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Capítulo 3

Christopher

Depois do colégio, vim dar uma olhada em minha mãe no trabalho dela, vou ficar com ela hoje até as três horas da tarde, depois disso tenho treino.

Minha mãe é a típica mamãe coruja, sou filho único e por isso sou o único alvo dela, ela é especial e todos que a conhecem percebem isso logo de cara, só tem um pequeno problema:

- Não gosto daquela menina. - Ela se mete muito em minha vida.

- Mãe, a Fernanda é minha namorada, não sua. - Explico experimentando um boné novo que está em um manequim. - Quero esse boné.

- É seu, eu iria te presentear com ele hoje. - Sorri me dando um beijo na bochecha. - Se bem que você não está merecendo.

- Mãaaae! Paaara! - Peço com a voz manhosa.

- Nunca vou parar, so quando você me provar que gosta dela. - Por que isso?

- Mãe, sabe em que século estamos? Não vou esperar me apaixonar por uma garota pra começar a namorar! Eu sou homem! Sabe como é, os homens tem suas necessidades! - Zombo.

- Aff Cris, não acredito que criei um filho tão machista assim. - Bufa.

- Mãe! Mãe estou brincando! Não sabe o que é brincadeira não? - Me jogo no sofá já arrependido de ter vindo aqui.

Hoje ela esta com complexo de casamenteira, estou até prevendo os longos discursos que virão sobre eu me preparar para quando conhecer a garota especial da minha vida.

Bla bla bla.

Minha mãe é muito parecida comigo, ela tem longos cabelos escuros, olhos caramelados e cílios espessos. Divorciada, proprietária da rede de lojas "Mais que Bella", eu desconfio que ela ainda gosta do meu pai, pois hora e meia está falando dele.

Meu pai é um político, vai concorrer à prefeitura este ano, e o que acabou com o casamento deles foi a traição, meu pai traiu minha mãe à quatro anos atrás, assim que soube minha mãe o colocou para fora de casa, observação: foi ele mesmo quem contou à ela, dizendo que esteva arrependido e tals, isso faz quatro anos mesmo, ele contou duas horas depois do ato.

Isso me faz ter a certeza de que ele é um político correto.

Agora sobre meu pai e minha mãe...

Eu não me meto, na época eu fiquei bolado por meu pai ter tido essa coragem mas agora eu já superei, e espero que minha mãe também supere e siga com sua vida, porque meu pai esta seguindo com a dele.

Em sextas-feiras, essa normalmente é a minha rotina: escola, trabalho com a mãe, treino, lanchonete com o time e por fim, casa.

Na sexta-feira eu não vejo a Fernanda, à quem namoro já faz seis meses. Nao sei porque namoro ela, acho que de tanto ela insistir e eu sempre quis saber como é ter uma namorada, já que eu só ficava com as garotas e nunca namorei só uma. Esta sendo legal até, mas nada mais que legal.

Minha mãe está atendendo uma cliente especial, ela só atende as clientes especiais, clientes normais quem atende são as moças que trabalham pra ela, clientes especiais que eu falo são aquelas que compram toda semana. Enquanto isso fico fuçando meu Instagram atrás do balcão ao lado de minha mãe e sua cliente.

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Ops, a Charlotte curtiu minha foto em que estou sem camisa?

Hahaha, mas é paga pau mesmo.

Entro em minha foto e clico nas curtidas para conferir se ela curtiu mesmo.

Como eu tenho mais de vinte mil curtidas em minhas fotos, eu utilizo um aplicativo para detectar se alguém especifico curtiu ou comentou minha foto.

E, não.

A Charlotte não curtiu minha foto, ela certamente deve ter curtido sem querer e depois descurtiu.

Aham, significa que ela fuça meu perfil.

Então vou devolver o favor à ela.

Entro em seu perfil e curto a primeira foto, depois descurto.

Ela ainda não postou nenhuma foto desde ontem, sim, eu sondo as fotos dela mas idaí? É para isso que serve o Instagram, para olhar as fotos das pessoas.

- Ei, filho! - Minha mãe cochicha. - Pode atender minha norinha fazendo um favor?

