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♥ Capítulo 3♥

17:30 — Cassino. — Portevecchio.

Alessio Vecchio.

Neste exato momento, estou colocando o meu terno.

— Já está indo? Por que não fica mais um pouco? Você sempre vai embora sem se despedir. — A voz de Francisca me fez revirar os olhos.

— Você só serve para ser usada, Francisca. Não te devo nenhuma satisfação da minha vida. — Minha voz saiu como aço, cortante e cruel, a fazendo resmungar.

— Por que você é assim, Ales... — Agarrei seu pescoço com força, vendo o pânico se instalar em seus olhos.

— Não ouse dizer meu nome! Para você, é senhor Vecchio! Só porque te uso como uma qualquer que é, não significa que te dei intimidade para me chamar pelo meu nome. Na próxima vez, arranco sua língua fora. — O medo em seus olhos me deixou ainda mais satisfeito, um prazer sádico percorrendo minhas veias.

A larguei na cama como um lixo descartável, sem um pingo de compaixão. Seu silêncio era a confirmação da minha dominação, um lembrete cruel de que, neste jogo, eu era o único vencedor.

— Na próxima vez que eu te chamar para minha cama, é melhor não ter a ousadia de me chamar pelo meu nome. — Jogo algumas notas de dólares em cima dela, como se estivesse comprando sua dignidade. — Aproveite o seu dinheiro.

Saí do quarto, deixando-a em estado de choque, meu desdém era palpável, uma crueldade deliberada que ecoava por todo o ambiente. Meus seguranças estavam postados em cada lado da porta, testemunhas silenciosas da minha dominação.

— Vamos. — Caminhamos em direção às escadas do cassino, enquanto meu olhar gélido deixava claro que, naquele mundo, eu era o rei implacável, e qualquer desafio seria cruelmente esmagado.

Meu nome é Alessio Vecchio, tenho trinta e oito anos e sou conhecido pelo mundo todo. Muitos pensam que é por causa do meu sobrenome, mas estão completamente enganados. O sobrenome Vecchio é famoso no submundo pelas suas atrocidades, e eu fiz questão de torná-lo ainda mais temido.

Infelizmente, algumas gerações anteriores foram fracas, um bando de incompetentes que foram rapidamente dizimados. Fui eu quem trouxe de volta o reconhecimento desse nome, e agora, quando as pessoas ouvem "Vecchio", tremem de medo. E é exatamente isso que eu quero.

Meu pai foi um bom líder, mas como marido e pai, foi horrível. Eu tinha doze irmãos, mas apenas um sobreviveu, já que ele se recusou a se envolver com os negócios da máfia. Meu pai nos fez lutar entre nós para determinar quem seria o próximo chefe da máfia.

Eu era o segundo filho mais velho e meu pai sabia que todos os meus irmãos eram capazes. Então, nos colocou em uma missão: matar um ao outro. Nossa comunidade era imensa, e eu e meus irmãos conquistamos nossos capangas, cada um com seus próprios seguidores.

Foi uma batalha que durou um ano, desde que éramos crianças fomos obrigados a passar por um campo de treinamento, onde sofremos horrores. Meu corpo está marcado por cicatrizes, incluindo uma no lado esquerdo da minha bochecha, resultado de uma luta com meu irmão mais velho, onde lutamos até a morte. Todos os meus irmãos morreram, exceto o infeliz do Salvatore, que escapou.

Desde aquele dia, não fui o mesmo. Meu pai me parabenizou por ter conquistado o primeiro lugar, e a partir daí, aprimorei ainda mais minha vida, aprendendo todos os tipos de lutas, armamentos, técnicas de hacking e administração. Eu aprendi tudo.

Não sou alguém muito paciente. Quando ordeno algo, exijo total obediência e respeito. Não aceito um "não" como resposta; mato impiedosamente qualquer um que ouse me desafiar, e todos sabem disso. Esta é minha cidade, uma terra onde o medo é meu aliado, monitorada incessantemente, e estou de olho em tudo, em cada movimento. Muitos inimigos achavam que, por este país não ter estados, seria fácil de tomar. Mas o que encontraram foi apenas a morte, pois eu sou o soberano absoluto deste lugar.

