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Capítulo 3

Sem que eu tivesse uma resposta adequada, ele riu e continuou:

- Você só viu? É muito fácil sair por aí acusando os outros sem provas! Eu não agarrei sua bunda, ok? E minha consciência está limpa e calma. Se quiser chamar a polícia, ligue para eles. – Ele me encarou com um olhar frio.

Ok, talvez eu devesse ter investigado melhor a situação antes de acusar o cara sem provas.

No mesmo momento, a voz eletrônica avisa que o trem já está parado nos trilhos.

—Minha parada chegou! – exclamei. —Deixe a polícia para a próxima vez, com licença. – digo empurrando os passageiros para me tirarem do trem.

As portas se abrem e eu saio para ver se consigo me distrair do constrangimento das outras pessoas.

Dou um suspiro de alívio quando me afasto bastante do trem em questão. Decido olhar os mapas e quase arranco os cabelos de frustração.

Estou numa parada dez vezes mais distante que o restaurante.

Droga, daquela vez que fui pegar o carro emprestado em Austin!

Austin, meu irmão mais velho. Um anjo de pessoa, um juiz. Orgulho de meus pais e de mim. Mas falarei dele mais tarde porque agora tenho que pegar um trem.

~~

Quase uma hora depois, eu finalmente atravessava as elegantes portas da realeza alemã. Foi um grande incômodo ter que esperar um trem chegar naquela área.

Vou até a recepção, onde a Sra. Morgan está conversando com um funcionário. Me aproximo e chamo sua atenção.

— Sinto muito pela demora, realmente não planejei chegar atrasado. Se não fosse por um idiota eu não teria me metido em encrenca nem perdido o trem, mas cheguei lá. Desculpe pela demora, prometo que não acontecerá novamente! – despejo em desespero.

—Ei, acalme-se, querido. – diz ele rindo e me entregando um copo de água, que bebi de um só gole. — Você não está atrasado, você chegou na hora.

— D-chegou? – perguntei confuso.

—Sim, estava marcado para as onze.

Merda Samanta!

Devo ter ficado tão ansioso pela manhã que não deveria ter percebido que o horário havia mudado.

- Ah, claro. – sorrio sem jeito.

Mico: x Noção:

- Você está pronto para começar?

- Ah, claro! Completamente pronto! – sorrio eufórica.

Bem, foi aí que todo o inferno começou.

~~~

Quase me contorci de desespero enquanto ele quase riu da minha desgraça. Posso visualizá-lo bebendo meu sangue por um canudo.

Daniel Cooper, o menino que tanto admiro e com quem estagiarei durante seis meses, é o fenômeno do metrô. Ou melhor, o cara que acusei de ser o pervertido do metrô.

Ele lavou as mãos e caminhou em direção a mim e à Sra. Morgan. Quando ele se aproximou de mim, quase fugi, mas fiquei ali, forçando uma expressão impassível.

— É um prazer conhecê-la, senhorita. Ospino. – ele disse olhando nos meus olhos.

- O prazer é meu. – digo apertando a mão estendida.

Merda, estou tão ferrado!

— Felícia, você pode ir agora. De agora em diante serei responsável pela senhora. Ospino. – ele diz me lançando aquele olhar.

Aquele olhar de “Vou assar você, querido, e ninguém vai te salvar!”

- Boa sorte. – Felícia me deu um sorriso antes de sair e quase agarrei a perna dela para ela não me deixar sozinha.

Soltei um suspiro e resolvi encarar o animal. Ele estava com os braços cruzados olhando para mim, os olhos fechados em mim.

- EM. Ospino, sinto que te conheço de algum lugar. – começou com uma provocação explícita. — Ou eu te confundi?

-Quem sabe né? Sou muito fácil de ficar confuso. Dá para acreditar que já me confundiram com Rihanna? – soltei uma risada nervosa. — Dei autógrafos e tudo mais.

—Hm, então não deveria ser assim. Algo muito louco aconteceu comigo hoje, sabe? Uma mulher me acusou de tocar a bunda dela no metrô, acredita? – ele riu sarcasticamente. —Ele disse que ia chamar a polícia e tudo mais, me acusou com tanta convicção que fiquei até com medo que minha mão tivesse criado vida própria e não percebi. - O Rio. —E você sabe qual é a coisa mais engraçada dessa história?

— Eu adoraria saber o que é. – rio nervosamente.

— Essa pessoa se parecia muito com você. Mas existem sete bilhões de pessoas no mundo, quais são as chances de ser você, certo? – Ele riu zombeteiramente enquanto olhava para mim.

Deus sabe que não fiz nada de errado. Se não existissem pervertidos no mundo, mal-entendidos como esses não ocorreriam e pessoas inocentes como eu não teriam que passar por tamanho constrangimento.

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