Capítulo 4
Demitri e Arthur chegam após o almoço.
— Esse aí também é um gatinho. Não se compara ao delegado, claro. — Fala Ana.
— Correção querida, DeleGato. — Fala Luizinho.
— Kkk...
— Amanhã você vai ao lago fazer exercício?
— Com certeza, vai direto.
— Tá bom.
Demitri trabalha na delegacia, ficará interno por enquanto.
— Preciso sair. Se precisar de alguma ajuda, tem a Ana e o Luizinho. Se eles não estiverem converse com a secretária. — Fala Arthur.
— Sim, senhor. Obrigado.
Arthur vai fazer a ronda sentido a fazenda Lírio-do-vale, ele estaciona a viatura atrás de umas árvores, o carro fica camuflado.
Poucos minutos depois, já tinha saído do carro e olha ao redor, um carro passa por ele a toda velocidade, quase saindo da pista. Arthur corre e entra na viatura, sai levantando poeira.
— Atenção, perseguição. Fiesta vermelho, alta velocidade, suspeito que o motorista esteja embriagado. Mandem reforços. — Arthur chama pelo rádio.
— Sim, senhor. — Demitri responde ao chamado de rádio e passa para Luizinho e Ana que saem correndo para atender a ocorrência.
Arthur liga a sirene, o carro a frente aumenta a velocidade.
— Droga! — Arthur emparelha. — Polícia, pare o carro!
— Paro o cacete maluco! — O jovem bate o fiesta com força na viatura, como Arthur estava sem cinto, bate a cabeça com força na lateral do carro.
— Áh!
O jovem freia e vira o carro como se estivesse voltando. Arthur faz uma manobra com o freio de mão e continua a perseguição, pega o revólver, atira nos pneus.
— Mano, que maluco o cara! — Grita o sequestrador.
De dentro do carro, o rapaz tem dificuldade em controlar o carro com os pneus furados e acaba saindo da estrada e bate em uma árvore.
— Esses moleques... — Sai da viatura com a arma em punho reclamando.
No carro o garoto vê o colega desmaiado, bateu a cabeça no painel já que estava sem o cinto de segurança.
— Cabeção!
Arthur chega perto:
— Saia do carro com as mãos para cima!
— Tá tirando maluco?
Arthur perde a paciência e dá, um tiro de aviso, acerta o para-brisa.
— Calma cara, tô saindo. Calma maluco.
— Você está preso! — Algema o garoto e o revista enquanto ele reclama.
— Pô cara. Fala sério! Tá de brincadeira.
— Você que está de brincadeira garoto. Quase se matou. Vem, entra na viatura, vou ver se seu amigo está bem.
Coloca o garoto na viatura e Luizinho chega, escuta um barulho, o rapaz que desmaiara sai do carro e abre fuga.
— Eu pego ele chefe! — Luizinho sai correndo, Ana vai atrás.
Arthur chega perto do carro, que provavelmente deu perda total pelo estrago, e escuta um barulho no porta malas.
— Mais... — Tenta abrir e não consegue.
Escuta uma voz abafada: — Me ajuda por favor.
— Quem está aqui moleque?
— Uma gatinha.
Arthur pega a chave do contato para abrir o porta malas.
— Porque prendeu uma pessoa aqui?
— Truta ela não quis dar por bem. Aí sequestrei ela.
— Tenho nojo de pessoas como você, moleque. — Abre o porta mala, a pessoa está vendada e amordaça.
Tira a mordaça e depois a venda da pessoa. Penélope olha seu salvador, fica paralisada. Arthur também fica sem palavras por um instante, ambos se olham no fundo dos olhos, Arthur corta o clima intenso.
— Você está bem?
— Sim, obrigada.
— Esse porco tocou em você de alguma forma indevida?
— Não.
Ele a ajuda a sair do carro e Luizinho chega com o outro rapaz algemado e o coloca na viatura do delegato.
— Pronto senhor, eu... Penélope? O que faz aqui? — Luizinho vê a irmã e fica preocupado. Você está bem, amor? Eles te sequestraram? Desgraçados!
— Estou bem, obrigada.
Enquanto conversam, Arthur olha a moça interessado.
— Venha minha querida, vou te levar para a delegacia. Vamos acabar com esses caras. Não se machucou?
— Não, obrigada.
— Esses moleques não tem vergonha na cara. Sequestrar uma adolescente, que não queria saber deles. — Fala Arthur.
— Adolescente? — Pergunta Luizinho.
Arthur supõe que a jovem deve ter no máximo 19 anos.
— Só na aparência, chefe. Ela já é grandinha com seus 26 anos.
Penélope vê o sangue na têmpora do delegado e vai ver se precisa de pontos ou é superficial.
Ela se aproxima e levanta às duas mãos tocando no rosto dele para ver o corte.
— Licença, deixe-me ver o corte.
Arthur não diz nada, mais se arrepia todo ao sentir o toque de suas mãos macias. Ela tem mãos de anjo, toca nele com tanta delicadeza, ele quase esquece que estão com plateia.
— Está um pouco fundo, mais um ponto falso vai ajudar a fechar mais rápido. Ela se afasta, pois não tem o necessário para fazer o curativo.
— Vamos para a delegacia, lá tem o necessário para o curativo. Vamos colocar esses marginais na cadeia. — Luizinho conduz a irmã até a própria viatura. — Vamos, senhor?
— Sim. — Arthur entra no carro e vai à frente.
Vai o tempo todo pensando o quanto ela é delicada e linda.