capítulo 5
Emma
O que está acontecendo comigo?Ian Novack sabe me deixar louca.
Como se a amizade que dizemos ter, fosse algo tão importante e vital para a minha vida!
Ele estava a poucos centímetros de mim, encarando minha nuca, causando arrepios pelo meu corpo todo e outras reações idiotas que desejei rejeitar a todo custo.
Meu chefe é charmoso, e ver suas fotos me deixa boba.
Eu senti que ele estava a poucos passos de mim e seu perfume sutil me deixou de quatro, no chão. Mas não como foi na última vez.
Ele está frustrado, assim como eu.Por isso decidi acabar de vez com nossa brincadeira. Eu fui culpada por ter a começado,então terminei com ela.
Saio atrasada do trabalho, já imaginando que perderei o metrô para chegar cedo em casa.Assim que ponho os pés para fora do prédio, Ian sai com uma expressão nada legal.
Meu coração quase salta pela boca e o desejo de ir até ele, vem até mim.
Não é como se tivesse sido semanas ou meses de conversa, mas o pouco que falamos um com outro foi suficiente para me abalar por esse“término” idiota.
Faço todo o caminho até a estação, pensando no que ele fará, se é por minha causa o seu mau humor e se, em algum momento, nós nos esbarraremos outra vez ou ele insistirá em continuar mantendo contato.
Depois do que lheenviei, não obtive respostas. Não deveriaestardesejando isso, mas mentiria se dissesse que não estou.
***
Apesar de ter passado o dia todo sentada, meu corpo está cansado, insistindo para entrar na banheira e ficar lá até o outro dia. No entanto, Bia, como uma fiel e pontual amiga, bate em minha porta com o maior sorriso do mundo e com uma empolgação fora do comum.
Apesar de sermos vizinhas e de ela estar ao meu lado durante todos os cincos anos em que moro em Nova York, ainda me impressiono com a ideia de que somos amigas.Ela é linda e confiante. Mas,também...Pudera!A mulher tem um metro e setenta de altura, cabelos naturalmente ruivos, corpo esbelto e autoconfiança. Tudo que falta em mim.
Claro...Eu não sou horrorosa, nem acredito em um conceito ou tipologia. Minha magreza é um mistério, já que sempre como o mais variado cardápio de gorduras, e meus cabelos são pretos, lisos, naturais e bem tratados em casa. Só não gosto de sair para comprar roupas. Algo que Bia não deixa de lado e sempre me passa nacara.
— Sabe, Emma?Você deveria me dar uma porcentagem do seu salário. —Senta-seem meu sofá, esperando-me. — É uma das pessoas mais inteligentes que conheço, se não for a mais, é bonita e tem dinheiro para dar e vender. Sei quanto ganha um engenheiro na sua área.Eu pesquisei.
— Quer dinheiro emprestado?Eu já te ofereci.Foi você quem não...
— É brincadeira, sua ridícula. —Revira os olhos edeixa o sorriso voltar,iluminando seu rosto cheio de sardas. — Na verdade, estou meio que em um trabalho.
Paro o que estou fazendo para prestar atenção no que ela irá dizer. Essaé mais do que uma novidade, é um milagre. Claro que Bia é esforçada e tenta, de diversas formas, arrumar um dinheiro por si só, porém devo admitir que não consegue, de jeito algum, deixar para trás a boa vida de uma filha de magnata.
— Trabalho? —Levanto as sobrancelhas. — Você?
— Posso saber que surpresa é essa? —Questionou ofendida. — Sempre trabalhei. Fuipersonaltrainer em uma das lojas da GUCCI e até para aquela mulher que dava dicas de moda.
— Você durou mais ou menos quanto tempo em cada uma dessas atuações? —Perguntei, tirando sarro dela. — Bia, você realmente se esforça para ficar no trabalho, mas sempre diz que ficou chato depois de duas semanas.
