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CAPÍTULO QUATRO

- ME SINTO BEM... Já sou crescido agora, acho que não faz falta o passado. Porque a minha mãe supriu todas as minhas necessidades.

- Isso é ótimo, de verdade Julian. Mas mudando de assunto: Eu nunca perguntei ao papai, porque não era do meu interesse antes, eu não me lembro, do que o seu Anthony faleceu mesmo?

- Acidente de carro, estava ele e a esposa no carro, e parece que ela descobriu sobre a minha mãe e eu, ela não gostou e surtou levando o carro pra capoeira, causando um acidente terrível.

- Meu Deus. Isso é sério?

- Muito, ela ficou furiosa por saber que ele tinha uma amante por mais de trinta anos. Só não sei como a minha mãe aceitou ser amante por tanto tempo.

- O amor é algo que nos deixa com medo de perder. E ela talvez preferia ter ele pelo menos às vezes, do que não ter mais. Tipo agora... E nem perguntei, como ela está com a morte do seu pai?

- De luto, e muito triste, na verdade vim pra cá pra ver se consigo convencer ela de vir também, sair de lá e deixar a tristeza longe, afinal ela é nova ainda, só tem quarenta e nove anos. Tem muito o que curtir da vida. Mas vou respeitar o luto dela.

- E você está sofrendo muito?

- Claro, ele era o meu pai, e por mais que não era tão presente, eu o amava muito.

- Desculpe perguntar isso.

- Tudo bem, esse é um ótimo jeito de nos conhecermos, mais alguma pergunta?

- Sim, como se sente sendo filho único dele e nunca se perguntou porque ele não teve filhos com a esposa?

- Ela não quis filhos com ele, mas na verdade, acredito que é porque ela ficou estéril devido ao tratamento com radioterapia ou quimio, mas eu sei que ele nunca se separou dela porque ela que era rica né? Tudo o que ele tinha, era dela. Até a empresa, e ela nunca deixou ele usar e tomar conta, inclusive havia uma cláusula no acordo nupcial que se eles se divorciassem, ele sairia com uma mão na frente outra atrás. A única forma de ele ter qualquer coisa, seria ela morrendo.

- Então, você tem direto agora, porque ela morreu? E a família dela?

- Na carta, meu pai passou tudo pra mim. Ele disse que demoraria um pouco, mas era só aguardar, e ela não tinha mais ninguém. Parece que os familiares já se foram, e ela era, filha única e a linhagem dela, acaba nela. Deixando tudo ao meu pai que por sua vez, ficou pra mim.

– Entendi, mas, vamos falar depois no jantar pode ser? Agora temos que ir... Chegamos!

Desci do carro ao mesmo tempo que ele, e ele ficou ao meu lado enquanto subíamos o elevador até o terceiro andar, onde estão construindo as salas de jogos, aqui terá até simulador de golfe, mesas de jogos, e vários tipos de lazer. Os dois andares debaixo serão as suítes e o salão principal, que será o refeitório e uma sala de TV grande, ou a sala de cinema, os banheiros comuns e o quarto dos médicos que vão ficar de plantão.

Conversamos com o mestre de obras e assinamos as próximas etapas concluídas, a princípio está tudo dentro do estipulado e não foi preciso xingar ninguém hoje, claro, depois que mudei o chefe de obras, o pessoal meio que entendeu que quem manda na obra é o engenheiro, e todos devem seguir as ordens deixadas, pra evitar assim qualquer acidente futuro, mas o mestre de obras anterior, começou a desviar os produtos e economizar nos materiais pra vender e ficar com dinheiro, e a sorte que contratei o fiscal do mestre de obras, é um pedreiro normal, que fica no pé dele sem ele perceber. E ele me disse que vários produtos que eu havia comprado pra colocar no prédio, ele simplesmente deixava de fora, porque achava desnecessário, ele fez isso com os vários galões de produtos antimofo e umidade. Eu fiquei cuspindo fogo quando descobri, mas graças ao bom Deus. Conseguimos achar um profissional competente para o serviço. Só espero entregar esse projeto no prazo estipulado e sem surpresa pelo caminho.

O Julian me ajudou com algumas ideias que eu não havia pensado, como por exemplo a rampa de acesso pra cadeirantes, eu não tinha visto que seria muito melhor se ela estivesse de frente em vez do jeito que eu pensei, que era a rampa de lado. Estando de frente economiza mais materiais e fica bem mais prático para o cadeirante. Outra coisa que ele viu foi a disposição do refeitório. Em vez da cozinha ficar em um canto e as mesas no meio, ele sugeriu a cozinha no meio e na volta as mesas e cadeiras, a cozinha seria aberta dos quatro lados com uma ilha, para disposição dos pratos, mas o bom é que seria melhor de cuidar de todos ali. E várias outras ideias de alguém que sabe o que está fazendo, e tudo que foi alterado aqui, ainda não havia começado a fazer. Ele mudou rapidinho o projeto, enquanto falávamos ele fazia no Ipad, para mostrar como ficaria, e fiquei impressionada com a agilidade que ele fez inclusive, a mão ele desenhou perfeitamente. Antes de colocar no sistema, ele fez o desenho pra gente ter noção. E foi rápido, mas desenhou tão perfeito. Eu fiquei ainda mais encantada por ele.

E o que mais me agradou dele, é o jeito super educado. Ele fala muito bem, se expressa com sabedoria e explica com calma. Enquanto ele fazia algumas coisas. Eu o analisei de cima a baixo várias vezes, e olhando assim, parece um pacote completo perfeito de que uma mulher muito exigente que nem eu, procura... E se ele continuar se comportando dessa forma, tenho quase certeza que vou me apaixonar por ele.

É tão esquisito que já sinto falta dele.

Quando ele estava conversando com o seu Agenor, longe de mim, concluindo algumas ideias novas, eu fiquei conversando com o fiscal do mestre de obras, mas senti saudades de ter ele no meu campo de visão ou perto de mim. Com seu cheiro de homem gostoso...

Mas saí totalmente do foco aqui.

Voltei pra perto do meu futuro marido e disse baixinho:

- Vamos?

- Onde? – ele olha no relógio do pulso e me olha em expectativa.

- Terminar a nossa conversa.

- Num restaurante?

- Não, na minha casa.

- Sério? – ele sorri maliciosamente.

- Sim, posso fazer um jantar pra você lá. O que acha?

- Acho muito bom, mas são só dezessete e quarenta.

- Não tem problema, a sorte que somos os chefes da empresa. – digo sorrindo e ele me acompanha, e sorri muito lindo.

- Mas antes precisamos passar no mercado pra comprar ingredientes pro nosso jantar.

- O que vai fazer?

- O que você gosta de comer?

- De tudo um pouco. O que você fizer está ótimo.

- Tá bom, acho que vou fazer lasanha à bolonhesa.

- Hum, eu amo!

- Então vamos. O trajeto é longo.

Não sei se foi uma boa ideia convidar ele pra minha casa, mas vou poder conversar com mais privacidade, afinal se ele será o meu marido, precisamos nos conhecer muito bem né? Principalmente quero saber se ele beija bem, como eu imagino que faz.

E num restaurante não será possível atacar ele assim...

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