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Capítulo 14 Ser Pega em flagrante delito por Aurélio

Após comparação cuidadosa, o falecido relatado pelo noticiário era o dono do carro que feriu os pais adotivos dela e também era a pessoa resgatada pelo detetive particular.

Estefânia não conseguia pensar em quem pode ser que salvou um criminoso além da família Cabral. Mas como imaginaria que tinha o salvado para matá-lo para silenciá-lo! Que impiedade!

Agora estava fodida. Além de ter perdido a última pista, ela investigar sobre o acidente também deve ter despertado a atenção da família Cabral. Se eles souberem que ela sabia da verdade, então a próxima a ser eliminada... Será ela mesma?

A notícia súbita a fez ficar com o batimento cardíaco acelerado, se conseguir se acalmar por um bom tempo.

Mas não importa como seja, ela só pode aguentar tudo isso sozinha, não pode deixar os pais sabendo disso.

Depois de três dias de descanso, ela voltou para Boate Brasserie trabalhar.

Para que a família Cabral não suspeitasse, ela apenas ia para trabalho e o hospital e depois para casa, tentando ao mínimo aparecer na frente da visão deles.

Mas é claro, ela procurou por outra agência de detetives às escondidas para investigarem sobre o acidente o mais discreto possível.

Um mês se passou rapidamente.

Ela tirou um tempo para ir fazer exames no hospital, e tudo estava bem.

Depois que Estefânia saiu do hospital, Aurélio recebeu um telefonema do hospital.

- Sr. Aurélio, Srta. Estefânia já fez o ultrassom, o feto está com dois meses, é saudável.

- Ela não teve um quase aborto antes? Ultimamente anda entregando delivery todos os dias, isso afetaria? - perguntou Aurélio.

- Srta. Estefânia cresceu no interior, seu corpo é muito mais saudável e forte do que gestantes normais.

- Entendi.

Ele achava que Estefânia se ocupando todos os dias ia acabar afetando o feto, mas as coisas ficaram novamente contra sua expetativa.

Boate Brasserie.

A noite caiu, a boate se enchia cada vez mais de pessoas. Sob a luz colorida que piscava, aqueles jovens cansados após um dia de trabalho estavam se soltando na pista de dança, extravasando nos movimentos ao som da música, ou então, jogados sobre as mesas bebendo loucamente.

Vendo essa cena, Estefânia não pôde deixar de suspirar. Se não fosse pelo acidente que a família Cabral causou aos seus pais, ela estaria agora com dinheiro nas mãos e teria voltado para a cidade do interior onde moravam. Ela abriria um bar ou um mercadinho, e passaria uma vida simples e tranquila.

Dez e pouco à noite, quando Estefânia estava descansando no canto, seu Walk-Talk a chamou:

- Estefânia! Estefânia! Venha para o banheiro masculino, Sr. Reinaldo está te procurando! Over!

- Banheiro masculino? Vá se ferrar, o que uma mulher como eu vou fazer no banheiro dos homens? - disse ela impaciente apertando o botão do Walk-Talk.

- Estefânia, venha logo, Sr. Reinaldo mandou especificamente chamar por você. Relaxa, não tem ninguém no banheiro - Isaías disse, adivinhando as preocupações de Estefânia.

- Reinaldo de novo! Entendi, já vou - ela terminou de falar e colocou Walk-Talk de volta na cintura, indo em direção ao banheiro masculino.

Chegando na porta, uns colegas da equipe de segurança a cumprimentaram e disseram:

- Vá ver logo, Sr. Reinaldo está debruçado sobre a privada e não quer se levantar.

- Ele disse especificamente que queria que você viesse.

- Aproveite a chance, Estefânia, é possível a franga caipira se tornar fênix!

Ouvindo as zoações dos amigos, Estefânia deu um chute na direção de Isaías:

- Quem você está chamando de franga caipira!

- Brincadeira - Isaías riu.

- Parem de me zoar, vão trabalhar logo, senão daqui a pouco o gerente vê, vai achar que estamos de preguiça - disse ela balançando a mão para seus colegas de trabalho, mandando-os para ronda de vigia.

Entrando no banheiro masculino, a porta do primeiro box estava aberto. Ela foi de cabeça inclinada e viu Reinaldo sentado sobre a privada, vomitando sem parar dentro do lixo.

Reinaldo Furtado, o segundo filho da família Furtado de Rio de Siena. Apesar de ser muito bonito, ele era um inútil, famoso por ser um playboyzinho que gasta a grana com futilidades e vive em prol de lazer.

