Capítulo 6
"Nada na vida fará você feliz, até que você escolha ser feliz."
(Angel)
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Angel
Não imaginei que minha noite terminaria assim
Não imaginei que minha noite terminaria assim. Mas também não acho que seja tão seguro subir e descer ao lado desse ogro louco. Que nesse momento corta os carros em cima dessa moto.
Nem sequer prestei atenção no caminho, pois saímos cortando de giro no meio dos carros e só agora ele parou em algum lugar. Desço com ele da moto e analiso a rua, paramos em frente a um restaurante.
"Não acredito que esse ogro me trouxe para jantar, quanto mais eu fico perto dele mais eu me surpreendo."
Ele segura minha mão e entra no restaurante simples, mas me parece muito aconchegante. A iluminação baixa deixa o clima romântico e pensar nisso me faz sorrir. Sua beleza rústica parece combinar com o ambiente.
Sentamos em um cantinho mais escuro e os acentos são colados na parede. E era preciso sentar e se arrastar um pouco para que o outro sentasse ao lado. Me lembra aqueles filmes antigos com lanchonetes.
— Esse sorriso no seu rosto deve significar que gostou do lugar. — me viro para ele que tira sua jaqueta e reparo nos seus braços completamente tatuados e fortes. Baixo o olhar ao notar que ele está me analisando.
— Sim... Gostei muito. Confesso que estou surpresa. — ele faz um sinal e o garçom se aproxima.
Fizemos nossos pedidos e escolhi um prato simples mais muito saboroso.
— Não queria contato nenhum com você, mas pelo visto tudo conspira para você vir para perto de mim. Então optei em deixar sua noite melhor. Mas me fale sobre você. — pisco algumas vezes e não acredito que ele falou isso.
Que convencido!
— Você nem se acha, né!?. Mas como foi gentil me trazendo para jantar vou falar sobre mim. Bom, me chamo Angelina, filha única, moro com meu pai e minha cozinheira Martinha, que já foi minha babá. Já conclui o ensino médio e quero entrar para a faculdade. Desejo cursar fisioterapia. E essa sou eu. E minha idade, você já meio que arrancou de mim. E você? — ele me ouviu atentamente e sorrir de lado passando a mão na barba.
Meu Deus! E como esse homem pode ser tão bonito?
— Eu precisava saber se você era menor de idade e o que rolou... Bom... É... Você sabe! — ele pergunta meio sem jeito
— Têm como a gente não falar sobre isso... É que... — fico sem graça e não consigo terminar. E minha nossa, ele fala com tanta naturalidade.
— Têm vergonha de falar sobre sexo, mas não têm de atacar um homem indefeso em seu quarto? — faço cara de chocada e bato nele
Que safado! Se vitimizando, mas eu sorri por meio que ter sido verdade.
— Que vergonha! Pronto se sua intenção era me deixar sem graça, parabéns você conseguiu. — ele sorrir e se aproxima mais de mim, quebrando a nossa distância ficando do meu lado
Encaro seus olhos que percorrem todo meu rosto, sua mão se ergue tocando meu queixo e sua atenção vai para meus lábios.
— Não quero te deixar sem graça, docinho... — Sua voz grave me arrepia, engulo em seco por causa da nossa aproximação
— Por que colocou esse apelido em mim? — falo hipnotizada por seus olhos verdes
— Porque você têm a buceta mais doce que eu já chupei. — ele fala naturalmente, mas me afasto no susto por causa da sua resposta. Viro o rosto e dou um sorriso morta de vergonha
"Gente esse homem é doido."
— Você é muito direto e pervertido. Vou pensar bem antes de te fazer perguntas. Poderia ter inventado qualquer coisa. — ele sorrir e passa a mão no cabelo que está preso
Eu prefiro ele solto, mas continua bonito.
— Só falei a verdade, não tenho papas na língua e odeio meias conversas. O que eu tiver para te falar eu vou dizer e foda-se. Como agora, sei que você está puxando assunto porque se sente desconfortável comigo por eu ter transado com você e têm medo que possa me falar alguma coisa que me estresse e estrague o nosso momento juntos. Não quero que finja ser alguém, seja você, como é com qualquer pessoa, pois eu vou ser eu mesmo o tempo inteiro. — ele fala naturalmente e me viro ao ver o garçom se aproximar com nossos pedidos
E estou realmente surpresa com esse homem.
Comemos e ele gosta bastante de carne. Comeu três bifes enormes, também pudera, com tanto músculo é mesmo preciso repor as energias. Sorrio ao ver um bagaço em sua barba e esse tanto de pêlo deve acumular sujeira... Aff... Melhor nem pensar.
— Está rindo de quê? — tiro o farelo de comida da barba, ele encara o meu movimento
Passo a mão tirando os possíveis farelos que ficaram, ele franze a testa e sorrir.
— Você é a primeira garota que limpa minha barba, a maioria das mulheres não gosta de homem peludo como eu... — ele puxa a barba
Eu faço uma cara de nojo e ele rir, avançando na minha direção e roça a barba no meu rosto.
— Ah! Que nojento... — brinco tentando me afastar dele, que agora me encara meio magoado
— Me acha nojento mesmo docinho?
— Não! Eu estou brincando. A sua barba é muito legal, deixa você com cara de homem das cavernas... — ele me cutuca e rir
— Toda boba. Então sou um homem das cavernas gato... Eu sei, pode dizer. — ele solta o cabelo passando a mão, e faz força com o braço, mostrando que é forte
Reviro os olhos e me recosto no acento.
