CAPÍTULO CINCO
SEI QUE PAREÇO UMA criança mimada, mas agora coloquei na cabeça que quero ele pra mim. Por isso, acho que preciso fazer ele se apaixonar por mim.
Chegamos no estacionamento e pegamos o meu carro, fui dirigindo até o supermercado mais perto da minha casa.
Coloquei uma música no som do carro e fomos num silêncio agradável, até que o Julian disse:
- Gwen, me desculpa se me meti onde não devia lá no teu projeto?
- Eu não vou te desculpar Julian, porque as ideias que você deu, foram muito boas, eu realmente gostei, por isso as deixei no projeto, caso eu não tivesse gostado, com certeza eu falaria. Até é bom você já saber sobre mim, eu sou bem flexível as vezes, tipo hoje, mas nem sempre gosto de alterar um projeto assim em cima da hora. E outra, eu nem passei isso ao cliente, e ainda preciso montar algo, pra dizer a ele que aquela é a melhor forma, ou seja, um projeto de convencimento.
- Pode deixar que eu faço isso, e se quiser, posso apresentar a eles os benefícios. O que acha?
- Pode ser, mas quero te ajudar ok?
- Tudo bem...
Chegamos no mercado e descemos, ele pegou um carrinho pequeno e peguei os ingredientes que estava precisando em casa. Estávamos parecendo um casal normal, passeando pelo mercado.
Aproveitei que estava aqui e já comprei mais coisas.
Detesto vir fazer compras, quem faz normalmente é a minha funcionária, mas como não avisei a ela antes, então ela não tinha como saber o que eu precisava pra hoje.
E como não faço muitas refeições em casa, eu quase não tenho nada nos armários e geladeira.
Daí quando ela precisa cozinhar algo pra janta ela compra no dia.
Prefiro assim, o que tenho bastante em casa é cereal, granola e produtos de higiene e limpeza pra casa.
Depois de comprar tudo o que precisava e o Julian insistir pra pagar, fomos pra minha casa.
Mesmo eu falando que comprei mais coisas além da receita da lasanha, mesmo assim ele pagou. Fiquei toda constrangida. Porque até absorvente comprei.
Ele sorriu e disse: “Você será a minha esposa, não precisa ter vergonha” Ele falou isso e nem ficou vermelho. Ahhh que ódio!
Cheguei no edifício onde tem a guarita de segurança. E entrei depois de me identificar, e o Julian precisou fazer isso também, ninguém entra sem fazer um cadastro prévio. Por motivo de segurança dos moradores.
Aqui dentro é um edifício luxuoso onde tem vários prédios em condomínio fechado. Tem mais de mil e seiscentos metros quadrados de área de lazer.
Entramos no meu bloco, que é o três, e fomos no elevador com o carrinho de compras que ficam disponíveis no estacionamento.
Até que comprei mais do que eu precisava, apenas me empolguei, porque sabia que a minha geladeira estava vazia, e aí comprei muitas frescuras, frutas, verduras, e guloseimas pra encher a minha geladeira, até Danone de chocolate eu comprei. E olha que nem como coisas muito calóricas.
Acho que as compras deram mais que setecentos euros e preciso pagar ele de alguma forma, nem que seja com jantares ou almoço no final de semana.
Entrei no meu apartamento depois de colocar a minha digital no painel da porta, e por incrível que pareça as minhas irmãs não vieram me receber na porta, elas sempre são as primeiras a chegar e gostam de me ver chegar, ou elas não chegaram ainda, ou estão no banho.
Entramos e as luzes acendem automaticamente.
Ele me ajudou a retirar as compras do carrinho e colocou na ilha, na cozinha. Depois ele levou o carrinho até o estacionamento. Enquanto isso arrumei as compras na geladeira e já separei o que vou fazer para o jantar.
Como ele deixou a porta entreaberta, não me preocupei em ir atender, quando ele entrou novamente e me assustou ao chegar de mansinho atrás de mim.
- Julian?
- O que foi? – ele diz sorrindo.
- Que susto homem, como chega assim sem fazer barulho?
- Desculpa, é que sou silencioso.
- Tá bem... – sorri e o olhei, ele está sem o terno e a gravata, apenas com a camisa social, ele dobrou as mangas até o antebraço e diz:
- Precisa de ajuda?
- Você sabe cozinhar?
