faz impactar contra uma parede. O seu corpo me prensa, mantendo-me cativa, tirando de mim qualquer chance de fuga, e o seu olhar duro fita o meu bem de perto agora. A sua respiração extremamente ofegante bate violentamente contra a minha pele. Contudo, o encaro com firmeza também. — Você vai ficar bem aqui! — Ele rosna entre dentes.

— Eu não sou a sua prisioneira! — rebato com o mesmo tom.

— Mas é a minha mulher!

— Eu não sou! — rosno, porém, ele me lança um olhar confuso. — Você não consumou esse casamento, Senhor Arslan. Portanto, eu não a sua esposa. — O empurro para longe de mim e caminho com pressa para dentro do meu quarto. Entretanto, sinto o seu agarre outra vez e antes que eu consiga protestar, a sua boca toma a minha impulsivamente.

— Você quer a consumação desse casamento, Sila, então você a terá! — Ele ruge furioso, agarrando-me com igual violência.

— O que você está fazendo?! — Me apavoro quando Murat começa a desafivelar o seu sinto.

— Tomando a minha esposa! — rosna, me jogando em cima da cama e no ato, ele se livra da sua camisa.

— Não! — peço desesperada, me arrastando pelo colchão, ansiando por sair dali. — Pare Murat! — grito quando ele segura nas minhas pernas, me arrastando para perto dele outra vez. — Não, pare! — Volto a gritar quando o seu corpo para em cima do meu e embora eu o empurre com força para longe de mim, ele não para. A sua boca áspera continua se rastejando pela lateral do meu pescoço e a sua barba chega a arranhar a minha pele. No entanto, ele me força a abrir as minhas pernas e quando está prestes a me penetrar, grito ainda mais alto e desesperada. — NÃO, POR FAVOR! Por favor não faça! — suplico baixinho e ele para com o seu ataque.

Em lágrimas o fito em pé, enquanto ele me olha extremamente ofegante. Murat parece recobrar a sua consciência. Ela leva as mãos para os cabelos e enquanto respira fundo algumas vezes, agita freneticamente os fios negros, saindo do quarto logo em seguida. E quando escuto a porta bater com força me entrego a um choro compulsivo.

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