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PERIGO NARRANDO
Acendo um baseado na sacada do meu quarto e encaro o Complexo da maré, o dia está amanhecendo e junto com ele o movimento dos moradores e vapores. Por aqui o dia amanhecia lindo e na minha visão a vista que eu tinha era a melhor do mundo. Eu nasci e fui criando dentro dos morros e daqui eu não sairia por nada nesse mundo, ficaria até morrer e depois de morto , criaria raiz por aqui
- Pai – Joana fala entrando no quarto com um urso em suas mãos e eu jogo o baseado pela sacada.
- Oi meu amor – eu falo
- Que cheiro é esse? – ela pergunta
- O perfume daquele homem lá embaixo – eu falo passando álcool na mão.
- Por que passa álcool na mão? – ela pergunta.
- Por causa dos vermes , sua mãe não briga com você o tempo todo dizendo que precisa limpar as mãos? – eu pergunto.
- Sim, ela briga o tempo todo – Joana fala sorrindo – que tenho que lavar as mãos antes de comer, depois de comer, quando entra dentro de casa, até o tio Rodrigo precisa fazer.
- Viu como é importante – eu falo sorrindo e me abaixo e ela coloca as suas mãos em meu pescoço.
- Vamos brincar? – ela pergunta.
- Papai precisa te levar de volta para casa – eu falo – se não a sua mãe manda a policia vir te buscar, já era para você ter voltado ontem a noite.
- Mas eu queria ficar papai – ela fala.
-Eu também queria que você ficasse, mas lembra que você tem duas casas e precisa comparecer as duas, logo os dias passa e você volta aqui – ela meio desanimada assente com a cabeça.
Joana era minha companheira, toda vez que ela vinha aqui para casa era uma festa que só e quando ela não estava, eu ficava aqui sozinho, eu e essa casa imensa que era toda preparada para ela, era uma solidão que só. A minha filha ela se tornou tudo que eu tinha de mais importante na minha vida, ela era tudo para mim. A melhor coisa que poderia ter acontecido na minha vida.
Chegamos no morro da Rocinha e paro o carro na frente da ong de Malu e ela corre para abraçar a mãe, de longe apenas vejo as duas sozinha e respiro fundo indo até a boca.
- Olha ai – Rd fala – o que me traz de novidades.
- Sabe quem voltou? – eu pergunto para ele.
- Vai me dizer que é Kaio das cinzas – ele fala sorrindo.
- Não, Roberto – ele fala e arqueia a sobrancelha – e acredita quem voltou com ele?
- Laura? – ele pergunta.
- Laura – eu respondo – só que ele não voltou atoa, ele voltou com ela, então algo tem.
- Você acha que ele vai querer começar uma guerra de novo? É 2 anos de paz que a gente tem e depois volta tudo de novo – Rd me olha – fico pensando qual das nossas mulheres vai está traindo a gente agora? - eu abro um sorriso.
- A guerra é comigo, eu matei Kaio - eu falo para ele - mas eu tenho um plano.
- Que plano? – Rd pergunta me encarando.
- Ele tem uma esposa, ela se chama Marcela – ele me encara – eu estou seguindo todos os passos dela desde que eles chegaram e vou me aproximar dela.
- Você vai fazer o que com ela? – ele pergunta.
- Não irei machucar ela – eu respondo – mas vou me aproximar dela, tentar ganhar a confiança – ele me encara – e na hora certa a gente dar o bote, se ele pensar em nos atacar a gente ataca antes.
- Você acha que ela vai deixar você se aproximar dela? – ele pergunta.
- Ela é uma pobre coitada – eu respondo – não faz nada na vida, ah naõ ser seguir os passos daquele velho nojento. Tirando que ela é 20 anos mais nova que ele e deve está com ele apenas por dinheiro, será fichinha.
- Toma cuidado – Rd fala.
- Relaxa, Yuri está me ajudando – eu falo.
