Capítulo 10
Zoey pov
— E quanto a você? Como tem passado esses últimos dois anos? — perguntou Camilla, tomando um gole de seu vinho, olhando para mim com interesse.
Já se passaram duas horas desde que eu praticamente a arrastei para fora do escritório do Marco e estou sentado em um restaurante muito caro. Onde a comida e as bebidas são ridiculamente caras.
Sei que a usei para sair daquele inferno, mas por que não?
— Eu tenho estado bem... — Eu me arrastei, sem saber bem o que dizer. — Quero dizer, as dificuldades existiram, mas estou aqui agora, então valeu a pena. — Concluí, sem falar muito sobre minha vida porque, na verdade, não havia muito a dizer.
Dei de ombros internamente.
— Hmmm, nenhum problema com o namorado ou apenas um dia de cabelo ruim? — Ela sondou, e eu estava até curioso sobre minha própria vida. Estranho, não é?
— Sim? Problema com o namorado.... Não há nenhum, pois não tenho um, mas talvez eu devesse ter um agora. Mas houve uma época na faculdade em que um rapaz demonstrou interesse em mim. Naquela época, eu estava pronta para dar uma chance a outro cara e pensei que ele fosse me convidar para sair ou algo assim. — Fiz uma pausa, pensando no passado. Acho tudo estranho e suspeito.
— Ele estava quase me convidando para sair, mas não o fez. Ele nem olhava mais para mim e, quando dei por mim, ele havia sido transferido para outra escola. Tudo aconteceu tão rápido que eu não tinha uma compreensão clara do que estava acontecendo. — Dei de ombros e tomei meu suco, que é o que posso pagar. Mas Camilla tomou vinho tinto.
Mas devo confessar que a comida aqui é muito boa, muito boa mesmo. Talvez por isso seja tão cara.
— Ah, bem, esse encontro é estranho. — Camilla, imputou.
— Eu sei, certo, e esse é o primeiro de todos os caras que eu sei que estavam interessados em mim, que chegaram perto de me convidar para sair e depois BOOM! Ele foi embora abruptamente.
— Isso deve tê-lo machucado muito, mas tenho certeza de que alguém está logo ali na esquina esperando por você. — Camilla suspirou com pena, enquanto eu dei de ombros.
— O que é mais estranho agora é aquele cara ali que está nos encarando. — Acenei com a cabeça na direção do cara, ele emitia uma vibração perigosa e assustadora.
Ele estava vestido todo de preto, em um estilo típico de bad boy. Ele é bonito, mas tem uma expressão rude e brutal no rosto. Ele se afastou quando me viu olhando, permitindo que eu visse o airpod preto em seu ouvido.
— Ah, esse é o meu guarda-costas — disse Camilla, chamando minha atenção de volta para ela.
Um quê? Uau! Isso é fantástico. Imagine ter alguém para cuidar de você o tempo todo. É louco e assustador, mas eu gosto disso.
— Considerando meu histórico familiar, seria estranho e perigoso se eu não tivesse um guarda-costas. — Ela explicou melhor. — Sinto muito se isso o incomoda. — Ela se desculpou.
— Está tudo bem, não me incomoda nem um pouco. — Eu lhe assegurei. Ela sorriu.
— Eu queria perguntar, por que você não volta com o Marco? — Sua pergunta me pegou desprevenido, pois isso não estava na lista.
Eu não queria responder a isso, mas por que eu iria querer voltar para o mesmo cara que me deixou?
— Por que eu faria isso? Ou eu deveria? — Não quis parecer ríspido, mas sua pergunta me deu uma dica. Quero dizer, se alguém quer voltar, deveria ser ele tentando e não eu.
— Não sei, apenas senti que vocês foram feitos um para o outro. Quando descobri que vocês tinham terminado, fiquei magoada. Não só eu, mas minha mãe, minhas tias e meus irmãos, inclusive o Luciano — disse Camilla com tristeza.
Suas palavras me abalaram, eu não tinha percebido o quanto estávamos ligados ao longo dos anos até a separação. Pensei que eu era a única pessoa magoada. Em algum momento, cheguei a pensar que a família de Marco apoiava nosso rompimento porque eu não estava à altura de seus padrões.
— Agradeço sua preocupação, Camilla, mas não podemos ficar juntos, pelo menos não. Seguimos em frente com nossas vidas, e você não deve apoiar nosso relacionamento. Isso não será justo com a esposa do Marco.
— Esposa? Que esposa? De onde você tirou isso? — Ela parecia atônita. Franzi a testa, confuso.
— Eu apenas.... Ele nos disse que comprou a empresa para sua esposa, então isso significa que ele era casado, certo? — Gaguejei e me perguntei se havia dito algo errado.
Mas antes que Camilla ou eu pudéssemos terminar nossa conversa, a porta do restaurante se abriu. Luciano entrou e seus olhos percorreram o local até nos encontrar. Um sorriso surgiu em seu rosto e ele veio até nós, parando entre nós.
