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Capítulo 7

Junto com meu amigo, somos dois socos na atitude de Harvard. Ela tem cabelo rosa, é mais baixa que eu, embora poucas pessoas não sejam, Molly e eu temos a mesma altura por exemplo.

Seus olhos são castanhos, mas ela tem um temperamento que na maioria das vezes a coloca em apuros. Seu pai era empresário, tinha feito fortuna, tinha feito nome, mas era de origem humilde e um homem de bom coração pelos tempos que passou em sua casa.

— Você quebra o saco do meu amigo de manhã cedo e eu não me importo? -

— Cuidado, lembre-se que basta uma palavra do meu pai para colocar a sua no lugar. -

Ela está prestes a atacá-la fisicamente, mas eu a bloqueio puxando-a para trás de mim.

—Esse seu desprezo só deveria ser por mim Molly, deixe Trix fora disso. -

—Isso quase soa como uma ameaça de Moore. -

— Sou um cara tranquilo, não se preocupe. -

— Tsk, com suas ameaças durmo sonhos tranquilos, nada. -

- Feio... - Bloqueio Trix novamente, enquanto Jefferson retorna ao grupo.

— Vamos, tarântula. Às vezes você quase me lembra minha irmã. —Ele olha para Molly novamente antes de cair em si. — Eu considero isso um elogio? -

— Ele tem seis anos... — fica de mau humor e rapidamente muda de personalidade, pulando em cima de mim.

- Droga, eu estava desesperado por causa da sua ausência e você me trata assim? -

— Sim, eu sei que você sentiu minha falta. -

— Hmm, você quer me enganar? -

—Eu também senti sua falta, Trix. -

— Melhor, então me conte como era Los Angeles? -

—Eu não estava de férias, não saía muito. -

- Mas? -

— Não há mas. -

— Você mente e é péssimo em mentir. -

— Aah, vamos mais tarde agora ou corremos o risco de receber uma reprimenda do Snape. — Um professor idêntico a Harry Potter, até no personagem.

— Merda, esqueci, tivemos na estreia. Vamos indo então. -

Ela é louca, descontrolada, mas é sincera, leal, uma flor colorida num mar de espinhos.

Apenas o toque do meu telefone me impede de contatá-la e quando vejo a usuária meu estômago embrulha. É o Sr. Haarlen, o homem a quem devo o dinheiro.

Ignoro a ligação e antes de ir tento diminuir o ritmo do meu coração. Tenho que manter o foco agora e deixar de lado meus problemas. Telefonarei para ele mais tarde, esperando não tê-lo ofendido.

Escrevo minhas anotações de química, sem omitir uma palavra do professor, e anoto as reações nocivas dos elementos e possíveis agentes a serem acrescentados em caso de perigo.

Tínhamos retomado as aulas recentemente, mas eu queria ficar livre dos exames o mais rápido possível. Depois de formado, ele teria feito um estágio, possivelmente em um hospital ou centro não muito longe de casa.

Se eu pudesse fazer o bem aos outros, poderia fazê-lo em qualquer lugar, não necessariamente em algum hospital especializado no tratamento de pessoas importantes.

Além disso, sempre tive que pensar em Eleonor, em uma cidade pequena eu poderia ter tido horários mais flexíveis, em uma cidade particular, apesar da diferença de salário, eu teria sido obrigada a casar com meu trabalho.

Suspirar. Nada na minha vida foi simples. A campainha toca e recolhemos as tigelas antes de sair. Com esta lição terminou por hoje.

Agora eu tinha tempo para uma refeição rápida e depois iria direto para o Ronny's Bar, onde me esperava um turno de cinco horas em que eu teria que sorrir para os clientes mesmo não sendo meu forte.

Meu sorriso, quando forçado, era perturbador para mim. Minha vontade de fugir ou responder mal a algum cliente rude era claramente visível.

Chego na cantina, passo meu cartão para o leitor e entro na fila, pedindo um purê de batata com dois croutons.

As mesas estão quase todas ocupadas, menos a pior, perto do lixo, mas não estou tão desesperada, melhor comer fora. Pena que para ir até lá é preciso passar pela mesa da elite, perto das janelas para que eles possam se bronzear ainda na hora do almoço.

Estou tão cansado de reagir às provocações deles que agora tento ignorá-los, dar a Molly seu tempo de celebridade e depois voltar ao meu caminho.

Infelizmente a estrela quer atuar.

—Ei Moore, olha, tem uma mesa livre. -

— Prefiro comer ao ar livre. -

—Parados como cavalos? —Seus colegas riem, exceto Ryan.

— Vamos, querido, por que você não dá sua cenoura para ele? Talvez eu até faça um novo teste. -

—Você quer uma cenoura Moore? —Essa cenoura só deve ficar no mesmo lugar.

