Três
Lobão
Era dia de comemoração na cúpula do CV e quando eu digo comemoração, é porque o bagulho vai ser louco, mano. Isso mesmo. Estou pra ser promovido e serei o no sub de todo CV, isso mesmo, onde tiver CV eu serei o vice geral. O morro está uma euforia só, Marcondes, o chefe geral, foi quem deu essa tremenda festa. Que massa, velho! Estamos aqui prestes a sairmos, só estou esperando a Gabi sair do quarto para podermos ir.
— Marina, você e a dona Júlia vão cuidar bem dos meus bebês, ouviram? — Maria Gabriela recomendou. — E se alguma coisa acontecer, não hesitem em me ligar, tá?
— Pode deixar, chefa — minha irmã diz, sorrindo —, mas eles não vão ter absolutamente nada. Vão lá e divirtam-se!
Nem falei nada, pois faço minhas, as palavras da minha gata. Entramos na Ferrari e pisei na lata. Logo a gente já estava na sede da cúpula. Caralho, se eu já acho minha mansão chique, imagina esse bagulho aqui? É a mansão que sonho em dar para a minha rainha.
Marcondes, o chefe de tudo, deu-me as boas-vindas, a mim e à Gabriela. Há vários chefes de morros aqui, alguns veteranos, outros nem tanto. Gabriela está vestida pra matar, hoje. Esse vestido de couro, com abertura na perna e bota de salto e cano longo, deixam a minha rainha bem mais do que uma rainha, uma deusa. Ainda mais com esse cabelão lindo que ela tem... ainda por cima está usando uma cinta liga, delícia. Só não estou gostando da maneira com que o novo chefe da Rocinha está olhando pra cá.
— O que foi, amor? — ela pergunta.
— Aquele otário. Por que aquele pau no cu não para de olhar pra cá? — falei, irritado. Não gosto que fiquem encarando a minha mulher.
— Ei, calma. Deixa esse idiota e vamos nos divertir! — novamente, Maria Gabriela me pões nos eixos.
Ficamos por ali, dançando, comendo alguns petiscos e bebendo umas. Uísque de primeira é o que não falta por aqui, além da vodca, que é simplesmente uma maravilha. Marcondes parece ter notado que eu estava ficando incomodado com alguma coisa e veio falar comigo.
— Algum problema, meu amigo? Fala, que eu resolvo agora!
— Nada, chefe. — respondi, mas voltei atrás e perguntei. — Quem é aquele cara? — assinalei com a cabeça, para o otário, que não tirava os olhos da Gabi.
— O Lino? Ele é o novo chefe da Rocinha, matou o antigo dono e tomou o lugar dele. Por que? — indagou o chefe.
— Só curiosidade mesmo.
— E por falar em curiosidade, eu quero muito falar com você. — disse ela.
— Agora?
— Pode ser.
Fiquei receoso por ter de me afastar da Gabi, não por ela, mas por causa daquele filho da puta. Então eu a chamei para mandar a real.
— Vem comigo. Vou conversar com o chefe, mas não quero te deixar sozinha.
— Olha, já disse para você não fazer nada. Lembre-se de quem você é, agora. O vice do CV, meu comandante! — ela me beijou. — Vou conversar um pouco com as meninas, pode ir.
Ela foi e eu segui até o escritório do Marcondes. Caralho, como tudo aqui é da hora!
Até lustre de cristal tem no escritório do cara. Eu nunca tinha prestado atenção antes, acredito que ele tenha feito uma reforma desde a última vez que estive aqui. Ele se sentou e pediu que eu fizesse o mesmo. Depois pegou uma garrafa de uísque, que pela cara era bem caro, e colocou uma dose em cada copo.
— Esse é um... — falei, assim que vi o rótulo.
— Isso mesmo. Glenfiddich vinte e seis anos, uma excelente opção para quem gosta de coisa boa, Lobão. — ele falou.
