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Capítulo 6 - Acusações

Os homens puxam Lydia para fora da sala, colocam algemas nela. A esposa do seu chefe continua xingando e acusando Lydia de assassinado, muitos clientes saem de suas salas privativas para ver toda a confusão, os colegas de trabalho de Lydia testemunham aquilo chocados e alguns até mesmo dão olhares acusadores para a pobre coitada.

Lydia é levada a força para dentro da viatura policial, as pessoas do primeiro andar do cassino fazem uma aglomeração para saber o que estava acontecendo. A jovem sente seu coração saltitar muito apressado do seu peito, Lydia não consegue controlar o seu choro de desespero.

— Eu não fiz nada, eu juro! — Lydia informa com a voz embargada por causa do choro. — Vocês estão cometendo um engano, vocês pegaram a pessoa errada. Eu nunca seria capaz de machucar alguém ou sequer uma mosca.

— Cala a boca assassina! — um dos homens armados grita para Lydia e sacode a moça com muita força, a moça bate a cabeça no banco da frente com o chocalhão.

Ela fica desnorteada, sua visão fica um pouco turva. Lydia não sabe quanto tempo levou para que fosse levada até a delegacia, o medo estava instalado nos ossos da jovem mãe, Lydia não conseguia controlar o choro e após a batida no banco da frente da viatura, uma dor de cabeça começava a surgir na moça.

Os policiais levaram Lydia até uma sala de interrogatório. O local era pequeno, o cheiro de cigarro e meias molhadas e fedidas irritavam as narinas da moça, as paredes eram escuras e a luz que vinha de cima incomodava os olhos por ser muito forte. Eles obrigaram Lydia a se sentar em uma cadeira de metal dura e gelada, a pobre moça ainda vestia as roupas curtas do cassino e ao sentir o frio do metal, o corpo todo da moça se arrepiou de frio.

A visão do seu chefe morto no chão ficavam ressurgindo na cabeça de Lydia.

— Todo aquele sangue, meu Deus — Lydia choramingava consigo mesma.

A moça ficara sozinha na sala de interrogatório por quase uma hora e meia, até um policial mais baixo dos que haviam prendido ela entra na sala.

— Senhor policial, você precisa me escutar — Lydia começa a falar desesperada. — Vocês pegaram a pessoa errada! Eu não tenho nada a ver com isso, eu juro.

O policial olha para Lydia e fica impressionado de como uma bela jovem como ela pode ter cometido uma crime tão brutal como aquele assassinato. Ele escuta as súplicas de Lydia e antes de falar qualquer coisa, ele coloca em cima da mesa a arma do crime. Naquele mesmo momento Lydia para de falar, os olhos da jovem se arregalam ao ver aquilo na mesa.

— Foi encontrado essa faca no local do crime com as suas digitais nela, senhorita — o policial informa com a voz severa e rouca. — Ainda acha que pegamos a pessoa errada?

Lydia sabe que não foi ela que matou o seu chefe, porém aquela é sua faca, mas não sabia como havia parado naquela sala.

— Eu preciso do meu telefonema — Lydia comenta baixinho e desvia o olhar da arma do crime. — Eu sei meus direitos e quero minha ligação agora.

O policial abre um sorriso irônico ao ouvir a declaração da moça.

— Iremos providenciar a sua ligação senhorita, só um instante — ele informa com irritação na voz e sai da sala.

Ao sair da sala de interrogatório o policial não leva a faca ensanguentada embora. Lydia fica enjoada ao ser obrigada a ficar encarando aquele objeto da sua ruína. A faca era dela, porém ninguém sabia da existência daquilo e como teriam conseguido acesso ao objeto?

A mente de Lydia tenta trabalhar várias possibilidades. A primeira é de que ela foi incriminada, mas por quem? Quem iria querer fazer aquilo com ela? A outra possibilidade era que isso tudo era um tremendo engano, alguém matou seu chefe com uma faca similar à sua, mas com certeza não fora Lydia. Eles deveriam testar de novo as digitais e veriam que não seriam dela.

Meia hora depois que o policial havia saído, o mesmo volta para dentro da sala de interrogatório.

— Levante, você pode fazer a sua ligação agora, senhorita — o policial anuncia da porta e encara Lydia com um olhar duro.

Lydia suspira aliviada e se levanta. O homem policial agora olha para a moça com um desejo escondido, ele percebe as roupas curtas e sensuais que Lydia está usando e se sente atraído por ela. Ele a espera se aproximar dele para que as algemas fossem postas novamente nos braços da moça.

O policial leva Lydia por um corredor ao final da delegacia, há celas ocupadas por alguns prisioneiros do lado oposto de onde está o telefone. Lydia olha aquele lugar muito assustada, ela nunca foi presa na vida, nunca esteve nesse tipo de lugar, a jovem se sente muito assustada e com medo.

— Você tem três minutos de chamada, seja rápida — o policial informa e entrega o telefone para Lydia.

