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Capítulo 3 O amor dela por ele se esgotou

Seu sussurro desesperado chocou Melissa.

- Do que você está falando, Martha? Você...

Martha a interrompeu com determinação.

- Nada. Eu não amo mais o Stefan. Não quero mais me apegar a ele.

Ela não queria que Melissa soubesse que tinha câncer no sangue, ou ficaria preocupada.

Melissa deu de ombros, resignada. Ninguém poderia ajudar Martha com sua vida amorosa ou com seu casamento, então ela mudou de assunto e se concentrou na amante cruel.

- Hollie é uma vagabunda. Sua mãe morreu para salvar a vida dela. Mas o que ela fez em troca? Mordeu a mão que a alimentava. Que mulher ingrata!

Melissa mencionou, sem querer, a falecida mãe de Martha, fazendo com que as lembranças do passado voltassem à tona, enquanto ela baixava os olhos e sentia um aperto no peito.

A família Doyle saiu de férias para uma cidade litorânea três anos depois que Hollie foi acolhida.

Enquanto nadava no mar, Hollie quase se afogou quando seu anel de natação quebrou. A mãe de Martha nadou para salvar Hollie, mas acabou perdendo a própria vida.

Martha costumava culpar Hollie por isso, mas, no fundo, sabia que a culpa não era inteiramente de Hollie - embora ainda sentisse pena do que aconteceu com a mãe delas todos aqueles anos atrás.

Fazia muitos anos. Sempre que Martha se lembrava disso, seu coração se contraía de dor.

...

Martha voltou para a casa dos Harrison à noite.

Ao ver a luz no escritório, ela sabia que Stefan tinha voltado para casa.

Ela respirou fundo, foi até a porta e bateu nela.

- Entre. - Sua voz fria soou.

O coração de Martha estava agitado quando ela abriu a porta e entrou.

Stefan levantou a cabeça para olhá-la antes de continuar a ler o documento em suas mãos. - Qual é o problema? - perguntou ele com indiferença.

- O Grupo Doyle está em crise - disse Martha, com a voz um pouco trêmula.

- Você pode ajudá-lo financeiramente?

Martha olhou para seus chinelos e pôde sentir claramente o suor escorrendo de sua mão.

Um momento depois, ele respondeu friamente:

- Claro que posso. Desde que você doe sua medula óssea para a Hollie, eu doarei.

- Hollie novamente.

O raio de esperança no coração de Martha desapareceu imediatamente. Seu coração se partiu em pedaços.

Ao se lembrar do que havia acontecido à tarde, ela mordeu o lábio. Com ódio e raiva em seus olhos, ela levantou a cabeça para olhar diretamente para o homem à sua frente.

- Impossível!, ela cuspiu, - Você está sonhando se acha que eu farei isso.

- Impossível?

Os lábios de Stefan se curvaram ligeiramente enquanto ele olhava de soslaio para Martha.

- Então você não tem utilidade para mim.

- Uso?

Será que ele só se importava com a utilidade dela para ele?

- Stefan, mesmo que você me odeie e me odeie, você não deveria dar as costas ao Grupo Doyle. O tio Frank e meu pai eram amigos íntimos. Se ele ainda estivesse vivo, ele iria...

Antes que Martha terminasse suas palavras, Stefan fez uma careta para ela, pensando que ela o estava ameaçando com o pai.

No segundo seguinte, ele levantou a mão. Os papéis em sua mão se espalharam e voaram para cima. Martha estava em frente à escrivaninha. Quando os papéis foram jogados em sua direção, ela não se esquivou. A borda de um pedaço de papel raspou em sua bochecha.

Martha franziu a testa de dor enquanto cobria o ferimento em sua pele. Ela não acreditava que Stefan tivesse feito isso de propósito, mas a dor era real, mesmo assim.

Ao ver os papéis espalhados, Martha cerrou os dentes para manter a calma.

Ao ver o ferimento em sua bochecha, Stefan ficou um pouco surpreso.

No segundo seguinte, a indiferença familiar voltou aos seus olhos.

Ao vê-lo parar de falar com ela, Martha se afastou com um sorriso de autodepreciação.

...

Ela voltou para seu quarto e trancou a porta por dentro. Encostada na porta, ela se agachou, com uma dor surda crescendo em seu coração.

- Abra a porta!

A voz firme de Stefan soou do lado de fora, fazendo o corpo esguio de Martha tremer.

Ele não estava disposto a se divorciar ou ajudá-la, então ela também podia dizer não ao pedido dele.

Stefan não obteve resposta e descobriu que a porta havia sido trancada por dentro, e o ar ao redor de Stefan ficou cada vez mais frio.

Martha, você está ficando mais ousada. Agora até se atreve a me trancar do lado de fora!

Carrancudo, quando estava prestes a pedir a um criado que abrisse a porta com um chute, seu telefone tocou.

Seu rosto se suavizou ligeiramente quando ele viu o identificador de chamadas.

- O que há de errado, Hollie?

Martha o ouviu falando com Hollie ao telefone, prendendo a respiração.

- OK. Fique aí. Logo estarei aí.

Em seguida, seus passos ansiosos soaram e logo desapareceram.

Martha não pôde deixar de sentir uma pontada de expectativa ao abrir a porta para ver se Stefan ainda estava no corredor. Mas a porta estava vazia.