Puta que pariu, esse uísque custa mais de seis mil reais. Não que seja muito para mim, mas é bom estar tão perto do chefe, ele tem bom gosto e pode me ensinar tudinho, assim como o meu padrinho me ensinou tudo pra eu ser o dono do Alemão. Bebo um pequeno gole e ele começa a falar.
— Bom, Lobão. O assunto é o seguinte. Você já pode se considerar o sub de todo o comando e sendo assim... eu gostaria de marcar um dia só para eu te mostrar como funciona tudo por aqui. Tem muito que você precisa aprender, meu rapaz e eu quero deixar tudo organizado para quando você assumir o meu lugar...
O que?
— O que? — dessa vez, eu pergunto em voz alta.
— O que você ouviu, Lobão. — caralho, que ele disse isso mesmo? — Mas não vá se animando. Eu pretendo me aposentar, não estou a fim de passar meu trono apenas depois que eu morrer. Ainda quero curtir a vida sem ter que ficar me preocupando com certas coisas, sabe?!
— Entendo, chefe. Pode deixar que eu nunca vou te decepcionar.
Depois dessa, nem sei o que vou fazer. Vim aqui para receber instruções em como ser um bom sub, e saio daqui com a promessa de me tornar o novo comandante geral. É mole?
Volto para a festa e lá está minha gostosa, com um copo de uísque na mão e conversando com umas minas. Ela me viu e logo veio ao meu encontro, mas antes avisou a elas que sairia.
— E então, meu gostoso. Como foi a conversa? — ela enfiou a língua na mina boca, logo em seguida. Impressionante que ela nem parece ter parido dois filhos, do tanto que continua gostosa.
— Se continuar fazendo isso, te tiro dessa festa agora mesmo. — falo, ela sorri.
Mas parece que quanto mais eu rezo mais assombração me aparece. Estou eu cá, beijando a minha gata e então escuto:
— “Vontade de socar até as bolas!”
Olho por cima do ombro da Maria Gabriela e vejo o pau no cu com olhos parecendo farol de fusca, bem na bunda da minha mulher. Aí só se eu tiver sangue de barata.
— O que foi que tu disse, zé ruela? — perguntei. O cara de pau ainda dá uma risada de deboche. — Repete na minha cara o que tu falou, malandro!
— Qual é, maluco. Quem mandou tu ter uma mulher gostosa dessa?
Não, eu não estou ouvindo isso! Além de catar a minha gata na minha frente, o safado ainda quer pôr a culpa em mim. Tá vendo? Fiz menção em partir pra cima, eu queria mesmo era quebrar a cara dele na porrada e depois descarregar a 9mm, mas a Gabi me puxou para trás.
— Não! — ela disse. — Você deve manter a sua postura, Levi. — ela me afastou da confusão. — Você agora é o sub, o segundo na linha de sucessão e deve se comportar como um líder. Não aceite as provocações desse otário.
Quer saber? A Maria Gabriela está certa. Eu não posso deixar tanta coisa boa escapar só por causa de um idiota. Mas esse otário me paga, ele está na minha lista negra. Não devia ter olhado para a minha mulher, não devia mesmo.
Fiquei por ali e logo os outros chefes de morro, que são mais antigos, vêm me fazer companhia. Eles já me conhecem, são três e sabem que eu nunca agiria de forma violenta, não fosse por algo muito sério. Tanto eles quanto as suas mulheres, estavam comigo e com a Maria Gabriela A festa rolava. Todos dançavam curtiam, bebiam... outros usavam um pouco. Sabem como é. Melhor relaxar e deixar a festa rolar.
(….)
Gabi
Estou bem preocupada com os meus príncipes, pois além do dia do hotel fazenda eu nunca havia saído fora do Morro do Alemão desde que tive os dois. E agora parece que todo dia aparece algo pra eu fazer com o Levi, Mas, se Mari não me ligou, então é porque eles estão bem. Agora, a minha maior preocupação nesse momento é o Levi. O imbecil da Rocinha resolveu encrencar comigo e ele não está gostando. Acho melhor ficarmos só mais um pouquinho na festa e depois a gente vai embora, para evitar confusões desnecessárias. Em pensar que quase aconteceu uma, agora a pouco.
