Apaixonada Pelo Meu Pior Inimigo
Resumo
Ela anda caidinha pelo cara das mensagens anônimas e não vê a hora de saber quem ele é. Desde a infância, eles se odeiam mortalmente, evitam-se no último e quando se esbarram agem como cão e gato, brigam sempre que se vêem, tudo o que eles tem em comum são seus melhores amigos, Sara, melhor amiga da mocinha, gosta de Pedro que também gosta dela, o melhor amigo do mocinho. Agora, na fase da adolescência, ambos terão de conviver diariamente por um tempo indeterminado, Sara e Pedro precisam dos dois, e nenhum dos dois vão querer deixá-los nas mãos. Venha se deliciar nessa maravilhosa história de amor e ódio entre dois jovens inexperientes que pensam saber tudo sobre a vida.
Capítulo 1
Charlotte
- Nossos me-ni-nos são demais, eles são sen-sa-ci-o-na-is! - Cantarolo feliz da vida um pedaço da nossa música de torcida.
Hoje o ensaio rendeu muito, estamos nos enforçando bastante para surpreender no próximo jogo.
- Pronto, ahhh! Como é bom estar cheirosa de novo! - Sara resmunga enchugando seus cabelos.
Acabamos de tomar um banho, aliás, estamos no lavatório feminino, e aqui está lotado de garotas, obviamente.
São nove horas e alguns minutos da manhã, nós, as meninas da torcida, estamos no colégio desde às seis horas da manhã, todas às terça e sexta-feira nós ensaiamos das seis às nove, para que no final do mês possamos representar e torcer pelo time com perfeição e novidades, e por isso nosso inspetor de alunos tem uma rixa conosco, pois é ele quem deve vir abrir a escola e supervisionar tudo.
- Sabe Sara, eu ainda não me decidi se vou com você, então por que foi que você parou de me pedir? - Questiono minha best friend enquanto visto minha saia do uniforme.
Sara revira os olhos.
- Não vêm com essa história Lóh! Você é tipo o-bri-ga-da à ir comigo. - Sara diz fazendo drama, bem típico dela.
- Você sabe mu-i-to bem QUEM eu não quero encontrar, você não poderia me pedir isso. - Respondo trancando meu armário, estou pronta. - Vai contra as regras da amizade. - Concluo.
Ela não pode mesmo me pedir isso.
Desde quando eu iria topar isso?
Sara revira os olhos novamente, mas desta vez suspirando.
- Você não é covarde, por isso irá me acompanhar depois do colégio até a Boutique Mais que Bella, não importa se a proprietária é a mãe do Cris, estamos combinadas?
- Christopher! - Corrijo bufando.
Por que ela insiste em chamá-lo de Cris?
E o mais importante, por que temos que tocar em algum assunto relacionado à ele?
Tipo, ele não merece ser mencionado em minhas conversas.
- Isso, mas, estamos combinadas? Aí depois te dou uma coxinha. - Sara ri travessa.
O quê? Como ela ousa dizer isso?
Ela já está vestida e estamos caminhando até a aula de geografia que vai começar em alguns minutos.
- Está tentando me comprar? Com coxinha? - Pergunto indignada.
- Por que eu não tentaria? Você sempre se vende por comida. - Sara diz rindo.
Hahaha, ela tem razão... Quem não se venderia por uma coxinha?
- Se me der duas coxinhas eu vou com você. - Proponho em frente à porta da sala.
- Fechado. - Sara pisca pra mim.
Ótimo, pelo menos se ela me der duas coxinhas eu vou dar uma pra ela, e assim vou poder comer uma inteira.
Assim que entramos na sala, quando estou prestes à me sentar no lugar de sempre que fica na segunda mesa da primeira fileira em frente à mesa do professor, recebo uma bolinha de papel na cabeça como uma mensagem de boas vindas, vindo de adivinha quem?
- Ai! - Reclamo de imediato. - Idiota! - Digo em sussurro para Christopher que está sentado na última mesa da fileira da porta, ele é ótimo em leitura labial.
- Obrigada. - Leio a resposta de seus lábios.
Idiota.
Também sou ótima em leitura labial.
- Vai querer que eu te passe o texto? - Sério que ela não sabe?
- Claro Sara! Não tive tempo de fazer a minha, mas fique tranquila que eu vou mudar as palavras e o professor nem vai perceber. - Pisco pra ela enquanto pego suas anotações.
- Ok.
Copiar o texto da Sara foi uma perca de tempo, no fim das contas o professor precisou faltar e a professora eventual não passou nada. NADA!
E adivinha só quem foi que aproveitou, pois é, eu mesma.
Olho para a direção do Christopher e ele está com a cabeça abaixada, será que está dormindo?
Espero que sim.
Arranco uma folha de meu caderno e escrevo em letras grandes "SOU LOUCAMENTE APAIXONADO PELA CHARLOTTE".
- Não me diga que...
- Isso mesmo Sara. - Sorrio.
Passo cola no papel disfarçadamente, e caminho até o fundo da sala como quem não quer nada, aproveitando o clima animado em que todos estão.
Pedro está ouvindo alguma coisa no celular e a única pessoa que está com a atenção no Christopher nesse momento sou eu.
Estou bem perto dele. Ele está vestindo a jaqueta do time, os meninos ficam um charme com essa jaqueta, acho que é por isso que não tiram do coro.
Com bastante cuidado eu coloco o papel em suas costas, e para isso tenho que ficar bem perto.
Huuumm... Que cheiroso.
- Ei Lóh! O que está fazendo aí com o Cris? - Alguém pergunta do meio da sala.
Droga.
- O quê? Onde? - Christopher se levanta abruptamente me fazendo quase cair para trás.
- Eu não... Eu vim aqui tirar satisfação! - Digo recompondo. - Por que foi que você me atirou papel quando cheguei?
- Se liga garota, me erre. - Arg.
- Mas é um idiota mesmo. - Reviro os olhos e ando em passos rápidos até meu lugar.
Grosso.
Paguei um mico.
Pelo menos funcionou.
Ha-ha agora você me paga, manezão.
- Você se arriscou.
- Eu sei.
- E pagou um mico.
- Eu sei! Mas vai ter um resultado satisfatório. - Gargalho e olho na direção do alvo.
Ele estava olhando pra mim, sustento o olhar por alguns segundos, mas não aguento e desvio.
Não consigo olhar diretamente nos olhos dele por tempo demais, eu começo a alucinar achando ele lindo e os olhos dele brilhantes e eu sei que ele não é nada disso.
Agora, quando ele perceber que o colégio todo viu a "mensagem" nas costas dele, com certeza vou querer olhar em seus olhos.