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Capítulo 6

Stella Venator

— Stella, você tem uma rosa branca tatuada no seu pulso.

Após Liam me afirmar isso, instantaneamente levanto a manga da minha blusa e observo minha tatuagem. Realmente, fiz essa tatuagem quando tatuei o símbolo dos caçadores aos 17 anos.

No pulso direito, tenho uma Triquetra, também conhecida como triqueta. É o símbolo dos caçadores, formado por três arcos interligados, que representa a trindade, a eternidade e a unidade.

Para os celtas, a triquetra representa diversas trindades, como os três reinos (terra, mar e céu), as três forças da natureza (terra, fogo e água) e a união do corpo, alma e espírito.

Também conhecida como "Os Círculos da Existência", a triquetra simboliza força, proteção e a triplicidade de todas as coisas.

Quanto à rosa branca tatuada na minha esquerda, eu não havia percebido antes, pois vivia em outro país com os Bellator. Retornei recentemente para caçar essas criaturas, mas os olhos azuis dele nunca saíram da minha memória.

— Stella! - Liam me chama enquanto volto minha atenção para ele.

— O que quer que esteja acontecendo, ele não te salvou por acaso, nem da primeira vez, nem da segunda... Será que ele pode saber algo sobre por que os Lobisomens e os vampiros estão juntos? Também tenho quase certeza de que ele pode ser um vampiro.

— Por que um vampiro? - Pergunto, totalmente desconcertada. Não posso me sentir atraída por um vampiro.

— Rosa branca! Geralmente, lobos não têm muita sensibilidade mesmo sendo humanóides. Talvez essa rosa queira dizer alguma coisa.

Liam consegue me deixar ainda mais confusa. Caminho até a janela e observo o céu clareando com a luz do sol. Volto minha atenção para ele e afirmo:

— Bom, devemos pensar nisso mais tarde. Vamos tentar entender por que inimigos mortais estão se juntando.

Está tudo muito estranho com esse ataque das duas criaturas juntas... Não é a primeira vez que isso acontece. Está ficando cada vez mais frequente e não devemos deixar isso passar. Pode haver algo maior por trás disso.

Passamos a manhã toda pesquisando, mas não encontramos quase nada. Entramos em contato com caçadores mais antigos e eles também nunca viram algo assim com tanta frequência.

Normalmente, quando lobos e vampiros estão no mesmo território, os anciões nos deixam de lado e se atacam. Mas no nosso encontro, eles fizeram diferente. Parece que nos separaram de propósito.

Exaustos por não termos dormido durante a noite, acabo adormecendo na mesa cheia de papéis, enquanto Liam adormece sentado no sofá, pesquisando no notebook...

Acordo assustada com o som do meu celular tocando. Vejo que é um número privado e decido não atender.

Deixo o celular ao lado e me aproximo de Liam, tocando seu ombro para acordá-lo. Ele me olha com expressão cansada, e eu afirmo:

— Pegamos no sono, já está à noite e não temos nenhuma resposta. - Eu digo, bocejando.

Ele se levanta, agita suas roupas e observa pela janela, colocando a mão sobre o rosto. Ele se vira para mim e diz:

— Não vamos caçar, até pelo menos entender um pouco do que está acontecendo.

— Graças a Deus! - Respiro aliviada. - Eu preciso mesmo de um ar!

— O que você quer dizer com isso? - Ele franzindo a testa e sorrindo.

— Eu preciso de um momento para arejar as minhas ideias. Pelo menos essa noite, me sentirei melhor em sair para caminhar sem criaturas ou algo sobrenatural.

— Não fique muito contente com isso. Devemos nos aprofundar nessas pesquisas para descobrir o que está acontecendo. - Ele responde, observando as horas.

Eu me aproximo, dou um beijo na sua testa e sorrio enquanto afirmo:

— Certo, mas amanhã. Hoje é o meu dia, tire uma folga também, maninho. Você também precisa!

Sorrindo, ele me observa sair. Sigo até o meu apartamento hoje serei uma mulher normal. Entro em um banho relaxante, deixando todos os pensamentos sobrenaturais descerem pelo ralo.

Após me sentir melhor, vou caminhando enrolada na toalha. Visto um shorts curto preto de cintura alta, uma blusinha decote V que termina abaixo do shorts e uma bota cano longo até acima do joelho com minhas adagas no suporte dentro.

Por cima de tudo, coloco uma jaqueta comprida aberta na frente até abaixo da bunda. Faço um rabo de cavalo e estou pronta.

Hoje, estou decidida a ser apenas uma mulher normal, caminhando pela rua, e espero que Diogo saia da minha cabeça.

Ao sair do apartamento, encontro Liam saindo também, com um sorriso ao me ver. Ele pergunta:

— Nossa, para onde você vai?

— Vou dar uma volta, preciso de ar fresco e me sentir normal longe dessa vida.

Eu respondo com um sorriso, tocando em seu ombro. Percebo que ele não está arrumado, mas parece ter tomado banho. Parece que ele vai ficar no quarto me observando, e ele confirma:

— Tome cuidado, porque mesmo que tentemos fugir, nem que seja por algumas horas, a realidade sempre volta.

— Nem me fale... E você vai ficar trancado hoje? Que milagre.

Eu concordo ao olhá-lo caminhar ao meu lado até a saída. Ele sorri e diz:

— Eu entendo que você precisa de um tempo só seu... Hoje estou tranquilo também. O rasgo no meu peito foi suficiente para me deixar tranquilo por algumas horas. Vou pegar uma bebida no barzinho ali na frente e pesquisar mais sobre isso.

— Você quer ajuda? — Paro e olho nos olhos de Liam, enquanto ele sorri ao responder.

— Não se preocupe, hoje eu cuido do resto. Se descobrir alguma coisa, te aviso.

— Obrigada, Liam. Você não tem ideia do quanto eu preciso dessa pausa do sobrenatural. As dúvidas estão me consumindo.

Eu agradeço com um sorriso enquanto ele entra no barzinho, e eu sigo caminhando pela rua sem rumo. Só quero ficar sozinha com meus pensamentos. Ao longo do caminho, observo minha tatuagem de uma rosa branca.

Não faço ideia do motivo pelo qual a tatuei, mas não consigo tirar da cabeça o dia em que Diogo me deu uma rosa branca. E, estranhamente, essa mesma rosa estava sobre os caixões dos meus pais no velório. Passo a mão sobre a tatuagem quando ouço alguém gritar.

— Ah! Me solta!

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