Capítulo II - Patrick
Eu precisava de um herdeiro. Na verdade meus pais precisavam de um, a empresa da família tinha que ser mantida nas nossas mãos e foi por isso que deixei que eles seguissem em frente e me arrumassem uma esposa.
Meus pais tentaram me animar com a ideia, minha mãe em especial, ficou falando sobre a beleza da garota, o quanto era educada e doce. Mas não podia ser boa pessoa, já que estava se vendendo para ser uma incubadora ambulante.
Que tipo de mulher aceita se casar com um homem que não conhece e assina um contrato dizendo que vai ter todos os filhos que esse homem quisesse? Lhe respondo, um tipo interesseiro!
Desde o meu acidente de carro minha vida não foi a mesma, meu rosto foi destruído, ou ao menos parte dele foi. Nem mesmo o cirurgião mais caro foi capaz de concertar o que minha ex esposa causou, agora eu era um homem deformado, ou como já ouvi dizerem: Uma Fera.
Quando o carro entrou na propriedade eu estava olhando a foto que minha nova esposa havia tirado com meus pais no almoço mais cedo. O vestido que ela usava não combinava com a ideia que formei sobre ela, não a valorizava em nada. Talvez por isso meus pais tenham se iludido com ela, o rosto bonito e uma conversa suave e eles estavam caindo na enganação.
Me ergui e fui até a janela esperando vê-la mais de perto e quando ela parou em frente a casa, observando a enorme construção pude ver sua cara de fascínio com tudo, ela era apenas mais uma interesseira.
— Sophie. — testei o nome dela em meus lábios e isso pareceu atraí-la direto para mim.
Seu rosto se ergueu focando na janela do meu quarto e eu tive um rápido vislumbre dos olhos castanhos curiosos, antes de me esconder nas sombras.
Me sentei em frente ao computador e comecei a mexer no sistema de câmeras, espiando onde ela estava e podendo ver de perto cada reação dela ao conhecer o resto da casa.
Vi Holly, a governanta da casa mostrar tudo para ela, as duas conversaram como se já se conhecessem e a garota continuou com o teatro de boa moça, mantendo as aparências, fazendo Holly cair na sua farsa assim como os meus pais.
Mas quando notei que estavam em frente a porta do meu quarto eu rosnei e me levantei, colocando a mascara em meu rosto e indo até a porta.
— Chefe! — ouvi a voz da mulher que praticamente me viu crescer, junto com as batidas. — Sophie Carter já está aqui.
— Oh não, por favor, me chame só de Sophie.
A voz doce me alcançou, mas meu sangue ferveu quando me dei conta de que ela não queria ser chamada pelo meu sobrenome. Claro, o meu dinheiro servia, mas o meu nome não.
— Boa tarde Senhora Carte! — rosnei as palavras quando abri a porta rapidamente.
Os olhos surpresos dela se concentraram em meu rosto, provavelmente se perguntando o que eu estaria escondendo por trás da máscara.
— Boa tarde, hã... acho que podemos pular a parte do senhor e senhora, já que somos marido e mulher agora. — ela falou com um sorriso largo no rosto, que vacilou quando viu que eu não iria lhe responder. — É muito bom conhecê-lo, seus pais me falaram muito de você.
Encarei a mão que ela estendeu para mim pensando seriamente em recusar, mas Holly pigarreou mostrando sua indignação com meu comportamento e eu cedi.
Deslizei minha mão sobre a sua, a pele macia e sedosa se arrepiou com meu toque, comparada a mim Sophie parecia estar congelando. Encarei nossas mãos me dando conta do quão pequena ela era, pequena em todos os sentidos.
— O jantar é servido as sete em ponto, não se atrase! — rosnei tirando minha mão de perto dela. — E vista algo mais quente, ou vai congelar.
Fechei a porta sem me importar em ser educado ou cordial, precisava tirar meus olhos dela.
Retirei a máscara e encarei o objeto na minha mão, mesmo que apenas metade do meu rosto estivessem destruídos, eu usava uma máscara que o cobria por inteiro, mas apenas colocava quando era necessário, meus funcionários já estavam acostumados com meu rosto e não ficavam me encarando, porém agora com Sophie em casa eu teria que passar longos períodos com aquilo.
Tomei um banho e coloquei um terno caro, assim como os sapatos italianos. Não costumava usar aquilo em casa e como raramente saia, todas aquelas coisas estavam intocadas no meu closet.
— Holly, onde está aquela garota? — rosnei quando cheguei a mesa no horário certo e ela não estava lá.
— Pelo amor de Deus Patrick. Fale direito da menina, ela é sua esposa e é um doce de garota. — revirei os olhos com aquela fala, sabendo que já era algo esperado. — Não gostei de como a tratou mais cedo, sei que tem seus receios, mas abra o seu coração e de a Sophie uma chance.