Arqueio a sobrancelha.

Olho na direção em que ela está apontando discretamente (na mente dela, porque todo mundo deve estar vendo ela agitando a mão escondida).

- Charlotte? - Cochicho pra ela novamente. - Ela não é a sua norinha!

Esse é o outro problema da minha mãe, ela acha que a Charlotte é perfeita pra mim... E é isso que me tira a ilusão de que mãe sempre sabe o que é melhor pra gente.

- Ainda meu amor. - Se afasta levando sua cliente junto.

- Olá Sara, posso ajudar em alguma coisa? - Pergunto debruçado no balcão com cara de poucos amigos.

Era só o que me faltava. O quê é que a minha mãe tem na cabeça?

- Olá, gentileza! Eu não estou aqui também! - Charlotte diz revirando os olhos.

- Se não está, então por que tá falando comigo? - Pergunto me debruçando ainda mais sobre o balcão, deixando meu rosto bem perto do seu.

Adoro provocá-la.

- E por que tá respondendo? - Afasta-se alguns centímetros.

- Tecnicamente foi uma pergunta, então não te respondi. - Endireito-me.

- Não importa, você se dirigiu à minha pessoa, então foi uma...

- DÁ PRA PARAREM? - Sara diz em voz alta, chamando a atenção de todos por perto.

Sara sorri desconcertada.

- Enfim, posso ajudar em alguma coisa? - Pergunto pra Sara.

- Talvez, minha mãe pediu pra que eu viesse buscar os vestidos que ela encomendou, você pode me ajudar?

- Não, isso é com minha mãe... MÃE! - Quando dona Camilla me olha eu dou sinal para que venha.

Ela diz algo para sua cliente e então vêm.

- Olá meninas! Como estão lindas! Sara! Minha querida, como está a Luciana? E Charlotte, como estão seus pais? Sua mãe está me devendo uma visita!

- Obrigada dona Camilla! Minha mãe está com o tempo muito curto, por isso eu tive que vir buscar a encomenda dela, mas ela está ótima! - Sara diz em um sorriso educado.

Minha mãe então olha para Charlotte, aguardando sua resposta, passando a mão em seu cabelo enquanto faz isso.

Puxa saco.

- Obrigada Camilla! Minha mãe certamente lhe fará uma surpresa por esses dias, ela estava dizendo o quanto está anciosa para tomar um chá com você. - Charlotte diz sorrindo educada também.

Fingindo ser boazinha.

- Os vestidos da Luciana estão aqui desde ontem, eu não mandei entregar pois ela disse que viria buscar...

- Sim, verdade, ela queria muito vim buscar pois assim poderia olhar mais alguma coisa, adora gastar a danada, mas não conseguiu porque está em um caso importante e seu tempo esta totalmente nesse caso, e ela não queria lhe causar incômodo pedindo que você levasse, por isso pediu que eu viesse.

- Imagina, não seria incômodo algum! Aliás, querida, vocês vieram de taxi?

- Meu irmão nos trouxe, mas voltaremos de táxi. - Sara responde enquanto Charlotte morde os lábios.

Charlotte e Brian já ficaram, então aposto como Charlotte adora quando pega carona com ele.

- Negativo! O Cris levará vocês, é o mínimo que posso fazer. - O quê?

- O quê? Mãe! Eu tenho treino! - Aviso.

- Às três horas, ainda são duas! - Mesmo assim não daria tempo, mas como vou discutir com minha mãe?

- Camilla, por favor, não se incomode... - Sara.

- Eu faço questão. - Como se fosse ela quem vai levar.

- Mãe, mas... - Tento argumentar.

- Vai desobedecer a sua mãe perto de suas colegas? - Sério isso?

- Tá bom mãe, levarei elas. - Digo vencido.

- Bom menino! Meu filho não é o rapaz mais gato do universo? - Minha mãe pergunta passando as mãos em meu rosto.

- Mãe, para. - Peço muito envergonhado.

Que mico.

- O Cris é muito bonito sim, ninguém pode negar. - Sara diz sorrindo.

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