CAPÍTULO TRÊS
- OI, QUEM É VOCÊ?– pergunto espantada de não ter sido avisada pela secretária que tinha algum cliente aqui. .
- Sou o Peter Parker... prazer... – ele deu uma gargalhada e eu o segui, né? Afinal meu nome é Gwen Stacy e sim, é bem bizarro...
- Engraçadinho, mas é sério, o que ou quem é você? E porque está na minha sala?
- Desculpe, mas eu não pude resistir, já faz tempo que queria te conhecer e sempre pensei em fazer essa piada!
- Tá legal, mas de onde me conhece? – já começo a ficar irritada, ele é lindo, e estou hipnotizada olhando pra ele, mas vou me atrasar se ele ficar aqui me atrapalhando.
- Sou o filho do Anthony... acho que nunca nos conhecemos pessoalmente, mas meu pai falava muito de você, o quanto é competente e ótima no que faz, então desde que cheguei da Suíça, estava querendo vir aqui conhecer a mulher que estou prometido pra casar... – Se estivesse tomando qualquer coisa agora, eu cuspiria tudo, porque o susto que tomei foi daqueles...
- Espera, O quê?
- Prazer Gwen, sou o seu futuro marido, sócio daqui, e me chamo Julian, acho que meu pai nunca falou de mim, porque sou filho dele com a sua ex-secretária, mas sou seu único filho, ele me manteve longe desde que descobriu sobre mim, mas não foi negligente quanto a minha educação e tive uma vida muito boa na Suíça, agora que ele faleceu, estou aqui pra ajudar na empresa, e assumir a cadeira que ele deixou pra mim, e na carta que ele escreveu antes de falecer, ele disse que eu só poderia ser alguém aqui dentro se tivesse você como esposa, mas não foi um pedido, e sim, uma ordem, ele deixou claro que estamos prometidos desde o dia que você nasceu...
- E você acha que é justo me contar assim? Sem nem esperar eu sentar... É sério, você me assustou... – digo pegando uma água no frigobar e me sentando no sofá que tem aqui no escritório.
- Desculpe, eu cheguei hoje na empresa, estava me habituando e conhecendo o local, mas depois que vi a sua foto, eu estava ansioso pra te conhecer, aliás, você é muito linda...
- Obrigada, mas meu pai sabe que está aqui falando comigo sobre esse assunto?
- Sim, ele pediu pra eu me apresentar e depois falaria o que seríamos no futuro, mas não aguentei... – ele ri e uau que homem lindo. Ele é loiro, dos olhos azuis, tem o sorriso bem retinho e branco, o nariz pequeno e o queixo dele é lindo, o rosto quadrado, masculino e uma barba bem desenhada, o deixando ainda mais gato, ele é alto, musculoso, tem cabelos lisos com um corte que deixa as laterais raspadas e em cima, feito a tesoura eu acho, é maior pra um lado, parece muito macio e brilhante, e o terno que está vestindo, parece que custou uma fortuna. Tá legal, eu não vou ficar brava com meu pai por isso, mas como assim casamento?
- Tá, Julian agora já me acalmei, mas estou mega atrasada pra visitar um canteiro de obras, podemos conversar melhor depois?
- Podemos falar no caminho, eu também vou pra lá...
- Ahhh tudo bem, então vamos? – levantei, peguei a minha bolsa, celular e chave do carro. E comecei a andar na frente dele, e sim, olhei de rabo de olho, e percebi que ele está muito ocupado olhando para o meu bumbum, que é lindo, como disse, eu sou bem gostosa de olhar... E acho que ele gostou! Uau! Ainda estou sem acreditar que vou me casar... Será que ele não está zoando? Acho que não, eu acredito nele, por incrível que pareça, eu gostei dele.
