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03

Londres - Inglaterra

Castelo de Buckingham

ANNABELLA

Eu estava totalmente imóvel, com olhos fixos na direção do homem de beleza perturbadora, que me tirou o fôlego. Ele continuava parado, me encarando, enquanto o outro homem que estava ao seu lado segundos atrás, caminhava em nossa direção. A voz do meu pai me trouxe de volta ao presente.

— Annabella, o Lorde Langston ficou encantado com você.

Cada olhar dissimulado que o velho babão dava em minha direção, fazia o embrulho em meu estômago aumentar. No entanto, uma voz grave ecoou no ambiente fazendo todos se moverem para identificar a pessoa responsável por aquela voz. O homem vestido de forma elegante, e com um largo sorriso no rosto, que há poucos minutos estava ao lado daquele que fez todo o meu corpo estremecer, se pronunciou.

— Boa noite a todos.

— Lorde Bingham! — Lorde Langston o saudou com uma expressão não muito agradável, porém, o meu pai que antes estava com atenção focada no velho, voltou sua atenção para o Lorde Bingham.

— É um prazer conhecê-lo. Sou Lord Waston, da Escócia, e essa é minha filha, Annabella.

O homem ao ouvir as palavras proferidas pelo meu pai se pôs de lado e fez uma reverência, me saudando, em seguida sua voz novamente se fez presente.

— Boa noite, Lady Annabella. É um prazer conhecer a dama mais linda da noite — ele sorriu de maneira cordial.

Dei um sorriso tímido para ele. Ficamos tão distraídos com a presença do Lorde Bingham, que não escutamos a aproximação do desconhecido. No entanto, senti um arrepio em todo o meu corpo, quando a profunda e potente voz no sotaque peculiar, se fez presente.

— Boa noite, cavalheiros!

Ele estava parado em minha frente, os cabelos loiros resplandeciam como os raios de sol, sob a luz de vários lustres pendurados no teto do ambiente. Suas órbitas azuis eram ainda mais brilhantes de perto. Sua boca era o pecado encarnado. Esculpida pela mão de um mestre, com lábios nem carnudos e nem finos, porém, firmes. Despudoradamente sensuais. Emoldurados por um queixo forte e de traços bem definidos. Saio dos meus devaneios quando ouço a voz do Lorde Bingham, e ao pronunciar o nome do desconhecido, o meu pai que antes estava com uma expressão um tanto confusa, logo se recompôs e um largo sorriso surgiu em sua face, no mesmo instante que suas órbitas esverdeadas tinham um brilho totalmente desconhecido por mim.

— Duque de Gordon. Pelo visto também veio cumprimentar o Lord Waston e sua linda filha, a senhorita Watson.

O homem mantinha uma expressão séria, seus olhos estavam fixos nos meus, seu olhar era extremamente quente, como o de um predador, um modo decidido e sedutor. Sua expressão demostrava que ele sabia o que queria. Um desafio silencioso foi lançado, um longo instante se passou, um tempo que eu mal registrei, pois estava muito concentrada na reação dele. O silêncio foi quebrado quando ele desviou o olhar na direção do meu pai, enquanto os dois homens analisavam cada movimento seu.

— Lord Waston, poderia me conceder a mão da Lady Watson para uma dança? — Nem bem o Duque de Gordon terminou de falar e meu pai logo tratou de responder.

— Com toda certeza, Vossa Graça.

O homem a minha frente se virou novamente para mim, e rapidamente avançou, ficando a pouco centímetros de distância de mim. Então disse:

— Uma dança — ele se curvou e estendeu sua mão.

Desviei meu olhar por um instante, procurando organizar meus pensamentos. Tamanha proximidade me impedia de pensar e até respirar direito. Se a distância, um misto de sensações pairou sobre mim, agora parecia que tinha multiplicado naquele momento. Respirei fundo estendendo a mão para segurar a dele, e em seguida respondi.

