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Cap 4 - Cam

Acordo às seis da manhã, tomo banho, como um pão de queijo com café, que minha mãe já tinha deixado pronto para mim, e volto para o quarto correndo. Me arrumo e coloco um vestido preto justo no corpo, um blazer branco por cima e saltos de cor preta, depois vou ao banheiro escovar os dentes. Passo uma maquiagem leve, marcando meus olhos com o delineador e aplicando um batom rosa claro nos lábios. Pego minha bolsa e vou até a garagem, apressada. Vou com o carro da minha mãe, já que ela não vai sair hoje, ainda bem. 

Assim que o portão se abre, dou a partida no carro e dirijo com pressa até o endereço que me mandaram. Às dez para às sete chego na empresa, passo pelas portas de vidro e digo a recepcionista que tenho uma entrevista. Ela me leva a uma sala e pede para que eu aguarde.

Estou sozinha nessa sala enorme. No centro dela, há uma mesa com muitas cadeiras em volta, nem sei dizer quantas. A sala é bem decorada em tons de cinza escuro. Observo como é tudo arrumado e com cheiro de limpeza. Me sento em uma das cadeiras e dou uma bicada no chá que a recepcionista me deu.

Pego meu celular e vejo que são sete horas em ponto. Quem será que irá me entrevistar? Mal tenho tempo de ficar curiosa, pois logo ouço a porta se abrir. Um homem entra na sala pisando com firmeza e sinto minhas mãos ficarem trêmulas de repente, fazendo o chá derramar um pouco na mesa. Mas que merda, e agora? 

O homem se aproxima de mim e para bem na minha frente. Ele tem cabelos castanhos na altura da nuca, olhos penetrantes e tem uma boca linda, um físico imponente e o jeito como me olha me deixa sem fala. Uau, esse é o meu entrevistador? Será que vou conseguir falar qualquer coisa inteligente com esse homem enquanto ele me lança esse olhar sexy? Merda, é claro que não.

— Ana Caroline? — Que sotaque gostoso é esse? Americano? Minha nossa, ele tem uma voz tão sexy. É grossa e rouca, fazendo meu corpo todo se arrepiar só por ter falado meu nome. O que esse homem tem para me deixar assim? 

— Eh… Sou eu sim. Me perdoe pela bagunça, vou limpar.

Me apresso em procurar um pano ou papel pela sala, mas ele logo estende um lenço na minha direção. Sem graça, eu o pego e limpo a mesa, correndo. Depois, dobro o lenço e lhe devolvo com um sorriso tímido enquanto ele me observa de cima a baixo. Ele estava olhando para a minha bunda? Homem não perde tempo mesmo. 

— Sou Cam, o dono da empresa. Vamos começar? 

Mas que proposta é essa, Senhor Cam? Assim você me deixa sem graça... Desperto do meu delírio e caio na realidade. O próprio dono da empresa vai me entrevistar, isso significa que tenho que me sair perfeita! Eu preciso tanto de um emprego, e não consigo desviar meus olhos dos dele. Eu tenho que me concentrar! 

Ele puxa a cadeira para mim e eu volto a me sentar. Depois ele se senta na minha frente e me olha atentamente.

— Bom, Senhorita Caroline, por que se interessa em trabalhar aqui?

Eu suspiro e desvio do seu olhar por um momento, então digo:

— Sou ótima no que faço, Senhor. Sou perfeccionista no meu trabalho e seria um prazer imenso trabalhar na sua empresa, uma das melhores dessa cidade. E meus professores sempre me elogiaram pelo meu trabalho, sempre dou duro, tenho varias cartas de recomendações, como consta no meu currículo. - Sorrio para ele apos falar isso, mas Cam une seus lábios me olhando de um modo intimidador e diz.

— Hum… e se interessa em trabalhar para mim, sempre dando o seu melhor, como você disse agora a pouco? 

— Claro que sim. -- Após dizer isso, sinto minhas bochechas arderem de vergonha.

— Você somente irá fazer o que eu mandar, somente a mim, quero ver se você é mesmo habilidosa, Caroline.

Ai, caraca, não diz meu nome desse jeito… Eu estou corando, esse olhar dele me deixa… Eu nem sei como ele me deixa, na verdade. Nem consigo raciocinar. Ele sorri para mim sem desviar o olhar, ele sabe como deixar uma mulher louca em pensamentos.

— Claro, se for aprovada, eu irei. -- Custo a lhe responder, forço um sorriso ao dizer isso.

— Pois para mim já está contratada. Você começa na segunda-feira. Terá muito trabalho por aqui, por isso aproveite esse fim de semana, pois serão os seus últimos dias de sossego. Comigo você não terá descanso por um longo tempo. — Suas palavras me provocam um duplo sentido e eu apenas assinto com a cabeça. — Sexta-feira irei te ligar para marcar um almoço e iremos esclarecer como as coisas irão funcionar. Bem-vinda, Caroline.

Ele diz meu nome daquele jeito sexy e fico hipnotizada. Caramba, eu vou ficar maluca trabalhando para ele. Eu respondo com calma.

— Muito obrigada, nem sei como agradecer. Muito obrigada, Senhor.

— Por nada, eu lhe acompanho.

Cam abre a porta para mim e me guia, segurando levemente em meu antebraço. Seu toque é quente e deixa minha respiração irregular. Em poucos minutos esse homem mexeu com todos os meus sentidos, de formas que eu nunca poderia imaginar. Após chegarmos na porta de saída, ele diz:

— Até sexta, Caroline. 

Ele pisca para mim e se afasta. Logo percebo que não é só comigo, por onde ele passa as mulheres soltam uma respiração pesada. Esse homem tem várias mulheres aos seus pés e somente pelo jeito que me olhou sinto que ele vai me enlouquecer também. Fico mais uns segundos olhando para ele, Cam vira para o outro corredor e antes de o perder de vista seu olhar encontra o meu, um olhar quente como a chama, ele solta uma respiração pesada e some de vista, meu coração bate mais forte do que antes com esse olhar... Como vou conseguir trabalhar para ele se ele me deixa assim?

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