Capítulo 4 Você não tem o direito de me dar ordens!
No dia seguinte, no Harrison Group, Stefan olhou para a pilha de arquivos em sua mesa e não pôde deixar de pensar no que havia acontecido em seu escritório na noite anterior.
Ele enviou uma mensagem para Martha, pedindo que ela entregasse os arquivos do escritório para o escritório.
Ao longo dos anos, Martha havia sido não apenas sua esposa, mas também sua assistente.
Mas ele não havia lhe dado esse trabalho por bondade; era uma maneira de humilhá-la.
Toda vez que ele a traía com outra mulher, chamava Martha para limpar a bagunça e a irritava.
Agora, Martha vestiu seu terno e levou os arquivos para a empresa.
Suprimindo suas emoções, ela levantou a mão, bateu na porta da sala do presidente e entrou. Depois de colocar os arquivos na mesa, ela não olhou para Stefan, virando-se para sair.
Stefan notou um pequeno corte na pele macia de Martha.
Ela sempre foi tão gentil com ele, mas hoje ela estava fria com ele.
Suprimindo seu mau humor, Stefan olhou para a figura dela que se retirava e gritou:
- Eu permiti que você saísse?
Martha se enrijeceu, mas não voltou atrás. Como subordinada dele, tudo o que ela podia fazer era ficar ali obedientemente.
No segundo seguinte, a voz gelada de Stefan soou atrás dela:
- Posso ajudá-la com o assunto que mencionou ontem à noite.
Martha estreitou os olhos e disse com sarcasmo:
- Ah, sim? Você quer minha medula óssea ou algo assim?
Stefan apertou os lábios, irritado com a atitude dela.
Reprimindo seu descontentamento, ele olhou friamente para as costas dela.
- Hollie está muito fraca para fazer uma cirurgia agora.
- Então é assim.
- Devo agradecê-lo por me manter viva por enquanto? - Martha zombou.
Sua zombaria fez Stefan parecer impaciente e bufar.
- Você costumava fazer esse tipo de coisa para machucá-la. Agora ela só quer sua medula óssea, não sua vida!
- Só quer minha medula óssea, não minha vida? Suas palavras foram realmente dolorosas.
Martha respirou fundo, mas não conseguiu mais conter sua raiva. Ela se virou e o encarou com firmeza. - Você sempre disse que eu costumava fazer esse tipo de coisa. Eu realmente quero saber o que eu fiz para que você me odiasse tanto? - perguntou ela.
Stefan fez uma careta:
- Você sabe muito bem o que fez.
Suas palavras atingiram Martha em cheio; não importava o quanto ela protestasse, ele não acreditaria nela de qualquer forma.
Stefan não queria continuar a falar sobre o passado com ela, pois se sentiria enojado ao vê-la negar seus erros.
- Você quer ajudar a empresa de seu pai. Eu tenho um pedido.
- Doar minha flecha óssea novamente? Embora Martha pensasse assim, ela não resistiu a perguntar:
- O que é?
- Vá ver um cliente comigo hoje à noite. Se você conseguir que o cliente assine o contrato, eu financio a empresa de seu pai.
Martha foi pega de surpresa, pois não esperava que ele cedesse de repente.
Apesar de não saber se o que ele disse era verdade, ela tinha que tentar pelo bem de seu pai.
- Está bem - respondeu Martha.
Depois de sair do escritório, Martha voltou ao seu assento sentindo as pernas fracas. Ela decidiu que iria conseguir a parceria esta noite.
Mas, assim que se sentou à sua mesa, uma pilha de arquivos foi jogada sobre ela.
A secretária de Stefan, Constance, apareceu na frente de Martha com um vestido justo e disse com arrogância:
- Separe os arquivos e entregue-os a mim em 30 minutos.
Martha franziu as sobrancelhas e disse:
- Isso é muito trabalho. Vou levar pelo menos duas horas.
- Isso é problema seu. Se eu não conseguir ver os arquivos confidenciais em 30 minutos, você será responsabilizada por atrasar a cooperação do Sr. Harrison.
Constance olhou para ela com uma cara séria e um olhar de zombaria.
Martha olhou para a secretária à sua frente, que tinha tido um caso com Stefan, e cravou as unhas na palma da mão.
Nos últimos três anos, embora todos os funcionários soubessem que Martha era a esposa e assistente de Stefan, todos eles dificultavam as coisas para ela porque sabiam que Stefan não a amava.
Martha estava farta de receber tratamento injusto e não queria continuar a tolerá-lo.
Ela se levantou, pegou os arquivos e os jogou no chão na presença de Constance.
- Esse não é o meu trabalho. Você não tem o direito de me dar ordens.
Sem verificar o olhar chocado de Constance, ela se afastou.
[O banheiro feminino]
Martha jogou a água fria no rosto, tentando se manter sóbria.
Ao olhar para o seu reflexo no espelho, Martha podia ver a solidão e o desamparo gravados em seu rosto.
Ela se perguntou quanto tempo mais conseguiria aguentar.
Mais tarde naquela noite, Stefan levou Martha a uma casa noturna com uma porta dourada decorada com pedras preciosas coloridas que refletiam a luz no piso de mármore branco.
