Capítulo 4
- Tudo bem, tudo bem! Fui eu, mas não é minha culpa! – Eu soltei imediatamente. — Eu estava distraído, aí senti uma mão me tocando e aí você foi o mais desconfiado. Quem suspeitaria de um cara cutucando o nariz? Eu sei que errei, não deveria ter te acusado sem provas mas foi o calor do momento, ok? Não tenho culpa se os humanos da sua espécie não honram as próprias calças e fazem as mulheres suspeitarem de todos que passam por elas! – Soltei imediatamente, deixando sair o ar.
O homem à minha frente não reage e os funcionários olham para mim.
— Ok pessoal, vocês podem voltar ao trabalho. – ele pergunta e os funcionários o obedecem. Sua atenção está em mim novamente. —Ok, você está parcialmente certo. Mas isso não significa que você deva sair por aí acusando uma pessoa inocente. Sorte sua que fui eu, e se fosse outra pessoa?
—Aí eu estaria morto, viraria grelha nas mãos de quem não sabe grelhar. – digo antes de soltar um suspiro. — Desculpe pelo mal-entendido, por favor não me demita. Sou uma jovem que luta muito e juro que isso não vai acontecer de novo! – perguntei exasperado. — Não se você não me der motivos. – falei sem pensar. Abri bem os olhos e neguei. - Quer dizer, eu não...
— Respire primeiro, garota! – diz ele olhando para mim como se eu tivesse fugido de alguma enfermaria psiquiátrica. — Não vou te demitir, mas também não vou te perdoar tão cedo.
- Que diabos! – me soltei, recebendo um olhar de repreensão. —Quero dizer, melhor que nada, chefe! Vou trabalhar duro para você, não se preocupe.
— Meu nome é Daniel, então me chame de Daniel ou Dave, como a maioria das pessoas aqui me chama. Não gosto de formalidades. – Ele explicou seriamente como um verdadeiro chefe costuma fazer.
- Tudo bem.
- Perder. Você pode ficar aqui com o pessoal que trabalha com os salgados nas primeiras semanas e depois eu te mando com o pessoal dos doces, se você se adaptar aos dois podemos trabalhar em paralelo. Bom?
- Bom.
— Ótimo, alguma dúvida?
— Sem dúvida, peça. - ele franze a testa. — Me chame de Samanta, Kiki ou algo assim. Mas você poderia, por favor, parar com essa coisa de mulher? – Ele arqueia as sobrancelhas espessas e parece pensar por um momento.
—Você se sente desconfortável com isso?
— Sim. — respondi, ganhando um pequeno sorriso que considerei malicioso.
— Ótimo, porque vou continuar chamando você de senhorita. – olhei para ele indignada.
- Isto não é justo! - Eu insisto.
—Não é justo que me acusem de assédio num trem cheio de gente quando eu não fiz nada.
Quase bufo de frustração, mas solto um suspiro, sorrindo enquanto mil e uma maldições giram em torno da minha cabeça.
- Como quiser. Por onde posso começar? - Mudança de assunto.
— Pode terminar de amassar essa massa aqui, ela ainda não chegou ao ponto certo. Então ele entregou a Ralph. – Ele apontou para a ruiva do outro lado da cozinha. — Os pedidos aparecem nesse painel. – Ele apontou para um painel de LED na parede.
Uau, realmente tecnológico.
- Bom. – aceno com a cabeça para tudo o que ele diz. Ele caminha até um armário a poucos metros de distância, tira um pacote transparente e o entrega para mim.
— Aqui está seu uniforme. – falei assim que peguei o pacote. — Você pode usar aquele cômodo e usar um dos armários para guardar suas coisas. – Continuo dizendo. — Ralph, Dora, Selena, Dayse, Richard, Candice, Leonel e Víctor. – Ele apontou para cada um me apresentando e eles fizeram uma pequena saudação. - EM. Samantha Ospino, sua nova colega. – ele me apresentou e foi minha vez de me despedir. — Agora você pode começar seu trabalho se não houver dúvidas.
- Nao nenhuma. Tudo está bem. – digo caminhando em direção àquela sala. Ao fechar a porta atrás de mim, entrei em pânico enquanto lutava contra a frustração.
Merda! Merda! Merda, Samanta!
Usei a camiseta branca junto com o chapéu com fitas laranja que quase estragou meu penteado. É por isso que fui forçado a mudar do jeito que fiz. Deixei minha bolsa em um dos armários e saí imediatamente do quarto. Lavei as mãos com álcool e me aproximei da massa que meu querido patrão vinha amassando até aquele momento e tomei seu lugar.
Sujar as mãos me acalmou! Cozinhar me acalma muito, por isso resolvi fazer gastronomia. Na verdade existem vários motivos pelos quais escolhi a gastronomia, mas são muitos.
Eu estava sorrindo para a multidão, quase esquecendo os acontecimentos recentes, quando notei Daniel Cooper olhando para mim com os braços cruzados sobre o peito.
- Que? – não resisti e perguntei.
— Estou acompanhando seu trabalho. – ele diz simplesmente.
—E você precisa continuar me olhando desse jeito?
- Perder. Você está realmente questionando minha maneira de trabalhar? – Ele perguntou, fechando os olhos novamente enquanto olhava para mim.
Está tudo bem Samantha, você consegue. Você não pode estrangulá-lo no primeiro dia. Respire garota, você é uma Deusa enviada pelos Deuses para colorir o mundo das arquibancadas tristes.
Soltei um suspiro e me forço a sorrir antes de responder:
- De maneira nenhuma. – Dirijo minha atenção para a massa.
—Você não precisa usar tanta força. – ele diz apontando para a massa.