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UM TEATRO COMPLETO

Incômodo com tudo, ao invés de voltar ao seu quarto, Jonathan preferiu passar a noite na cadeira ao lado da maca da filha e de Cat.

Às seis da manhã chegou e o CEO não teve outra escolha a não ser acordar com a luz invadindo o quarto.

A filha e a mulher ainda dormiam, e ele pensou na encrenca que seria se uma das enfermeiras entrasse no quarto e o encontrasse ali.

Pensando em escapar de problemas, se levantou vagarosamente da cadeira para não fazer barulho, mas não contava com que uma enfermeira fosse adentrar o lugar logo a aquelas horas desejando bom dia.

— Bom dia. — Ele respondeu, de pé.

— Humm… — Fez Catherine se espreguiçando.

Ele se voltou para ela e ela o encarou, logo depois disfarçando a surpresa em vê-lo para não deixar que a enfermeira desconfiasse de ambos.

— Quando veio pra cá?

— Ontem a noite. — Ele confessou. — Não quis te acordar.

— Não tem problema, na verdade queria te ver e avisar que fiquei no lugar de Gabriela. — Ela se sentou na maca tomando cuidado para não acordar Beatriz.

A enfermeira tomou a pressão, temperatura e questionou Catherine sobre os sintomas que a filha teria apresentado a noite, mas ela confirmou que a criança dormiu bem sem reclamações.

— Então tudo bem, terão alta dentro de mais duas horas com a aprovação do doutor. — A enfermeira disse, terminando de anotar algo em sua prancheta.

— Obrigado. — Disseram juntos, Cat e Jonathan.

A mesma já quase estava para se retirar, quando notou que o próximo paciente para checar em sua lista era Jonathan Cohen.

— Já que está aqui Sr. Cohen, farei as checagens.

— Por mim tudo bem. — Jonathan voltou a se sentar na cadeira próxima a cama.

Novamente a enfermeira tomou pressão, temperatura e a mais, usou uma caneta luminosa para examinar a contração das pupilas.

— Nada anormal. — Concluíu ela. — Se sentirem dores de cabeça, enjôos frequentes ou qualquer coisa fora do normal, retornem ao hospital.

— Certo. E quando sai minha alta?

— Como são família, vou passar os casos juntos para o doutor fazer a liberação.

— Ótimo. — Ele disse com alívio.

— Mas antes de qualquer coisa, você ainda deveria estar na sala de observação. — A enfermeira o advertiu.

Então, novamente como um garoto que acabava de levar um puxão de orelha, ele assentiu.

Se levantou da cadeira, se inclinando sobre a maca para beijar a cabeça da filha e quando já estava se voltando para a saída, a enfermeira o comentou.

— Não fiquem tímidos comigo, porque não se despede adequadamente da sua esposa.

— Ah, certo. — Ele já quase esquecia sobre Catherine.

Voltou para próximo da maca, avisou que as encontraria logo após a alta e depositou um beijo no canto da boca de Cat, fazendo parecer que a tinha dado um selinho de bom dia.

— Até mais, amor.

— A-aaté. — Catherine gaguejou em despedida.

As mentiras sempre a incomodaram, no entanto por alguma razão, mentir com ele não a deixava apreensiva ou com um sentimento horrível por dentro. Apenas a deixava nervosa e ela nem mesmo sabia se era pela mentira ou se pela atuação ao lado dele.

Jonathan já havia ido, mas a bochecha do lado esquerdo do rosto que levou o beijo, queimava.

[ Quase duas horas mais tarde ]

— Ela está liberada, a mãe pode levá-la pra casa. — Dizia o doutor a Jonathan.

Em seu quarto, outra vez tomavam suas medidas e realizavam testes, além disso, uma bateria de exames foi agendada, o que fez com que o CEO pressentisse algo errado no tom do doutor.

— Revisei o histórico antes da liberação, e sua mãe morreu a cinco anos pela doença de Parkinson, não é?

— Sim. — Jonathan confirmou, detestando lembrar de como havia sido.

