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A noite e o álcool

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HectorSubmarino
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Resumo

É um desafio constante ver quem cederá primeiro entre eles. Eles se odeiam, mas ao mesmo tempo se desejam. E quando olhos escuros e cinzas entram pela porta da escola, Emily é tomada por um turbilhão de emoções. Mistério, desprezo, dúvida, atração, amor, felicidade. Tão diferentes, mas indispensáveis um para o outro. Emily Feiser não é uma garota como qualquer outra. Ela é carismática, ambiciosa, franca, altruísta e alegre. Ela adora literatura e o mar de inverno. Chuva e tempestades. O cheiro da natureza e o nascer do sol. Riky Sanders é completamente diferente. Solitário, sarcástico é seu nome do meio e sincero demais. Ele adora adrenalina e aventura. A noite e o álcool.

amorromance

Capítulo 1

- Um dia... -

                           

- Nata, eu já te disse que sei andar - um bufo acompanhado de um gesto com a mão me fez entender que Nata continuaria me arrastando à força por toda a calçada.

Tínhamos acabado de chegar à escola, e ainda bem cedo. Então, qual era o sentido de ser arrastado? Ah, bem, eu também não sei.

A princípio pensei que ela fosse me levar na padaria com desconto em donuts e eu até a teria perdoado.

Tudo é feito pela comida.

- Quer me dizer para onde estamos indo? Basicamente, existem donuts grátis. Eu os quero agora – falei reclamando.

Foi uma oferta imperdível, certo?

"Chegamos", disse ele, parando de repente e me fazendo bater em sua cabeça.

"Caçarola", reclamei.

Ela se virou para mim com os braços cruzados - Tenha mais cuidado -

Oh eu?

- Aaronn – Nata disse ligando para meu melhor amigo.

- Eu amo ele mas entre Aaron e Donuts, acho que a escolha é óbvia - falei apontando para ele e olhando para a janela em frente.

- Me escolha? - ele perguntou a Aaron com um sorriso suplicante no rosto.

-Quanto eu gostaria de dizer sim, mas seria mentira. - finalmente respondi imitando um coração com as mãos.

- Então por que estamos aqui e não no bar como todos os dias? - perguntei mais tarde.

Nata, eufórica, começou a bater palmas e a pular como uma menina que ganha um bolo.

Falando em bolo, com muito chocolate e açúcar de confeiteiro.

Estou quase pronto para gozar.

- Adivinha que? - Natália me perguntou sem parar de pular como uma menina.

Mas seu cérebro não saltou?

como pingue-pongue

: Brad Pitt vem para a escola conosco, presumi, embora não me importasse.

- Brad Pitt está praticamente pronto para se aposentar.

Vamos Emily, tente mais. - respondeu Arão.

"A senhorita Lotwon está grávida e vai faltar à escola", tentei novamente.

"A senhorita Lotwon descansa menos", respondeu Aaron, balançando a cabeça em sinal de rendição.

- Milagres existem – respondi.

Nata olhou para mim e ativou a técnica infalível, aquela que teria me feito parar imediatamente, os olhos doces e a voz de uma criança.

Uma grande fraqueza minha.

Essa vadia fez isso perfeitamente.

- Não sei, diga-me você - respondi cansado.

Um grito escapou da boca de Nata e, por um momento, me perguntei se o café a teria machucado.

Talvez estivesse vencido, nunca se sabe, hein.

- Novos alunos estão entrando - continuou gritando, pulando.

Olhei para ela em trans, me perguntei se era verdade.

Eu não posso acreditar nisso.

Sério, eu estava perdendo alguns donuts incríveis só por causa disso?

- Ah uau, quando vou tirar no tapete vermelho? - perguntei ironicamente, com um sorriso falso no rosto.

- Vadia – meus melhores amigos responderam em coro.

Eles foram embora e fui forçado a segui-los.

- Sincero – respondi.

A senhorita Lotwon estava explicando algo estranho com números e letras.

Não sei, talvez seja o alfabeto suíço.

Só sei que meu cérebro vai dormir e a única coisa que eu faria com prazer agora seria bater a cabeça na parede e dormir até o Natal.

- Senhorita Nelson, você entendeu? - pergunto a senhorita Lotwon, me olhando com desprezo.

Uma camomila, certo?

"De cima para baixo", respondi, apoiando-me no balcão com o cotovelo.

- Então, o primeiro a chegar ao tabuleiro será você. - respondeu ele, em sinal de desafio.

Imediatamente chamei a atenção.

Eu odeio o quadro-negro.

- Mas não, professor, não é necessário.

Tem uma enciclopédia na minha cabeça, sei tudo de cor. - Acenei com a mão em sinal de pouca importância e coloquei um sorriso no rosto.

- Então, leia-me suas anotações. - respondeu ele, com um novo sinal de desafio.

Vadia, ele me fodeu.

- Prof, você pode me explicar esse exercício primeiro? - Nata perguntou, levantando-se da cadeira.

Algo não está certo, ela é praticamente um gênio em química.

Com velocidade digna do Flash, Aaron me entrega seu caderno com todas as anotações.

Mas isso é aoa?

"É um", Aaron respondeu.

Mas eu... eu não disse nada

. Conheço você há anos, gostaria que você se lembrasse disso. - respondidas

, eu sorri em resposta.

A professora chamou minha atenção.

- Então, você quer me ler suas anotações? - ele perguntou novamente.

Sorri em resposta - Com prazer. -

Li tudo, de capa a capa, sem piscar e em resposta recebi silêncio e um olhar desconfiado.

Fragata, opa.

E quando ele se virou, cumprimentei meus dois salvadores.

