Capítulo 5 Fred Mayer
Olhando dela para mim, um deles perguntou:
— Essa é sua noiva? — Sophia se levantou de um salto, quase caindo da cadeira, mas conseguiu se recompor rapidamente e agarrou meu pescoço dizendo que era minha noiva.
— Essa é minha noiva, Sophia.
— Noiva dele — repetiu rindo.
— Desculpe o jeito da minha noiva, Sophia é fraca para bebida, saímos para comemorar e depois de um copo ficou assim. — Então um cochichou para o outro e pude ouvir o nome de um deles. "Luiz" é o senhor que Ian conversou, mas não entendi o que cochichavam. O que entendi ser o Luiz, apenas me olhou e falou:
— Tudo bem, vamos logo com isso.
— Luiz, vamos nos sentar ali! — Ele me olhou assustado quando falei seu nome e indicando o local, mas não disse nada, apenas me acompanhou até a mesa da sala de estar e sentamos todos ali.
— Então, Sophia, você assina aqui — falou o tal Luiz, olhando para Sophia.
— Assinar.
— Sim, Sophia! — falei sorrindo para ela, que retribuiu e mostrei onde ela deveria assinar.
— Aqui, né? Assinar SOPHIA BECKER, esse é meu nome.
— Sim, amor, esse é seu nome, porém, a partir de hoje você assina, SOPHIA BECKER MAYER, entendeu?
— Sim — Ela afirmou! Ainda bem, deu tudo certo!
Depois Luiz me mostrou onde eu tinha que assinar e foi o que fiz. Em seguida, tirei a caixinha do bolso e peguei as alianças, coloquei uma delas no dedo de Sophia e a outra no meu dedo. Neste momento, Sophia não tinha condições de fazer isto.
Depois disso, ela me olhou com um sorriso lindo nos lábios e me beijou, meu corpo respondeu na hora o desejo que estava sentindo por Sophia. No entanto, apenas respondi ao beijo, que foi perfeito. Logo em seguida, os senhores foram embora, levando a certidão de casamento original e deixando uma cópia comigo, junto com um contrato de casamento.
— Preciso ir ao banheiro — disse Sophia me olhando assustada. Ela estava sem cor, a levei o mais rápido que pude para o banheiro que tinha em meu quarto.
Sophia entrou trancando a porta, mas deu para ouvir muito bem que, tudo que comeu e bebeu nas últimas horas, ela botou para fora naquele momento. Quando saiu do banheiro estava branca, parecia um fantasma e muito molhada. Não faço ideia do que aprontou para se molhar tanto.
Meio tonta e com a mão na cabeça, vi que olhava para a cama e era visível o quanto estava cansada e com sono, então a coloquei na cama. Ela adormeceu assim que deitou. Tirei o vestido que ela usava porque estava todo molhado e coloquei nela uma camiseta minha.
Realmente Sophia era perfeita, linda até dormindo. O corpo, nossa... Melhor nem falar e nem olhar, senão meu amiguinho aqui embaixo não vai aguentar. Coloquei o vestido para secar no banheiro e fui dispensar seu César. Depois de um momento, voltei e fui me deitar.
Gostava de dormir como vim ao mundo, totalmente sem nada, não me importava o que Sophia iria pensar quando acordasse. Foi o que fiz: deitei-me nu ao seu lado. Foi difícil domar meu amiguinho, mas consegui e finalmente peguei no sono.
Acordei com uma mulher gritando em meu quarto, o susto foi tão grande que até cai da cama. Esqueci que Sophia ainda estava aqui, me levantei do chão olhando assustado para ela. Ainda meio sonolento falei:
— Oooh! O que aconteceu, Sophia? — Ela apenas me olhava perplexa, sem entender nada.
— Quem é você? E o que está fazendo no meu quarto? E como sabe meu nome? — disse pausadamente me encarando.
— Sophia, você não está em seu quarto. Este quarto é meu e você está no meu apartamento.
— Mas você ainda não me disse quem é... — Agora ela estava começando a ficar furiosa.
— Sou Frederico Mayer, porém, todos me chamam de Fred — expliquei, colocando a bermuda, e Sophia continuava me olhando sem entender nada. Até que, de repente, ela levou as mãos ao seu rosto, tentando afastar uma mexa de cabelos do seu rosto, percebeu um anel em sua mão e me olhou confusa.
— O que significa isso? — questionou me mostrando o dedo que estava com aliança.
— Significa que estamos casados! — respondi também mostrando meu dedo, que tinha uma aliança igual à que ela usava. Sophia me olhou assustada, parecendo perdida e colocando a mão na cabeça. Não sabia se o gesto era causado pela ressaca, que deveria ser poderosa, ou pela situação de acordar casada.
— O quê?
— É isso mesmo, estamos casados! — afirmei indo até uma mesinha próxima, para pegar a certidão de nosso casamento e entreguei na sua mão, para que pudesse confirmar. Ela pegou com mãos trêmulas e em seguida, começou a ler, mas vi pela sua expressão, que ficou muito confusa. Também pudera, pelo estado que estava quando assinou, não deveria estar lembrando de nada do que aconteceu.
— Que brincadeira é essa? — interrogou se levantando da cama e saiu correndo para o banheiro, sem dizer uma palavra.
Não demorou muito, ela saiu do banheiro, vestida com seu vestido da noite passada. Estava mais linda do que nunca, com seus cabelos soltos e completamente sem maquiagem. Acho, realmente, que uma moça tão linda como ela, nem precisaria usar maquiagem.
Não estava gamado nela, mas eu era um apreciador da beleza feminina e Sophia era sim uma moça muito bela. Tentei me aproximar para conversar e explicar melhor o que tinha acontecido e como faríamos para nos entendermos a partir desse momento.
— Não se aproxime de mim! Eu não te conheço e não tenho ideia de como vim parar aqui! — Assustada, ela foi em direção à porta do quarto e eu fui logo atrás.
— Sophia, nós precisamos conversar!
— Precisamos sim! No entanto, agora, preciso mesmo ir trabalhar! — Ela falava apressada, indo até à porta, saindo igual uma louca.
— Eu te levo, Sophia! — comuniquei antes que ela abrisse a porta.
— Não precisa, eu vou pegar um táxi — gritou nervosa e saiu em seguida, fechando a porta na minha cara.
Mais que depressa, liguei para o porteiro e pedi que a seguisse. Notando meu desespero, fez o que eu pedi. Eu não podia perder Sophia de vista, de jeito nenhum. Fiquei esperando ansioso, para saber do porteiro, Felipe, onde encontrá-la novamente.