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7-Qual é sua história?

Zafir

Khadija se afastou de mim e se enfiou no banheiro com algumas roupas nas mãos. Eu tirei a minha também e só coloquei uma calça de pijama. Logo minha mente me avisou para ter cautela, por isso coloquei também uma camiseta, cobrindo completamente meu corpo.

Caminhei até a janela e pela vidraça pude ver a lua cheia. Uma coisa eu tinha, paciência. Casado há três anos com Jamile, eu adquiri convivendo com ela. Ouvi muitas palavras atravessadas em seus dias de mau humor por causa da maldita TPM, suas negativas ferozes quando eu a convidava a um jantar de negócios. Ela só queria sair para festas da alta sociedade. Minhas reuniões, ela não se interessava. Dizia que só haveria “conversas chatas".

Eu sabia que meu casamento era um fracasso total, mas eu me acomodei e ela nunca cometeu um grave delito para que eu pudesse repudiá-la. Fora que na minha religião eu não poderia pecar com um “casamento halal” Que era quando um homem se casava, mas sem a intenção de estabelecer uma família, ou viver o dito “para sempre. ”

Eu tinha no meu coração que o casamento era sagrado. Eu assimilei esses valores com meus pais. Embora eles não tivessem um casamento modelo de perfeição, era nítido que se amavam. Nem sempre foi assim, pois meu pai nunca foi uma pessoa fácil.

Eu creio que eu tenha puxado isso para a minha mãe, ela era uma pessoa da paz. Tinha temperança, calma, otimismo, boa vontade. Foi ela que domou a fera, com muita paciência.

Ouvi a porta sendo aberta e me virei. Khadija apareceu numa camisola larga e fechada. Eu não me surpreendi com isso. Era exatamente o que pensei que ela vestiria.

Sorri para ela e a convidei.

—Sente-se. —Apontei a cama.

Ela se sentou. Eu peguei a bacia e a jarra com água e coloquei no chão. Peguei seu pé formoso. Lindo como ela. Pequeno, dedinhos curtos, unhas com formato delicado.

Lavei então seus pés, um e depois outro. Meus dedos polegares, o tempo todo lhe fazendo carinho enquanto a outra mão despejava a água em seu pé. Sequei seus pés com delicadeza, com a toalha que tinha colocado nos ombros. Quando finalizei o ritual, eu procurei seus olhos. Ela estava corada, constrangida com minha posição servil.

Ela então, recolheu os pés na cama e se ajeitando no travesseiro se sentou, cobrindo as pernas.

Menos mal. Pensei que ela se viraria para dormir. Eu me levantei e joguei fora a água e guardei tudo num armário e me sentei a sua frente. Ela parecia tão vulnerável sentada na cama e apoiada sobre os travesseiros.

—E então, Khadija? Qual é sua história?

Ela me olhou séria por um tempo. Eu podia ver em todos os sentidos sua criação. O quanto foi podada, o quanto ela foi obediente em seguir as regras. Parecia um passarinho assustado que pela primeira vez saiu da gaiola e agora não sabia o que fazer.

Não gostaria que ela se sentisse numa gaiola dourada com o casamento. Gostaria que ela estivesse feliz ao meu lado.

—Minha mãe era inglesa. Loira de olhos azuis. Casou-se com meu pai que nasceu aqui no Marrocos, e que foi pequeno para a Inglaterra. —Seus olhos lindos brilharam por lágrimas não derramadas. —Não sei muito a história de meu pai. Meu tio, irmão dele, nunca me contou. Mesmo quando eu abordava o assunto e eu entendi que eles nunca aceitaram o que meu pai fez. O fato de ele se casar com uma inglesa e assimilar outros costumes foi um escândalo. Até meus nove anos fui criada nos costumes ingleses. Minhas roupas eram como das meninas da minha idade, lindas, coloridas...nós não éramos ricos, mas também não éramos pobres.

