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Capítulo Três Continua

Parte 2...

— Não está bom de compras? Acho que já nos viram bastante.

— Vamos almoçar – ele pegou sua mão — Para que fique tudo certo, vou ter que falar com seus pais.

— O que? Mas para que? - ela engoliu em seco.

— Quando as fofocas começarem vão dar um jeito de entrar em contato com eles e precisamos ter a mesma versão da história - explicou.

“Ai, meu Deus”.

— E o que vamos dizer?

— Marque um encontro com sua família e eu resolvo isso.

Como ela faria agora? Precisava urgente falar com a irmã sobre isso. Ele insistia em falar com a família. Seu pai estava enrolado com a outra e sua mãe deprimida com os problemas.

Seria difícil que eles se juntassem para ouvir o que ele tinha a dizer. No máximo a mãe poderia aceitar, mas teriam que ter cuidado.

— Vou ver o que posso fazer.

— Quero que seja hoje à noite.

Ela quase travou.

— Meu pai não está na cidade - inventou depressa.

— Não faz mal. Falarei com sua mãe e irmã. Marque o horário.

Pronto. Agora ela havia travado. Ele parou e a encarou.

— O que foi?

— Não vou prometer nada - respondeu insegura.

— Tenho certeza de que conseguirá.

Eles almoçaram em um restaurante muito frequentado. Várias pessoas viraram a cabeça para olhar quando eles entraram de mãos dadas e ela viu uma mulher tirando fotos com o celular.

Igor foi muito educado, mas ela não conseguia relaxar. Pensava no que diria a mãe, mas ele mesmo deu a ideia.

— Isso é comum hoje em dia. Várias pessoas se conhecem assim e se você não quer que sua família saiba que vai se casar por dinheiro, o melhor é isso.

— Mas dizer que nos conhecemos em um aplicativo pra celular? É estranho - ela fez uma careta duvidosa.

— Nada disso, hoje é comum. Nos conectamos, conversamos e acabamos nos apaixonando. Assim não ofende sua família.

— Pode ser – suspirou preocupada.

Se a mãe caísse nessa seria muito melhor do que revelar a verdade. Seu pai com certeza compraria a ideia, até porque ele agora estava mais interessado em seu novo casamento e pouco se importava em como as filhas encontravam seus parceiros.

********** *********

Alana não gostou de saber que Igor iria à casa delas falar com a mãe. Achou um erro e não queria estar presente.

— Não sei porque isso? Eu não vou ficar aqui, ele não pode saber que somos gêmeas. Vai acabar dando merda, Aline.

— Eu sei disso, mas ele insistiu - roeu a unha.

— Você é uma tonta mesmo – disse com raiva.

— Engraçado... Você me meteu nisso e ainda fica com raiva de mim? Que pensamento egoísta você tem, Alana.

— Porque você não sabe como enrolar um homem – deu um tapinha nela — É tão fácil e você fica se batendo - torceu a boca.

— Ele vai mentir pra mamãe para justificar esse casamento repentino. Acho que é melhor mesmo. Não gosto de mentir pra ela, mas agora não tem jeito - disse preocupada.

Alana ainda reclamou que ela poderia enganar Igor muito mais fácil se apenas transasse logo com ele, mas Aline rebateu. Ela não estava se sentindo preparada para isso. Sabia que estava incluído no contrato, mas ainda assim era difícil.

********** *********

Na hora marcada Igor apareceu. Deu uma olhada geral no pequeno apartamento, mas foi tão simpático e gentil com sua mãe que logo ela se encantou por ele e ficou feliz com a história inventada.

O medo maior de aline era ela não mencionar que era gêmea de Alana. Se ele soubesse disso agora talvez desconfiasse.

— Fico feliz que estão juntos, mas confesso que é estranho para mim essa coisa de casar tão rápido se vocês se conheceram pela internet - ela disse achando muito moderno esse modo de se conhecer.

— Realmente, mas eu não poderia deixar que Aline escapasse de mim – olhou carinhoso para ela — Foi uma sorte tê-la encontrado.

Ele mentia com perfeição enquanto ela ficava gelada com medo da verdade sair. Apertava os dedos com força.

— Só acho uma pena vocês terem que viajar logo e não vão fazer um casamento na igreja.

— Infelizmente agora não será possível, devido meus compromissos. Mas isso será feito logo - ele prometeu.

Anabel pareceu acreditar no que ele dizia e passaram o resto do tempo falando de outras coisas, inclusive sobre a infância dela, mas nada foi dito sobre Alana ser sua gêmea, o que foi um alívio.

— Bem, agora preciso ir. Foi muito bom conhecê-la - ele sorriu e beijou Anabel no rosto duas vezes —Podemos falar lá embaixo? – se despediu de Anabel com um aceno.

Igor queria que ela fosse para o apartamento com ele, mas não estava com vontade de ficar à sós de novo e disse não poder por causa da mãe. Era a única desculpa que tinha no momento.

— Agora ela vai me encher de perguntas depois que você sair.

— E voce só tem que confirmar o que eu disse - deu de ombro.

— Bem, se não há outro jeito – torceu a boca — Mas você não deveria ter dito que não vou poder viajar para ver minha mãe no início do casamento - cruzou os braços.

— Acho melhor você reler o contrato. Está claro que deve estar disponível para mim após o casamento - falou de modo seco.

Ela não gostou muito, mas não tinha saída. Já estava envolvida demais. Ele se despediu com um beijo desnecessário, já que a mãe estava lá em cima. Ninguém veria o beijo.

Como sabia que Alana iria dar outra recaída ao ver tudo o que compraram, escondeu as bolsas e sacolas no guarda-roupa e trancou. A irmã tinha a mente muito instável.

Ficou pensando em como seria ser a esposa dele de verdade. Era muito mandão e arrogante, mas às vezes era carinhoso, como na hora em que fingiu para sua mãe. Ficou com uma sensação estranha na mente.

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