Capítulo 3 Você estava fingindo o tempo todo
No momento seguinte, seu pulso foi agarrado com precisão por Nanci. Sophie não conseguiu se soltar e, furiosa, xingou:
— Sua puta, me solte! Eu nunca acreditei que você desistiria de tudo por vontade própria e aqui está você, roubando coisas! Você não é apenas uma órfã, mas também uma ladra!
Com um baque, Nanci empurrou Sophie para baixo, liberando três anos de ressentimento. Seu olhar era frio como gelo e, quando a encarava, carregava uma ameaça de arrepiar os ossos.
— Não estou a fim de discutir, mas se você quiser lutar, estou mais do que pronta.
— Com quem você quer brigar?
A voz de Edward, nítida e fria, causou arrepios na espinha de Nanci. Ela se virou com rigidez. Edward estava na porta, vestido com um terno preto sob medida, alto e de pernas longas. A suave luz do sol da manhã do início do verão o envolvia, mas não conseguia dissipar a aura fria que o cercava. Suas feições eram decididas e finamente esculpidas, seus olhos claros e elevados enquanto ele a olhava.
O coração de Nanci pulou uma batida. Quando Nanci pensou que ela tinha terminado, Sophie, fingindo estar magoada, falou com uma voz lamentável:
— Eu sei que você não quer se divorciar de Edward, Nanci. Se me bater faz você feliz, eu realmente não me importo...
Nanci ficou perplexa.
Elizabeth, observando a situação, colocou mais lenha na fogueira.
— Edward, se você tivesse voltado mais tarde, sua esposa poderia ter nos vencido!
A expressão de Edward ficou ainda mais sombria, uma aura intimidadora emanando dele. Ele havia acabado de terminar uma reunião e viu os papéis do divórcio em sua mesa, a assinatura bem cuidada, tão recatada e complacente quanto ela. Ele pensou no comportamento calmo e doce dela nos últimos três anos e nas manchas óbvias de lágrimas ao lado da assinatura, sentindo inadvertidamente uma pontada de compaixão.
No entanto, assim que chegou em casa, ele ouviu o tom arrogante dela. Na verdade, ela estava fingindo o tempo todo.
Nanci olhou furtivamente para ele, adivinhando rapidamente o que o homem orgulhoso estava pensando. Seus cílios se agitaram e, quando ela olhou para cima novamente, seus olhos estavam desesperados e vermelhos.
— Edward, isso não foi intencional. Foram Elizabeth e Sophie que começaram! Eu não quero me divorciar de você! Você também não quer, certo? Você voltou porque não suporta me deixar, certo? Eu sabia disso. Você não seria tão cruel!
Enquanto falava, ela enxugava as lágrimas com uma das mãos e com a outra agarrava a manga de Edward. A camisa meticulosamente passada estava agora amassada e manchada de lágrimas.
Edward olhou com nojo para a mão dela. Seu olhar gelado era como uma lâmina afiada, fazendo com que o pulso de Nanci tremesse, quase se soltando. Ela se firmou, segurando ainda mais forte e esfregando a manga com força antes de continuar:
— Edward, eu estava errada! Não vou mais interferir em seus assuntos. Não importa com quais mulheres você esteja, contanto que não as traga para casa, eu...
— Nanci! — Edward, incapaz de tolerar mais, sacudiu duramente a mão dela.
— Edward! Você não pode se deixar enganar por ela! Hoje sou eu, amanhã pode ser a mamãe! — Sophie, vendo Nanci chorando tão miseravelmente, temia que Edward pudesse reconsiderar.
Elizabeth acrescentou:
— Exatamente. A família Clarkson não tem lugar para uma megera dessas! Ela assinou os papéis do divórcio. Não deixe que ela se apegue a você!
Os dois reclamavam incessantemente, suas vozes estridentes incomodavam Edward.
Nanci ficou de lado, com a cabeça baixa em uma demonstração de fraqueza e impotência, mas internamente ela deu um sinal de positivo silencioso para a mãe e a filha.
Edward fechou os olhos, sua voz estava cansada e rouca.
— Saia, e não apareça na minha frente novamente.
— Edward...
— Enquanto eu ainda estiver falando com você civilizadamente.
Nanci mordeu o lábio inferior, com lágrimas escorrendo enquanto olhava para ele.
— Ele disse para você ir embora. Você não o ouviu? Preciso pedir que o expulsem? — A expressão animada de Elizabeth transbordava enquanto ela falava com arrogância exacerbada.