— Não pode me culpar pela última vez.A mulher poderia trabalhar na loja mais chique da cidade, mas as roupas... Meu deus!Eram horrorosas. —Faz cara feia.
— O que é dessa vez? —Visto-me em frente ao espelho. Pelo que conheço dela,contará uma longa história que durará todo o percurso da corrida. — Contadora do seu pai?Porque sempre diz que quer ser independente, só que não sai do apartamento que ele te deu e não para de comprar no cartão ilimitado.Bia, você não... — Ela joga uma das almofadas em mim. Nem esperava que fosse usar tanta força. — Ok.Vou levar a sério.
— Uma das minhas antigas amigas da loja me levou a uma agência. E lá, eu... — Viro-me para a olhar com desconfiança. Eu bem sei quem é essa amiga, e imagino que não deve ser boa coisa. —O que foi?Por que está me olhando como se fosse me dar uma bronca?
— Que amiga foi essa? —Perguntei com calma, aproximando-me dela.
— Sei que Victória não é a pessoa mais confiável, mas...
—“Confiável” não deveria estar na mesma frase que o nome dessa mulher.—Falei entre os dentes. —Você se esqueceu que quase foi presa porque ela colocou drogas na sua bolsa?Sem falar da joia cara que fez todos pensarem que você roubou.
—Eu não me esqueci disso, mas a perdoei.Além do mais, fui bem recebida e aceita, enquanto ela foi rejeitada. —Contou com muita alegria. — Meu primeiro cliente é lindo de morrer e tenho que...
— Beatriz Alencar, do que está falando?
Preocupar-me com ela já faz parte do combo. Realmente, eu a tenho como uma irmã e não quero vê-la metida com coisas erradas. Seu pai até me liga para perguntar como ela está, já que a garota insiste em não falar com ele, mesmo que ele o banque.
— É algo sério e seguro, Emma; nada demais. —Nem se importa com minha cara feia, só sorri e se prepara para contar a longa história. — Eu não estava confiante para falar a verdade etinha as minhas ressalvas, mas depois que a mulher me explicou tudo, passei a dar credibilidade a esse trabalho. Funciona assim: eu sempre vou estar disponível para sair com caras ricos para onde eles quiserem me levar. — A forma calma e empolgada como ela falou essa frase, assustou-me e me paralisou.
Eu já sabia que minha amiga era maluquinha, só que isso é loucura, uma maluquice digna de Beatriz.
— Não me olhe com essa cara! Eu não vou ser prostituta, apenas sair com eles como uma acompanhante.
— Vou ligar para o seu pai e pedir para que ele te interne. —Estou furiosa. —Ficou louca?Esse é um modo de punir sua família ou a mim?
— Nem ouse ligar para o meu pai!Se ligar, a nossa amizade acaba agora. —Reclamou, levantando-se. — Eu estava empolgada para te contar, mas devia teradivinhado que alguém tão sem graça como você, não entenderia a real situação.
— Real situação? —Debochei. —É loucura, Bia. Sair com homens ricos por dinheiro?Eu já ouvi falar nisso.Está se iludindo se pensa que vai ficar só na amizade.
—Está me ofendendo. —Afirmou brava.
— Desculpe!Mas, o que quer que eu pense quando fala que será uma acompanhante? —Nós duas estamos alteradas.
Minha cabeça já ameaçava doer por conta de Ian; e agora, com essa conversa com Bia, ela nem ameaçamais e parte logo para o ataque.
— Quer saber?Não vou mais sair com você. Já me colocou muita preocupação e está agindo como uma mimada sem juízo.
— Quer saber, Emma?Você está sendo tão sem juízo quanto eu. —Provocou-me, levantando o nariz e vindo em minha direção. — Mente para si mesma e acha que esconde sua insegurança em relação aos homens, mas a sua recusa em se revelar para o homem que gosta e com quem conversa é a prova disso. Sempre foiassim, até mesmo com a nossa amizade, quando se recusava a aceitar ser minha amiga.
