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Capítulo 5 Ter Uma Criança de Aurélio

Mansão Chimimera, sala de estar.

- Vovó, já é tarde, eu preciso ir levar comida pros meus pais no hospital. - Estefânia, que fora trazida à força para a mansão, tentou procurar um motivo para ir embora.

Paloma disse em tom carinho:

- Eu já mandei alguém para levarem seus pais para o hospital particular da família Vargas, terão pessoas cuidando deles, fique tranquila.

Ouvindo isso, Estefânia franziu as sobrancelhas e ficou de pé num pulo, interrogando:

- A vovó levou embora meus pais sem minha permissão, está querendo me ameaçar com eles?

- No que a sua cabecinha está pensando? - Paloma riu. - Isso é apenas um encontro do destino entre você e meu netinho. Você também sabe que Aurélio, aquele pirralho, já não é tão novo assim, e ainda não tem uma mulher ao seu lado, por isso eu coloquei remédio na bebida dele. Estava com intenções de junta-lo com Srta. Chagas, quem iria adivinhar que ia acabar virando você. Ainda bem que você é boa também.

Ouvindo as palavras de Sra. Paloma, Estefânia finalmente compreendeu o porquê de Aurélio ter dito que ela tinha o dado remédio naquela noite.

Que azarada ela era em se meter com aquele homem filho da mãe!

- Eu...

Estefânia estava prestes a dizer algo quando um servente de cabelos brancos entrou na sala.

- Sra. Paloma, seu neto chegou.

- Mande aquele pirralho entrar logo.

- Sim, Sra. Paloma. - o servente saiu.

Logo, Aurélio entrou, ele estava vestido de terno cinza, como sempre.

Seu olhar se fixou em Estefânia, e então se virou para Paloma.

- Vovó.

- Você ainda sabe voltar? - Paloma o repreendeu e apontou para Estefânia -, vem, deixa eu te apresentar uma pessoa...

Mas Aurélio a interrompeu:

- Vovó, espera aí, deixa eu te apresentar a minha namorada primeiro.

- Namorada? - Paloma ficou surpresa.

Estefânia estava ainda mais surpresa, só Deus sabia o quão ela estava se sentindo coitada.

Se Sra. Paloma soubesse mais sobre o neto, ela também não teria perdido a virgindade assim!

- Entre. - Aurélio disse em direção à porta.

Sob o olhar de todos, uma mulher de gypsy azul entrou de cabeça baixa pisando em seus saltos altos.

Mas por que sua silhueta parecia tão familiar?

- Essa é a minha namorada, Iara Cabral.

Ouvindo o nome de Iara, a cabeça de Estefânia travou.

E enquanto ela encarava Iara, Iara também levantou a cabeça e olhou para ela.

As duas gêmeas se encararam, surgiram as mesmas dúvidas em suas cabeças, e seus olhos não conseguiam esconder o espanto.

Por que é ela?

O que ela estava fazendo aqui?

- Ora, ora. Essa não é a musa de Rio de Siena, herdeira da família Cabral, Srta. Iara? Como você convenceu-a a se fingir de sua namorada?

Paloma já era velha, claro que tinha mais experiências de vida do que esses jovens na sua frente, e percebeu tudo só de olhar.

Ela acertou em cheio.

- Olá, vovó Paloma. - Iara cumprimentou com educação.

- Uma semana atrás, quando eu sofri acidente de carro, foi Iara quem me salvou. Quando ela me tirou do carro, eu dei o anel da família para ela. Vovó, você deve saber o que este anel significa. - Aurélio disse levantando a mão esquerda, mostrando o anel que usava.

Estefânia olhou para o anel de pedra negra quadrada e se lembrou de ter surgido em seu bolso no dia do acidente.

Então foi ele quem enfiou dentro quando ela o salvou.

Mas no dia seguinte, depois de Iara aparecer, o anel desapareceu.

Estefânia ainda estava estranhando onde o anel tinha ido parar. Agora, pelo jeito, Iara sabia que esse anel era de Aurélio, por isso roubou dela!

Estefânia se levantou e disse:

- Esse anel foi...

- Estefânia, é você? Não achei que fosse te encontrar aqui. - Iara conteve as emoções e agarrou o pulso de Estefânia rapidamente, a interrompendo, e disse -, Fânia, ele é aquela pessoa que eu te disse ter "arriscado minha vida" em salvá-lo.

Terminando de dizer isso, se virou para Aurélio e continuou:

- Aurélio, ela se chama Estefânia Vidal, é uma amiga que conheci enquanto entregava delivery.

Ela dizendo absurdos com a maior cara de pau realmente deu nojo à Estefânia.

Houve um instante em que ela pensou em desmascarar aquela cara falsa de Iara e mostrar a eles sua verdadeira cara nojenta e cínica, mas se conteve depois de raciocinar bem.

A única coisa que ela poderia usar para provar que tinha salvado Aurélio era aquele anel e o nome que deixou no hospital, além dos registros de câmeras de segurança.

Já que ela pode roubar o anel e mentir para Aurélio tão facilmente, então já deve ter investigado e ter feito os preparativos devidos.

Provavelmente, os registros de câmeras de segurança deviam já ter sido destruídos pela família Cabral.

Se ela desmascarar Iara agora, mesmo que tire a maquiagem, também não teria provas de que tinha salvado Aurélio, e ainda arrumaria um monte de problemas.

Então ela resolveu observar para ver o que acontecerá.

- Sério? - o olhar astuto de Aurélio analisava Estefânia.

- Fânia, mas que coincidência te encontrar aqui. Você também conhece Aurélio?

Iara se recordava de Aurélio ter dito que a família deve tinha organizado um casamento para ele.

Será que a mulher em questão é Estefânia?

Mas como ela conhecia a família Vargas?

Iara estava inquieta por dentro.

Estefânia ficou com preguiça de colaborar com a atuação de Iara, então se voltou para Paloma.

- Vovó, Aurélio já tem namorada, então não tenho mais o que fazer aqui, eu vou indo.

Ela estava testando as reações de Paloma para dar os próximos passos.

Diante de um oponente poderoso e cruel como Aurélio, e de uma Iara que sempre poderia colocar a vida de seus pais em risco, Estefânia precisava ser cautelosa.

Vendo que ela ia se levantar para ir embora, Paloma se levantou e agarrou seu pulso, dizendo:

- Não seja impulsiva, minha querida, sente um pouco.

Ela puxou Estefânia para que se sentasse outra vez e então se virou para Aurélio dizendo rispidamente:

- Vem comigo, seu pirralho!

- Sim, vovó. - Aurélio assentiu e deu um olhar longo e significativo para Estefânia antes de seguir Paloma para a sala de dentro.

Com o som de porta se fechando, Iara não se conteve mais.

Foi em passos largos até Estefânia e disse em voz baixa.

- Estefânia, sua filha da p...

Sem deixá-la terminar de falar, Estefânia já tinha a interrompido com dois tapas fortes em seu rosto.

- Além de ser uma vagabunda profissional, o que mais você saber? Ah, já sei, você também sabe roubar os créditos das coisas que outras pessoas fizeram e se fazer de coitada, não é mesmo, irmãzona?

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