Sophie disse com um ar presunçoso:
— Nanci, oh não, Srta. Ross, não se envergonhe.
Ela não se importava mais com a bagagem. Ela só queria que Nanci fosse embora rapidamente, com medo de que Nanci mudasse de ideia.
Nanci pareceu finalmente perceber a realidade, arrastando sua mala para fora, desanimada e deprimida.
Ela estava agindo de fato e de direito.
Com medo de revelar qualquer sinal, ela ainda tinha lágrimas no rosto ao sair do portão da vila.
Foi só quando já estava fora da vizinhança que ela finalmente respirou fundo.
Foi por pouco!
Brian estava esperando há muito tempo quando viu uma figura graciosa puxando uma mala e se apressou em ir ao encontro dela.
Não muito longe dali, um Rolls Royce preto saiu lentamente do bairro, capturando a cena em sua totalidade.
Edward observou a figura que se retirava com um olhar indecifrável.
Isaac também viu e arregalou os olhos em descrença.
— Não é a Sra. Clarkson? Alguém veio buscá-la? E é um homem? Não é de se admirar que ela estivesse disposta a ir embora sem nada.
Acontece que ela já havia encontrado outro homem!
Ao pensar nisso, ele inconscientemente olhou para seu chefe.
A expressão de Edward era muito sombria, seus olhos azuis profundos brilhavam de raiva, deixando a atmosfera no carro tensa.
O motorista sentiu a vibração deprimente e disse: — Talvez seja apenas um Uber.
Isaac concordou rapidamente: — Sim, é possível!
Mas será que os motoristas do Uber agora dirigem Maybachs?
O motorista acelerou silenciosamente, tentando diminuir a distância entre os dois carros.
Eles estavam se aproximando.
Quando os dois carros passaram um pelo outro, os olhos de Isaac se iluminaram e ele falou animado sob a atmosfera pesada:
— Chefe! Eu o conheço! Ele é Brian Mathis, aluno do Sr. Ross. Ele é o atual presidente da Clínica Ross!
O olhar de Edward piscou levemente e ele ordenou em uma voz profunda: — Vire-se!
O motorista estava acelerando para que seu chefe pudesse ver melhor e, quando ouviu a ordem, já havia passado pelo melhor local para dar a volta.
Eles deram meia-volta depois de percorrerem mais cem metros, mas, a essa altura, o outro carro havia desaparecido.
A pressão envolveu o carro novamente, fazendo com que o motorista começasse a suar frio.
Edward ficou em silêncio por alguns segundos, depois falou com frieza:
— Tem certeza de que não o confundiu?
Isaac balançou a cabeça apressadamente ao responder: — Tenho 100% de certeza! Ao contrário do misteriosa Dra. Lancy, suas informações são todas públicas, inclusive suas fotos.
Enquanto falava, ele rapidamente pegou seu celular e mostrou uma foto.
— Veja, é ele.
Edward olhou para a tela atentamente por um tempo, com os lábios cerrados, sem dizer nada.
Para ser sincero, ele não havia olhado com atenção antes.
— Descubra onde ele mora e faremos uma visita a ele. Se quisermos encontrar a Dra. Lancy, Brian pode ser a chave.
Depois de uma pausa, sua voz se aprofundou. — Além disso, descubra qual é a relação entre Nanci e ele.
— Sim, Sr. Clarkson!
Enquanto isso, no carro, Brian olhou para os olhos vermelhos de Nanci, estalando a língua. — Você chorou? Está se arrependendo? Eu não esperava que você fosse assim!
— Cale a boca! — Nanci respondeu com frieza: — Eu quase me entreguei. Ainda bem que reagi rápido!
— Edward voltou? Você não disse que ele provavelmente não assinaria os papéis com você pessoalmente? — Brian ligou o carro, perguntando intrigado.
Nanci suspirou profundamente: — Quem sabe o que ele está tramando....
Ela não havia terminado a frase quando, de repente, se sentou ereta, com a voz alerta. — Acho que vi o carro do Edward!
Brian olhou para ela sem palavras. — Você deve estar brincando.
Nanci estreitou seus belos olhos, examinando cuidadosamente cada carro à vista e, depois de confirmar que todos não eram familiares, ela se inclinou lentamente para trás.
— Devo procurar um psiquiatra para você? — continuou a voz irritante.