Capítulo 7
Três dias depois.
Os ferimentos na cabeça e nas mãos de Nydia haviam melhorado um pouco.
Sua vida era muito simples nos últimos dias, comendo e dormindo enquanto Cláudio a examinava.
Ela sabia que estava se comportando de forma anormal, mas não conseguia controlar isso. Precisava fazer mudanças e investigar o que havia acontecido no passado. Ela sabia que dormir com Cláudio tinha sido o plano de Willette, mas queria conhecer o processo específico do projeto.
O acidente repentino de seus pais também pareceu suspeito na época e, após o acidente, a maioria das pessoas preferiu manter distância dela. Somente a família Malones deu um passo à frente para adotá-la naquele momento crítico. Olhando para trás agora, ela sentia que estava sob uma enorme conspiração.
Naquele dia, Cláudio tinha um compromisso social e não voltaria para casa tão cedo.
Nydia queria aproveitar essa oportunidade para criar laços com os filhos. Quando Cláudio estava em casa, ela não tinha a chance de se aproximar deles, e os filhos também não davam muita atenção a ela.
Especialmente Rafael, que era muito hostil com ela.
Nydia carregou dois copos de leite e foi para o quarto das crianças.
As duas crianças dormiam em um quarto com duas camas pequenas. Como eram gêmeos, Cláudio planejava deixar as crianças dormir juntos até os seis anos de idade, antes de separar elas em quartos diferentes.
- Molly, Rafael, bebam seu leite. - Disse Nydia ao entrar no quarto.
Quando as crianças a viram, ficaram surpresas, mas Molly pegou o leite e se preparou para beber. Rafael imediatamente tomou o leite de sua mão e olhou para Nydia com cautela.
- Você envenenou o leite?
O rosto de Nydia ficou pálido com as palavras dele e ela sentiu uma dor no peito. Ela respirou fundo e disse seriamente a Rafael:
- Se você acha que há veneno, pode pedir ao mordomo para testá-lo!
Pedir desculpas e se sentir culpada o tempo todo não ajudaria em nada. Ela tinha que mostrar a eles com suas ações que não os machucaria mais.
Mas Rafael apenas zombou:
- Só porque não foi envenenado dessa vez, não significa que não será envenenado no futuro. Esse pode ser o seu plano!
Ele não confiava mais em Nydia.
Antes, ele ainda tinha alguma esperança de que, se se comportasse bem, a mamãe gostaria dele e o trataria bem. Então, quando a mamãe sugeriu levá-lo para brincar, ele teve algumas dúvidas, mas ainda assim a seguiu. Ele só não esperava que a mamãe fosse tão cruel!
- Rafael, eu absolutamente não planejei que você caísse no lago. Na época, eu estava distraída com outra pessoa e, quando me virei para te procurar, você já tinha caído. Eu imediatamente pulei para te salvar.
Ela sabia que Molly e Rafael eram muito inteligentes, apesar da pouca idade, especialmente Rafael, que era mais maduro e perspicaz do que o esperado para sua idade.
Ao ver a descrença de Rafael, Nydia continuou perguntando:
- Como a pessoa má fez isso? O que ele disse a você?
Assim que o incidente foi mencionado, Rafael ficou involuntariamente assustado e uma ponta de medo apareceu em seus olhos frios e sem emoção. Suas mãos agarraram com força a cadeira ao lado dele, como se ele tivesse voltado à sensação de sufocamento na água.
- Me desculpe, eu não deveria ter feito você se lembrar daquela cena! - Nydia ficou assustada com a reação de Rafael e imediatamente quis abraçá-lo, mas Rafael a afastou com força.
- Não preciso de sua falsa bondade. - Disse Rafaela friamente, com os olhos já vermelhos, mas ele teimosamente cerrou os dentes e se recusou a chorar. - Você disse que me salvou, mas por que não conseguiu me salvar?
- Aquela pessoa desprezível disse que você não me quer e disse a ele para me afogar! Por que você me odeia tanto?
Com sua frase final, Rafael rugiu de raiva, com os olhos completamente vermelhos. Ele se inclinou para frente, com as mãos cerradas em punhos, olhando diretamente para Nydia.
Nydia viu sua própria dor nos olhos lacrimejantes de Rafael. Ela viu grandes lágrimas caírem dos olhos de Rafael e respirou fundo, tentando conter suas próprias lágrimas. Seu nariz estava azedo e seus olhos estavam vermelhos.
- Rafael, antes a culpa era minha, não sua. Eu estava errado e vou mudar. Não tem problema se você não acreditar em mim agora, eu vou provar a você. - Ela mostrou a Rafael um sorriso gentil. - O leite não está envenenado, eu não envenenarei nada. - Ela falou lentamente, palavra por palavra.
Ela se levantou, mas suas pernas estavam dormentes por ter ficado agachada por muito tempo, e ela também estava se sentindo tonta. Ela tropeçou e não conseguia se manter firme.
Molly foi imediatamente ajudar Nydia.
- Mamãe, você está bem?
- Estou bem, obrigada, Molly. - Ela sorriu suavemente e estendeu a mão para tocar o cabelo de Molly.
Enquanto isso, Rafael recuou calmamente o pequeno passo que havia dado em pânico antes e fingiu que nada havia acontecido.
- Molly, venha até aqui, fique longe dela. - Rafaela puxou Molly para o seu lado.
Nydia olhou para os dois com um sorriso gentil nos lábios.
- Eu vou sair primeiro. Se vocês ainda acham que o leite é venenoso, então vão em frente e o despejem. Boa noite, meus queridos. - Ela saiu do quarto das crianças e, assim que a porta se fechou, seu sorriso não se sustentou mais. Ela se encostou na porta, com a mão esquerda segurando a parede e a mão direita cobrindo o peito, onde sentia que sua respiração estava difícil.
As palavras de Rafael continuavam se repetindo em sua mente.
Quem foi a pessoa que jogou Rafael no lago? E por que disseram que foi a mando dela?
Quando ela pulou no lago, alguém claramente segurou ela e bateu sua cabeça contra uma pedra. Caso contrário, ela não teria sido incapaz de salvar Rafael e quase morreu.
Quem queria colocar ela e seu filho em perigo?
Espere, se ela e seu filho estavam em perigo, como Rafael foi salvo?
Muitas perguntas estavam girando em sua mente, e ela queria pedir respostas aos empregados. Mas quando ela olhou para cima, encontrou um par de olhos gelados e furiosos.
- Você está de volta. - Nydia cumprimentou o olhar de Cláudio com calma.
- O que você fez? - Cláudio levou sua cadeira de rodas para mais perto dela, embora ela fosse mais alta que ele. Mas a aura opressiva que ele exalava era avassaladora.
- Eu não fiz nada. Só dei leite para as crianças. - Ela não evitou o olhar dele e permaneceu calma.
- Se lembre do que eu disse. Se algo acontecer com as crianças, você sabe as consequências. - Ameaçou Cláudio.
- Entendi. - Nydia deu a volta em Cláudio, parando para pensar que talvez fosse melhor perguntar diretamente a ele sobre o incidente do afogamento em vez de perguntar aos empregados.
- A propósito, eles pegaram a pessoa que jogou Rafael no lago?
Cláudio virou sua cadeira de rodas para encarar Nydia, com uma careta nos lábios.
- O quê? Você está com medo?