Capítulo 1
- Um dia... -
- Nata, eu já te disse que sei andar - um bufo acompanhado de um gesto com a mão me fez entender que Nata continuaria me arrastando à força por toda a calçada.
Tínhamos acabado de chegar à escola, e ainda bem cedo. Então, qual era o sentido de ser arrastado? Ah, bem, eu também não sei.
A princípio pensei que ela fosse me levar na padaria com desconto em donuts e eu até a teria perdoado.
Tudo é feito pela comida.
- Quer me dizer para onde estamos indo? Basicamente, existem donuts grátis. Eu os quero agora – falei reclamando.
Foi uma oferta imperdível, certo?
"Chegamos", disse ele, parando de repente e me fazendo bater em sua cabeça.
"Caçarola", reclamei.
Ela se virou para mim com os braços cruzados - Tenha mais cuidado -
Oh eu?
- Aaronn – Nata disse ligando para meu melhor amigo.
- Eu amo ele mas entre Aaron e Donuts, acho que a escolha é óbvia - falei apontando para ele e olhando para a janela em frente.
- Me escolha? - ele perguntou a Aaron com um sorriso suplicante no rosto.
-Quanto eu gostaria de dizer sim, mas seria mentira. - finalmente respondi imitando um coração com as mãos.
- Então por que estamos aqui e não no bar como todos os dias? - perguntei mais tarde.
Nata, eufórica, começou a bater palmas e a pular como uma menina que ganha um bolo.
Falando em bolo, com muito chocolate e açúcar de confeiteiro.
Estou quase pronto para gozar.
- Adivinha que? - Natália me perguntou sem parar de pular como uma menina.
Mas seu cérebro não saltou?
como pingue-pongue
: Brad Pitt vem para a escola conosco, presumi, embora não me importasse.
- Brad Pitt está praticamente pronto para se aposentar.
Vamos Emily, tente mais. - respondeu Arão.
"A senhorita Lotwon está grávida e vai faltar à escola", tentei novamente.
"A senhorita Lotwon descansa menos", respondeu Aaron, balançando a cabeça em sinal de rendição.
- Milagres existem – respondi.
Nata olhou para mim e ativou a técnica infalível, aquela que teria me feito parar imediatamente, os olhos doces e a voz de uma criança.
Uma grande fraqueza minha.
Essa vadia fez isso perfeitamente.
- Não sei, diga-me você - respondi cansado.
Um grito escapou da boca de Nata e, por um momento, me perguntei se o café a teria machucado.
Talvez estivesse vencido, nunca se sabe, hein.
- Novos alunos estão entrando - continuou gritando, pulando.
Olhei para ela em trans, me perguntei se era verdade.
Eu não posso acreditar nisso.
Sério, eu estava perdendo alguns donuts incríveis só por causa disso?
- Ah uau, quando vou tirar no tapete vermelho? - perguntei ironicamente, com um sorriso falso no rosto.
- Vadia – meus melhores amigos responderam em coro.
Eles foram embora e fui forçado a segui-los.
- Sincero – respondi.
A senhorita Lotwon estava explicando algo estranho com números e letras.
Não sei, talvez seja o alfabeto suíço.
Só sei que meu cérebro vai dormir e a única coisa que eu faria com prazer agora seria bater a cabeça na parede e dormir até o Natal.
- Senhorita Nelson, você entendeu? - pergunto a senhorita Lotwon, me olhando com desprezo.
Uma camomila, certo?
"De cima para baixo", respondi, apoiando-me no balcão com o cotovelo.
- Então, o primeiro a chegar ao tabuleiro será você. - respondeu ele, em sinal de desafio.
Imediatamente chamei a atenção.
Eu odeio o quadro-negro.
- Mas não, professor, não é necessário.
Tem uma enciclopédia na minha cabeça, sei tudo de cor. - Acenei com a mão em sinal de pouca importância e coloquei um sorriso no rosto.
- Então, leia-me suas anotações. - respondeu ele, com um novo sinal de desafio.
Vadia, ele me fodeu.
- Prof, você pode me explicar esse exercício primeiro? - Nata perguntou, levantando-se da cadeira.
Algo não está certo, ela é praticamente um gênio em química.
Com velocidade digna do Flash, Aaron me entrega seu caderno com todas as anotações.
Mas isso é aoa?
"É um", Aaron respondeu.
Mas eu... eu não disse nada
. Conheço você há anos, gostaria que você se lembrasse disso. - respondidas
, eu sorri em resposta.
A professora chamou minha atenção.
- Então, você quer me ler suas anotações? - ele perguntou novamente.
Sorri em resposta - Com prazer. -
Li tudo, de capa a capa, sem piscar e em resposta recebi silêncio e um olhar desconfiado.
Fragata, opa.
E quando ele se virou, cumprimentei meus dois salvadores.
A lição continuou e meu sonho também.
Era hora do recreio.
Meu momento favorito.
E na sua opinião por quê? Bem, porque comemos parece lógico para mim, certo?
Não temos sala de jantar, durante o recreio podemos escolher o local que queremos passar.
E temos o nosso lugar, aquele que partilhamos durante todos estes anos.
O terraço.
Cada um de nós trouxe seu próprio lanche e então cada um experimentou algo do outro.