Bufei com as palavras dela, Holly não podia estar mais equivocada.
— Ela aceitou se casar comigo para ter meus filhos e apenas isso, não comece a criar ideias românticas. — me sentei a cabeceira da mesa e Holly arregalou os olhos. — Não há nada de romance nesse casamento!
Quando a mulher a minha frente balançou a cama pra mim, eu entendi o porque ela tinha arregalado, Sophie estava bem atrás de mim.
— Boa noite Holly, boa noite Senhor Carter. — ela falou andando tensa até a cadeira ao meu lado. — Desculpem o atraso.
— Já íamos começar sem você. — respondi mesmo que ela parecesse desconfortável, não era minha função fazê-la se sentir bem.
— Hoje eu não vou jantar com vocês. — Holly murmurou servindo a mesa e chamando minha atenção, ela sempre jantava comigo. — Vou deixar que se conheçam melhor. Tenham uma boa noite.
Semicerrei os olhos acompanhando os passos rápidos da senhora que estava na minha vida há muitos anos. Assim como meus pais, ela torcia para que eu fosse feliz no casamento.
Ela mordeu os lábios, incerta e eu não pude refrear o desejo de tomar sua boca e sentir seu gosto quando deslizasse minha língua naqueles lábios que pareciam tão macios.
— Humm... e então o que gosta de fazer Senhor Carter?
Comecei a comer ignorando a pergunta e logo ela se juntou a mim, comendo sem dizer nada, mas enquanto ela ficava de cabeça baixa eu observava cada pequena coisa em seu corpo.
Sophie estava com um vestido apertado de lã, mas ainda sim vi seus mamilos endurecerem sobre o tecido quando John abriu a porta que dava para o jardim.
— Boa noite Senhor. — ele colocou um relatório ao meu lado, geralmente sentaríamos e beberíamos algo conversando, mas hoje eu só queria que ele saísse dali antes que visse os mamilos marcados dela.
— Boa noite John, obrigado. — como esperava ele sem nem me responder. — Pensei ter dito pra usar algo quente, estamos em uma montanha, aqui o vento é gelado até mesmo no verão. — praticamente rosnei as palavras e Sophie pareceu surpresa que eu estivesse falando com ela.
— Não tenho muitas roupas de frio, era o vestido ou um suéter.
— Deveria ter colocado o suéter!
Vi ela engolir em seco com minhas palavras, mas era a única que receberia de mim, se estava esperando ganhar mais dinheiro para compras estava muito enganada, tinha arrancado uma bela quantia de mim com esse acordo de casamento.
— Você é sempre assim, tão calado assim?
— Detesto jogar conversa fora...
— Isso só é novidade pra mim, nunca tive um namorado ou coisa parecida, mas acho que se vamos ficar casados deveríamos ao menos tentar nos conhecer melhor!
Finalmente ela estava mostrando as garrinhas, deixando claro que não era a doce imaculada e boba que todos estavam pensando.
— Não leu o contrato? Você se casou comigo para me dar herdeiros, não para me conhecer melhor e tentar ser minha amiga. — Sophie ergueu o rosto e trincou os dentes parecendo prestes a me bater. — Se quiser me agradar pode aprender o que eu gosto na cama.
Sem que eu esperasse ela atirou todo o vinho de sua taça em minha cara, por sorte a máscara e meu terno foram os únicos atingidos.
— Não sou uma prostituta! E se quisesse uma barriga de aluguel teria contratado uma. — ela bateu as mãos na mesa e se levantou. — Mas você quis uma esposa, um casamento, então eu acho melhor aprendermos a conviver.
Meu sangue ferveu com a raiva por tudo, mas também pela excitação que ela fez correr por minhas veias. Eu não consegui controlar o desejo de calar aquela boca, minha vontade era segurá-la contra uma parede e só soltar quando tudo o que ela fizesse era gemer.
Sem pensar em nada eu apertei o botão no meu relógio que apagava todas as luzes, arranquei minha máscara e a puxei pela cintura até que seu corpo estivesse totalmente colado ao meu e tomei aquela boca esperta na minha.
Sophie deixou escapar um suspiro fora de controle e eu deslizei a língua sobre seus lábios exigindo passagem, assim que ela os separou minha língua invadiu o interior de sua boca. O beijo se tornou ainda mais quente quando ela se entrelaçou comigo, suas mãos seguraram meus bíceps enquanto eu a devorava.
Eu não me contive e apertei sua cintura puxando ela mais perto e senti meu membro latejar de desejo. Um gemido baixo saiu de sua boca e eu só pensei em jogá-la naquela mesa e me enterrar dentro dela.