- Falando em Yuri, e Saul noticias dele? – ele pergunta.
- Não – eu respondo – nem Patricia que é irmã dele tem noticias dele.
- Você acha que isso não é estranho, ele sumir e logo depois Roberto voltar? – ele pergunta.
- Acho – eu respondo – por isso quero está passos a frente dele.
Depois de voltar para o complexo da maré, eu resolvo colocar o meu plano em prática, coloco uma roupa simples e pego um carro mais popular, entro no aplicativo do uber e mando dar uma pane no aplicativo.
Ela estaria em uma clinica no centro do Rio de Janeiro e eu estou aqui esperando ela sair, eu tinha arrumado um plano certinho e queria que Até que vejo aquela ruiva sair de dentro da clínica e andar até perto de mim, ela estava o tempo todo no celular andando de um lado para o outro e até ficando nervosa enquanto tentava pedir um carro de aplicativo para levar ela para casa.
- A senhora quer um uber? – Eu pergunto a ela que me encara de cima a baixo com um olhar bem estranho.
- Estou pedindo no app, obrigada – ela fala rápido.
- O aplicativo está fora – eu respondo a ela - acho que não deve está funcionando para senhora.
- Ele está sim – ela fala sem me dar muita atenção.
- Tem certeza? – eu inssisto - porque eu estou vendo que não está – eu aponto para o celular dela. - a senhora quer ir para onde? olha, eu sou motorista da Uber - ele aponta para todos os adesivos do carro e mostra o app dele de motorista.
- Eu não pego uber estranho – ela afirma .
- Miguel – eu falo estendendo a mão e ela me encara de cima a baixo - eu sou conhecido aqui, Pode confiar – eu aponto para Ph que estava lá fingindo ser meu conhecido. - e ai Pedro Henrique.
- O miguel – Ph responde me cumprimentando normal e ela encara Ph e depois me encara e fica meio desconfiada, mas parecia está caindo direitinho.
- Viu? – eu pergunto encarando - eu prometo que não irei assaltar a senhora, você quer ir embora e eu quero ganhar grana para sustentar os meus 3 filhos. Minha esposa morreu de cancer a um ano. – ela me olha com um olhar que estava se convencendo da minha história.
- Eu sinto muito – ela responde - vocÊ tem três filhos? – ela pergunta sem acreditar.
- Tenho – eu falo - Joana, Joaquim e Janaina – eu falo sorrindo e mostro a foto de Joana, do filho do Ph e da filha de Bn e Mariana.
- Uma é bem pequena – ela fala comovida.
- Ela tem dois anos – eu respondo com um ar trágico - ela sente a falta da mãe.
- Eu sinto muito – ela fala.
- Eu preciso comprar o leite deles, posso te levar ? – eu pergunto para ela vendo que o meu plano está dando certo..
- É claro – ela sorri fraco.. - Meu endereço é no Jardim Botanico.
- Conheço tudo por aqui – eu falo.
Eu abro a porta para que ela entre no carro e depois começo a dirigir, eu vou puxando assunto com ela e ela vai respondendo aos poucos.
- Pode me deixar aqui na frente – ela fala.
- Eu te levo lá dentro, sem problema nenhum – eu respondo.
- Não precisa – ela fala – pode ser aqui.
- Mas é longe daqui da portaria até as casas – eu respondo – eu posso te levar sem problema nenhum.
- Eu já disse que está bom – ela fala – quanto deu a corrida? – ela pega sua carteira.
- 20 reais – eu falo.
Ela tira uma nota de cem.
- Pode ficar com o troco para ajudar a comprar os leites dos seus filhos – ela diz toda comovida.
- Obrigado – eu respondo – a senhora está me ajudando muito, por favor me deixe levar até a sua casa, eu quero, você me ajudou agora me dando a mais. Eu insisto – ela me encara e acaba concordando.