Quando Bia fica com raiva, fala muitas besteiras, comoagora.Eu deveria estar acostumada com suas piadas e deboche, só queelaacabou de tocar em uma ferida ainda aberta.
— Não é porque ele é seu chefe.Não é porque não gosta de fazer compras, que se veste assim;é porque se vê desse modo e gosta de não ser atraente ou chamativa, poistem medo de ser usada e traída, como foi no passado.
— Saia do meu apartamento e só volte quando deixar essa loucura de lado!Caso contrário, nossa amizade acaba aqui. —Tento reprimir a insegurança e a decepção que me tomaram depois do que ela me disse. — Está sendo malvada porque odeia quando estou contra você.Até tem razão em algumas coisas, mas, como minha amiga, não deveria dizê-las.Eu não faria isso com você.
O arrependimento no seu rosto é evidente, contudo não mudo de ideia. Saio da sua frente e vouaté o banheiro. Estou muito cansada para continuar brigando. Eu queria ajudá-la, pois, claramente,seu novo “trabalho” não é confiável.
Logicamente, não posso julgar nada que não conheço, porém sei quando algo vai dar errado. Muitas meninas já se envolveram com essas coisas e nada terminou bem para elas, pois os homens costumam achar que podem usar e abusar delas, prometendo-as tudo só para, no fim,saírem vencedores.
Eu não sei se Ian é como essas pessoas, já que mal o conheço e agora nem dá mais para conhecer. Tive que acabar com essa loucura antes de sair magoada dela.
Ele estava louco para me ver, no entanto, assim que pusesse seus olhos azuis sobre mim, ficaria decepcionado. Hoje foi um teste. Quandose aproximou,ainda assim não pensou que a garota com quem conversava, pudesse estar em um espaço escuro, olhando para um computador e vestida como uma estranha.
Odeio me ver em vestidos chamativos e meu corpo não é lá essas coisas, embora tenha partes interessantes nele; também nunca sofri abusos, nem nada.No entanto, chamei a atenção de uma pessoa errada que usou da minha inocência e curiosidade para me colocar no meio de um furacão.
Minha mãe, como uma mulher religiosa, quando isso aconteceu, disse que a culpa foi minha, por ser inconveniente, perguntar demais, não ir à igreja, e muito mais. Usou esseacontecimento para me punir e me fazer acreditar que o erro foi eu, não outra pessoa. E, desde esse dia, ela me fez usar roupas que cobrissem mais o corpo, o cabelo comprido,nunca blusas com decote, jamais saltos... E muitas outras regras sem sentido.
Essas coisas não têm relação com o que aconteceu e eu não deviater feito o que ela queria, no entanto sempre fui submissa.E, com o tempo acabei me acomodando e me acostumando com a forma de vida com a qual comecei a lidar.
Eu vir para Nova York era para ter sido a minha liberdade, mas ela arranjou um emprego aqui e continuou a me exigir modos e vestimentas específicas. Aí teve um dia em que não suportei tanta coisa ebrigamos.Desde então, não nos falamos mais.
Bia sabe de toda essa história e sempre me apoiou, só que agora a usou contra mim.
Não posso dizer que entrar na banheira quente me relaxou,já que minha cabeça não para de pensar em Ian e no que escrevi para ele.Como, em tão pouco tempo,apeguei-me tanto a alguém?Ainda por cima, éo meu chefe arrogante.
No fim das contas, Beatriz está certa:sou tão solitária e medrosa, que afasto as pessoas para não me decepcionar.Conversar com Ian, apegar-mee depois descobrir que ele se arrependeu por tudo, seria terrível.Além do mais, o passado ainda me corrói.
Pensando bem, onde pararíamos com essa amizade louca? Ian Novack é meu chefe, um homem bonito, importante e muito arrogante.Não quero mais problemas para a minha vida chata.Não mais do que os já tenho.