— Estou bem assim, você sabe que não gosto muito de cenoura, embora perceba que você gosta. —Eu estava cansado de reagir, mas ser sarcástico era mais forte do que eu.

Saio das cortinas, privando-a de tempo para reagir ou fazer uma cena, e uma vez lá fora encontro um pouco de paz.

Estou acompanhada da Trix e da cara dela, o dia dela não deve ter corrido bem. Ao contrário de mim, ele quer ser advogado, daqueles que ficam do lado dos fracos. Resumindo, um pouco como o meu conceito, o dinheiro não é o seu objetivo principal, mas para mim neste momento é uma necessidade.

— Foi ruim para você? -

—Tanto que eu poderia usar um gin tônica em vez de Sprite, sou rebelde demais para o sistema de justiça. -

—E você só agora percebe? -

—Foi realmente um choque. -

Eu rio, a ironia dele é pior que a minha.

Ele senta na parede ao meu lado e tortura sua massa, enquanto eu, por outro lado, tento aproveitar a sensação da minha barriga cheia.

—Então agora você quer me contar o que aconteceu neste verão? -

As batatas estragam e a sensação agradável desaparece.

—Você acha que é esse o caminho? -

—Preciso trazer permissão por escrito na próxima vez? -

— Tente ser menos direto, isso pode te ajudar no futuro também. -

— Você adora minha franqueza. -

—Você tem demais. —Ela era um livro aberto, não tinha nada a esconder... Bellatrix estava alheia à minha situação. Claro que ela era minha amiga, mas eu teria arriscado colocá-la em perigo e aí o problema era meu, eu tinha que me defender sozinho.

-Vamos conversar. Eu estava em Quebec, um destino incomum, mas pelo menos fresco. -

Tento não ter pressa e encontrar as palavras certas.

— Conheci um homem. -

Ele cospe a água que estava bebendo e me encara como se agora eu tivesse uma segunda cabeça crescendo no meu pescoço.

—E seria muito direto? Vá em frente, ele era bonito, legal? Você tem o número dele? -

— Acalme o entusiasmo. Ficamos juntos, apenas uma noite. —Ele também abre muito a boca e os olhos.

— Merda, você... ah, meu Deus, como foi? -

Por um momento, lembre-se do toque dele em minha pele, lábios e paixão. Volto à terra quando sinto a temperatura subir.

— Acho que não vou te contar isso. Quero que algo meu permaneça. -

— Vá em frente, conte-me mais. -

—Ele estava fora do meu alcance, mas eu o queria e foi assim que aconteceu. -

Eu levo um soco no braço.

- Ei -

— Vamos deixar bem claro, Meg, que nenhum homem neste planeta está fora do seu alcance. Pelo contrário, você seria demais para eles. Podemos colocar esses esnobes na seção mais baixa dos seres humanos, porque eles nunca terão nem um pingo de sua inteligência ou charme. Caso contrário, aquele dia o teria colocado no mesmo nível que eles, mas você é genuíno e ai de você se ousar se desvalorizar ou se sentir inferior a qualquer ser vivo. -

— Você é toda maluca, mas eu te amo Trix. -

Eu a abraço, agradecendo pelo leve aumento na minha autoestima. Gostaria de aceitar sua proposta de nos reunirmos à tarde, mas digo que temos que trabalhar.

Recolho minhas coisas e depois de um último abraço corro até a parada, indo em direção ao bar do Ronny.

•••

Jogo fora o último saco de lixo, tomando um pouco de ar fresco, que embora não seja o de um campo de flores, fica sempre melhor com o cheiro frito de batatas fritas e carne grelhada.

Os últimos clientes haviam saído recentemente do local e agora era hora de limpar.

Depois de terminar, eu teria gostado de tomar um banho quente, apesar da marca de vinte graus no termômetro do quarto.

Eu tinha um turno no White Bunny amanhã, então poderia recuperar horas preciosas de sono esta noite e, se meus olhos aguentassem, até brincar com Eleonor antes de dormir.

- Até nos encontrarmos novamente. Até amanhã. -

- Olá daniela. -

Saio pelos fundos e canto, um pouco nervoso.

Ficar sozinho à noite devia ser um hábito, mas ele sempre sentia necessidade de cantar quando estava inquieto. Isso ajudou a acalmar meus nervos.

Ouço o som de garrafas e suspiro.

Canto um pouco mais alto e acelero o passo até chegar a uma rua iluminada.

Eu me viro e me encontro sozinho, mas tive a sensação de que estava sendo observado e foi assustador.

Evito perder tempo e chego no ponto de ônibus. Há algumas pessoas e eu relaxo um pouco no meio da multidão.

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