Tudo que eu queria era ter passe livre dentro do condomínio.
- Obrigada – ela fala quando paro na frente da sua casa.
- Eu que agradeço – eu respondo.
- Até mais – ela fala dando um leve sorriso e eu sorrio para ela de volta.
Ela entra dentro da casa e eu olho para ela , vendo que tinha alguns homens andando pelo jardim e saio dali antes de ser reconhecido.
Capítulo 4
Laura NARRANDO
- Você precisa se vingar do Perigo – eu falo para Roberto que me encara.
- Eu vou fazer isso – ele fala – eu disse que eu vou fazer e eu vou.
- Precisa fazer isso o quanto antes – eu respondo nervosa – ele matou Kaio, o seu melhor amigo e o meu pai, ele é um filho da puta.
- Você precisa manter a calma, se não o nosso caminho será a morte – ele fala – eu estou assumindo novamente o meu posto de delegado e logo vou começar as operações e eu te prometo que ele não vai se safar.
Eu me aproximo dele colocando a mão sobre a sua gravata.
- Você promete? – eu pergunto para ele.
- Eu prometo – ele responde – vamos acabar com todos eles e vingar todas as mortes do nosso lado.
Eu sorrio para ele.
- É tudo que eu quero – eu respondo – eu preciso disso para ter paz e continuar a minha vida.
Ele passa a sua mão pelo meu rosto levemente.
- Fique tranquila minha princesa – ele beija a minha testa – eu irei vingar a morte do meu amigo e do seu pai, todos eles vão se arrepender por tudo que fizeram.
- Eu só não quero que machuque Jn – eu falo para ele.
- Você ainda gosta dele? – ele me pergunta e eu abro um sorriso de canto.
- Não, eu só não quero que machuque ele – ele apenas assente com a cabeça e se aproxima de mim mais uma vez, me dando um beijo agora em minha boca, por alguns segundos sinto nojo de beijar ele, mas disfarço. Roberto era o meu ‘’galo’’ de ouro e o único capaz de se vingar pela morte do meu pai.
A forma em que eles mataram ele foi horrível, eu lembro de ver meu pai despedaçado e não tinha nem como ajudar ele , nem como fazer com que ele vivesse.
- Venha para minha casa hoje – Roberto fala enquanto eu colocava a minha roupa.
- E a sua esposa? – eu pergunto – você não acha ruim me levar até lá com Marcela em casa?
- Marcela – ele abre um sorriso de canto – ela não tem com o que se preocupar e muito menos o que falar, quem manda naquela casa sou eu.
- Eu não vou – eu suspiro – eu não quero problemas.
- Você não deveria se preocupar com Marcela – ele fala.
- VocÊ pode deixar ela para ficar comigo – eu falo e ele me encara – para que ficar perdendo tempo com ela?
- Marcela não é perca de tempo – eu suspiro ouvindo a sua resposta – ela é a mulher certa para está ao meu lado.
- E eu não sou? – eu pergunto para ele.
- Você é especial – ele sorri e eu encaro estreitando os olhos.
Eu respiro fundo e penso em Marcela, o que eu iria fazer para tirar ela do meu caminho? Eu ainda não sei, mas iria pensar em algo
Perigo narrando
Três dias se passaram e eu estava seguindo os passos de Marcela, ela não saia o tempo todo de casa e o pouco que saia, era para ir ao médico, salão e as vezes ao shopping, meu celular toca e vejo que era o número de Malu.
- Malu? – eu pergunto quando atende.
- Papai – Joana responde.
- oi meu amor – eu falo sorrindo.
- Vem me buscar papai – ela fala no telefone.
- Mas eu te deixei faz três dias em casa – eu respondo – você sabe que eu e sua mãe a gente tem combinado.
- Estou com saudades papai – ela fala – eu quero ver você.
- Eu passo ai no final do dia, ok? – eu falo para ela.
- Vou te esperar papai – ela fala – eu te amo.
