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Sophia narrando
Meu corpo está dolorido por causa da recuperação da cirurgia, eu me olho no espelho e não existia mais marcas de nada em meu corpo. Tinha sido uma cirurgia agressiva em todo meu corpo e eu sentia bastante dor.
- Como você está se sentindo? – Saimon fala entrando em meu quarto – você deveria estar deitada e não de pé.
- É que, eu precisei ir ao banheiro – eu respondo.
- Deita-se – ele fala – eu vou passar essa pomada hidratante em seu corpo, tira roupa. – eu assinto.
Eu me aproximo da cama e tiro o roupão e depois a minha camisola, ficando nua na frente, eu me deito com dificuldade de barriga para baixo.
Faz alguns meses que ele me trouxe para dentro de casa, eu continuava os meus treinamentos, mas conseguia morar aqui, andar pela casa e até mesmo no pátio. Ele estava me preparando para uma grande noite que aconteceria em algumas semanas.
- Você ficou ainda mais bonita – ele fala encostando suas mãos sobre o meu corpo e me fazendo suspirar de dor – calma – ele fala passando delicadamente o hidratante gelado pela minha pele – toda dor vale a pena.
Eu olho para ele de canto de olho e ele me encara e continua passando o hidratante pelo meu corpo, ele cuidava de mim apesar de tudo, ele se preocupava comigo.
- eu preciso de um remédio para dor – eu respondo para ele.
- Por que não pediu para o medico quando ele veio te ver? Ele não me receitou nada – ele questiona e eu sei que as suas perguntas sempre tinha um pouco de teste.
- E mostrar minha fraqueza a ele? – eu pergunto – eu só confio em você. – ele sorri e me vira de frente com cuidado, passando o hidratante pelos meus seios.
- Eu gosto que você confie em mim, Sophia – ele fala – tenho uma grande notícia para te dar.
- Qual? – eu pergunto
- Seu primeiro dia será hoje – ele fala. – eu preciso de algumas informações sobre a máfia australiana e você vai poder tirar elas hoje em uma festa.
- Como você quer que eu faça isso? – eu pergunto
- Está vendo esse anel? – ele fala tirando do bolso – aqui dentro vai ter um pozinho que vai fazer o chef dormir, você vai acessar o celular dele com esse pen drive, vai puxar tudo automático, mas não se preocupa eu te acompanharei o tempo todo.
- Como é o nome dele? – eu pergunto
- George – ele responde – eles tem negócio com a gente, os seus filhos Antonio e Frederico, quero saber se o pai dele sabe o que negociamos.
- Você acha que eu consigo? – eu pergunto
- Eu não te treinei para isso? – ele me questiona. – todos esses anos Sophia? Será que você vai ser capaz de me decepcionar dessa forma? – eu o encaro e ele passa a sua mão pela minha intimidade – eu espero que não.
- Eu não irei te decepcionar – eu falo para ele.
- Eu sei que não, da mesma forma que você confia em mim, eu confio em você – ele fala.
Eu estou muito nervosa, era a primeira vez que eu entraria em ação depois de 4 anos de treinamento, eu respiro fundo enquanto ele ainda passava o hidratante pelo meu corpo, depois eu me sento para me arrumar, eu tinha feito até isso, cursos de maquiagens, de como me vestir, ser atraente.
Eu tremia passando o batom vermelho pela minha boca, eu só me arrumava para Saimon, ele está sentado na cama me observando e eu tentava passar que eu estava muito tranquila, eu não queria decepcionar ele.
Eu coloco um vestido vermelho, um salto preto e ele vem em minha direção me entregando o anel.
- Despeje isso no copo para entregar a ele quando vocês estiverem no quarto já – ele fala – seja envolvente como é comigo todas as noites, você não pode falhar Sophia.
- Eu não irei – eu falo e coloco o anel sobre o meu dedo.
- Você lembra como se dirige não? – ele me entrega a chave do carro – esse é o seu celular, seu gps, sua arma, cartão de credito e dinheiro. – ele coloca tudo na bolsa e me entrega – a partir de agora tudo isso é seu, você vai poder ter uma vida livre, compras, shopping, escolher suas roupas, só não pode fugir do seu destino.
- Você está falando sério que eu vou ter um carro? – eu pergunto a ele.
- Tudo isso e mais um pouco, basta as coisas saírem como planejado – ele fala. – esse é o endereço e esse a foto de George, seu nome é Melina e você é a garota acompanhante dele. Ele vai estar te esperando na festa e a gente se encontra lá, mas – ele se aproxima – lembra, ninguém pode achar que a gente se conhece.
- Pode deixar – eu falo a ele.
Eu entro dentro do carro sem acreditar que ele tinha me dado a chave, ele tinha me ensinado tudo, Saimon era bom para mim.