Era uma tradição que se mantinha desde o ensino fundamental.
Desde que tínhamos dois anos e Aaron. Ele é um ano mais velho que nós e foi reprovado, e é por isso que está na aula conosco.
- Você salvou minha bunda, eu te amo. - eu disse agradecendo.
- Como sempre, afinal, certo? - Aaron respondeu rindo, junto com Nata.
- Sim, haha. “Você é velho, mas parece assim”, acrescentou Nata, zombando de mim.
- Mas você tem que me valorizar pelo que sou... - falei fazendo beicinho e cruzando os braços como uma criança realmente ofendida.
Nata e Aaron riram.
Mas as risadas dele não foram as únicas.
A porta se abriu e o riso tinha cara.
Dois meninos e uma menina.
Lindos três, nada a dizer.
Mas o que eles estavam fazendo lá e por que eu não me lembrava do rosto dele?
Nos entreolhamos por um tempo e pude notar vários detalhes, especificamente o garoto do centro estava completamente coberto de tatuagens e piercings.
Ele também parecia profundamente incomodado com a nossa presença.
Sociável, certo?
A menina é muito bonita.
Bob castanho ondulado, grandes olhos escuros, muito, muito curtos.
Como um .
Não é que eu possa me considerar uma girafa, com meus um metro e meio.
O garoto que estava com a mão em volta da cintura dela parecia simpático e sorria de uma forma perturbadora que estava longe de ser falsa.
- Olá. - respondi, quebrando a tensão.
O garoto coberto de tatuagens descongela e se vira para os amigos, dizendo – Vamos. -
Nata entrou e os convidou para ficar.
Contra a vontade do tatuado, a amiga quis e arrastou os dois filhos consigo, e depois sentaram-se connosco.
- Eu sou Lexi, este é Ander e este é Riky. - ele exclamou feliz.
Então o nome dele era Riky.
Mmm, fica bem em você.
- Eu sou Emily, essa é a Nata e esse é o Aaron. -
O último da lista foi encarado, descaradamente, por Lexi.
Bem, vamos encontrar uma namorada para Aaron.
- É novo? - perguntou o abaixo-assinado.
- Sim, acabamos de nos mudar de Londres. -Ander respondeu.
Nata começou a bater palmas alegremente - Londres? EU AMO LONDRES. Eu gostaria de ir para lá nas férias.
E eles vão me acompanhar. - concluiu apontando para nós.
- Em qual classe você está? - ela continuou destemida em conhecê-los.
Enquanto eu me concentrava na paciência, ele olhou para o céu com uma expressão entediada.
Ele foi o único que não disse nada até aquele momento.
- Eu B, os dois E. - Lexi respondeu.
- Nós também B. - Nata respondeu, feliz.
A campainha interrompeu o momento.
Riky foi o primeiro a se levantar e, sem cumprimentar ou olhar para ninguém, saiu.
- Ele me olhou com desafio... Bem, eu adoro o desafio. -
O toque irritante do meu telefone interrompeu meu sono reparador.
Para ser perfeito como eu, você tem que dormir como um bisão.
Joguei o telefone tão longe que esperava que tivesse chegado a Marte, mas não.
Ele ainda estava aqui.
E eu pensei que ele era uma lenda jogando coisas.
E adivinha quem foi que perturbou meu sono? Natália.
Eu amo aquela garota, mas ainda me pergunto como pude aguentá-la durante anos.
Ainda na escuridão do meu quarto, peguei a primeira coisa que remotamente lembrava um telefone.
Atendi mas continuou tocando.
Que estranho.
Tentei novamente, mas nada.
Acendi a luz, depois de minutos procurando e descobri que não era um telefone e sim meu tênis em formato de banana.
Não me interprete mal.
Eu os achei fofos.
Apesar de tudo isso, Nata ainda não desistiu de fazer o telefone tocar. Teimoso, demais.
Eu respondi e, desta vez, de verdade.
- Mas bom dia. Você tomou pílulas para dormir de zumbi? - ele gritou do outro lado.
- Você percebe que horas são? - ele continuou gritando.
Eu a parei imediatamente antes que ocorresse um trauma - Ei meu amor, acalme-se.
Estou acordado há segundos e meio, há uma boa chance de voltar a dormir se você continuar gritando. Agora acalme-se e me diga que horas são. - finalizei sorrindo por tê-la acalmado.
“Oito e meia”, ele respondeu.
-QUE ? A PORRA DA FESTA. - gritei correndo pela sala.
Não me interpretem mal, não é fatalmente importante.
Mas apostei com Aaron que se eu estivesse pronto a tempo para a festa de Ano Novo, ele faria o que eu quisesse por um dia.
Você vai dizer: não é tão impossível chegar na hora certa, né? Sim é. Para mim é. Tarde e sou amigo desde sempre.
- Começa às nove, com certeza você poderá se preparar em meia hora.
Estou quase lá – ele atendeu e desligou.
Não vou perder essa aposta.
Já posso imaginar Aaron andando pelos corredores da escola de tutu.
Volto à realidade, procurando uma roupa adequada para esta noite.
Será uma fogueira na praia, então um moletom e shorts vão ficar ótimos para você.