Marcondes, o chefe dos chefes, como alguns costumam chama-lo, se juntou a nós. Curioso que não vejo nenhuma das mulheres dos novos chefes de donos de morro. Por que será?
— Amor, vou ao banheiro. — digo a ele.
— Ok, mas não demore, tá?
Dou um selinho no meu amor e vou até o banheiro. Faço o que vim fazer e quando vou saindo, sinto alguém me agarrar por trás.
— Vem cá, sua gostosa. Agora eu vou enfiar meu pau todinho em você e ninguém vai poder impedir.
Droga! É o tal do Lino, que porra!
— Lino... me solta, porra! — digo a ele, com a voz alterada.
— Ou que? Vai gritar? — ele diz. — Vou tampar tua boca e não se preocupe, tu vai gostar. Melhor, tua boceta!
Desgraçado, não sabe com quem está lidando.
— Tu vai pagar caro por isso, seu filho da puta. Não vou te perdoar por tocar em mim! Ninguém toca em mim, além do meu homem!
De súbito, piso com força em um dos pés do desgraçado. Ele me solta rapidamente, o que me dá tempo de sacar a minha Glokc G27 e antes de descarregar na cara do maldito...
— Te falei que tu ia pagar por isso, filho de uma puta!
— Não...
E foi isso. Descarreguei tudo na cara do infeliz. Nunca mais ele vai tentar agarrar outra mulher à força, esse idiota. Mas o barulho dos disparos foi ouvido. E como não seria?
Não demorou para que uma aglomeração se formasse na entrada do banheiro e todos viram o defunto caído no chão, com a vaca da namorada chorando, desesperada. Vadia, não deu direito para o macho e ele acabou não dando muita sorte ao caçar fora do terreno.
— O que aconteceu aqui? — Levi veio correndo e me abraçou. — Ouw Maria Gabriela o que houve? Você fez isso?
— Fiz! Esse maldito tentou me agarrar à força! — expliquei, procurando ser bastante tranquila. — Eu não podia...
— Mentira!
O que? Era só o que me faltava. Um dono de morro me questionando.
— Eu vi quando ela deu em cima do Lino e ainda acenou para ele te seguir até o banheiro.
Essa eu não engulo. O bom é que ainda tenho uma bala sobrando na minha Glock. Disparo na altura da coxa do safado.
— Olha aqui, você me respeita, seu filho da puta! Sabe com quem está falando seu cuzão? — gritei. — Te dei uma na perna, mas se quiser levar a próxima bem no meio da sua testa... abra essa privada que você chama de boca mais uma vez?
Até as mulheres dos chefes, olharam para mim com os olhos arregalados. Comigo é assim. Não respeitou? A bala come!
Foi então que o Chefe chegou.
— Que confusão é essa aqui? Para logo com essa porra, agora mesmo! — exclamou ele. — Fala, Lobão. Que porra foi essa aqui? E por que o Lino está com a cara estourada no chão do meu banheiro?
Levi então, tomou a palavra.
— Bom, acho melhor a minha mulher explicar, ela sabe melhor como fazer isso, chefe.
— Então explica, moça! — disse o Chefe.
Contei exatamente o que havia acontecido, desde as provocações ao Levi até o Lino ter me seguido no banheiro. Disse que o safado havia me agarrado por trás e eu não tive outra alternativa senão me defender. Ainda acrescentei que atirei no outro chefe, por ele ter me desrespeitado na frente dos demais.
— Só alguns aqui — falei, olhando nos rostos de cada um — estão me chamando de mentirosa. Que eu fui quem dei em cima do desgraçado! — concluí.
— Você fez bem. Ninguém deve desrespeitar a mulher do sub. Ela deve ser respeitada tanto quando a minha mulher! — exclamou Marcondes.
— Com todo respeito, chefe. — lá se vem outro. — Não quero ser desrespeitoso, mas se ela matou o Lino, deve pagar. É essa a regra do CV, nós viramo bagunça agora!