Fiquei tão distraída com meus pensamentos, que só me liguei que ainda estou na banheira, quando notei meus dedos enrugarem.
Será mais uma noite em queficarei até meia-noite na frente do meu monitor, tentando melhorar o meu sistema de monitoramento e rastreio de dados que estou inventando? Na verdade, preciso de um servidor adequado para o seu desenvolvimento. Meu computador não tem a capacidade ideal para criar algo desse tipo, mas o protótipo já está esboçado, esperando apenas as finalizações numéricas.Quando estiver pronto, meu sistema poderá ser implementado por bancos de dados, como os da TEC Corporation. Dentro dele,será monitoradotudo, desde início, quando os dados são armazenados, ao fim, quando as informações são modificadas ou retiradas.Eu o chamo de soldados,pois protege, vigia e vai atrás das pistas caso algo dê errado, para que não se perca as informações.
Depois de colocar meu pijama confortável e ficar em frente ao computador no qual trabalho em casa, passo um bom tempo apenas encarando o objeto em minha frente. Sei o que devo fazer, só não estou tomando a iniciativa.Parece que os conflitos do dia permanecem me impedindo de continuar.
Qual é, Emma? Você já fez isso antes. Um problema não é tão maior quanto sua inteligência e determinação.
A minha automotivação não ajuda, porém,meu telefone toca ao meu lado, fazendo meu coração quase sair pela boca.
Ele nunca me ligou. Ian nunca me ligou.
Talvez seja um sonho estranho em queminha noite está se tornando um filme de suspense e drama esquisito.
Quase desmaio com a respiração frenética e o coração batendo mais rápido do que um motor de carro. O pior é que meu corpo simplesmente toma a iniciativa de pegar o celular e atender a chamada quando ela está quase caindo.
Por alguns segundos, a linha fica muda e euacho que pode ter sido um engano dele ou que algo no seu sistema tenha, simplesmente, ligado para o meu número. Contudo,logo ouço sua voz grossa e rouca ao meu ouvido, fazendo os pelos do meu corpo ficarem arrepiados.
— Eu sei que você disse que era melhor pararmos de conversar, eeu mesmo cheguei à conclusão de que era o certo a se fazer, mas não consegui parar de pensar em você, apesar de não te conhecer.
Eu não digo e nem direi um “pio”. Ouvi-lo dizer essas coisas só aumentou a idiotice dentro de mim, pois o sorriso bobo logo tomou conta do meu rosto.
— Sabe, passarinho?Nenhuma mulher no mundo conseguiu chegar tão longe. Claro... eu amo a minha mãe e avó.Mas fora essas duas, nenhuma outra me fez perder o juízo. Confesso que o mistério aumenta mais o meu interesse e a vontade de falar com você todos os dias. Quero saber onde está, o que faz ou até contá-la sobre a reunião chata ea loucura que acabei de fazer.Dispensei a mulher com quem eu teria uma noite fantástica de sexo. — Eu não estava preparada para ouvir isso. Nem sei como reagir. —Enquanto ela falava sobre tudo que aconteceu em Paris, eu só pensava em você, nas suas ironias.
— Provavelmente,eu reviraria os olhos. —Assim que percebo que falei, calo a boca com um tapa.
Alguns diriam que sou exagerada.Contudo, nunca tinha ouvidoa sua voz, nem ele a minha.Esse passo me trouxe uma imensa insegurança, como, por exemplo: e se, em algum momento, ele me escutar falar no trabalho e me descobrir?
— Eu fiz isso e ela não se importou. —Rio, esquecendo-me de tudo que acabei de pensar. — Gostei da sua voz. Pelo menos agora sei que não é um velho tarado que está brincando comigo.
— Claro. Até porque você é uma jovem indefesa. —Ironizei.