— Muito convencido você, senhor homem das cavernas gato.
— Sou verdadeiro docinho... Só isso.
— Se acha o dono da razão.
— Do que mais eu sou dono? Da verdade, dono dos seus lábios, do seu corpo, dos seus pensamentos... Dos seus sentidos... Hein!? Diz pra mim docinho... Diz!?
Os seus lábios começaram beijando minha mão e agora estão no meu pescoço me fazendo perder os sentidos para cada toque seu. Que levam uma eletricidade para minha virilha e um formigamento na minha barriga.
Seus lábios sugam minha orelha devagar com leves lambidas.
Como ele consegue me deixar tão leve?
Tremo com um arrepio que varre meu corpo, já iria me afastar, mas ele segurou meu rosto fazendo encara-lo.
— Chega de perder tempo docinho... Tá na cara que você me quer tanto quanto eu te quero... Então deixa acontecer naturalmente... — ele inclina rosto e só consigo fechar os olhos e receber seus lábios nos meus
Seguro sua nuca e deixo ele guiar o beijo delicioso e gostaria de parar o tempo. Sua mão ousada aperta minha cintura subindo até quase tocar meu seio. Mas ele não toca e leva a mão até minhas costas apalpando me trazendo para mais perto dele. Vejo que o nosso beijo está tomando um rumo muito avassalador e aqui não é o melhor lugar para isso. Seguro seu rosto e interrompo nosso beijo que por sinal estava maravilhoso, seus olhos verdes me analisam procurando o que há de errado.
— Hum... Acho melhor nos irmos Apollo, daqui a pouco as pessoas vão mandar a gente ir para um motel. — falo sem graça, ele recua e dá um meio sorriso, pegando sua jaqueta
— Você se preocupa muito com o que os outros pesam de você. Se quiser viver intensamente precisa parar com isso ou será alguém infeliz. Não podemos agradar a todo mundo. Vamos, que vou te levar para casa docinho. — eu nem respondo nada
Ele só falou verdades, mas sinto que esse homem me desafia e gosto da adrenalina que ele me faz sentir. É algo novo e muito bom.
Ele pagou a conta e saímos. Agora do lado de fora não quero ir embora.
— Poderíamos ir para outro lugar, agora não quero ir tão rápido para casa. — Falo baixo e ele vira para me encarar
Eu devo estar com cara de idiota por falar um absurdo desse.
— Está brincando com fogo docinho. Me fala logo seu endereço, pois para andar comigo têm que seguir as minhas regras e não ser fresca. E já consigo perceber que você têm muito que aprender e não sou um bom professor. — solto minha mão que ele segura e era de se esperar ele me tratar como criança, só porque se acha o fodão experiente
— Não estou pedindo para você me ensinar nada Falcão! Vocês homens são todos iguais! Sempre se acham no controle de tudo e que as mulheres só têm que seguir suas regras e obrigações para ficar do seu agrado. E se eu sou uma mulher em fase de aprendizado, com certeza não quero que você seja meu professor. Quero voltar para o bar e de lá vou embora com Mila. Obrigada pelo jantar! — falo firme e caminho para moto
Eu não vou deixar ele me diminuir, só porque se acha o homem todo experiente.
Ele não me respondeu nada e subiu na moto dando partida e claro me agarrei na cintura dele, pois tenho medo de cair. Em pouco tempo sinto ele diminuir a velocidade da moto. Enfim... Chegamos!
Tiro meu capacete e me dou conta que não estou no bar, olho ao redor e começo a ficar assustada.
— Pode tirar essa cara de espanto. Venha! — ele me tira da moto como uma pena me deixando em sua frente
— Esse lugar não é o bar... Eu... Eu disse que iria para lá. Você é surdo por acaso? — falo nervosa e já não confio nesse cara
Ele não me falou nada sobre ele e sempre desconversa.
— O nosso passeio não terminou docinho... Vou te levar a onde você quiser, mais você ainda está comigo. — ele segura minha mão e anda na direção do elevador
E sei que é o seu apartamento, mas ele disse que sou fresca e não queria sair comigo. Me sinto uma idiota por ter pedido aquilo.
Já dentro do elevador puxo minha mão que ele segurava e me encara de forma neutra. E em que merda eu fui me meter?
— Você foi muito direto quando disse que não me queria, porque me trouxe para cá? — ele me ignora me dando as costas e o elevador para no andar
Ele sai e eu logo vou atrás, ele abre a porta do apartamento e vira me mostrando para entrar. Hesito, mas não tenho muita escolha, entro e tudo está limpo, pelo visto ele ajeitou tudo durante essa semana.
— Vou tomar um banho docinho. Fica a vontade, você já conhece bem o lugar né!? — ele fala com um tom safado, mas logo volta a sua postura anterior — Têm suco na geladeira se quiser beber alguma coisa. — ele segue para o quarto e fico na sala feito uma estátua analisando cada centímetro daquele lugar que me marcou pra sempre
Esse homem definitivamente é doido, me deixa confusa e mais interessada do que eu deveria.
"Angel você vai se queimar e ele já deu o aviso."
Mas acho que já me queimei no exato momento que me entreguei para ele e agora foi que ferrou tudo de vez.
" — Socorroooooooo Deussssss... Fico ou Fujo desse homem gostoso? Angellllllll... Aaaaaaaa... Você só se mete em enrascadas. Droga!"
Continua...