- Eu também pequena – eu respondo.
Quando eu soube que Roberto voltou e estava junto de Laura, eu fiquei pensando que alguma coisa ambos estão aprontados para nos atingir e eu só não conseguia entender qual era a ligação de Laura com tudo isso, mas não poderia ficar quieto, eu iria agir antes de Roberto.
- Precisa de uber? – eu falo para Marcela quando ela sai do salão.
Ela me encara.
- Você? – ela pergunta olhando para os lados – você está aqui? Longe de onde nos encontramos a ultima vez.
- Eu faço uber – eu respondo para ela – estou sempre em todos os cantos.
- Estranho – ela fala novamente olhando para todos os lados – eu preciso ir, estou atrasada.
- Eu posso te levar, você me ajudou da ultima vez e gostaria de retribuir - eu falo para ela.
- Não precisa - ela responde - eu estou com motorista me esperando - ela aponta com a cabeça para o carro.
Eu assinto.
- Tchau – eu falo para ela sorrindo e ela sorri de volta.
- Tchau – ela fala indo em direção ao carro.
Quando ela me disse que estava com o motorista, eu resolvi me manter longe com medo que fosse alguém que pudesse me reconhecer, eu me arriscava de mais vindo até aqui me encontrar com ela, mas eu sei que era a melhor forma de manter Roberto longe de todos nós.
Ph me envia o celular dela, que a gente tinha rastreado e conseguimos descobrir que Roberto não rastreava o celular dela. Ph me manda foto das crianças lá no morro juntas e eu mando para ela.
‘’ Mais uma vez quero te agradecer pela sua ajuda, olha como eles estão tão felizes ‘’
- Não tem vergonha de tá mentindo para mulher dessa forma não? – Yuri pergunta me encarando.
- Eu não, ela é mulher de policial – eu falo.
- Você já sabe o que pretende com essa história toda? – ele pergunta.
- Vou trazer ela para cá – eu respondo – na hora certa, só Roberto começar a agir.
- Você não acha que pode tá mexendo com fogo? – ele pergunta.
- A gente já deixou por muito tempo, eles dando o primeiro passo e olha quantas pessoas perdemos – eu encaro ele – eu não quero perder mais ninguém, acabou isso agora.
- Espero que você saiba o que está fazendo Perigo – ele fala.
- Eu sei – eu respondo para ele – e como eu sei , o que estou fazendo.
Eu recebo a resposta dela.
‘’ Como você conseguiu o meu número? ‘’
Eu abro um sorriso vendo que ela estava caindo muito bem no meu papo.
Capítulo 5
Marcela NARRANDO
Eu chego em casa e o carro de Roberto está na garagem, mas ele naõ estava no quarto e eu agradeço mentalmente por isso, ele estava em seu escritório e deveria está resolvendo milhões de coisas ao mesmo tempo e assim ele me deixa em paz.
Eu vou para o banho e ligo o chuveiro, tiro a minha roupa e tomo um banho relaxado, coloco uma roupa fresca e pego meu celular e vejo que tinha uma mensagem de um número desconhecido, eu acho estranho e quando vejo era uma foto e vejo que era daquele motorista de Uber cujo o nome era Miguel, eu acho estranho porque não dei meu numero a ele.
- Como você conseguiu o meu número? – eu pergunto para ele na mensagem.
Roberto entra no quarto e coloco meu celular no silencioso.
- Noticias dos exames? – ele pergunta.
- Ainda não – eu respondo.
- Espero que dessa vez você me de um filho – ele fala.
- Eu te dei uma vez, você que me fez perder, não esqueça disso – ele me encara.
- Você tem sorte que hoje estou de bom humor – ele fala.
Eu fico em silêncio, ele tira a sua roupa e joga na cama, eu pego a roupa suja e coloco no cesto que tinha no banheiro, eu arrumo a sua roupa limpa e deixo em cima da cama, depois eu pego meu celular e desço as escadas.
