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CAPÍTULO 03

— H-Houvi dizer…

— São só lendas!

— Não eram lendas para mim… — para nenhum deles, na verdade. — E-Elas… Elas eram reais!

    Sereias. Muitas são as criaturas que os marinheiros terminam e as belas mulheres da água eram uma delas. Deveriam ter desconfiado! Mas já era tarde demais.

    Foi pura sorte três navios terem escapado.

    E mesmo mais de uma semana depois, o trauma e os efeitos fazem homens se afundarem em rum e cerveja. Dandara era obrigada a ouvir as histórias ao servi-los e, pessoalmente, não considerava agradável. Mas era uma cativa sem escolhas, afinal.

— H-Houvi dizer — à sua direita, um marujo recomeçava a falar, cambaleando ao ritmo do navio, com uma caneca vazia entre as mãos — elas comem os homens… e… e… não deixam ossos!

— Você está bêbado! — Outro praguejou, num estado não muito diferente do primeiro. Magrelo, com a desnutrição de semanas à deriva fazendo efeito, mas não o suficiente para assaltar o estoque de bebidas. — Pare de falar! Ei! Preta, sirva-lhe mais cerveja para que pare de falar!

    Dandara cambaleou ao ritmo do navio igualmente em torpor pelos ocorridos. Balançando de um lado para o outro conforme a corrente se tornava mais agressiva ao longo do percurso. Com as panças cheias de bebida, o odor de vômito era pungente naquela altura e, para a própria satisfação, se a cativa não limpar, no dia seguinte o sol quente torraria aquele fedor em meio a ressaca constante de homens bêbados.

    Nem o capitão tinha como moderar a situação. O homem estava entre eles, grande, rechonchudo e intimidador na cadeira com sua própria garrafa de rum.

— Deixe-o falar — se pronunciou para a surpresa de todos, até para Dandara — O homem não mente.

    O olhar negro perdido, desesperançoso e ao limite do próprio nervosismo. O grande Alexandre, cujo os ombros carregava a vida de tantos homens e a própria, será que um dia voltaria para sua mulher e filhos? O homem não impedia a bebedeira e o consumo desenfreado de líquido da embarcação, pois ele próprio já estava perdendo a esperança de encontrar o caminho para casa.

    Para Dandara, apenas significava que mais escravos seriam lançados à corrente mais cedo que o previsto. E ela é uma cativa!

— Diz a lenda que são todas fêmeas — ele começou, a voz rouca se mesclando ao chamado das águas, da corrente e descrevendo uma das criaturas mais perigosas do mundo — sem machos para controlá-las e impor a devida autoridade. Por isso são o que são. Por isso elas se tornaram loucas, criaturas desprovidas de ordem que anseiam por trepar e engravidar.

— São umas putas de umas incontroláveis! — o bêbado ao fundo esbravejou, a voz arrastada e o bafo de álcool impregnando onde Dandara respirava e o cervia. — Q-Queriam… Q-Queriam meu pau aquelas demônias!

— Oh, vá dormir! Você fede a defunto!

    O bêbado forçou os olhos para olhar o marujo, mas no final, riu tombando as costas na cadeira.

— Elas queriam meu pau! — Repetiu e, em seguida, puxou seu o cós de seu denim encardido e revelou o conjunto de pelo e carne entre as pernas — Putas! S-São umas putas que queriam meu pau, oh!

— Toda mulher se torna uma puta se não tiver um homem com culhões para controlá-las — o marujo afirmou, puxando para seus lábios a caneca de cerveja. — Vejam o que essas loucas dos mares se tornaram sem homens!

— G-Gostosas — o bêbado riu — Maravilhosas… achu… a-achou… a-achu que me apaixonei pela neguinha!

    Dandara só sentiu as mãos calejadas e ossudas em sua bunda, estalando um tapa com uma força que ela jurava que bêbados não tinha. A escrava cambaleou para frente e a cerveja que carregava voou para cima do marinheiro.

    O marujo se exaltou da cadeira com as roupas encharcadas. Dandara mal se recuperou e sentiu o ardor doloroso dá bofetada em seu rosto lançando-a ao chão. O navio parecia não se importar em dobrar lentamente para o lado a fim de ampliar o impacto.