Ela treme ao digitar os números de casa e acaba errando três vezes até acertar. A cada toque da chamada, Lydia reza a Deus para que a sua mãe atenda logo.

— Alô? — Beatriz diz despreocupada ao telefone.

— Mamãe! Sou eu, Lydia — a jovem anuncia aliviada e com pressa.

— Oi Lydia, o que você quer? Estou assistindo a novela — a mãe responde com rispidez.

— Me escute mamãe. Eu fui presa! — Lydia declara desesperada. Ela tenta controlar o choro, mas é muito difícil. — Eu preciso que você cuide das crianças por mais um pouco, ok?

— Minha filha, como assim você foi presa? O que houve, meu Pai Amado? — Beatriz fala do outro lado da linha, seus olhos estão arregalados de susto.

— Estão me acusando de assassinado, mas mamãe, não fui eu... — Lydia fala, mas antes que pudesse ouvir a resposta de sua mãe. O policial corta a chamada.

— Seu tempo acabou! — ele declara sério. — Vamos, de volta para a sala de interrogatório.

Beatriz continua na linha até perceber que a ligação caiu. A mulher de quarente anos se apoia no balcão da cozinha em choque com a notícia dada, em segundos a senhora cai em um choro doloroso.

— Por que, que nessa família a desgraça gosta de nos acompanhar? — ela lamenta chorando. — Meu marido morre sem deixar nada de luxo para eu cuidar de minha filhas. Uma delas some e eu nunca mais possuo notícias, enquanto a outra me obriga a cuidar de meus netos com tão pouco recursos e agora está presa. Como irei cuidar dessas crianças sozinha, oh Deus? — Beatriz continua chorosa.

Na sala, os filhos de Lydia ouviram sobre a mãe.

— Mamãe foi presa! — fala Allie, a primeira menina de Lydia.

— É mentira! — Dion diz bravo, ele é segundo menino.

— Precisamos fazer alguma coisa — Pat, o primogênito fala decidido. — Mamãe precisa da gente.

Beatriz vai até a sala e é surpreendida pelas crianças acordadas e paradas na frente do sofá.

— O que vocês estão fazendo? — Beatriz pergunta brava, tentando disfarçar a voz chorosa.

— Precisamos ir até a mamãe e salvar ela! — Sadie, a segunda menina diz decidida.

Beatriz não consegue argumentar contra a declaração de sua neta. Ela precisava ir de fato na delegacia e ver o que estava acontecendo e teria que levar as crianças, não havia mais ninguém com quem ela poderia deixá-la àquela hora da madrugada. Em um milagre necessário, Beatriz conseguiu ajeitar e arrumar todas as crianças, mesmo os pequenos estando agitados e ansiosos para ver Lydia, eles obedeceram a avó na hora de trocarem de roupa.

Ela coloco todos eles ajeitados dentro do táxi e partiram para a delegacia. Os quadrigêmeos estavam apreensivos no banco de trás, era a primeira vez que eles ficavam acordados até tarde e viam a cidade a noite. A viagem para eles foi rápida demais, enquanto que para a avó Beatriz, parecia ser uma eternidade.

Ao chegarem na delegacia, a mãe de Lydia ficou na recepção tentando encontrar alguém que permitisse que ela visse sua filha.

— Sinto muito senhora, mas ela ainda está no interrogatório — informou uma policial feminina. — É necessário que você seja um advogado para vê-la ou então pagar a fiança.

— Mas policial, olha essas crianças — Beatriz aponta para seus netos que estão próximos da bancada da recepção. — Eu preciso ver a mãe deles. Ela nunca faria qualquer mal a alguém ou sequer a uma mosca. — Só preciso saber se ela está bem.

— Sinto muito, somente

— Ok, ok. Qual é o valor da fiança? — Beatriz pergunta exaltada.

— Cinquenta mil, senhora — a policial declara.

Beatriz faltou cair para trás com o valor declarado. Até mesmo as crianças pareceram entender que aquela quantidade de dinheiro era muita para tirar sua mãe daquele lugar.

— Senhorita, eu não tenho esse com pagamento de fiança ou advogada — a policial repete.

valor — a avó diz com tristeza. — E meus netos não podem ficar sem a mãe deles. Por favor.

Porém, não havia nada que a policial poderia fazer naquela situação.

Ao chegar no cassino de luxo, Ethan nota uma movimentação diferente. Há viaturas policiais e até mesmo de uma ambulância na frente do estabelecimento. Ele se aproxima da faixa amarela que proíbe entrada de pessoas comum e grita por um policial.

— O que houve aqui? — Ethan pergunta.

— O dono do local foi assassinado por uma funcionária, senhor. Estamos investigando mais o caso, peço que por gentileza se afaste — o policial informa.

O rei quer perguntar mais para o policial, mas o mesmo se afasta. Ethan fica irritado com a mudança do cenário em seu cassino favorito. Ele anda no meio da multidão e encontra uma funcionária que ele já havia visto trabalhar no andar do spa.