Ela baixou a cabeça e respirou fundo. Olhou para mim e continuou:

— Um dia, no aniversário de onze anos de casamento dos meus pais, eles saíram para jantar fora para comemorar e eu fiquei de dormir na casa da vizinha. Poucos metros depois, de eles terem saído de casa, foram atingidos por um carro em alta velocidade e morreram no acidente. O motorista estava bêbado. —Ela fungou. — Desde então, minha vida deu uma guinada de 180 graus. Fui morar com meus tios tradicionalistas até os dias de hoje. Estudei até o ensino médio. Tenho sido preparada desde então para casar. Fiz cursos de culinária, etiqueta, costura. —Ela suspirou. —Quanto à minha vida social, fui poupada. Nunca saí sozinha. Sempre acompanhada com meus tios em festas familiares.

Meu coração se apertou de ver a dor no rosto dela. Ela enxugou algumas lágrimas com raiva, como se não gostasse de chorar por isso.

—Lamento muito pelo que te aconteceu. Posso te dar um abraço? Não é muito, mas é o que eu posso te oferecer nesse momento.

Eu abri meus braços. Ela assentiu para mim. Eu me sentei mais próximo dela e a envolvi com eles. Passei a mão carinhosamente em suas costas, sentindo seu estremecimento e suas lágrimas nos meus ombros.

Não! Eu não falaria da minha primeira esposa. Eu falaria qualquer assunto, menos dela.

Quando nos afastamos, por um tempo, não nos falamos muito. Apenas as pequenas perguntas que eu fiz sobre música e filmes, qualquer coisa para preencher o silêncio, para deixá-la mais alegre, feliz. Minha mão segurava a dela com carinho enquanto conversávamos.

Falei então um pouco de mim.

—Nasci em berço de ouro, mas aquilo que todos veem como um grande benefício pelo que o material pode trazer, para mim foi um peso. Desde cedo fui preparado para assumir os negócios. Não tive uma infância normal. Aprendi muitas línguas, muitos cursos, fiz natação. Em tudo eu me esmerava em ser o melhor. Por ser filho único, meus pais esperavam muito isso de mim.

—Por que seus pais não tiveram mais filhos? —Ela me perguntou interessada.

Eu suspirei.

—Quando minha mãe deu à luz, ela teve uma grande hemorragia, tiveram que tirar seu útero.

Ela assentiu.

Eu a olhei extasiado com tanta beleza. Reparei como brilhava seus cabelos à luz das velas perfumadas, com o mesmo aroma do incenso. Estas que já estavam para se apagar, pois parafina já estava no fim. Ela bocejou, e desviou seus olhos, constrangida por isso.

Eu sorri.

—Durma. Temos uma vida para nos conhecermos melhor.

Desde que coloquei meus olhos nessa figurinha frágil, instigou-me a vontade de saber tudo sobre ela e poder ter mais tempo com ela. Por isso mudei meus planos. Os cinco dias que programei para ficar no Marrocos se transformaram em quinze dias inteiros em Paris. Iríamos rumo à cidade luz, do amor e dos apaixonados, onde muitos casais já trocaram juras de amor naquele belo cenário.

Qualquer mulher iria me agradecer por isso, mas Khadija era diferente de todas elas. Por isso eu disse cuidadoso:

—Khadija, amanhã à tarde, parte nosso voo para Paris.

Ela piscou os olhos.

—Paris?

Eu assenti, enquanto ela me olhava sem saber o que dizer. Logo depois da recepção conversei com papai e pedi para ele comprar as passagens para mim e Khadija.

—Você tem algum problema com relação a isso?

—Não, mas lá é tudo tão...tão...

—Sofisticado?

—Sim...eu não tenho roupas para visitar um lugar tão glamoroso como aquele.

—Isso é fácil de se resolver. Quando chegarmos lá, compraremos tudo novo. Roupas, sapatos, tudo que você quiser.

—Tud..o novo?

—Sim. Tudo novo.

—Tudo bem...eu vou adorar ir com você para Paris.

Eu sorri aberto.

—Ótimo.

Ela me estudou, então perguntou cuidadosa:

—Que tipo de roupas usarei? Você é do tipo tradicionalista? Eu vou seguir os costumes? Ou poderei me vestir como uma mulher normal?

Ela esperava minha resposta com o rosto rubro, eu sorri e disse calmamente para ela.

— Não sou tradicionalista. Te darei toda liberdade para escolha. Poderá comprar roupas lindas, coloridas, desde que sejam comportadas.