- Sei me virar na cozinha, não sou cozinheiro, mas não passo fome e minha mãe sempre me ensinou a fazer tudo.
- Gostei da minha sogra... – disse e ele sorri.
- E de mim? Gostou?
- Ainda estou decidindo isso...
- Tá bom, eu espero, mas posso te ajudar?
- Claro que pode!
- O que eu faço primeiro?
- Vem lavar as mãos.
- Tá ok...
Ele vem do meu lado na pia e de pé descalço eu sou ainda mais pequena perto dele.
- Credo Julian, quanto você tem de altura?
- Um metro e noventa e oito. Porque?
- Jesus, sou quase trinta centímetros mais baixa que você.
- Bem baixinha. – ele provoca.
- Não sou baixa, você que é gigante. – digo batendo no quadril dele com o meu braço e esse foi nosso primeiro contato físico.
Ele me olhou sorrindo e engoli em seco.
- O que foi? – perguntei.
- Nada... – O pomo de Adão dele sobe e desce várias vezes enquanto ele olha pra minha boca.
Ele desviou o olhar e peguei a cebola, alho e o pimentão pra ele cortar.
Ele me olhou sorrindo e disse:
- O pior fica pra mim?
- Você não gosta de cortar isso?
- Na verdade não me importo, só quero te provocar mesmo.
- Seu bobo, eu vou fazer a carne. Se quiser que eu corte esses, eu posso fazer. – falo pegando da mão dele e ele segura a minha mão e diz me olhando nos olhos.
- Vou cortar. Só me diz como que você quer eles?
- Em cubinhos pequenos.
- Beleza.
Ele começa a cortar e eu coloquei a carne moída na panela e comecei a mexer pra deixar bem separado os gruminhos.
Ele me alcançou a cebola e larguei na panela, devolvi a tábua pra ele continuar a cortar.
Ele é ágil com a faca.
É diferente ter um homem na cozinha comigo. Mas é tão legal. Já consigo imaginar nós dois cozinhando mais vezes.
Ele é organizado e conforme vai fazendo, já vai limpando assim como eu. Gostei!
A carne estava com um cheiro maravilhoso, e o apartamento estava tão perfumado. Com cheiro de comida sendo feita.
Normalmente não faço janta, quem deixa algo pronto pra mim, é a dona Cecília, mas eu gosto de me aventurar na cozinha. Mamãe sempre nos ensinou a ser boa em tudo.
Começamos a montagem, e ele é tão divertido, nós conversamos sobre muitas coisas, sobre o trabalho dele lá na Suíça que era numa empresa renomada, mas ele odiava ser funcionário lá, porque eles eram muito chatos. Nas palavras dele, era muita pegação de pé, e ele se sentia muito pressionado. Mas ele sempre foi calmo e fazia tudo muito bem feito, mas não no tempo deles, porque ele disse que é melhor demorar e entregar algo muito bom, ao fazer correndo e fazer mal feito. Todos na empresa gostavam dele, mas ele não gostava do jeito deles.
Montamos a lasanha e colocamos no forno pré aquecido. Ele está lavando a salada de alface e tomate e eu coloquei o arroz cozinhar.
Peguei duas taças e coloquei um Cabernet Sauvignon para tomar, enquanto esperamos o jantar ficar pronto. Ofereci ao Julian e ele pegou da minha mão, bem devagar... Olhando nos meus olhos ele pegou a taça delicadamente e ainda passou os dedos grandes nos meus. Causando um arrepio gostoso no meu corpo todo.
Ele bebeu um pequeno gole e continuou me olhando. E uau essa cena é sexy!
Não consegui desviar o olhar e ele sorriu.
- O que tanto você pensa?
- Nada...
- Conta pra mim Gwen... – ele pede se aproximando de mim com passos lentos. Parecendo que sou uma presa e ele o predador, só esperando o momento certo de atacar.
- Não estou pensando nada... – engoli em seco porque ele está bem na minha frente, sorrindo de forma bem cafajeste.
- Eu sei o que você quer e eu também quero muito.
- E o que eu quero? – pergunto com a voz falha, ele retira a taça da minha mão e me pega no colo, me colocando sentada na bancada da ilha. Ele fica no meio das minhas pernas e eu da altura dele. Ele segura a minha cintura e diz olhando nos meus olhos:
- É só me pedir....