- Eu tenho os meus contatos – a mensagem do uber chega.
- Vou começar a ficar com medo de você, você parece um psicopata – eu respondo.
- Porque você acha isso? – ele responde.
- VocÊ está me seguindo, agora meu número de telefone – eu respondo.
- Eu gostei de você – ele responde – você acha isso ruim? Se eu tiver te incomodando , é só me dizer que eu paro de falar com você.
Quando eu ia responder a mensagem dele, a campanhia toca e quando a empregada abre era Laura.
- Roberto, está ai? – ela pergunta.
- Está lá em cima, eu vou chamar – ela fala e Laura assente.
Eu estou sentada no sofá e eu e ela nos encaramos, ela sorri para mim.
- Ah, Marcela! – ela fala se aproximando – eu não vi você ai, como você está?
- Bem – eu respondo.
- Espero que você não se sinta incomodada por eu está aqui, seu marido me convidou – ela fala sorrindo.
- Não se preocupe, eu adoro quando o meu marido se envolve com outras mulheres e me deixa em paz – o sorriso de Laura desmancha em seu rosto.
- Pode subir, ele está te esperando – a empregada fala para Laura e a mesma apenas passa por mim, subindo as escadas que ia para os quartos no andar de cima.
Eu volto atenção para o meu celular e respondo Miguel, o uber misterioso e maluco que andava me mandando mensagem.
- Não me incomoda não – eu respondo para ele.
(...)
Faz duas semanas que eu troco mensagens com o tal Uber, eu não tinha visto mais ele, por mais que ele inssistia que a gente se encontrasse, o motorista estava de volta eu morria de medo que ele contasse algo para Roberto.
Roberto andava cada vez mais estranho, nervoso e extressando, mas rezava todas as noites para que ele não descontasse em mim a sua raiva e até agora estava adiantando, vivia escutando ele conversando com a Laura e sei que coisas grandes estão vindo por ai, ele está planejando algo novamente que nem Kaio fez, e eu rezo muito para que ele tenha o mesmo destino de Kaio, a morte e que eu consiga me ver livre dele e ir embora para qualquer canto desse mundo longe dele.
Meu celular toca e era uma mensagem de Miguel, os olhos de Roberto vão para o meu celular e eu apago rapidamente a mensagem e coloco o celular em modo avião.
- Quem é? – ele pergunta me encarando – eu não sabia que você recebia mensagens em seu celular.
- É a clínica onde eu fiz os exames, estão prontos. Eu vou buscar – eu falo – o médico disse que se tiver tudo ok, consigo fazer a inseminação. - eu mudo de assunto e vejo o seu olhar mudar.
- Isso é bom – ele fala. – mas acho que vamos ter que aguardar a inseminação para mais alguns meses.
- Porque? – eu pergunto sentindo um alivio dentro de mim.
Eu não queria filhos de Roberto, não agora. Tudo que eu não precisava era filhos deles.
- estou com uma guerra começando – ele fala – hoje é o primeiro passo que eu vou dar, vou começar a organizar um embate com eles.
- Isso é perigoso? -eu pergunto.
- Não para mim- ele fala se levantando da mesa – não sou eu que fico a frente , é perigoso para os meus homens que vão entrar em confronto com bandidos.
- Você não tem pena por eles? - eu pergunto.
- Bom - ele limpa sua boca com o guardanapo – eles escolheram trabalhar na policia, precisam assumir os riscos. Eu não volto para o jantar, na verdade – ele suspira me encarando – eu acho que volto apenas amanhã a noite.
- Vai passar a noite com Laura? – eu pergunto e ele me encara.
- Não sabia que você sentia ciúmes de mim – ele fala me encarando.
- É apenas por curiosidade – eu falo.
- Se você me amasse Marcela, a sua vida seria melhor e mais fácil – ele fala – você tem a vida que merece, que procura ter – eu o encaro.