Do jeito que ela sorriu para mim, percebi que ganhei pontos com ela.

— Shukran(Obrigada) por respeitar minhas escolhas.

— Ahlan beka(Por nada)

Me inclinei e pegando seus ombros beijei sua testa.

—Boa noite, habibi.

Khadija

Dizem que ninguém se esquece da primeira vez que pisa em Paris. Eu seria uma delas....

Encanto, espanto, surpresa, deslumbramento, alegria e prazer. Tudo isso ao lado de um homem maravilhoso....

Às dez horas da noite descemos no Aeroporto Charles de Gaulle. Fomos até área de desembarque e pegamos nossas malas; uma minha, só com poucas roupas. Duas grandes de Zafir.

Quando nos viramos, um senhor de meia idade, se aproximou dele.

— Seigneur. Avez-vous fait un bon voyage?

— Oui, merci. Charles. C'est ma femme, Kajira.

Eu fitei a cena confusa. Quem era esse senhor?

—Bienvenue, mademoiselle. —Ele se inclinou para mim.

Eu sorri. Quando ele pegou nosso carrinho e se dirigiu para a saída, Zafir colocou sua mão na minha cintura.

—Quem é esse senhor? Por que ele está levando nossas malas? —Eu perguntei para ele intrigada.

Zafir sorriu docemente.

—Esqueci de te dizer. Tenho um apartamento aqui. Ele é um tipo faz tudo, mordomo, motorista...

Eu fiquei surpresa, mas não disse nada, apenas assenti para ele. Não era de se admirar. Zafir era rico, claro que tinha uma propriedade aqui.

Dez minutos depois, o senhorzinho guiava um carro preto sedan, enquanto, lá estava eu, abraçada a Zafir com um meio sorriso no rosto, olhando tudo como quem sonha e consciente do homem lindo, maravilhoso e cheiroso ao meu lado. O cenário era lindo lá fora. As ruas com as árvores iluminadas com pequenas lâmpadas, enfeitadas por causa do final de ano.

—Gostou, habibi? —Ele perguntou docemente.

—Se gostei? Tudo é tão lindo! —Eu disse para ele com olhos sonhadores. —Obrigada.

—Eu sabia que você iria gostar. Multiplique por três o deslumbramento que está tendo. Isso é só o início daquilo que viveremos aqui. Je fais n'importe chose à regarder son sourire. —Ele traduziu. — Faço qualquer coisa para ver seu sorriso.

Eu me estiquei e lhe dei um beijo de leve na boca, Zafir tomou minha cabeça entre as mãos e me puxou para ele, seus lábios se moveram sobre os meus, de maneira suave no início, me persuadindo. Quando eu me derreti, seu beijo se tornou mais profundo, exigente, roubando-me o fôlego.

Quando nos afastamos eu estava ofegante. Eu olhei na hora o retrovisor do motorista, mas ele estava compenetrado no trânsito. Zafir tocou meu queixo carinhosamente com um sorriso.

—Ele sabe que não deve olhar.

Eu sorri para ele corada.

—Amanhã iremos comprar roupas novas.

Eu assenti para ele. Tinha até me esquecido do vestido largo e cinza horroroso que eu usava.

— Shukran(Obrigada).

As minhas rugas de preocupação se foram, eu me sentia feliz, estava ao lado de um homem sensível, calmo e ele transmitia uma paz maravilhosa, era um verdadeiro gentleman.

Charles estacionou em frente a um edifício charmoso bem ao estilo francês. O carro estava quentinho com o ar condicionado ligado, mas lá fora eu sabia que estava um frio de matar. O painel do carro marcava a temperatura lá de fora, 10 graus.

Apertei meu casaco grosso preto em cima do meu feio vestido cinza, eu usava botas de cano alto e meias grossas que deixavam meus pés e pernas protegidos contra o frio.

Charles abriu a porta. Zafir desceu dentro de seu lindo sobretudo preto que cobria seu terno caro, também preto sob medida. Ele me deu a sua mão, me ajudando a sair do carro. Logo senti o conforto do seu corpo quando ele envolveu seu braço na minha cintura. Caminhamos assim por um tempo e depois de mãos dadas no hall do edifício. O elevador estava aberto, entramos nele. Charles seguiu para o de serviço com as malas.