— Ei, você sabe quem foi? — ele pergunta para a moça. A mulher fica embasbacada com a beleza do rei e não responde de imediato, o que deixa Ethan irritado. — Hein, sabe ou não de alguma coisa?

— Ah sim, desculpa, sim — a moça volta a ter compostura e informa. — Dizem que foi a Lydia. Na qual se você quer saber, não me surpreenderia.

— O que? Lydia assassinou o dono? — Ethan repete a informação catatônico.

A mulher afirma com a cabeça e Ethan não consegue compreender como aquilo seria possível. Ele a conhecia o suficiente nesses últimos cinco anos em que ela morara no palácio, a praia da moça era fazer joguinhos para seduzi-lo e chamar sua atenção. Não era do feitio de Lydia cometer uma atrocidade dessas.

O rei entra em seu carro e vai com uma rapidez impressionante até a delegacia para saber se aquilo tudo era verdade. Ele passa por uma senhora que está tentando controlar quatro crianças inquietas e vai logo em direção a recepção.

— Boa noite, eu quero saber sobre o caso do cassino de hoje à noite, do assassinado do dono — ele informa autoritário. — A acusa, Lydia. Quero saber sobre ela.

A mulher policial também fica impressionada com a beleza do rei, diferente da funcionária do cassino, a policial sabe manter a cara de blefe e logo se recompõem.

— Ela acabou de ser fichada, está na espera de um advogado público ou que alguém pague a fiança — a policial declara.

Ethan bufa com o sistema de proteção do seu próprio país. Ele precisava ajeitar isso, mas são tantas coisas para serem governada que a cabeça dele rodopia demais.

— Quanto que é a fiança? — Ethan pergunta impaciente.

— Cinquenta mil, senhor — a policial informa.

Diferente de Beatriz que quase desmaiou ao saber o valor, o rei Ethan não se impressionada com a quantia.

— Tudo bem, eu pago — ele declara autoritário.

Lydia se encontra agora em uma cela vazia, a moça está chorando sem parar, orando a Deus para que ele possa retirá-la daquele lugar e volta para os seus filhos. Os policiais a interrogaram por horas a fio e a moça se manteve firme em sua versão, acusações horríveis foram feitas contra Lydia, entretanto a moça não cedeu e continuou a cooperar em dizer a verdade.

A moça estava quase pegando no sono por causa do cansaço e do choro quando a porta da cela é aberta com um barulho estrondoso que fez ela se assustar. Do outro lado das grades, estava o policial baixo que a interrogou e o homem misterioso do cassino.

— Sua fiança foi paga, você está liberada para sair — o policial informa a contragosto. Ele deixa a porta da cela aberta e deixa Lydia e o rei sozinhos.

Lydia está embasbacada com a declaração. Ela se levanta um pouco sem jeito e tenta secar as lagrimas e o nariz que escorria antes de sair da sela. O seu coração se sente grato pela bondade do rei Ethan.

Ela sai da cela em direção ao braços do rapaz, ele se assustado com o ato, porém ele a recebe e os dois se abraçam. Os braços de Ethan envolvem as costas nuas de Lydia e ele a afaga com ternura, passa os braços por debaixo dos dele, meio que abraçando pela cintura. Ela sente o cheiro do perfume forte do rapaz na camisa e se sente aquecida ao sentir o calor dele passando para ela. Ethan acaricia os cabelos soltos de Lydia e acomoda ela melhor em seu abraço. Os dois se sentem bem naquele momento de ternura divido.

— Muito obrigada, muito obrigada — Lydia sussurra grata. — Você nem me conhece e fez essa gentileza, eu sou muito grata.

Ao ouvir aquelas palavras, Ethan fica enfurecido e se afasta de Lydia de uma forma bruta. Ela olha para ele assustada e confusa.

— Até mesmo aqui, nessa delegacia você não consegue para com esses joguinhos, Lydia? — Ethan explode com ela. — Pare de fingir que você não quer repetir o que fizemos a cinco anos atrás, eu sei que você quer dormir comigo de novo, então pare de fazer esses jogos fingidos.

Lydia fica em choque ao ouvir as declarações e acusações do rapaz.

— É você... — ela murmura baixo. Lydia então fica arrasada ao confirmar a identidade do homem que a estuprou cinco anos atrás.

Porém Ethan não quer mais saber dela naquele momento e se afasta furioso com a jogatina que ele pensa que Lydia está fazendo.

A pobre moça se sente destruída igual havia se sentido a cinco anos atrás. Como ela pode ter cruzado com o seu estuprador de novo? Ter achado ele bonito na banheira? Ter tocado nele naquele momento? Abraçado ele e se sentido segura, aliviada e aquecida naqueles braços que a cinco anos atrás a agarraram e a violentaram?

(っ◕‿◕)っ ♥ Comentem o que acharam do capítulo, isso me ajuda muito. ❤(ˆ‿ˆԅ)

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