Nunca namorei, ainda sou virgem, mas não porque nunca tive vontade, mas sim, porque sempre achei que meu corpo e a minha pessoa mereciam ser amados, e não apenas me perder em alguém, ou transar sem sentido, apenas por fazer, eu trato meu corpo, como um templo, onde eu só quero coisas boas, e gostei mesmo do meu futuro marido, até senti borboletas no estômago, e pela primeira vez, senti a necessidade de fazer sexo com alguém, é sério... Só de ver ele, eu fiquei toda acesa. Foi estranho, mas foi bem interessante, eu senti coisas que nunca imaginei que pudesse sentir em apenas olhar pra um homem. Eu até pensei que tinha algum defeito em mim, porque nunca havia sentido isso ou qualquer outra coisa por mais ninguém, quer dizer, até ja senti, mas ele desapareceu, então não conta, eu acho. Mas agora entendi, deveria ser ele. Esse tempo todo, era ele que meu corpo estava esperando.
Andamos até o elevador lado a lado, quietos, mas ele tem uma presença muito forte, um cheiro gostoso e parece que fiquei pequena ao seu lado, isso que tenho um metro e setenta, mas aqui, sou minúscula, acho que bato no peito dele, mesmo de salto.
Entramos no elevador e ele quebra o silêncio:
- Gwen, o que você achou de mim?
- Bem interessante. – digo olhando nos olhos dele e ele dá um sorriso de lado, uau.
- Só isso?
- Bem, eu só te conheço por fora, e me agrada muito o que estou vendo, preciso ainda saber mais sobre você pra te dar meu feedback.
- Tá, o quer saber?
- Hum, deixa eu ver... Qual a sua idade?
- Trinta. E você?
- Vinte e seis, não pesquisou sobre mim?
- Não, eu queria te conhecer pessoalmente, só vi uma foto sua na sala do meu pai.
- Na sala dele?
- Sim, onde estão todos juntos cortando a fita de um empreendimento, acho que é uma foto recente.
- Ahh sei qual é. – digo lembrando que a foto é do hospital que entregamos mês passado. Essa abertura passou até no jornal.
- O que mais deseja saber?
- Seu nome completo?
- Julian Hart Miller.
- Estudou onde?
- ETH Zurich – Suíça e você?
- Harvard University - Estados Unidos, seu pai era próximo de você?
- Sim, ele ia me ver sempre que podia, e me ligava por chamada de vídeo, éramos amigos. E sua família?
- Somos muito unidos, amo demais meus pais, e tenho duas irmãs mais novas, elas são gêmeas, e são tudo pra mim. Sua mãe é boa pra você?
- A melhor mãe do mundo, ela me daria o mundo se pudesse, e quando ficou com meu pai, ele a enganou dizendo que estava divorciado, mas depois que descobriu a gravidez, enviou ela pra Suíça e não apareceu por dois anos, mas a esposa dele estava doente e ele não podia deixar ela, parece que tinha câncer nos ossos e estava em estado crítico. Porém com tratamento ela viveu mais trinta anos, e ele nunca pode falar de mim pra ela, pois ele era “fiel” aos olhos dela, e não queria deixar ela triste ou deprimida... Ou que se entregasse pra doença.
- Uau... que história, mas e como você reagiu a isso tudo?
- Bem, eu nunca me importei com o casamento dele, só ficava triste ao ver a minha mãe definhando também. Porque ela era apaixonada nele de uma forma maluca. Mas quando ele ia a Suíça pra me ver, eles ficavam juntos, e pareciam uma família perfeita. Ele me assumiu como filho lá, colocou seu nome na minha certidão, ele brincava comigo, cuidava de mim e era meu pai e meu amigo, ele me proporcionou uma vida boa, com roupas, brinquedos, calçados, comida e moradia, tudo do melhor, uma vida de luxo, escolas, só as melhores, aulas e cursos extracurriculares, nos melhores lugares pra me preparar pra faculdade, sempre tive tudo do melhor e mais caro, e ele me dava o seu carinho, então eu era feliz por assim dizer. Mas só lá na Suíça. Ele nunca me assumiu para a sua família e amigos.
- Por isso que nunca ouvi sobre você!
- Exatamente...
- E como se sente a respeito disso?