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Capítulo Cinco

Parte 1...

Chegaram em Roma no início da noite. Uma vantagem de ter seu avião particular é não perder tempo. Roma era um museu a céu aberto e isso a distraiu de sua situação atual e dos problemas que poderiam surgir.

Ficou encantada com tudo o que via, não sabia para que lado olhar de tanta coisa diferente, clássica e bonita. As ruas eram cheias de gente e o barulho era diferente do que estava acostumada.

— Esta é a Via Nazionale – segurou sua mão enquanto o carro percorria o caminho — Vai ter a chance de passear pelos lugares maravilhosos da cidade.

— A cidade eterna – ela disse num suspiro.

— Sabe a história de Roma? – ficou surpreso feliz com o comentário.

— Um pouco. Vou poder sair quando quiser?

Ela se empolgou com o que via e adoraria poder andar por aqueles lugares, conhecer mais, visitar museus.

— Não é uma prisioneira – ele franziu a testa — É minha esposa. Claro que terá liberdade para fazer o que quiser.

_ Eu adoraria me perder nas ruas cheias de história de Roma.

— Fique à vontade, mas... Antes você vai se perder em meus braços – disse encarando-a.

Aline só conseguiu sorrir de leve. Até ficou levemente arrepiada ao ouvir isso.

No quarto do hotel ela aproveitou enquanto Igor estava ao telefone e ligou para a mãe para avisar que haviam chegado bem e também para falar com Alana. Ficou aborrecida e magoada pela pressa que a irmã teve ao falar.

Estava se sacrificando para salvá-la de um grande problema e ela não lhe dava atenção. Era mais uma demonstração de seu pouco caso com outras pessoas, mesmo sendo sua família.

Se não fosse a questão maior dela também acabar tendo que pagar por um erro grave, talvez mesmo com a mãe ficando triste, não teria entrado nessa.

— Estou ocupada. Tenho que organizar meu casamento.

— E eu preciso de sua ajuda, Alana – reclamou _ Ele quer transar comigo hoje – falava baixo — E agora, o que faço?

— Claro – gargalhou — Se é sua lua-de-mel sua tonta. Deixe de ser fresca com essa questão e apenas transe com ele.

— Ah, que simples não é mesmo?

Igor entrou na suíte e ficou observando-a ao celular.

Era muito bonita, até parecia mais jovem pessoalmente. Não esperava que tivesse um jeito tão calmo de falar e seu sorriso era encantador. Com certeza os avós iriam gostar dela.

Se tivesse tido a ideia de pagar por uma esposa e por um filho, não teria perdido tempo com Katiana e suas mentiras. Estava no lucro porque no final de um ano a mandaria embora, teria seu filho e muita diversão na cama. Até que não era algo tão absurdo assim. Só não podia deixar que a imprensa soubesse disso.

Seus olhares se encontraram e ela ficou tensa. Do outro lado Alana ria enquanto descrevia o que um homem gosta na cama, sugerindo que ela aproveitasse bastante ou que fingisse gostar, caso ele fosse ruim de cama.

— Você só tem que gemer e dar uns gritinhos. São todos iguais - ela falava como se fosse algo banal — Mexe o corpo, fecha os olhos e deixa correr.

— Vou desligar agora mãe –ela disfarçou — Um beijo.

— Aproveita sua tonta, eu iria aproveitar e muito – gargalhou e desligou.

Igor se aproximou e a sentiu retesar o corpo.

— Tudo bem?

— Sim – ela forçou um sorriso — Só liguei mesmo para avisar que cheguei bem. Ela fica preocupada.

— Fez bem, isso é o certo – sentou ao lado dela na cama — Eu também avisei aos meus avós que iremos até a casa deles. Estão ansiosos para conhecê-la. Seja gentil com eles.

Aline se chateou com a recomendação. Não era necessário;

— Eu sempre fui gentil e educada com todos – ela apertou os lábios — Se merecerem, é claro.

— Sei que será. Eu paguei por isso – ele rebateu — Só aviso porque sei que os dois irão te encher de perguntas, especialmente minha avó. Ela é muito curiosa. Talvez você tenha que mentir sobre suas habilidades domésticas. Ela está velha e espera ainda que as mulheres de hoje saibam fazer algo de útil em uma casa, como ela fazia.

— Eu não preciso mentir sobre isso – jogou o cabelo para trás — Sei mesmo fazer muitas coisas, inclusive cozinhar, bordar, pintar e sempre cuidei bem da casa de meus pais. Nunca fui uma inútil!

Ele se surpreendeu com a resposta que parecia sincera.

— Sendo assim, ponto para você – ele riu surpreso — Talvez até ganhe um bônus se conseguir convencer os dois.

— Não é necessário isso – disse séria — Posso e sei ser educada com os outros. Estou com fome - soltou nervosa.

— Eu também estou – a devorou com os olhos.

— De comida – ela fez uma cara engraçada.

O rosto bonito dele a fazia lembrar dos beijos no avião e seu coração acelerou de novo. Talvez também não precisasse fingir como a irmã dissera. Estava atraída por ele. Era até engraçado como ele a deixava sem graça e até um pouco tímida, sem nem mesmo fazer muita coisa, apenas falar.

Igor estava em dúvida sobre as contradições entre o que Orlando lhe relatara sobre ela e essa que agora era sua mulher, sentada ao seu lado. Talvez fosse uma ótima mentirosa e teria que ter cuidado.

Mas não iria se preocupar agora, deixaria o tempo correr. Estava atraído por ela e a queria em seus braços. Depois de uns dias curtindo sua nova amante poderia engravidá-la e deixar o plano correr. Não seria tão difícil.

— Vem aqui – puxou-a para um beijo e sentiu seu corpo dar uma leve tremida. Não foi um beijo demorado — Sei que você está sem jeito, mas parece até uma virgem assim.

Ela arregalou os olhos. Estava desconfortável com a situação.

— O casamento é para agradar sua família, não é?

— Também – ele franziu os olhos.

— Não precisa realmente ter envolvimento sexual entre nós – disse nervosa — Se é tudo apenas uma encenação para que fiquem bem, podemos fingir essa parte também e pronto.

Autora Ninha Cardoso.

* Está gostando do romance? Só posso saber se você comentar. Obrigada por estar comigo.

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