— Assim como quem comete estupro também, ou tenta. — complementei. Que foi o que aconteceu. Esse porco — apontei para o defunto — tentou me estuprar e eu me defendi!
— Já chega! — gritou, Marcondes. — Quanto isso, as câmeras de segurança vão determinar quem está dizendo a verdade!
Que alívio. Na entrada do banheiro têm câmeras e isso vai acabar com essa bagunça.
Levi foi junto com Marcondes e os outros donos de morro, para examinarem as câmeras. Enquanto isso, as mulheres dos demais chefes me elogiou, dizendo que sou uma verdadeira rainha do morro, pois agi com força e sem descer do salto. Eu disse que havia sido treinada pelo meu Homem e que sabia me defender muito bem. Depois de um tempo, os rapazes saíram da sala de segurança.
— Bom! — disse o Chefão. — Examinamos as câmeras e vimos o quanto Lino foi covarde para com a Gabriela. — então se voltou para mim. — Você agiu bem. Defendeu a sua honra e a honra do sub por ser sua fiel. Assunto resolvido. E tirem logo essa porra do meu banheiro!
Que alívio. Mesmo sendo durona, tive medo dessas câmeras não funcionarem direito, sei lá. Mas eu também sabia que não estaria só que se talvez eu tivesse deixado o Levi dar uma boa surra no safado, essa confusão nem teria acontecido. Só que por outro lado, se o meu Levi tivesse agido, ele teria perdido credibilidade, já que um sub precisa saber como lidar com muitas coisas. Talvez eu também deva me preparar mais para ser a fiel do sub, agir da forma correta. Mas não vou pensar nisso agora. Eu quero mesmo é ir para a minha casa e ficar com os meus filhos.
— Quer ir embora? — Levi perguntou. Chega a ser assustador a forma como ele parece adivinhar o que eu penso.
— Sim! — dou uma resposta curta.
— Vou avisar ao Marcondes, daí a gente vai!
Logo Levi retorna e a gente vai para o carro. Mas algo chama a minha atenção. Um homem já de idade avançada, olha para mim. De início eu pensei que ele olhava a esmo, mas assim que chegamos perto do nosso carro, ele continuava a me olhar.
— O que foi, amor? — pergunta, Levi.
— Nada, só quero chegar logo em casa!
Entramos no carro e depois de Levi ter dado a partida, o homem seguiu olhando pra gente, até que viramos na outra rua.
***
A caminho de casa, Levi passou a mão na minha coxa, enquanto segurava o volante com a outra.
— O que foi? — pergunto-lhe. — Não me diga que já está de pau duro?
— E como estou. — ele responde. — Nossa, te ver toda poderosa daquele jeito me encheu de tesão, sabia?
— Ah, é?
Passo a minha mão por cima da calça e sinto o membro duro e pulsante. Retiro o cinto, abro o zíper da calça dele e começo a mamar gostoso aquele pau que deixa louca.
— Se concentra no volante! — digo, dando uma pausa.
Dou punhetas e mamo, ao mesmo temo. Já estou molhada só de ouvi-lo gemer. Então, com a mão que está livre, ele começa a acariciar minha xana e não dá outra. Já perto de nossa casa, Levi estaciona o carro.
— Senta aqui, vai. Senta gostoso, pois eu não vou aguentar chegar em casa. — diz ele.
— Eu também não.
Apenas afastei meu fio dental para o lado e sentei gostoso naquele pau delicioso, e começo a quicar. Delícia no banco do carro, o pau deslisando gostoso na minha boceta, que chaga a fazer um barulhinho de tão molhada que estou. Depois de nos satisfazermos, gozamos juntos.
— Aaahhsss, minha gostosa. Você me deixa louco!
— Aaaahhh, você mata, amor! — digo, suspirando. — Acho que agora dá para chegar em casa.
Terminamos o trajeto e chegamos em nossa casa. Tudo parecia tranquilo, então fomos até o quarto dos meninos e os dois estavam dormindo. Depois fomos para o quarto, para mais algumas rodadas de sexo e fechamos a noite, pegando no sono.