Capítulo 15 Ele É Inocente, e Você Também É?
As palavras de Pierre fizeram com que Agatha se envergonhasse.
- Entendi...
Ao ver seu mau humor, Pierre percebeu que suas palavras eram ofensivas.
- Eu sei que o que eu disse é duro, mas Sra. Agatha, você entendeu? De qualquer forma, você não deve mencionar esse assunto. Se não, eu não tenho maneira de te ajudar.
Depois de dizer isto, Pierre partiu apressadamente.
Se Agatha era inteligente, ele não ia mencioná-lo.
Cinco minutos depois, ela bateu na porta.
- Pode entrar.
A voz do Rui parecia fria e indiferente, e um pouco zangada.
Agatha hesitou por um tempo e entrou.
Rui não se sentou em frente à mesa, mas à janela francesa com as costas voltadas para ela, olhando para baixo. Agatha lembrou-se da frieza na sua voz, caminhou na sua direção em silêncio.
O silêncio lembrou Rui que a pessoa vinda ainda não falou nada, então franziu o sobrolho e virou sua cadeira de rodas.
Ele não esperava que fosse a Agatha com um rosto doente e pálido.
Rui franziu profundamente o sobrolho.
- Para que você veio aqui?
Agatha encarou com Rui e disse:
- Eu, eu sou sua assistente.
Ele esqueceu o que havia acontecido?
Ao ouvir isso, Rui zombou:
- Uma assistente nem sabe fazer café? Acha que preciso dela?
Agatha mordeu seu lábio inferior e cerrou o punho.
- Vou aprender. Não sei de que sabor você gosta, dê-me um pouco para experimentar?
- E você é capaz de preparar segundo meu gosto?
Agatha acenou com a cabeça.
O sorriso de Rui tornou-se mais zombeteiro.
- Você tem essa capacidade?
No entanto, deu-lhe uma chance: colocou o café na mesa e disse:
- Faça de acordo com este gosto. Você só tem uma chance.
Agatha olhou para a xícara, pegou-a e saiu.
Rui se conduziu para escrivaninha, pegou um documento para ler e, após cerca de dez minutos, deu um relance para a porta.
Aquela mulher ainda não retornou.
Ela desistiu? Levou dez minutos para fazer um café?
Depois de mais dez minutos, ainda não voltou.
Rui franziu o sobrolho. O que aquela mulher está fazendo? Acha que Rui Norberto é fácil de enganar? Tirou o café dele e não voltou mais?
Rui fechou o documento furiosamente, quando ia verificar o que estava acontecendo, os passos vieram da porta.
Agatha chegou inquieta, carregando uma xícara de café. Ela não ousou olhar para Rui.
- Você gastou vinte minutos.
A voz fria repreendeu-a cruelmente.
Agatha refutou baixo:
- Mas você não me deu um limite de tempo.
- Ainda tem razão? - Rui ficou furioso e zombou.
Agatha já não queria brigar com ele e lhe entregou o café.
- Experimente.
A aroma encheu todo o escritório num instante.
Cheirando a fragrância, Rui estreitou os olhos, mudou suas expressões.
- Não fiz tão bem quanto o seu, mas fiz o melhor que podia.
No início, Rui a ignorou, mas o olhar de Agatha estava cheio de expetativa, como um cachorro abandonado.
Então Rui levantou a xícara.
Depois de provar com a ponta de língua, o olhar de Rui se tornou perigoso.
Agatha sentiu a mudança, subconscientemente deu um passo atrás, olhando para ele medrosamente.
- Por que recuou?
Rui arqueou as sobrancelhas, fita nela desagradável.
- Você está com medo que eu atirei a você?
Agatha não respondeu, apenas apertou os lábios.
Ele acertou o pensamento dela facilmente.
Rui provou mais um gole e lhe devolveu a xícara. Agatha apressou-se em pegá-lo, perguntou cautelosamente:
- O que você acha?
Rui desviou o olhar e falou com uma voz fria:
- Mais ou menos.
Ao ouvi-lo, Agatha se sentiu muito alegre e sorriu.
- Verdade? Então eu posso ficar aqui?
Esta voz alegre...
Rui olhou para Agatha. Desde o primeiro dia em que ela entrou na casa de Norberto, a sua expressão sempre era assustada. Era óbvio que ela tinha muito medo da vida na família Norberto. Mas hoje ela fez um sorriso em seu lindo rosto e seus olhos frios se tornaram brilhantes.
Parecia que algo havia crescendo no coração de Rui, que o tornava um pouco inquieto.
Rui mexeu a gravata e disse:
- Eu permiti você ficar? O que você vai fazer com o bebê?
Rui tomou a iniciativa de mencionar o bebê, e o rosto de Agatha ficou pálido, os dedos se apertaram.
- Calada? Você quer manté-lo?
Agatha olhou para ele e disse:
- Você tem que fazer isso? Ele é inocente!
Rui desata uma risada irônica. Seus olhares se tornaram mais indiferentes.
- Ele é inocente, você também é? Se ele sabe que sua mãe é uma mulher vaidosa e sinistra, acho que ele se arrependeria de ter vindo a este mundo.
As palavras cruéis enfiaram no coração de Agatha, o seu rosto mudou mais sombrio.
Isso foi demais!
- Desde o dia em que substitui Hadassa para me casar com você, você me rotulou como uma mulher vaidosa e sinistra, é?
- Não somente isso.
- Que mais? - Agatha arregalou os olhos de surpresa.
- Desvergonhada e safada.
Agatha mordeu tão fortemente o lábio que quase sangrou.
- Enfim, ele é inocente, por favor, me dê uma chance. - Agatha era tão desavergonhada que não conseguia levantar a cabeça, nem podia dizer a verdade a este homem, mas só podia implorar a ele que pudesse manter o bebê.
Rui olhou para ela como se estivesse olhando para um cadáver, ele não queria falar mais com ela.
- Dois dias depois, se ainda não fizer o aborto, eu farei por mim mesmo.
...
O tempo voou e o prazo chegou.
Agatha não foi ao hospital para interromper a gravidez, porque Nívia pediu ela para ganhar mais tempo com Rui e ela iria procurar os médicos para ver se tinha outra maneira para que prejudique Agatha.
No entanto, Agatha não quis aborto.
Ela queria mantê-lo!
Depois de saber sua ideia, Nívia disse que ela estava louca.
Agatha estava muito calma.
- Eu não estou louca, eu quero mantê-lo. Ele é uma vida no meu ventre!
- Mas ele não tem pai, você está insana? Além disso, Sr. Rui concordou? A família Norberto é prestigiosa e grande família...
Sim, é verdade, era um problema muito sério.
Agatha cobriu sua barriga, seu olhar era triste.
- Vou encontrar uma solução melhor.