- Ser trocada por uma divida, ser trazida a força e obrigada a viver como você quer – eu falo – é assim que você quer que eu te ame?
Ele sorri irônico .
- VocÊ poderia ter a vida que qualquer uma das minhas amantes tem – ele fala – mas prefere ficar aqui, sendo humilhada, abusada e sendo dona de casa. A escolha é sua. – eu o encaro.
- Se a escolha é minha, eu prefiro morrer – eu falo olhando para ele e ele me encara.
- Tem certeza que quer falar isso novamente? Porque posso atender o seu pedido – ele fala pegando a sua maleta e saindo de dentro de casa, sem me dar o direito de resposta.
Eu respiro fundo e fecho os meus olhos e dou vários socos de raiva na mesa, eu não aguentava mais viver com esse velho nojento.
Eu tiro meu celular do modo avião e uma mensagem chega rapidamente.
‘’ Eu quero te ver. Vamos nos encontrar , você é linda. Eu tenho certeza que seu marido, não te valoriza como você merece.’’
Eu fico olhando aquela mensagem, até que resolvo responder ela.
‘’ Estou em casa a noite toda sozinha. O meu quarto é a primeira janela da esquerda.’’
Capítulo 6
PERIGO NARRANDO
‘’ Estou em casa a noite toda sozinha. O meu quarto é a primeira da janela esquerda.’’
Eu vejo a mensagem sem acreditar.
- O que foi? – Ph pergunta parado na minha frente.
- Olha isso – eu falo mostrando o celular.
- Você não vai né? – ele pergunta – acho que isso seria muita loucura, você ir até lá, na casa do policial, se envolver com a mulher dele e se o cara chega? Você vai preso e ela morta.
- Relaxa – eu falo. – os meus informantes já me avisaram que ele saiu de casa.
- E avisaram quando ele volta?
- ainda não – eu sorrio – mas duvido que ele chegue. Confia em mim.
- Tu tá na seca todos esses anos, desde que parou de ficar com a Malu – ele fala – tu tá louco para dar uma, tanta mina nesse morro, vai querer ir pegar a mulher do policial?
- Isso é um plano – eu falo e ele começa a rir.
- Que ótimo plano, beneficiário você totalmente – ele fala.
- Você pode fazer um também, quer ir no meu lugar? – eu pergunto – já não sei o que Julia ia achar.
- Vai a merda Perigo – ele fala.
- Então eu faço o sacrifício de ir até lá – eu falo – conhecer de perto a ruivinha.
- E quando ela souber que tudo isso é um plano? Ela já se abriu de mais com você – ele fala me encarando.
- Ela está casada com ele porque quer – eu falo – não sei deve gostar dela, porque ela mesmo diz que ele trata ela muito mal, mas deve ser por causa do dinheiro, dos luxos que ele banca.
- A gente precisa informação do que ele está planejando – Ph fala.
- Eu vou trazer essas informações – eu falo – já pensou que eu entrando dentro da casa, do quarto dele, eu consigo espalhar cameras e microfones por lá?
- Loucura - ele fala.
- Kaio mandou Malu fazer isso aquela vez no morro, só vou usar a ideia dele e fazer eu mesmo - eu falo - até porque, golpe trocado não doi a ninguém.
- E Laura? - ele pergunta - se Laura ver você, ela vai te reconhecer.
- Laura não está lá – eu falo – está em um hotel bem escondida aquela filha da puta.
- Porque você ainda não avisou Jn disso? – Ph pergunta.
- Eu não sei como ele iria reagir, ele gosta dela. Vai que ela passe a conversa nele – eu falo – homem quando tá apaixonado, dá para confiar fácil não. Jn é moleque maneiro, coração bom, não dá para mandar ele perto daquela cobra de novo.
- Você tem razão – ele fala.
- Eu vou lá – eu falo – você me dar cobertura no sigilo.