— Olha o que você fez, preta de merda! — E um chute no estômago marcou seu grito. O navio novamente balançou e o marujo cambaleou para o lado, se chocando contra a cadeira onde estava. O móvel rangeu sobre a embarcação e mais palavrões deixaram seus lábios.

— Já chega! — Ordenou o capitão. O bêbado apenas continuou a beber e o marujo a limpar-se sem jeito.

— Anda! Vem me limpar, imprestável! — Dandara se virou para sair do chão, se equilibrar ao movimento do navio e correr em busca de algo para secar os músculos magros do homem, porém, caiu na primeira tentativa ralando o rosto pela madeira e torcendo a mão — Mulher, você não serve nem pra isso?! Ah puta que pariu! Bando de inúteis!

— E-Ela também q-quer meu pau! — O bêbado tornou a dizer e entre suas mãos, chacoalhou o pênis garantindo que todos vissem. E riu com a careta do marinheiro.

    A escrava sequer o olhou e encontrou nas palavras uma motivação para buscar algum pano que possa utilizar para usar no marujo. Ela sumiu entre os barris, a maioria vazio, de suprimentos em meio a escuridão.

— Nem uma sereia ia querer esse pinto mucho!

    A voz ecoou grave pelo ambiente até o ouvido de Dandara. Em suas mãos… um pano surrado que serviria para o propósito. Ela o apertou, demorando na falsa busca.

    Não queria voltar.

    E ver mais alguns bêbados dormindo desejeitado no próprio vômito entre os suprimentos lhe despertava preguiça de retornar aos afazeres. Dandara estava exausta!

— Errado — o capitão de pronunciou — se for para engravidá-las, vão querer e não importa se for o menor dos paus. E se não ficar duro, morre.

— Mulheres obrigando homens a ficar de pau duro… essa é nova! — Riu o marinheiro. — Oh preta! Morreu aí atrás?!

    Dandara se apressou para retornar e ouvir com mais clareza a conversa. Alexandre, o capitão, quem tinha a palavra:

— Se seu pau ficar duro por uma sereia, ela irá te perseguir até onde o mundo acabar para abusar, engravidar e matá-lo! Aqueles marujos caíram em tentação! A tentação de uma mulher e pagaram pela vida! — Em uma golada, ele terminou sua garrafa de rum seguida de um estrondoso "oh!".

    O marujo ergueu a caneca para acompanhá-lo.

    E conforme Alexandre levantava para seguir seu curso, afetado pelo álcool, Dandara lembrava-se dele com o pênis ereto, se masturbando para elas e quase gozando na água onde estavam. A excitação o perseguiu por dias, fazendo com que o grande homem procurasse conforto entre as pernas e a boca da cativa por várias vezes ao dia.

    Incluindo aquela noite. Ela ainda poderia sentir a ardência em sua vagina.

— Ande, caralho! Me limpe! — O marujo exigiu e Dandara se abaixou a frente de seu corpo… passando o tecido pela pele queimada e sensível do sol.

    O tecido não apenas tirava o álcool, mas quando úmido pela bebida, tirou também uma camada de sujeira de suas costelas, clareando a pele como uma pintura mal feita.

    Um ronco do segundo marinheiro lhes chamou a atenção. O bêbado agora dormia na cadeira com a cabeça de bebida ainda presa entre os dedos. A calça desabotoada, o pênis caído para fora da braguilha e o bafo de cerveja impregnando o ambiente.

    A bebedeira definitivamente havia acabado e Dandara estava esperançosa de que, com isso, pudesse se retirar para dormir. Já era tarde e seu corpo implorava por um mínimo descanso.

    Mesmo que acordasse a ponta pés no dia seguinte. Era um preço que pagaria para dormir.

    Porém… as mãos do marujo roçaram seu rosto 

— Você é linda.

    Dandara ficou tensa com as carícias descendo para seus lábios. Ela sabia que agradava os homens e deseja que isso não acontecesse, porém, carregava o traço da mescla perfeita de nativa, africana e portuguesa. Lábios médios, olhos grandes, bochechas altas e praticamente desnutrida pela pouca comida.

    Era negra… como a terra e os troncos de árvore. Marrom, queimada pelo sol com cabelos encarancolados e olhos escuros como o breu.