- Ainda não sou páreo para ela - ela murmurou para si mesma, zombando de si mesma, enquanto olhava fixamente para as escadas.

Quando Stefan chegou à casa de Hollie, era meia hora mais tarde.

Hollie usava um vestido preto, deitou-se no sofá e fingiu estar fraca enquanto olhava para o homem que entrava.

- Stefan, eu... Eu me senti fraca agora mesmo e pensei que fosse morrer. Achei que nunca mais veria você.

Enquanto falava, as lágrimas escorriam por seu rosto, fazendo com que ela parecesse mais lamentável.

- Você vai ficar bem.

Com as sobrancelhas franzidas, Stefan se sentou na beirada do sofá, segurando-a nos braços.

Ele pegou o copo de água na mesa, pegou o remédio para câncer e a alimentou gentilmente.

Hollie cooperativamente abriu a boca com um olhar doloroso, como se o comprimido fosse muito amargo.

Mas, na verdade, ela sabia melhor do que ninguém que se tratava de um comprimido de vitamina.

- Não pense muito, Hollie. Você deveria descansar mais.

Stefan acariciou gentilmente seus cabelos, pegou-a no colo e a levou para a cama.

Hollie puxou gentilmente o pulso dele e perguntou em um tom fraco: - Você pode... ficar aqui esta noite?

Ao vê-la assim, Stefan ficou atônito por um momento.

Ele se lembrou que Martha estava pálida enquanto conversava com ele no escritório. O papel cortou sua bochecha. Ele se perguntou se ela havia aplicado alguma pomada e se teria ficado alguma cicatriz.

Quando Stefan percebeu que estava pensando em Martha, suas pupilas se contraíram.

O fato de haver uma cicatriz na bochecha dela não deveria ter nada a ver com ele!

Franzindo ligeiramente a testa, ele parecia irritado e impaciente.

Ao ver a expressão dele, Hollie não se atreveu a fazer nenhuma suposição, mas só pôde fingir que o olhava apreensiva e perguntar timidamente:

- Stefan, você se apaixonou por Martha?

- Não- , negou Stefan com firmeza, seus olhos brilhando com um olhar estranho.

Hollie deu um suspiro de alívio e o puxou para perto dela na cama.

Ela se inclinou em seus braços e sua voz fraca soou novamente:

- Martha costumava me intimidar quando éramos jovens, mas por tantos anos, ela o amou profundamente. Se... Se eu realmente morrer, espero que você e ela...

Ela se interrompeu e tossiu ferozmente.

- Ahem. Ahem.

Stefan apertou os lábios finos, com a repulsa por Martha surgindo em seu peito novamente.

Suprimindo sua irritação, ele olhou gentilmente para Hollie.

- Não se preocupe, Hollie. Terei alguém para curá-la, com certeza. Você é a única pessoa que importa para mim.

Stefan conheceu Martha primeiro. Naquela época, ele era jovem e ingênuo, por isso achava que Martha era calma e bondosa.

No entanto, depois de ver Hollie e saber que seus ferimentos eram causados pelos espancamentos de Martha, ele deixou de gostar de Martha e passou a detestá-la mais.

A ternura encheu seus olhos. Ele sempre foi grato a Hollie.

- Hollie, quando eu estava nos momentos mais dolorosos da minha vida, você me acompanhou e me animou com a perda da minha família.

Stefan nunca se esqueceria de seu amor e cuidado durante aquele período.

Suas palavras fizeram Hollie ter sentimentos mistos de culpa e medo.

Se Stefan soubesse a verdade um dia...

No segundo seguinte, ela decidiu mantê-lo aqui, pensando que esta noite era a melhor oportunidade.

Hollie levantou a cabeça e se ofereceu para beijar seus lábios finos.

Stefan abaixou a cabeça e a beijou de volta.

Hollie estava excitada e queria mais. Quando ela tentou desabotoar a camisa dele, Stefan segurou seu pulso.

- Você não me quer?

- Hollie, você está doente agora.

O rosto de Hollie estava sombrio, pensando que era uma desculpa dele. Relutante em aceitar a realidade, ela o beijou novamente, mas Stefan a pressionou de volta na cama.

- Vá dormir. Eu vou cuidar de você.

Ao ver a determinação em seus olhos, Hollie ficou com raiva, mas não ousou forçá-lo.

Ela tinha que esconder a relutância em seus olhos e parar de se mexer.

...

Do outro lado, Martha se encolheu no canto da cama macia, ouvindo a garoa do lado de fora da janela.

Logo, tornou-se uma chuva torrencial, lembrando-a da noite de 10 anos atrás.

Naquele ano, ela tinha 14 anos e Stefan tinha 18 anos. Os pais dele faleceram após um acidente de carro. Ele se ajoelhou no cemitério por uma noite inteira e ficou doente.

Naquela época, ele não queria ver ninguém, mas se trancou no quarto, entregando-se à frustração.

Martha usava uma máscara, consolando-o e cuidando dele todos os dias até que ele finalmente se animou.

Pensando nisso, Martha percebeu como havia sido tola todos aqueles anos atrás.

Depois que Stefan se recompôs, ele foi para a mansão Doyle, abraçou Hollie e confessou seus sentimentos a ela.

Foi uma cena que Martha jamais esqueceria.

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