- Sempre eu – ele fala – já to até me mudando para o seu morro e saindo da rocinha – ele começa a rir.
- É , ai o marido traído vem bater na minha porta para te pegar pelos cabelos e te levar de volta – eu falo.
- Olha como se fala do Rd – ele fala – pow.
- Vai proteger o marido agora em gazelinha? – eu pergunto e Ph começa a rir.
- Vou avisar Julia que não vou para casa hoje – Ph fala.
Eu vou até as gavetas e pego as mini câmeras e os microfones, abro um sorriso quando pego nas minhas mãos.
- A fortuna que tu gasta com coisas que tu acha que tu vai usar um dia – Ph comenta.
- Ainda bem que eu gasto, porque agora eu tenho – eu falo me virando para ele.
Entramos dentro do carro e entramos no condomínio como zeladores e faz tudo, estacionamos o nosso carro na frente da casa e Ph todo disfarçado começa a mexer nas instalações da rua, nem sei se ele sabia como mexia nessas coisas, eu olho para cima cuidando as janelas e encontro a primeira da esquerda rapidamente.
- É hoje ruivinha, que eu faço você abrir a boca e me contar tudo – eu falo jogando meu cigarro no chão.
Marcela narrando
Eu olho para o celular diversas vezes pensando em mandar mensagem para ele não vir, eu não sei porque eu enviei aquela mensagem, o que eu tinha na cabeça? Eu estava maluca?
Eu fiquei com tanta raiva das coisas que Roberto me disse que nem pensei duas vezes quando respondi ele.
Eu me sento na cama e respiro fundo, Roberto me dava nojo, muito nojo. São 5 anos tendo que deitar ao lado dele, beijar ele, transar com ele, cheirar aquele cheiro horrível dele, ele tinha cheiro de naftalina, seu pinto mole , seu corpo todo molengo, me dava nojo, muito nojo. Eu só queria fugir para o lugar mais longe do mundo.
Perdi toda a esperança que eu tinha na minha vida, desacreditei de mim mesmo e cheguei a conclusão que eu apenas sobrevivo, eu me sentia horrível toda vez que ele encostava em mim, eu não sei como eu ainda não enlouqueci nessa situação toda, eu não entendo.
- Espero que esteja pensando em mim – a voz do uber estranho cujo seu nome era Miguel soa no quarto, me fazendo levantar rapidamente e fechar o hobby preto e comprido que eu usava, ele me encara. – Uau – ele se aproxima – você consegue ser ainda mais bonita em ruivinha.
- Achei que você não iria vir – eu falo encarando ele e ele me olha de cima a baixo novamente – essas roupas? Foi assim que entrou aqui?
- Eu tenho os meus contatos – ele fala. – não se preocupa, não sou uma pessoa do mal.
- E seus filhos, estão com quem? – eu pergunto. – abandonou eles para vir aqui?
- Eles tem babá durante a noite, até porque eu rodo a noite – ele fala me encarando – dar mais dinheiro como uber.
- Então vai trabalhar – eu falo apontando para janela e fico cada vez mais nervosa quando ele se aproxima de mim.
- Está com medo de mim? – ele pergunta me encarando – você me disse que seu marido estaria fora.
- Sim – eu respondo – deve está em qualquer lugar com qualquer outra mulher. – ele arqueia a sua sombrancelha me encarando.
- Isso não te incomoda? – ele pergunta.
- Não – eu respondo – eu fico aliviada quando ele está fora de casa.
Ele passa a mão pelo meu rosto, colocando meu cabelo para trás.
- Ele não sabe valorizar a mulher maravilhosa que ele tem dentro de casa – ele aproxima seu rosto de mim e a gente se encara, a gente fixa os nossos olhos um no outro e ele passa a sua outra mão pelos meus ombros, eu engulo seco de tão nervosa que eu fico e ele abre um sorriso e encosta sua boca na minha