— Ei, mana sogra. — disse Luciano, sorrindo para mim. Minhas sobrancelhas se franziram e meus olhos se estreitaram para ele. Mas que diabos!
— Oi! — Respondi com relutância, ainda com a testa franzida. O que há de errado com essas pessoas? Uma estava me dizendo para voltar com o Marco, e a outra me chamando de cunhada? Por quê?
Marco é realmente casado? Ou não.
— Marco precisa de você no escritório. — Ele me informou, pegando minha bolsa.
— Mas...
— Está tudo bem, Zoey, você deve ir. Eu ficarei bem, meu guarda-costas também está aqui. — Camilla me interrompeu. Fiquei olhando para ela por um momento antes de assentir.
Levantei-me e a abracei antes de seguir atrás de Luciano, que estava me ajudando a carregar minha mala.
Autor pov
Marco andava de um lado para o outro em seu escritório, esperando impacientemente que Zoey voltasse. Ele soltou um gemido. Nas últimas duas horas de ausência dela, ele quase perdeu a cabeça.
Sempre pensando nela, no que ela estava falando com Camilla. Isso fez com que ela demorasse muito para voltar e se o ambiente em que ela estava era seguro o suficiente.
Da última vez que ele ligou para Luciano perguntando onde eles estavam, Luciano lhe disse que estavam fechados. Mas já fazia quinze minutos e Marco estava quase saindo para encontrá-los.
No momento em que ele pegou o telefone para ligar para Luciano e perguntar onde eles estavam, a porta de seu escritório se abriu, revelando a mulher mais linda que ele já viu. Há milhões de mulheres no mundo, mas somente essa mulher pode deixá-lo de joelhos.
Ele prendeu a respiração ao vê-la entrar no escritório. No entanto, ela ignorou completamente a existência dele e foi para sua mesa. Marco voltou seu olhar para Luciano, que tinha um sorriso no rosto ao ver o irmão tão apaixonado.
— Você pode ir embora agora. — Ele ordenou, Luciano simplesmente assentiu e fez uma saudação antes de se voltar para Zoey.
— Tchau, cunhada. — Luciano dirigiu-se a Zoey, que apenas lhe lançou um olhar estranho.
Luciano virou-se para seu irmão e disse,
— Por favor, seja rápido, precisamos que ela volte. Especialmente a mamãe. — Ele desapareceu rapidamente da sala antes que qualquer um deles pudesse reagir ao que ele havia acabado de dizer.
— Venha cá. — Marco falou, quebrando o silêncio na sala. Zoey ergueu a cabeça. Com relutância, ela se levantou e foi até Marco, que estava apoiado em sua mesa.
Imediatamente, Zoey ficou ao alcance de suas mãos e Marco a envolveu com os braços, prendendo-a a si.
— Senti sua falta. — Ele suspirou, apertando-a com força contra si, como se ela fosse desaparecer se ele não o fizesse. Embora Zoey adorasse estar em seus braços, ela conhecia seus limites e isso envolvia não se aproximar de nenhum homem casado.
Ela tentou se contorcer para se livrar de Marco. Isso só fez com que ele a segurasse com mais força.
— Não deveríamos estar fazendo isso. — Zoey tentou falar, já que não conseguia se debater.
— Por quê? Você é minha. — Marco respondeu, encostando o nariz no pescoço dela. Seriamente viciado no cheiro dela, ele depositou um beijo fantasmagórico em sua nuca.
Ela estremeceu de prazer, um arrepio quente se espalhou pela parte inferior de seu corpo. Sabendo que se não se afastasse de Marco, eles poderiam fazer algo de que ambos se arrependeriam. Ela empurrou Marco de cima dela com toda a força. O movimento repentino pegou Marco desprevenido. Ele cambaleou de volta para a escrivaninha, enquanto Zoey criava distância entre eles.
— Não deveríamos estar fazendo isso, é injusto com sua esposa. — Sua respiração era ofegante, seu coração ainda batia rapidamente como se fosse explodir a qualquer momento.
— Você é a porra da minha esposa e eu posso fazer o que quiser com você. Marco declarou, voltando para Zoey, mas ela saiu de seu caminho.
Marco resmunga irritado.
— Em primeiro lugar, eu estava falando da pessoa para quem você comprou a empresa. E, em segundo lugar, não me lembro de ter me casado com ninguém. — Ela estava quase perdendo a sanidade, o que realmente estava acontecendo.
Ela tinha certeza de que algo estava acontecendo entre os três irmãos que ela não conseguia entender. Primeiro foi Camilla aconselhando-a a voltar com Marco, como se isso não fosse suficiente. Luciano a chamou de cunhada.
E agora isso? Marco afirma que ela é sua esposa. Está claro que toda a família é louca.
— Comprei a empresa para minha esposa, e ela é você e somente você. Você é a única esposa que tenho, portanto, pare de dizer o contrário e não me negue nunca mais. — Com isso, ele a levantou, envolveu as pernas dela em torno dele e foi até sua mesa, onde a deixou cair.
Ele ficou entre as pernas abertas dela e beijou-a com fervor.