A quem estou querendo enganar?Quero conversar com ele, mesmo com medo.Posso correr o risco. Provavelmente, não voltará à sala de monitoramento.E, pelo que sei, as vozes no sistema eletrônico se modificam.
—Achei que estivesse o enlouquecendo.
— Você está.Mas o estrago já foi feito.Pelo menos quero ter uma amiga sincera na vida. — E, novamente, sendo idiota, sorrio como se ele tivesse dito algo romântico ou bobo. — Quem sabe, algum dia, você perca o medo e confie em mim para se mostrar?
—Nunca vai acontecer, Ian. —Levanto-me da cadeira e vouaté o sofá. Como a noite já está perdida, não adiantaria desligar o telefone e tentar terminar o meu trabalho.— Mas gosto de saber que é um homem esperançoso.
— Você é má.Sabia? —Faz eu sorrir mais uma vez. — Mas, tudo bem. Contanto que continuemos conversando, posso suportar o seu mistério, passarinho.
— Por que me chama assim?
— Seu codinome é Birdpink.Só o melhorei.Fica mais excitante falar “passarinho”. —Usou uma voz sedutora.
Automaticamente, minhas bochechas coram só por imaginá-lo falar perto do meu ouvido.
— Aposto que está envergonhada agora.
— E, como sabe disso? —Sinto-me constrangida.
— Se é tímida o bastante para não me dizer quem é, deve ser duas vezes mais quando o assunto muda para algo mais... safado.
— Não sou tão inocente, bundão. —Essa saiu sem pensar.Normalmente, eu só o chamo assim por mensagem.Falar em voz alta foi estranho.
— Está vendo? Você tem uma obsessão pela minha bunda. Deve ser o desejo de tocá-la.É excitante. — Ian não tem limites e, mesmo a milhares de quilômetros distância de mim, não deixa de me provocar arrepios ou vergonha por algo que nem é tão safado, mas que não estou acostumada a ouvir.— Se bem que a moça da cantina tem um fetiche pela minha bunda. Você é a Catarine?
Não dando para me segurar,rio alto como se tivesse escutado a melhor piada do mundo. O sonoro som da sua gargalhada também corrobora para que eu continue rindo. Meus olhos até lacrimejam.
— Não.Eu não sou a Catarine, nem trabalho no refeitório. Se estivéssemos brincando de quente ou frio, você estaria na geladeira. —Ainda estou tentando me recuperar.
— Você é uma mulher impossível. Vou acabar achando que é fruto da minha imaginação. —Ironizou. — Mas, como eu disse, vou respeitar sua escolha.
— Obrigada, Ian!—Enfatizei o seu nome. — Por que dispensou a garota? Ela estava tão chata, que preferiu conversar com uma estranha?—Acho estranho o silêncio do outro lado da linha eatépenso que meu aparelho está com defeito. — Ian? Ainda está aí?
— Sim.Claro. Desculpe!É que não sei o que responder. Na verdade, eu só queria que o jantar terminasse, para ligar para você e conversarmos.
Não posso negar que gostei da sua resposta.Afundo-me no sofá fofo e sorrio como uma boba por ter sido, minimamente, especial para alguém. Mas logo me lembro que nunca passará disso e que Ian, apesar de não ser tão idiota, é meu chefe gato. Nunca nos conheceremos pessoalmente.
— Tenho que desligar. —Avisei desanimada, mas disfarçando, para que ele não percebesse meu estado. — Ainda não terminei o meu projeto particular.
— Você não é uma psicopata,né? — Ele tem o dom de me fazer rir.— Por que estou começando a achar esquisito esse projeto pessoal.
— Se eu fosse uma assassina, você estaria morto agora.
— Está certa. —Admitiu. — Então, boa noite, passarinho!
— Boa noite, Ian!
Quando desligoachamada, ainda estou com o sorriso bobo nos lábios. Gosto quando ele me chama pelo apelido; é fofo.