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Capítulo 2

—Dói muito, estou velho! Se eu morrer antes de você se casar, não descansarei lá do outro lado. – Reviro os olhos enquanto encho uma xícara com café quente.

Gerluza é uma jovem que se recusa a parar de trabalhar. Ela tem duas filhas adultas e casadas que moram na Grécia, país onde minha babá nasceu. Ela veio para os Estados Unidos jovem em busca de novas oportunidades com o marido e, assim que chegou, trabalhou para meus avós e meus pais. Desde então, faz parte exclusivamente da família Ospino.

—Se você vai esperar que eu me case antes de morrer, vou me preparar para o funeral, pois será apenas uma perda de tempo. – digo antes de tomar um gole de café e receber outro tapa dolorido no ombro.

— Sim, você ainda vai se casar, eu sei que o mundo mudou e tudo mais, mas uma garota como você não pode ficar sozinha. – sorrio levemente.

Gerluza é o tipo de pessoa que pensa que toda mulher precisa de um homem para ela, como se fosse uma espécie de obrigação. Ela sabe o que penso e às vezes respeita isso e eu não a julgo. Ela nasceu em outros tempos e foi criada para ter esses pensamentos. Embora nem todos pensem como ela no mundo de hoje, ainda existem exceções e eu as respeito.

— Não preciso de homem para cuidar de mim, Gerluzinha. Mas obrigado por tentar, agora tenho que ir ou chegarei atrasado.

- Você já está atrasado. – ele diz com certa obviedade na voz e eu rio.

— Você poderia fingir pelo menos uma vez que sou o responsável. – digo beijando sua bochecha. — Não saia tarde. – aviso antes de abrir a porta da frente e sair do apartamento.

Desço de elevador, digo olá ao síndico, aos vizinhos fofoqueiros, até ao vizinho sexy, e até chuto o saco de algumas crianças antes de sair do condomínio.

Deixei de lado meu sedentarismo e corri na velocidade da luz para chegar ao metrô que ficava perto do meu apartamento. No caminho, continuo brincando com dois cachorrinhos e apertando as bochechas de um bebê fofo.

Levei muito tempo para entrar no trem antes que as portas se fechassem. Assim que agarrei a barra de ferro acima da minha cabeça, soltei um suspiro de alívio.

Não havia como sentar, então fiquei ali parado. Um homem chega com fones de ouvido e fica ao meu lado, parecendo distraído, mas eu simplesmente o ignoro.

A única coisa que me interessa é o meu estágio, estarei trabalhando com o Daniel Cooper! O menino deve ser tão incrível, meu sonho mais lindo. Meu maior sonho sempre foi trabalhar com alimentação, desde jovem. Mas aí desenvolvi um problema alimentar e comecei a odiar tudo relacionado a comida e demorei muito para superar essa fase e dizer foda-se o que as pessoas falavam do meu corpo já que na época eu era bem gordinho. Embora meu corpo seja atualmente considerado um corpo padrão, se eu ganhasse peso novamente, honestamente não me importaria. A pessoa feliz dentro de mim é a única coisa que importa e...por que alguém está tocando minha bunda?

Olho para o homem com fones de ouvido e ele parece ocupado com o celular. Ele olha para mim, mas depois volta sua atenção para o celular.

Suspeita.

Eu olho para o outro homem ao meu lado, ele estava tirando um caroço do nariz. Eu apenas fiz uma cara de nojo e olhei para o espaço.

Não estou louco, senti alguém agarrar minha bunda e... estou sentindo de novo.

Olho novamente para os dois homens, aquele com fones de ouvido olha para mim novamente e desvia o olhar. É quando perco a paciência.

— Você não tem vergonha, tem? – pergunto alto o suficiente para que todos os passageiros olhem para mim.

O homem com fones de ouvido olha para mim e depois olha em volta para ter certeza de que estou falando com ele. Ele tira os fones de ouvido e olha para mim.

- O que você disse? - Revirei os olhos.

— Não zombe de mim, você está esfregando minha bunda descaradamente! – o acusador. Ele fica pálido como um lençol e os passageiros causam comoção.

— Garota, você está louca? Eu nem toquei em você! - ele diz.

—Isso é o que todo mundo diz! Mas você deve saber que sei muito bem como lidar com lixo tóxico como você. – me virei para o cara do pau. — Você poderia, por favor, chamar a polícia? – Ele arregala os olhos e diz, tirando o celular do bolso.

- Ei, ei, ei! – diz o tarado, chamando minha atenção. —Como você pode ter certeza de que sou eu quando há dois homens ao seu lado? - ele me perguntou. —E olha a minha cara quando estou agarrando a bunda dos outros!

—E você tem provas de que é ele e não você? – perguntei e ele riu zombeteiramente.

—E você tem alguma prova de que fui eu?

Ok, entendi.

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