— Bem, por segurança antes de liberá-lo gostaria de fazer alguns testes preventivos para avaliar se a doença está se manifestando também em você. — O doutor explicou, enquanto prescrevia algo para a dor de cabeça que Jonathan poderia vir assentir nos próximos dias.

— Então, quando posso sair?

— Um checkup pode levar em média seis ou sete horas em ser concluído, após isso será liberado.

— Bem, eu queria acompanhar minha filha pra casa. — Jonathan disse, preocupado por estar sem bateria no celular e não ter ninguém para levá-las do hospital.

— Quer que eu chame sua esposa para conversarem? — O doutor perguntou.

— Sim, obrigado.

Aguardando que Catherine viesse, Jonathan olhou para como estava vestido, com a bata de hospital e se perguntou se deveria trocar antes que ela chegasse.

Infelizmente, a ala infantil era logo ao lado, não teve nem mesmo tempo para piscar e ela já estava batendo a porta e perguntando se poderia entrar.

— Não vai ser liberado? — Catherine supôs pelo que Jonathan vestia.

— Sairei em seis ou sete horas mais.

— Então o que devo fazer com Bea?

— Bem, meu celular está sem bateria e não recordo o número de cabeça. Poderia arranjar um carregador pra que eu ligue para o chofer vir buscá-las? — Jonathan pediu.

Catherine fez que sim com a cabeça, pegou o celular do CEO de cima da mesinha de cabeceira e deu uma olhada na entrada do carregador.

— Esta entrada é de um carregador de primeira categoria. Não acho que vai encontrar alguém com um celular tão caro quanto o seu em um hospital público. — Catherine estava sendo realista.

— E então?

— Eu posso levá-la pra casa de táxi.

— Tem certeza?

— Claro. — Catherine confirmou.

Já estava para sair do quarto, quando o doutor e a enfermeira conhecida adentrou o espaço.

— Sua cunhada está aqui fora com sua bebê senhora. — Disse a enfermeira.

— Cloe?! — Jonathan fechou os olhos, imaginando o tamanho da bola de neve se formando.

Com a entrada de Gabriela, veio Cloe em seu colo e Beatriz que estava sentada no banco do corredor de fora do quarto, também adentro.

— Bom dia Cat.

— Bom dia Gabriela. — Respondeu Catherine, torcendo para que a enfermeira fizesse nenhum comentário.

Com os acontecimentos da noite passada em relação a Bea, as coisas já estavam bastante difíceis de serem compreendidas.

Ela só desejava sair do hospital o quanto antes.

— Olha que coisa mais linda, doutor. — Comentou a enfermeira.

— Não é? — Concordava Gabriela.

— Bem, devo dizer que essa só puxou ao pai.

— E que bom. — Gabriela disse, fazendo a enfermeira pensar que talvez a cunhada não se desse bem com Catherine.

A conversa encerrou, o doutor e a enfermeira saíram deixando que a família estivesse reunida por um tempinho até os próximos exames.

Olhando para Cloe, Catherine quis pegá-la e Gabriela cansada de segurar a sobrinha chorando nos braços, a entregou.

— Não pode tratar sua sobrinha como um saco de batatas e dar a qualquer um? — Jonathan advertiu a irmã.

— Eu sou qualquer um? — Catherine o perguntou, resentida.

— Não quis ofender você.

— Mas ofendeu.

A enfermeira entrou novamente no quarto e vendo o clima entre o casal, fingiu estar arrumando a bata hospitalar em Jonathan, o soprando no ouvido que qualquer mulher se acalma se o marido a trata com carinho. Jonathan planejando usar a dica, se aproximou de Catherine a abraçando com a bebê entre eles, tomou o rosto da jovem entre suas mãos e esfregou a ponta de seu nariz com o dela.

— Você me perdoa?

Assentiu cat, inebriada com a proximidade.

O CEO também, tão atraído pela tensão quanto ela, se aproveitou e selou os lábios da mulher em um rápido beijo.

Então, separando sua boca da ofegante jovem a sua frente, Jonathan voltou a atuar:

— Obrigado, amor.

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