Capítulo Três Continua
Parte 3...
Isso até me arrepia, mas agora o motivo é outro. Não quero mais o policial. Quero o pirata.
_ Você é muito gostosa - ele diz.
_ Hum, hum... - é o que respondo.
Nossos olhares estão grudados. Está acontecendo. Finalmente.
Vejo com raiva e até um pouco de ciúme, a enfermeira se esfregar nele, roçando os peitos no corpo que me pertence.
Quero dizer, que eu quero que seja meu, por um tempo limitado, é claro.
Meus seios ficam duros enquanto o flerte entre nós dois acontece á distância, com nossos parceiros tentando chamar nossa atenção.
Queria puxar aquela garota pelos cabelos e jogá-la na piscina. O pirata é meu.
O safado passa a mão pelo corpo da garota, mas continua a me olhar. É tipo um aviso do que pode acontecer se nós ficarmos juntos.
E eu quero. Quero muito.
É carnaval, porra. Vim aqui só pra isso. Não estou nem aí pra folia. O que eu quero é ele.
No carnaval ninguém é de ninguém, mas eu quero esse pirata para mim. Depois a vida segue.
Não sei se estou sendo muito confiante ou maluca mesmo. Vejo-o agarrar a garota e como uma insana eu apenas sorrio.
Tipo um desafio interno. Deixo que ele curta um pouquinho antes de ser meu. Mais ou menos isso. Eu nem sei mais se continuo raciocinando.
Se ele desviasse o olhar eu saberia que estava mais interessado nela do que em mim, mas ele continua e ainda sorri. Descarado.
Meu acompanhante fala e eu não entendo. Ele repete a pergunta.
_ Quer algo para beber? Sua taça está vazia.
Olho para a taça em minha mão. Eu bebi tudo e nem percebi. Disse que sim.
Ele sai, mas antes me dá um beijo de novo e se afasta. Tenho espaço para voltar ao meu flerte.
Para minha decepção, perdi o Artur de vista. Olhei em volta e nada dele, nem da garota.
Soltei o ar desolada. Isso queria dizer que ele estava em algum canto com ela, se agarrando. Perdi minha chance.
Pelo menos o policial era gatinho e eu poderia aproveitar um pouco da noite. Não seria quem eu queria, mas com Artur era assim. Ele era rápido.
Me virei e entrei. Meu acompanhante apareceu com duas taças. Comecei a bebericar enquanto dançava com ele, sem muita animação, confesso.
Ele seria meu prêmio de consolação da noite, na falta do prêmio vencedor. Tudo bem.
Fiquei com calor, apesar da fantasia ser até bem fresca com tanta renda. Disse ao meu perceiro que estaria lá fora.
Ele alisou minha bunda e disse que pegaria mais bebidas e me encontraria depois.
O cara estava enchendo a cara.
Fui para fora de novo e fiquei encostada na mureta da varanda, olhando a lua. Estava enorme e cheia, perfeita para uma noite de amor.
Suspirei.
Já ia entrar atrás de um banheiro pra me aliviar quando sinto uma mão em minha cintura. Olho extasiada o pirata que eu tanto quero.
_ Finalmente achei você - ele disse.
Artur? Ali ao meu lado? E onde está a garota?
Fiquei surpresa e feliz, claro. Então eu tinha feito algo certo? Consegui atrair sua atenção?
Fico quieta e lembro que tenho que ter calma ao falar com ele, assim não vai notar quem eu sou. A gente conversa muito no trabalho, mas sempre estou apressada ou ele fala mais do que eu.
Não acredito que vá saber quem eu sou por minha voz e estou um pouco rouca por causa da bebida gelada. Isso sempre acontece.
E para minha deliciosa surpresa, ele pega minha taça, vira todo o conteúdo, deixa de lado em cima da mureta e me puxa, colando o corpo ao meu.
Nesse instante engoli em seco, respirei fundo e pedi a Deus para aguentar e não ter um troço ali mesmo.
Finalmente estava mesmo acontecendo. Eu ia conseguir matar meu desejo, saciar minha sede daquele homem que infernizava meus dias e deixava minhas noites molhadas de tesão.
Ele começa a se mexer ao som da música, agarrando minha cintura e esfregando seu corpo no meu, me fazendo sentir tudo.
Suas coxas fortes, seu peito duro e seu membro grande que me cutuca.
Jesus, preciso manter a calma ou vou ter um troço agora mesmo. Mas se isso acontecer, eu perco minha chance, perco esse homem.
Tenho que ser forte. Fui eu quem quis.