— Sim, Vossa Graça.

Ele me conduziu até o meio do salão de Buckingham, logo em seguida me puxou para mais perto de si, fazendo novamente o meu corpo estremecer. O cheiro inebriante e intoxicante do seu perfume logo invadiram minhas narinas. Ele cheirava a sândalo e citrus. Um perfume revigorante, natural e viril.

Ao som da orquestra, começamos dançar, parecia que naquele momento só havia nós dois e mais ninguém. Levantei o olhar, notando os diversos detalhes que só podem ser percebidos com a proximidade extrema. O duque de Gordon tinha cílios longos e espessos em torno dos olhos azulados. Eram lindos, exóticos, acentuados por sombras que vinham tanto de dentro, como de fora. Suspirei ao ver a curvatura sedutora da sua boca e desejei sentir ainda mais todos os detalhes dele: o som da sua voz e o impacto da proximidade com seu físico viril. Deixo tais pensamentos de lado quando ouço sua voz. Engoli em seco, ao perceber que não conseguia tirar a atenção daquela visão, me impressionando com o rumo dos meus próprios pensamentos.

— Sua beleza é estonteante. Você é encantadora. — Ele mantinha um olhar lascivo, denotando um interesse, cem por cento, carnal. No entanto, me assustei com a forma pela qual aquele elogio me afetou, fazendo o meu corpo reagir de imediato. Nunca em toda minha vida, eu me senti dessa forma, não eram só os atributos físicos dele que me fascinavam, uma energia poderosa vibrava, me atraindo como um ímã na direção dele. Um sorriso surgiu entre meus lábios no mesmo instante que um pensamento se fez presente.

"O duque de Gordon parece um dos príncipes que sempre olhava nas histórias".

HENRICO

Quando o maldito do Lorde Bingham me cumprimentou, percebi o brilho no olhar do homem, a quem descobri que se chama Lord Waston. Busquei em minhas lembranças e logo me lembrei de quem se tratava e vibrei por dentro no mesmo instante. Isso será mais fácil do que imaginei. Virei-me para a mulher a minha frente e ficamos nos entreolhando. O meu pau não parava de se contrair entre minhas calças. A maldita, mesmo sem saber, despertava todos os meus instintos primitivos e naquele momento, a minha vontade era experimentar a sensação daquela boca tão bela e em seguida me deliciar do seu corpo jovem. Respirei fundo, girando lentamente a cabeça, voltei minha atenção para o Lorde Waston, que ao ouvir as minhas palavras, logo tratou de dar permissão.

A conduzir até o meio do salão, em seguida, tratei de acabar com a pequena distância que nos separava, a trazendo para mais perto do meu corpo. Enquanto a música tocava, fiquei observando cada traço da mulher a minha frente e suas reações. Estava visível através do seu olhar, o seu interesse em relação a mim, e assim que disse o quanto ela era bonita, só confirmou as minhas suspeitas. Nos minutos seguintes, acabei descobrindo o seu nome.

Depois que a música parou, caminhamos em direção aos três homens que não desviaram por um só minuto, suas atenções de nós dois, e assim que a bela Annabella ficou ao lado do seu pai, minha voz se fez presente.

— Lorde Waston, se não tiver nenhum compromisso para amanhã, gostaria que fosse até a minha residência aqui em Londres. Tenho algo a tratar com o senhor, e adianto que será do seu interesse.

Ao ouvir minhas palavras, como eu já esperava, um brilho surgiu nos olhos gananciosos do homem a minha frente. No entanto, tudo que vi nos olhos dos dois idiotas ao seu lado, foi ódio. Após me despedir, um único pensamento se fez presente em minha mente.

"Em breve a senhorita Watson estará em minha cama, contorcendo o corpo dela sob meu, como resposta a minha penetração firme e profunda. E dela, a única coisa que desejo é o meu futuro herdeiro e sua submissão total".

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