    Mas estava cansada. As olheiras em volta de seus olhos era escansolosos, algumas espinhas brotavam na lateral de seu rosto os lábios estavam secos pela sede…

    Porém, o marujo já estava excitado. O pênis colidia com a calça apenas de lembrar das sereias e Dandara, sendo uma mulher, era a mais próxima delas que ele poderia obter.

    Ele desabotoou a própria braguilha, puxou o fecho para baixo e afastou qualquer tecido que o impedisse de se liberar. O pênis apontou para cima, a cabeça encoberta pela pele escura.

    A mão do marujo deslizou para a nuca da escrava com uma pressão para que se ajoelhasse e colocasse a boca naquele lugar.

    Dandara fez a contra gosto, porém, não antes de dizer… relembra-lo de que o capitão não permite que outro homem a tome.

— O capitão…

— O capitão foi dormir — Dandara sentiu o aperto doloroso em seus cabelos em sinal do desgosto daquele homem — e eu estou com tesão. Me chupa!

    Apesar de nunca ter se atraído para um homem, era melhor ter o grande Alexandre, com todo seu peso e fedor do que ter muitos outros. Ela não queria… mas não havia muito o que se fazer quando o homem forçou sua boca para acolhe-lo e gemeu em antecipação.

    Tinha gosto de urina e suor. O cheiro deixou Dandara enjoada e com aquela coisa indo fundo em sua garganta confome o homem se impulsionava para frente… ela quis vomitar.

    Custou lágrimas aos olhos evitar tal coisa.

    Ela estava disposta a apanhar por um sono longo. Mas certamente não aguentaria a surra que levaria de um homem movido pela bebida e disposto a fode-la. Bastava rezar para que não saísse marcada ou o próprio capitão poderia puni-la por dar prazer a outro.

    Mesmo que ela não quisesse.

    Não havia muito o que fazer. Se Dandara se demorasse e tornasse o boquete entediante, ele iria para sua vagina. Mas se ela caprichasse, ele ainda poderia querer se enfiar entre suas pernas.

— Oh! Que delícia! — Ele incentivava a boca da mulher a chupa-lo, a masturbar-lo e lhe dar prazer. — Que tesão!

    Dandara continou enojada, com a ânsia do vômito presente no fundo da garganta e ao limite das caretas. Quando engolia, sentia o pelos roçarem os lábios, a pele pecajosa dando todo tipo repudioso de gosto a sua língua e os gemidos do homem… ah! Ela queria morrer!

    O tesão do marujo aumentou. Dandara sentiu ele mais energético e disperso da bebida, concentrado no que queria.

    Ele a ergueu e se levantou. Dandara se viu sendo puxada para o fundo escuro onde os barris estavam. Foi um banque não muito discreto ele debruça-la na barriga redonda do recipiente preso por cordas e correntes e ernguer seu vestido apressado.

    Se alguns daqueles bêbados acordasse, poderiam querer se juntar a atividade ou questionar o homem. Mas o sono era profundo demais para de quer ouvir o marujo se encaixar entre suas pernas e num gemido rouco, afundar-se dentro de si.

    Ele começou brusco e veloz, movendo-se e chocando contra aquela área sensível de Dandara desesperado pela nascesside de gozar que as sereias causou nele e em todos no navio.

    Dandara não precisava esconder as carretas de dor e nojo. O homem perguntava se ela gostava e era obrigada a dizer sim, apesar de odiar aquele ato.

    Mas a resistência é breve. Quando um homem se empenha, é questão de apenas alguns breves minutos para chegar apce e se derramar dentro dela e ser consumido por expasmos e exaustão. Todo o corpo do marujo tombou para a frente, para cima de seu corpo e ela sabia que ele dormiria em breve.

    Para Dandara, não existe homem que aguente mais do que cinco minutos em penetração. Jamais sequer ouviu falar de alguém tão resistente no sexo e, se existisse, não gostaria de encontrar.

    Confome a respiração pesada do marujo indicava seu sono, o coração da cativa estava a todo vapor e sua mente turbulhando em preocupação.

    Sua mãe lhe contou como que se pega barriga e Alexandre gostava de ejacular em sua boca e não na vagina!

— Oh… — o homem gemeu ao se retirar de dentro dela e tombar para o lado, cansado.

    Mas aquela noite só estava começando.

    Da proa do navio, os homens despertos se agitavam a grito que representava esperança e alegria para as embarcações.

    "Terra a vista!"

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