Eu senti os olhos de Zafir em mim eu ergui minha cabeça e encontrei seus olhos negros. Nessa hora ouvi seu celular vibrar, no bolso de seu casaco. Ele não se deu o trabalho de ver quem era. Depois de um tempo, o silêncio. A porta do elevador se abriu. Saímos para o corredor. Eu caminhei ao lado dele e ouvi seu celular vibrando novamente.

Ainda no corredor, vi quando ele o tirou do bolso e fitou o visor. Suas mandíbulas se contraíram e ele o desligou, então procurou meus olhos.

—Sem ligações essas duas semanas. —Ele disse com um sorriso. —Não quero nada entre nós.

Eu sabia que ele era um homem de negócios. Com certeza, ele tinha muitas questões que dependiam de sua decisão no trabalho, por isso senti um grande peso nas palavras dele. Eu sorri para ele, me sentindo importante em sua vida. Esse homem era perfeito demais, tanto que eu me sentia dentro de um conto de fadas.

—Não deve ser fácil ser você. —Eu disse, passando meus olhos por seu rosto.

Ele me estudou intrigado.

—Por que diz isso?

—Eu notei seu abatimento, suas olheiras.

Ele me olhou surpreso, mas não me respondeu. Seus olhos mudaram para meigos e ele se aproximou mais de mim e me envolveu com seus braços, ali mesmo no corredor de ladrilhos brancos, muito bem iluminado.

Eu já tinha percebido que ele não era muito preso às tradições, pois se o fosse, ele não me abraçaria ali daquela maneira. O árabe tradicionalista jamais exporia sua intimidade dessa forma. Ele ergueu meu queixo eu fechei os olhos. Ele então, me deu um beijo singelo na testa e se afastou de mim.

Eh, nem tão moderninho assim...

— É melhor irmos.

A voz grave e sensual me deixou toda arrepiada.

— Sim. — Respondi com rouquidão na voz.

Charles apareceu com nossas malas. Zafir pegou uma delas. Fomos parar em frente a uma grande porta pintada de cor ouro-envelhecido de número quarenta e cinco pintados em dourado. Charles a abriu com chave e entramos no interior do apartamento

Logo que entrei vi um volumoso buquê de rosas vermelhas no meio da mesa da sala de jantar. Papéis de paredes creme, quadros com desenhos abstratos coloridos, apliques dourados, cortinas duplas, móveis de estilo moderno, carpete creme, enfim, um lindo apartamento, majestoso.

Quando entramos senti a temperatura agradável. Zafir logo me ajudou a tirar meu casaco e depois tirou seu sobretudo os colocando em cima de um lindo sofá creme.

Uma brisa fria entrava pela janela que cheirava a inverno. Era minha estação preferida, a do aconchego. Fiquei imaginando em que época do ano, ou que momentos, Zafir usava esse apartamento. Ele era tão grande que parecia amplificar a solidão.

Ele o usava com seus pais? Sozinho?

Uma senhora esbelta surgiu na sala.

—Seigneur, bienvenue.

—Merci. Elissa. c'est ma femme, Kajira.

—Bienvenue, mademoiselle. —Ela se inclinou para mim. J'espère que vous apprécierez votre séjour. Puis-je vous servir quelque chose à manger?

Eu não entendia nada do que ela falava. Zafir olhou para mim.

—Está com fome, habibi?

—Não. Mas te faço companhia se você estiver.

Zafir era muito expressivo, percebi como minhas falas o agradaram e ele sorriu levemente para mim. E voltou-se para a empregada.

—Non, merci, Elissa.

Eu sorri para ela e me senti medida por seus olhos verdes. Ela fez uma reverência e deixou a sala.

Ela deveria estar se perguntando: O que um homem como Zafir viu numa mulher que se vestia como eu me vestia?

Logo estávamos no quarto. Tirando nossas roupas da mala e distribuindo no guarda-roupa. Embora fosse um executivo de sucesso, ele era muito ativo nas tarefas corriqueiras. Eu amei isso nele.

Quando coloquei a última peça na gaveta da cômoda, eu me sentei na cama.

Esse homem era perfeito demais. Pensei o observando guardar suas roupas íntimas em uma gaveta.

