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Capítulo 7

Stella Venator

Percebi um som vindo de um beco e, segurando minhas adagas, corri em direção a ele. Ao adentrar o beco, deparei-me com uma cena perturbadora: uma menina sendo erguida por uma vampira humanóide.

"De novo não! Só queria um pouco de paz", murmurei para mim mesma enquanto chamava a atenção da vampira.

— Ei, larga ela! — gritei, firme.

Permaneci parada enquanto a vampira me olhava com um sorriso de deboche, seus lábios ainda úmidos de sangue. Ela soltou a menina no chão, que permaneceu abaixada, e me desafiou:

— Ou o quê?

Observando seus olhos vermelhos como sangue, presas pontiagudas e garras afiadas, ela caminhou em minha direção, confiante de que eu era uma humana indefesa. Porém, em um movimento rápido, segurei sua mão quando ela tentou me atacar com suas garras.

Ela ficou surpresa ao ver sua mão sendo segurada por mim, enquanto eu a encarava com um leve sorriso. Em um movimento ágil, subi em seu corpo e a empurrei para longe.

Ela foi arremessada para trás e caiu de pé, me olhando com um sorriso desafiador.

— Finalmente uma adversária de peso — disse ela.

Correndo em minha direção novamente, segurando minhas adagas e girando-as em minha mão, virei-me em um giro perfeito e acertei uma adaga ao lado de seu coração. Ela parou e me olhou, com o sangue escorrendo de sua boca.

— Eu não mato humanóides, mas vá embora e deixe a menina em paz — afirmei, olhando-a nos olhos.

Ela sorriu de forma debochada e disse:

— Prata! Você acredita que prata mata vampiro?

Ela se afastou, retirando a adaga de seu corpo, e sua ferida se curou quase instantaneamente. Uma vampira convencida de sua própria invencibilidade. Passei a mão na cabeça, confusa. A menina ainda estava ali, parada, me observando. "Será que ela travou?"

A vampira correu em minha direção e, por sorte, conseguiu me arranhar o rosto. Com um chute, ela me jogou longe, fazendo-me bater na parede. O impacto fez minhas costas estalar, quase se quebrando.

Ela se aproximou, me levantando pelo pescoço e me encostando na parede.

— Eu poderia te matar agora mesmo, mas o príncipe saberia quem foi. Agora, provar do seu sangue não será uma má ideia! — ameaçou ela, aproximando sua boca do meu pescoço.

Segurei sua mão que apertava meu pescoço e forcei um giro. Senti suas garras me perfurarem, mas consegui me soltar e saltar para trás, encarando-a.

Ela se virou para mim, sorrindo, e disse:

— Nós nos veremos novamente, Stella.

Ela desapareceu diante dos meus olhos. "Espera, como ela sabe o meu nome? E que história é essa de príncipe?" Confusa, me abaixei para pegar minhas adagas e, enquanto as colocava em minha bota, ouvi uma voz perguntando se eu estava bem.

Virei-me e vi a menina ainda ali. Por que ela não correu? Ou fez algo para fugir? Sorri ao estender a mão para ela.

— Sim, e você? — perguntei.

— Estou bem, obrigada por me ajudar — respondeu ela.

— Não foi nada. Não poderia deixar aquela louca fazer mal a um humano, apesar de que não gosto de matar humanóides — afirmei, sorrindo. "Espera, como estou conversando assim com uma humana? Ela vai pensar que sou louca." Mas, pelo que ela demonstrou, parecia estar aberta a conversar.

A menina sorriu timidamente e disse:

— Eu entendo. Você é diferente dos outros, não é? Eu também não sou uma humana comum.

Intrigada, olhei para ela com curiosidade.

— O que você quer dizer com isso? — perguntei.

Ela respirou fundo antes de responder:

— Me chamo, Farah Magic. — Ela se apresenta e sorrindo afirmo.

— Prazer me chamo Stella Venator.

— Você é uma caçadora?

Fico um pouco chocada com a sua pergunta, uma humana tendo conhecimentos sobre nós, não consigo respondê-la, porém ela sorri ao me dizer:

— Calma, não sou nenhuma espécie de louca, não tá! Apenas sei sobre algumas coisas através dos olhos humanos.

Ela fala como se não fosse humana. Após franzir a minha testa, noto que ela caminha na minha direção levantando sua mão. Dou alguns passos para trás enquanto ela diz:

— Calma vou apenas te ajudar, você me salvou eu te devo!

Ainda parada observo sua mão sobre as minhas feridas, começo a sentir um formigamento no local. Faço algumas expressões de incômodo, porém ela retira a sua mão e eu coloco a minha sobre e impressionada, pois não tem mais ferimentos nem sangue.

— O Que! Como? — pergunto enquanto procuro as feridas, porém não as encontro. Ela sorri ao me olhar "que isso ela é uma espécie de bruxa ou algo do tipo? ainda a olhando perguntei quem era ela!

— Apenas quem cuida do equilíbrio dos mundos — ela me diz, enquanto caminha para a saída do beco.

Vou atrás dela dizendo:

— Espera! Onde você vai?

Noto que ela é uma menina que aparenta ter uns 26 anos com os seus cabelos loiros compridos ondulados, pele e olhos claros, lábios carnudos vermelhos. Agora olhando bem ela está usando uma roupa um tanto diferente. Usando um tipo de vestido ou macacão longo preto, ela levanta sua gola para cima enquanto começa a andar. Percorrendo seu braço um véu preto da cor da sua roupa com detalhes em vermelho.

Curando minhas feridas assim com suas habilidades mentais, acredito que ela seja uma “bruxa”. Estudamos muito sobre elas, porém é bem raro um caçador encontrá-las já que se misturam com os humanos para passar despercebidas. Mas me fizeram acreditar que elas não são amigáveis. Entretanto, olhando assim ela não me parece ser cruel. As aparências enganam e elas são muito poderosas.

Parando de caminhar, ela se vira para me responder.

— Vou te levar a um lugar —disse ela.

— Me levar?— exclamei, surpresa. Até agora, ela parecia tão indefesa, mas agora ela parecia ter todo o poder do mundo. Será que eu deveria confiar nela?

Eu só saí para fugir da minha realidade, e agora tenho que acompanhar uma aparente "bruxa"? Sempre estudei que bruxas são seres mágicos cruéis, então isso não me parece uma boa ideia. Além disso, há também aquela vampira que sabia o meu nome, mas como?

— Ah, eu sou uma bruxa! Não se preocupe não vou lhe fazer mal. — ela responde, caminhando e me olhando. — Você é confiável o suficiente para saber disso, e vai gostar de onde vou te levar.

Enquanto ela falava, a única coisa que me ocorreu foi perguntar o que aconteceu quando ela não se defendeu daquela vampira.

— Uma bruxa! E por que você não se defendeu daquela vampira?— perguntei.

No momento da minha pergunta, ela para de caminhar e me olha mais séria. Percebi que não há ninguém por perto, então me afasto um pouco.

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