Capítulo 5
Capítulo 5
Os dias passaram desde a intensa noite em que Ruan esteve com Jéssyca; ele não conseguia tirá-la de sua mente. As lembranças daquelas horas de paixão ardente continuavam a atormentá-lo. Seu corpo sempre ficava em brasa quando se lembrava.
Ruan, movido pela necessidade de vê-la novamente, decidiu procurá-la. Então, sem dizer nada para seus funcionários, nem mesmo para o filho, fez uma pequena viagem até onde a encontrou, no bar country. Tinha perguntado a algumas pessoas no local se a conheciam ou se a tinham visto, mas ninguém parecia conhecê-la ou saber como encontrá-la.
Arrasado por ter passado horas e não tê-la encontrado, sentou-se no banco de uma praça que ficava próxima a uma padaria e lembrou-se de que ela havia mencionado que trabalhava em uma padaria. Sabia que a cidade era enorme e que existiam inúmeras padarias; mesmo assim, se levantou e seguiu até o local. Já era um pouco tarde, mas se ela trabalhasse em período integral, talvez a encontrasse.
Uma senhora com um semblante sereno e amigável estava atrás do balcão.
— Boa tarde, o que gostaria de pedir? — ela perguntou com um sorriso.
Ruan a cumprimentou e perguntou sobre Jéssyca, descrevendo-a como uma moça de olhos verdes e cabelos loiros. A atendente parecia conhecer Jéssyca, mas seu rosto ficou sério.
— Sinto muito, mas Jéssyca não trabalha mais aqui. Hoje foi o último dia dela. Pelo que ela me disse nesses últimos dias, ela iria sair da cidade e morar com um parente no interior.
A notícia atingiu Ruan como um soco no estômago. Ele havia chegado tarde demais. A oportunidade de vê-la novamente parecia ter escapado por entre seus dedos. Sentindo-se desapontado, ele agradeceu à atendente e saiu do café.
Dirigia de volta para sua fazenda, sentiu-se frustrado. Mas estava determinado a encontrá-la, não importava o que fosse preciso. Ele tinha um amigo detetive e planejava contratar seus serviços.
Aquela noite tinha um significado muito especial para ele, e ele estava disposto a fazer qualquer coisa para reviver aqueles momentos com Jéssyca.
***
Quando Jéssyca decidiu se mudar para a casa do amigo, que agora é seu patrão, Marta se ofereceu para ajudar a embalar tudo, afinal, não queria que ela fizesse tudo sozinha estando grávida.
Enquanto organizavam tudo, Marta escutou um homem chamando e entrando no kitnet em seguida. Não tinha como não notar a presença dele, lindo, simpático e educado, coisa que hoje em dia é difícil de achar em um homem.
Marta, no entanto, manteve os seus sentimentos guardados, presumindo que Jéssyca e Nikolas estejam em algum relacionamento.
Algumas horas depois, Jéssyca entrou na casa de Nikolas que era imensa, porém, alugada, muito maior do que ela jamais imaginou.
Ela tinha um quarto só para si em uma edícula nos fundos da propriedade, além de espaço para estacionar seu velho carro que comprou com sua rescisão.
— Gostou do seu quarto? — Nikolas perguntou com um sorriso acolhedor.
— Eu amei, é maior que minha casa toda. — Jéssyca respondeu, ainda maravilhada com o lugar.
— Ótimo. Eu vou sair à noite, volto durante a madrugada. Fique com o Robson em casa até eu voltar. Tudo bem?
— Pode deixar. — Jéssyca concordou, grata pela oportunidade que Nikolas lhe proporcionara.
Enquanto a noite avançava, Jéssyca e Robson passaram o tempo juntos, comendo pipoca e tomando refrigerante enquanto assistiam a um filme.
O garoto gostou muito dela, e ela também dele. Parecia que sua vida estava finalmente melhorando. No entanto, ela não conseguia esquecer o cowboy atraente que a fez tremer de desejo naquela noite intensa.
Ela sabia que a possibilidade de encontrá-lo novamente no mesmo local era quase impossível. O pior de tudo é que mesmo só tendo compartilhado uma única noite, foi descobrir que está mais do que apaixonada. Um sentimento que não poderia existir já que nunca mais o verá.
Enquanto Robson dormia em um colchão colocado no chão da sala, Jéssyca permaneceu acordada por mais algum tempo, perdida em pensamentos sobre Ruan. Aquele homem abalou sua estrutura de uma forma que ela nunca imaginou, e agora ela se via querendo mais, querendo saber mais sobre ele.
— Droga! — ela sussurrou para si mesma, desejando que houvesse uma maneira de encontrá-lo novamente, mesmo que parecesse impossível naquele momento.
***
Mais um mês se passa...
Jéssyca pensa em mil coisas durante o dia enquanto arruma os brinquedos de Robson. Sua mente é uma máquina incansável; parece que nunca usou tanto o cérebro na vida como vem fazendo desde que conheceu Ruan.
Nikolas entra na casa, tira o paletó e o coloca no sofá.
— Boa noite, Jéssyca. E o meu filho?
— Está dormindo.
— Meu pai ia vir aqui hoje, mas aconteceu um imprevisto na fazenda com uma égua, e ele teve que ficar com o veterinário.
— Ele não tem funcionários para ajudar nesses momentos?
— Sim, mas ele gosta de cuidar dos animais do jeito dele.
— Entendo, como se fossem domesticados.
— Quase isso — diz, gargalhando.
Seu sorriso é tão contagiante que Jéssyca se vê gargalhando com ele. Ele para de rir e vai até a cozinha fazer um café expresso. Jéssyca o segue e faz o mesmo. Sentam à mesa, e Nikolas pergunta sobre o pai do bebê.
— Você sabe alguma coisa sobre o pai do seu filho?
— Apenas o primeiro nome, Ruan. Infelizmente foi apenas uma aventura, não sei de mais nada, só que é um Cowboy.
Nikolas franze a testa por um breve momento. É o nome do pai. Se pelo menos ela soubesse o sobrenome. Conhece pelo menos uns três Ruan que são fazendeiros.
— Deve ter sido "a aventura". Afinal, gerou um fruto.
— É, foi um momento muito bom.
— Você precisa tentar descobrir quem é e contar sobre a criança.
— Não sei como fazer isso, senhor.
Ele segurou a mão dela por cima da mesa.
— Antes de mais nada, somos amigos. Pode me chamar de Nikolas como sempre fez. Vou tentar ajudar, nem que eu tenha que bater na porta das casas de todos os Ruan nas cidades mais próximas.
Ela sorriu feliz. Nikolas é tão bom quanto Marta, sua amiga da faculdade. Falando nisso, ela teve que faltar porque Nikolas sai uma vez por mês à noite. Nunca perguntou o que ele fazia, mas imagina que ele tenha alguém para tirar as tensões.