Eu descobriria algo nele que me desagradaria?

Meu coração se apertou com esses pensamentos, me repreendi por pensar assim e passei os olhos pelo quarto. Era lindo. A cor pastel e dourado predominava nele, como em todo apartamento.

Será que ele que o tinha decorado?

—Zafir?

Ele que colocava um casaco no cabide, parou por um momento e olhou para mim.

—A decoração do apartamento foi sua? Ou você o comprou assim?

—Não, eu o decorei. Você gosta?

—É lindo. Você vem muito para cá?

Percebi que tão logo a minha pergunta deixou a minha boca, ele apertou os seus lábios, seu corpo se enrijeceu e ele se endireitou e negou com a cabeça.

—Não. Há anos não venho para cá.

—Por quê?

—Não sei. Quem mais vem são meus pais.

Assenti para ele e fiquei com receio de insistir em perguntar o porquê. Eu cria que era por causa do trabalho e não queria estragar nossa lua de mel fazendo-o se lembrar dele.

—Eu vou tomar um banho.

Ele se aproximou de mim, fazendo meu coração disparar no peito. Suas mãos envolveram minha cintura. Meus joelhos tremeram. Ele estudou meu rosto, os olhos negros profundos movendo-se sobre ele. Um sorriso lento se espalhou em seu rosto.

—Sinta-se em casa. Se tiver vontade de ir até a cozinha, abrir a geladeira, explorar a casa, agora tudo aqui te pertence.

Concordei com a cabeça. Sutilmente respirei seu cheiro mais uma vez. Allah! Seu perfume era tão bom.

—Está certo. Obrigada.

— O prazer é meu, habibi.

Ele piscou, e deu mais um sorriso de parar o coração antes de se afastar de mim e voltar a guardar suas roupas.

Depois de tomar um banho quente, coloquei minha camisola, abri a porta do banheiro com o coração agitado, as pernas moles.

Zafir estava sentado numa poltrona com os olhos fechados, quando ele sentiu minha presença no quarto, ele se levantou e pegou seu pijama que estava dobrado na cama.

Tadinho. Será que eu demorei?

—Perdoe-me se demorei muito no banho.

Ele sorriu jovial para mim.

—Você é a mulher mais descomplicada que eu já conheci. Você até que foi rápida.

Não gostei da comparação que ele fez quando se referiu a outros tipos de mulheres. Deveria ser bem experiente quanto a isso. Mas eu não disse nada, assenti para ele séria e me enfiei debaixo das cobertas.

O que eu esperava? Ele tinha trinta anos nas costas. Com certeza era um homem vivido.

Bocejei, ajeitando melhor o travesseiro. Na noite anterior quase não dormi. O agito do casamento, depois o nervosismo da nossa primeira noite juntos, tudo isso me tirou o sono. Agora meus olhos estavam tão pesados.

Acordei com a luz do quarto incidindo em meu rosto. Ao abrir meus olhos me deparei com Zafir virado para mim, me observando enquanto eu dormia. Minha respiração ficou pesada, meu coração disparou num ritmo frenético no meu peito.

Com olhos semicerrados para mim ele olhava para mim. Os cabelos negros revoltos o deixavam muito sexy. O sorriso nos lábios dele e o convite no olhar eram demais, chocando-me e me lembrando que eu lhe pertencia e o porquê eu estava ali com ele.

—Sabah el khair. (Bom dia) —Ele disse lentamente.

Eu lhe dei um sorriso.

—Sabah el khair.

Seus olhos focaram minha boca, antes de procurar meus olhos. Meu coração trovejava em meu peito, quando me ergui pairando sobre ele. Meus cabelos caindo no meu rosto eu me aproximei dele e o beijei. Ele em resposta ergueu os braços segurando meu rosto e com um gemido aprofundou.

Sem quebrar o beijo, ele me colocou sobre o travesseiro, e beijou lentamente minha boca. Meu corpo inteiro se aqueceu com o jeito envolvente que sua língua se enroscava na minha. Ele passou as mãos pelos meus braços suavemente, que ficaram cobertos de arrepios. Seus lábios eram tão macios, suaves... que cada polegada de mim ficou em chamas.

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