Todos tratam seu nome como uma piada.

E como Estefânia o conheceu? Bem, através de uma briga.

Quando ela começou a trabalhar na Boate Brasserie havia pouco tempo, ela encontrou Reinaldo enchendo o saco de Isaías. Sem aguentar, ela pegou uma garrafa vazia da mesa e bateu na mesa, quebrando o fundo da garrafa e deixando a parte de cima bem afiada. Ela foi apontando com isso para Reinaldo e disse num ato de loucura:

- Você tem a coragem de mexer com meu Isaías?

Mas Reinaldo apontou para a vodka sobre a mesa e disse:

- Se você conseguir virar num gole essa garrafa de vodka, eu te perdoo.

Estefânia bebia com seu pai adotivo desde pequena, então ela virou a garrafa de vodka num gole mesmo.

Desde então, todos da equipe de segurança a admiravam, e Reinaldo também.

Depois disso, Reinaldo sempre a procurava para beberem juntos, e acabaram virando amigos.

E seus amigos da equipe de segurança a acharam a maior justiceira corajosa do pedaço, muito mais íntimos.

(Som de vômito)

Reinaldo não conseguia se conter.

Estefânia sentiu nojo e tapou o nariz, cutucando o ombro dele com cassetete de choque.

- Reinaldo, está bêbado, então volte logo para sua casa, é nojento demais ficar aqui.

Ouvindo a voz dela, Reinaldo usou um papel para limpar a boca e sorriu como um garotinho radiante na direção de Estefânia, dizendo:

- Vem, me dá uma mãozinha.

- Tenho medo de me sujar se eu te der uma mão - disse Estefânia com cara de nojo e balançou o cassetete de choque. - Toma, segure nisto aqui.

Reinaldo segurou obedientemente no cassetete de choque e se levantou. Ele foi até a pia e enxaguou a boca com a água antes de lavar o rosto.

Estefânia cruzou os braços e encostou na parede, zombando:

- Qual foi a mulher que te deu a fora dessa vez pra ficar desse jeito?

Reinaldo se apoiava na beira da pia, olhando para a aparência péssima de si mesmo dentro do espelho, ele riu e perguntou para Estefânia:

- Todos me acham um inútil mesmo?

Seu sorriso trazia uma amargura e tristeza.

A seriedade repentina deixou Estefânia desacostumada, então ela pegou uns lenços de papel para ele.

- Já que não está bêbado, então vai embora logo. Ei, o que... Reinaldo, o que está fazendo? - Estefânia nem terminou de dizer quando Reinaldo a segurou pelo braço de repente e a jogou prensada contra a parede.

- Fânia, você sabia? Nessa minha vida toda, apenas você me trata diferente - disse ele um pouco bêbado, e o cheiro de álcool era forte a ponto de deixar Estefânia incomodada, mas ele continuou. - Fânia, pode aceitar ser a minha namorada?

Estefânia nem levou à sério suas palavras pós-álcool, apenas o fuzilou com os olhos e disse:

- Você está tempo demais sem levar minha surra, acabou esquecendo de quem você é?

- Você... Mas olha você... É tão feia! Já que eu não desprezo você, que tal me aceitar então? - insatisfez Reinaldo.

- Reinaldo, você ainda não está acordado? Quer que eu te leve para dar uma refrescada na consciência? - repreendeu Estefânia.

Nessa hora, uma tosse veio da direção da porta do banheiro.

Os dois olharam na direção da voz.

E Estefânia sentiu a espinha dorsal gelando.

Aurélio?

Por que tinha que ser ele? O que estava fazendo aqui?

Mas ela se lembrou de não ter mais um feto dentro da barriga, então eles já não tinham mais nada a ver um com outro. Logo, sua expressão voltou a ficar indiferente.

- Que coincidência, Sr. Aurélio também vem usar o banheiro? - Reinaldo continuava com um braço apoiado na parede e uma mão no bolso, cumprimentando-o ao virar a cabeça de leve.

Boate Brasserie era propriedade da família Vargas. Mesmo que ele more no último andar da boate, tirando quando estava com parceiros de negócios, Aurélio aparecia muito pouco na boate para rondas de inspeção.

E Deus sabe o porquê de ter escolhido hoje para vir fazer a ronda.

Acabou dando de cara com essa mulher sem vergonha juntamente a esse Reinaldo, o maior inútil de Rio de Siena.

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