Ao entrar, Martha percebeu que estava deslocada em meio a todo aquele brilho e glamour.
Um leve sorriso surgiu nos cantos de sua boca quando ela se lembrou de que estava ali apenas para estabelecer uma parceria com um cliente.
Não muito longe dela, Rhys Williams estava flertando com duas celebridades. Ao ver a mulher ao lado de Stefan, ele estreitou o olhar.
Embora Martha usasse um terno de negócios simples, seu rosto bonito chamava a atenção.
Rhys foi em direção a eles e cumprimentou Stefan:
- Sr. Harrison, faz muito tempo.
- De fato. Como estão as coisas, Sr. Williams?
Com um sorriso profissional, Martha olhou para o homem à sua frente.
Vestido com uma camisa vermelha e calça preta, ele parecia muito boêmio, mas elegante em todos os seus gestos.
Ao notar o olhar de Rhys para Martha, Stefan mostrou um sorriso de triunfo.
- Sr. Williams, quanto ao projeto de cooperação de terras da City West, você tem tempo para discuti-lo agora?
- Sr. Harrison, estou ansioso para trabalhar com o senhor, de fato. Infelizmente, outra pessoa me ofereceu condições melhores - respondeu Rhys com um sorriso, levantando uma sobrancelha.
Como empresário, ele não tinha motivos para rejeitar lucros altos.
Stefan manteve a calma com um leve sorriso.
- Eu não esperava por isso. Por favor, me desculpe.
Ele estava prestes a se afastar e Martha o seguiu apressadamente. Entretanto, Stefan sussurrou para ela sem se virar:
- Suspire o acordo com ele para minha companhia. Então concordarei com seu pedido.
Martha olhou subconscientemente para ele e viu determinação em seus olhos, o que fez seu coração pular uma batida.
Ela se virou para verificar Rhys, que estava olhando para ela com um olhar intenso, como se ela fosse sua presa.
Sentindo-se em pânico com o olhar dele, Martha agarrou o braço de Stefan com força.
- Se você não me ajudar, eu não ajudarei seu pai - acrescentou Stefan, de forma cruel.
Ignorando seu olhar implorante, ele afastou a mão dela e saiu da boate sem olhar para trás.
Martha se sentiu impotente ao ver a figura dele se retirando e desaparecendo ao longe.
Era uma troca. Será que Stefan queria que ela trocasse seu corpo pela parceria?
Arqueando uma sobrancelha, Rhys se aproximou e olhou para ela com interesse.
- Senhorita, posso saber seu nome, por favor?
Martha olhou para o homem sedutor atordoada. Pressionando os lábios, ela não respondeu.
Vendo a relutância dela, Rhys levantou a sobrancelha novamente. Era a primeira vez que ele via uma mulher que o ignorava. O sorriso ainda estava em seus lábios quando ele disse: - Já que você está aqui, por que não relaxar e se divertir?
Enquanto falava, ele passou o braço em volta da cintura dela e a forçou a se aproximar dele.
Percebendo sua verdadeira intenção, Martha estendeu a mão para afastá-lo, mas Rhys não se mexeu.
No segundo seguinte, ela o sentiu apertar ainda mais a cintura dela.
Pensando em seu pai, Martha cerrou os dentes para suportar a situação.
Ela olhou em volta para a picape sem se debater novamente. Ela não queria irritar esse homem ou arruinar a chance de falar sobre cooperação.
Meia hora depois.
Stefan voltou para a Harrison Villa. Observando o relógio na parede, ele ficou cada vez mais impaciente.
Esta noite, ela voltará?
Ele puxou a gravata com irritação. Ele mesmo havia levado Martha até lá, mas o fato de ela voltar ou não não era da conta dele, disse a si mesmo.
Até tarde da noite...
Martha ficou pacientemente com Rhys até o fim do jantar.
Do lado de fora da boate, atordoada, ela se perguntava o que aconteceria em seguida.
Rhys pareceu ler sua mente. Ele deu um sorriso malicioso e perguntou:
- Você ainda não terminou seu trabalho. Quer ir para casa?
- Você vai...
- Volte para o meu quarto. Vamos conversar.
Pelo sorriso hostil, ela percebeu que ele tinha segundas intenções. Sem esperar pela resposta dela, Rhys a envolveu com os braços e a conduziu até o quarto que havia sido registrado há muito tempo.
Depois de entrar no quarto, Martha se sentiu desconfortável e ficou de olho em Rhys.
Rhys parou no meio do caminho. Quando olhou para trás, ele a viu encolhida em um canto com um olhar tenso enquanto apertava a bainha da saia.
Ao ver como ela parecia assustada, o sorriso de Rhys se alargou maliciosamente. - Estou parecendo uma fera?
- Não... Não parece.
Martha balançou a cabeça enquanto forçava um sorriso. No entanto, sua expressão rígida mostrava o quanto ela se sentia desconfortável.
Rhys percebeu a rejeição nos olhos dela, mas não queria largar a presa que havia caído em seu colo.
Ele foi em direção a ela, estendeu a mão e a encurralou contra a parede.
- Está uma noite tão maravilhosa - disse ele com astúcia.
- Não seria uma pena não fazer nada?