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5

SELENA NARRANDO

Dois anos depois....

Eu desço do ônibus correndo para chegar a tempo de deixar Betina na creche, ela dava risada enquanto seu pequeno corpo balançava em meus braços. Sim, eu continuo em Paris. Mariana foi a chave peça que me fez continuar com os meus sonhos, um pouco mais de um ano e meio eu estaria me formando na minha faculdade e agora estava procurando um emprego na minha área, durante esses dois anos eu usei o dinheiro que aquele traste do Gabriel tinha me deixado, depois comecei a trabalhar meio período e estudar no outro turno que Betina ainda estava na creche e assim consigo me manter com ela por aqui.

— Betina – A professora fala abrindo um sorriso para ela e Betina acena com a mão. – Selena, mais uma vez quase atrasada novamente.

— Me perdoe professora, é que é bem corrido, o ônibus passa muito em cima do horário.

— Por que não pensa em arrumar uma escola mais perto da sua casa?

— Porque o meu serviço e minha faculdade são aqui do lado, eu não conseguiria chegar a tempo de pegar ela lá. Eu prometo que irei dar um jeito de chegar mais cedo.

— Por favor, eu não tenho como ficar esperando apenas Betina chegar para fechar os portões.

— Eu entendo.

Ela pega Betina no colo depois de me despedir dela, Betina adorava a escolinha, aliás ela estava aqui desde os seus 6 meses de vida, eu respiro fundo e vou andando para a faculdade, depois ainda teria que trabalhar a tarde na cafeteria e depois buscaria Betina para ir para casa. Eu passo na frente de onde seria o restaurante do Gabriel e vejo que está funcionando outro restaurante, eu confesso que durante esses dois anos eu procurei muito por ele no começo, atrás de qualquer notícia, eu queria entrar em contato com ele de alguma forma e entender o que tinha realmente acontecido, mas com o tempo a minha ficha foi caindo e eu fui entendendo que ele realmente me abandonou por eu está grávida, que ele me abandonou sozinha em outro Pais desconhecido sem saber o que fazer e ainda por cima grávida.

— Selena – Mariana fala sorrindo – O reitor Frederico pediu para quando você chegar ir até a sala dele.

— Será que aconteceu algo?

— Não sei, ele não disse o que era. Você quer que eu vá junto?

— Não precisa, obrigada Mari.

— E cadê, a minha princesa?

— Na aula, aprontando como sempre – ela sorri.

— Eu vou com você depois buscar ela a noite, estou morrendo de saudade dela.

— Você a viu a dois dias.

— Eu amo minha afilhada – eu balanço a cabeça e ela sorri.

— Eu vou lá – eu falo. Eu vou andando até a sala do Reitor Frederico e confesso que acho estranho ele querer falar comigo. – Olá, Frederico o senhor Reitor me chamou?

— Selena – ele sorri – entra, por favor – ele aponta para cadeira – Eu chamei sim, preciso muito falar com você.

— O que aconteceu? – eu pergunto

— Eu tenho um antigo conhecido meu que está abrindo uma empresa de Marketing, uma filial aqui na França e ele me colocou para arrumar os melhores profissionais nessa área e eu pensei, você é a melhor aluna do nos-so curso de Marketing, a melhor que essa faculdade já viu. Você teria interesse?

— Você está me oferecendo um emprego? – eu pergun-to sem acreditar.

— Salário, todos os benefícios possível e principalmente a creche paga da Betina em horário acessível para vo-cê.

— Meu Deus – eu coloco a mão na boca – mas será que dou conta? Eu sou uma estudante.

— Quase formada e de longe a melhor que nós temos aqui – ele me encara – eu tenho certeza de que vai dar certo.

— Você aceita? – ele pergunta me encarando com um sorriso em seu rosto.

— É claro que aceito – eu falo sorrindo.

Pietra NARRANDO

Eu encaro Thiago descendo às suas malas e o motorista pegando-as e levando para o carro, Gabriel está tomando seu café junto do seu pai.

— Não me olhe com essa cara de julgamento, mamãe.

— Thiago, por que França? Você já tem tudo aqui. – Ele me olha;

— Thiago está certo minha querida esposa, ele está expandindo a suas empresas. França é um dos países que mais está escaches de empresa de Marketing, pelo menos ele está fazendo algo que traga sucesso e retorno para vida dele – ele olha para Gabriel.

— Restaurantes também são retorno, papai. Era da internet pode acabar um dia, agora a fome não.

— Marketing é muito mais que internet meu irmão, mas não vamos começar uma discussão. As duas áreas são muito importantes e Gabriel também está indo muito bem com seus restaurantes. Eu retorno no Natal, mamãe.

— No Natal, tem quase um ano até o Natal. – Ele me encara e se aproxima.

— Para de ser exagerada mamãe, são apenas alguns meses – eu beijo a sua testa.

— Conseguiu os funcionários? – meu pai pergunta.

— Um antigo amigo meu, arrumou tudo. Assim, que eu chegar já irei conhecer todos eles.

— Boa sorte meu filho – eu falo por fim e Thiago me encara – não esqueça de sua mãe.

— Você é muito dramática mamãe, eu te amo – ele beija a minha mão.

João acompanha o filho até o carro e eu fico encarando Gabriel, depois me aproximo da janela e observo ele se despedindo do pai, eu suspiro e Gabriel se aproxima de mim.

— Dona Pietra perdendo o controle da vida do filho mais velho.

— Não fale besteira – eu me viro para ele.

— Será que se ele arrumar uma namorada, você também irá ser contra?

— Você sabe que o que eu fiz, eu fiz para te proteger. Eu mesmo te provei que ela nunca esteve grávida com aqueles documentos e até embora da França ela foi.

— Quem te garante que tudo aquilo era verdade?

— Eu garanto, o meu amigo da imobiliária garante. Aquela Brasileira voltou para o lugar dela, você jamais se casaria com uma suburbana.

— Eu vou para o restaurante – ele me encara e se vira.

— Gabriel – eu o chamo e ele se vira novamente para o meu lado – Você sabe que o que eu fiz, eu fiz para o seu bem. Eu amo você acima de qualquer cosia e de qualquer um.

— Eu sei mamãe. Se ela não estava grávida era porque realmente queria me enganar e me dar o golpe da barriga.

Gabriel também sai de casa e eu observo os dois carros saindo pelos portões da nossa casa, agora eu só teria minha família completa no Natal, até parecia um pesadelo, eu só espero que Thiago saiba o que está fazendo, porque não quero ser manchete com um filho fracassado. Sobre a suburbana que vira e mexe Gabriel falava, essa eu tinha certeza de que não entraria mais no meu caminho, essas horas deveria estar vivendo sua vida medíocre novamen-te.

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