E assim será para sempre. Não hesito em eliminar qualquer obstáculo em meu caminho. Desejo ser mais do que conhecido e temido; anseio ser uma lenda de terror que ecoará pelos séculos. Matarei indiscriminadamente para realizar esse sonho, até mesmo aqueles que ousam se chamar de meus amigos. Trairei qualquer um, sem remorso, apenas para infundir ainda mais terror no mundo. Não sou uma pessoa boa e não tenho intenção de ser. Para mim, confiança é uma moeda rara, e apenas os mais cruéis e leais conseguem conquistá-la. Durante anos, apenas os mais sádicos e cúmplices têm desfrutado de minha confiança.

Observo meu cassino repleto de pessoas, um sorriso sádico brota em meus lábios, como se estivesse apreciando um espetáculo de horror.

— É tão divertido vê-los desesperados por dinheiro. Gastam tudo o que têm. Incrível a capacidade do ser humano de se tornar um lixo qualquer. Não acham? — Olho friamente para os meus capangas atrás de mim, meu olhar cortante como uma lâmina afiada.

— Sim, senhor. — Respondem em uníssono, cientes de que qualquer deslize seria punido com severidade, o que só alimenta minha satisfação.

Descemos os degraus e o chefe que deixei encarregado deste lugar se aproxima rapidamente de mim, seu rosto transpirando nervosismo.

— Espero que o senhor tenha se divertido, chefe. — Ele falou, se referindo a Francisca, sabendo que a menção dela poderia despertar meu interesse mórbido.

— Ela já perdeu a graça para mim. Mas continua servindo para alguma coisa. — Digo com um sorriso gélido, sem um pingo de compaixão em minha expressão. — Agora, quero ouvir os relatórios. — Ordeno, e o vejo engolir em seco, sua mente já antecipando o que viria a seguir.

— Apenas o normal de sempre, senhor. Alguns jornalistas se infiltrando em busca de uma história, assim como alguns policiais. Mas já nos livramos deles.

— E os lucros? — Pergunto, sabendo que a resposta não seria satisfatória.

Percebo que ele fica bastante nervoso, seus olhos evitando os meus, sua postura tensa revelando seu medo palpável. Para mim, alguém que trabalha nessa área não deve temer nada. Mas eu gosto de inspirar medo.

— Diga logo! — Ordeno brutalmente, o assustando propositalmente, desfrutando do poder que tenho sobre ele.

— Perdemos alguns dinheiros, em torno de um milhão de dólares. — Ele murmura, e eu sinto meu sangue ferver de raiva. Agarro rapidamente seu pescoço, suspendendo-o no ar com uma força brutal.

— Como assim perderam um milhão de dólares!? Está brincando comigo!? É melhor me explicar direito! — Minha voz é como um trovão, ecoando com brutalidade pelo espaço, enquanto sua expressão de pavor só alimenta minha fúria crescente.

— A-A-Alguém roubou esse dinheiro... N-Nós não sabemos quem é ainda... Por favor...

Minha raiva cresce até um ponto insuportável.

— Eu te coloquei como chefe para ficar de olhos nas coisas! Agora perdemos um bom dinheiro que seria para pagar alguns fornecedores de drogas! — Minha raiva é imensa, minha voz ressoa com autoridade e crueldade.

— M-M-Me perdoe... — Ele gagueja, o pânico se refletindo em seus olhos.

— Eu não preciso de um inútil trabalhando para mim! — Minha mão envolta de seu pescoço, sinto a frágil estrutura se quebrar sob minha pressão, um estalo sinistro preenchendo o ar.

Jogo seu corpo já sem vida no chão, sem nenhum traço de remorso em meu olhar impiedoso.

— Encontre esse traidor e o mate da pior maneira possível! — Ordeno ao meu segurança, minha voz carregada de desprezo.

— Sim, senhor. Irei procurar agora mesmo. — Ele se afasta prontamente, conhecendo a seriedade de minhas ordens.

Os outros seguranças no local se aproximam para se livrar rapidamente do corpo, suas expressões tensas, cientes de que a falha é punida com ferocidade em meu império.

— Vamos, enquanto o Saulo investiga isso, temos que ir cobrar alguns desgraçados que me devem. Preciso recuperar esse dinheiro para pagar mais fornecedores de drogas e armas. — Minha voz é dura.

— Sim, chefe. — Meu subordinado responde.

Meu dia será longo, mas cada momento será uma oportunidade para consolidar meu poder e instilar medo naqueles que ousam cruzar o meu caminho.

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