Capítulo 3
Eliza Fitzy narrando:
Algumas semanas depois...
Minhas buscas por um novo apartamento continua, já visitei alguns prédios e não me agradei muito, as estruturas e nem os apartamentos eram do meu agrado, deu para perceber que os vizinhos também não eram tão agradáveis.
Mesmo não ficando muito no meu apartamento por conta dos meus longos plantões, quando eu estiver em casa, eu precisarei descansar, e naqueles lugares percebi que descansar seria algo impossíveis.
Então continuarei com minhas buscas.
Eram quatro da tarde quando eu saí de mais um dos meus plantões, eu iria ver mais um dos apartamentos, esse era um pouco afastado do meu trabalho, mas vi que ele é muito bem elogiado pelas pessoas que já ficaram, ou que moram lá.
Pego meu carro e ao chegar no local, vou em direção a recepcionista que estava no telefone, a mesma me pede para esperar um pouco e logo me olha sorrindo.
— Senhorita fitzy, boa tarde, o gerente do prédio já irá descer para te mostrar todo o imóvel pessoalmente. — diz ela.
Não gosto quando me chamam pelo meu sobrenome, prefiro que me chamem apenas de Eliza.
— Tudo bem. — resolvo não questionar como ela sabe que eu realmente sou uma Fitzy, minha família é muito conhecida aqui em Los Angeles e, além disso, eu tenho a fama de ser a melhor pediatra do estado.
Todo mundo me conhece.
— Senhorita Fitzy, é uma honra ter uma pessoa tão importante quanto a senhorita por aqui. — diz o homem todo sorridente.
— Olá! — falo. — estou a procura de um apartamento.
— Então eu tenho exatamente o que você precisa. — diz ele. — me acompanhe, irei mostrar alguns para você.
Assinto e sigo ele.
Ele me mostrou alguns apartamentos no terceiro e quarto andar, mas nenhum deles me agradou, então seguimos para o nono andar.
— Nesse andar temos cinco apartamentos disponíveis, você no momento terá apenas duas vizinhas, uma delas tem uma criança, mas a mesma é super comportada e não fará nada para perturbar o sossego da senhorita. — diz ele.
— Certo. — observo o andar e por algum motivo gostei muito, parece ser sossegado.
Peço para olhar os apartamentos desocupados, gostei muito de um deles, a vista era muito bonita da cidade, fora que o mesmo era super espaçoso e do jeito que eu estava procurando.
— Eu gostei desse. — falo e o homem sorri de orelha a orelha.
— Perfeito, uma das suas vizinhas mora aqui em frente, a outra um pouco mais no final do corredor, a senhorita não terá nenhum problema, e se houver algum, faremos o possível para resolver.
— Tudo bem. — falo. — Irei me mudar amanhã mesmo.
— Perfeito. — diz ele. — agora só precisamos assinar alguns documentos, se a senhorita puder me seguir, para que resolvemos logo isso.
— Claro. — sorriu seguindo ele.
Após assinar diversos documentos e tirar algumas dúvidas sobre regras do condômino, finalmente sigo em direção ao estacionamento.
Entro no meu carro e me encosto no banco, eu estava me sentindo bem, como se ali fosse realmente o lugar onde eu deveria estar.
Agora que tenho um novo apartamento, possivelmente terei outros novos problemas, não conheço minhas novas vizinhas, mas de alguma maneira estou ansiosa para conhecê-las.
Só espero me dar bem com elas.
[...]
Na manhã seguinte...
Estava eu, Marius e Cristian colocando minhas coisas da mudança em caixas.
Meus pais iriam nos ajudar, mas infelizmente meu pai teve que fazer uma viagem e minha mãe o acompanhou.
— Cuidado com isso, idiota. — falo pro Cristian quando ele começa a jogar algumas coisas minhas nas caixas.
Ele sorri começando a colocar tudo calmamente.
— Eliza, a Victoria disse que amanhã irá no seu novo apartamento te ajudar a organizar tudo. — diz Marius. — as crianças irão para o colégio, a babá da Luna irá estar de folga amanhã, então a mesma irá levar nossa filha com ela.
— Joana também, Maya irá com ela. — diz Cristian.
— Tudo bem, já estou com tanta saudade daquelas bolinhas fofas da titia. — falo lembrando das minhas sobrinhas.
Luna e Maya estão tão fofas, as duas com seus cabelinhos escuros e olhos azuis, e seus corpinhos gordinhos que me dá vontade de mordê-las.
— Maya está me deixando louco. — diz Cristian. — agora que ela começou a engatinhar, não para quieta.
— Luna está na mesma situação. — diz Marius. — eu já tenho cabelos brancos, ela quer me matar de preocupação.
Marius já tem alguns cabelos brancos, ele tem trinta e quatro anos, vai fazer trinta e cinco, alguns fios brancos já estão presentes no seu cabelo, o mesmo disse que não irá escondê-los. Victoria disse que acha super sexy, coisa que eu achei super desnecessário ela falar para mim.
— Você já tem cabelo branco há muito tempo, quem mandou sair fazendo filho. — falo. — agora está aí, velho e cheio de preocupações.
— Eu amo meus filhos. — diz meu irmão. — eles me deixam preocupado, mas eu os amo e os protejo com minha vida.
— Tenho que concordar com o Marius. — diz Cristian. — depois que tive a Maya, eu soube o que realmente era amor, eu amo Joana, ela é o amor da minha vida, mas o amor de um pai com um filho é tão incrível, é algo inexplicável.
— Acho que nunca vou entender isso. — falo fechando a caixa. — Marius, pega a fita e me ajuda a fechar a caixa.
— Você diz isso agora, mas sei que futuramente seus pensamentos irão mudar. — diz Marius pegando a fita e grudando na caixa, deixando ela fechada e segura. — quando você encontrar alguém que você realmente ame, você irá mudar, irá querer ter uma família com essa pessoa.
— Uma família é muito além de ter filhos. — falo. — posso adotar um gato e ele ser minha família.
— Isso também está certo, mas você não acha isso tudo tão solitário? — pergunta Marius.
— Eu sei muito bem o que é solidão. — diz Cristian baixinho. — tive uma fase na minha vida que era apenas eu em um apartamento querendo que meus vizinhos fizessem barulho para eu não me sentir sozinho, mas depois que conheci Joana e formei uma família com ela, minha vida melhorou muito, você não sabe o que é chegar do trabalho e ver a mulher da sua vida e sua filha te esperando para jantar… é um sentimento único, incrível.
— Eu conheço esse sentimento, todo dia quando chego em casa e vejo todos os meus filhos sentados à mesa e Victoria me esperando com um lindo sorriso no rosto. — diz Marius. — eu me sinto tão feliz.
Olho para o que eles falam e suspiro baixinho, acho que nunca vou saber o que é esse sentimento.