A lição continuou e meu sonho também.

Era hora do recreio.

Meu momento favorito.

E na sua opinião por quê? Bem, porque comemos parece lógico para mim, certo?

Não temos sala de jantar, durante o recreio podemos escolher o local que queremos passar.

E temos o nosso lugar, aquele que partilhamos durante todos estes anos.

O terraço.

Cada um de nós trouxe seu próprio lanche e então cada um experimentou algo do outro.

Era uma tradição que se mantinha desde o ensino fundamental.

Desde que tínhamos dois anos e Aaron. Ele é um ano mais velho que nós e foi reprovado, e é por isso que está na aula conosco.

- Você salvou minha bunda, eu te amo. - eu disse agradecendo.

- Como sempre, afinal, certo? - Aaron respondeu rindo, junto com Nata.

- Sim, haha. “Você é velho, mas parece assim”, acrescentou Nata, zombando de mim.

- Mas você tem que me valorizar pelo que sou... - falei fazendo beicinho e cruzando os braços como uma criança realmente ofendida.

Nata e Aaron riram.

Mas as risadas dele não foram as únicas.

A porta se abriu e o riso tinha cara.

Dois meninos e uma menina.

Lindos três, nada a dizer.

Mas o que eles estavam fazendo lá e por que eu não me lembrava do rosto dele?

Nos entreolhamos por um tempo e pude notar vários detalhes, especificamente o garoto do centro estava completamente coberto de tatuagens e piercings.

Ele também parecia profundamente incomodado com a nossa presença.

Sociável, certo?

A menina é muito bonita.

Bob castanho ondulado, grandes olhos escuros, muito, muito curtos.

Como um .

Não é que eu possa me considerar uma girafa, com meus um metro e meio.

O garoto que estava com a mão em volta da cintura dela parecia simpático e sorria de uma forma perturbadora que estava longe de ser falsa.

- Olá. - respondi, quebrando a tensão.

O garoto coberto de tatuagens descongela e se vira para os amigos, dizendo – Vamos. -

Nata entrou e os convidou para ficar.

Contra a vontade do tatuado, a amiga quis e arrastou os dois filhos consigo, e depois sentaram-se connosco.

- Eu sou Lexi, este é Ander e este é Riky. - ele exclamou feliz.

Então o nome dele era Riky.

Mmm, fica bem em você.

- Eu sou Emily, essa é a Nata e esse é o Aaron. -

O último da lista foi encarado, descaradamente, por Lexi.

Bem, vamos encontrar uma namorada para Aaron.

- É novo? - perguntou o abaixo-assinado.

- Sim, acabamos de nos mudar de Londres. -Ander respondeu.

Nata começou a bater palmas alegremente - Londres? EU AMO LONDRES. Eu gostaria de ir para lá nas férias.

E eles vão me acompanhar. - concluiu apontando para nós.

- Em qual classe você está? - ela continuou destemida em conhecê-los.

Enquanto eu me concentrava na paciência, ele olhou para o céu com uma expressão entediada.

Ele foi o único que não disse nada até aquele momento.

- Eu B, os dois E. - Lexi respondeu.

- Nós também B. - Nata respondeu, feliz.

A campainha interrompeu o momento.

Riky foi o primeiro a se levantar e, sem cumprimentar ou olhar para ninguém, saiu.

- Ele me olhou com desafio... Bem, eu adoro o desafio. -

O toque irritante do meu telefone interrompeu meu sono reparador.

Para ser perfeito como eu, você tem que dormir como um bisão.

Joguei o telefone tão longe que esperava que tivesse chegado a Marte, mas não.

Ele ainda estava aqui.

E eu pensei que ele era uma lenda jogando coisas.

E adivinha quem foi que perturbou meu sono? Natália.

Eu amo aquela garota, mas ainda me pergunto como pude aguentá-la durante anos.

Ainda na escuridão do meu quarto, peguei a primeira coisa que remotamente lembrava um telefone.

Atendi mas continuou tocando.

Que estranho.

Tentei novamente, mas nada.

Acendi a luz, depois de minutos procurando e descobri que não era um telefone e sim meu tênis em formato de banana.

Não me interprete mal.

Eu os achei fofos.

Apesar de tudo isso, Nata ainda não desistiu de fazer o telefone tocar. Teimoso, demais.

Eu respondi e, desta vez, de verdade.

- Mas bom dia. Você tomou pílulas para dormir de zumbi? - ele gritou do outro lado.

- Você percebe que horas são? - ele continuou gritando.

Eu a parei imediatamente antes que ocorresse um trauma - Ei meu amor, acalme-se.

Estou acordado há segundos e meio, há uma boa chance de voltar a dormir se você continuar gritando. Agora acalme-se e me diga que horas são. - finalizei sorrindo por tê-la acalmado.

“Oito e meia”, ele respondeu.

-QUE ? A PORRA DA FESTA. - gritei correndo pela sala.

Não me interpretem mal, não é fatalmente importante.

Mas apostei com Aaron que se eu estivesse pronto a tempo para a festa de Ano Novo, ele faria o que eu quisesse por um dia.

Você vai dizer: não é tão impossível chegar na hora certa, né? Sim é. Para mim é. Tarde e sou amigo desde sempre.

- Começa às nove, com certeza você poderá se preparar em meia hora.

Estou quase lá – ele atendeu e desligou.

Não vou perder essa aposta.

Já posso imaginar Aaron andando pelos corredores da escola de tutu.

Volto à realidade, procurando uma roupa adequada para esta noite.

Será uma fogueira na praia, então um moletom e shorts vão ficar ótimos para você.