Saimon narrando
- Ela foi? – Antonio fala saindo do escritório.
- Sim – eu respondo.
- O primeiro passo vai ser dado – ele fala.
- Será que ela vai dar conta? – Samuel pergunta
- Vai – eu respondo – eu confio na minha garota.
- Meu pai vai estar morto – ele fala.
- Eu segui o que combinamos não disse a ela que ela iria matar ele – eu falo – apenas disse que precisava de algumas informações, eu disse para ela colocar pouco pó, pegar colocar o pen drive no celular para apagar todo o histórico e sair de la.
- De qualquer forma vamos estar lá para ficar de olho nela – Antonio fala. – E amanhã vamos ter um enterro.
- Você não se sente mal matando seu próprio pai? – Samuel pergunta para Antonio.
- Me sentiria se eu não o matasse – Antonio fala para ele.
Eu acompanho em tempo real a localização de Sophia em meu celular, quando chegamos na festa eu consigo ver ela de longe com George, Frederico estava fora da Australia e só chegaria amanhã já com a notícia da morte do pai, só que Antonio sabe que ele seria o sucessor do pai, já que Frederico é o mais velho.
Eu observava cada passo de Sophia de longe e como eu imaginei, ela não iria me decepcionar, ela levava uma conversa descontraída com George e os seus outros sócios, deixou todos eles envolvido em seu sorriso, em seu corpo e em seus gestos. George olhava para ela com um olhar de admiração, e ela chamava atenção de todos a sua volta.
- Eles estão subindo – Samuel fala se aproximando de mim.
- Eu vou dar uma volta e subo também – eu respondo.
Antonio não veio ao jantar, criou um álibi para não parecer culpado e ninguém desconfiar dele.
Sophia narrando
Eu suava que nem louca, ele se senta na poltrona do quarto enquanto eu vou até o bar que tinha no quarto preparar a sua bebida.
- Com gelo ou sem gelo? – eu pergunto tirando os meus sapatos.
- Com – ele responde. – eu nunca tinha te visto na boate.
- Eu cheguei a pouco – eu respondo a ele.
Eu fico na frente do copo que eu estava arrumando e despejo o pó so que eu levo um susto quando ele se aproxima de mim e acabo virando todo o pó que estava no anel e Saimon tinha sido claro que eu deveria colocar pouco.
- Para você – eu me viro entregando o copo para ele. – Deixa que eu faço uma massagem em você na banheira – eu sorrio passando a minha mão pela sua gravata e abrindo os botões da sua camisa social. George era um homem bonito e bem apresentável.
Ele me entrega seu copo enquanto tira a sua roupa e entra dentro da banheira que eu tinha colocado para encher, eu me ajoelho atrás dele e começo a fazer uma massagem em seus ombros, passando a minha mão pelo seu peitoral.
- Você tem quantos anos Melina? – ele pergunta
- 18 – eu respondo.
- Nova e muito bonita – ele fala – já sabe os prazeres da vida.
- Dar prazer aos homens como o senhor é o meu trabalho – eu falo beijando o seu pescoço e ele bebe o resto da sua bebida, até que ele começa a passar mal.
- Estou com falta de ar – ele fala e começa a tossir – o que você colocou nessa bebida? – ele fala jogando longe – sua vagabunda! – ele grita.
Ele tenta se levantar, mas coloca a mão sobre o peito, eu começo a me desesperar.
- Espera – eu falo – calma.
- Você é contratada por quem? – ele pergunta me olhando – quem mandou você me matar?
Eu olho para ele e ele começa a espumar pela boca, eu me aproximo para ajudar e ele me empurra e tenta se levantar, só que quando ele se levanta, ele se desequilibra e cai na banheira batendo a cabeça e quando eu me aproximo, ele está morto.
Eu começo a me desesperar naquele momento e meu celular começa tocar, eu pego e vejo que era Saimon com diversas mensagens perguntando por que eu estava demorando tanto, eu pego o celular de George e começo a colocar o pen drive, só que começa escorrer sangue pela banheira toda e pelo quarto, e eu começo a ficar cada vez mais nervosa.
A porta é aberta e era Saimon.
- O que ouve? – ele pergunta – cade George? – ele se aproxima do banheiro vendo o sangue escorrendo pelo quarto.
- Foi sem querer – eu falo – ele se desequilibrou e bateu a cabeça – Saimon me encara com raiva e depois olha para ele – ele começou a passar mal , com falta de ar – eu começo a chorar e ele me encara bem sério – eu acho que coloquei o pó todo que tinha no anel.
Ele se aproxima de mim e me dar um tapa forte em meu rosto.
- Você estragou tudo! – ele grita comigo e eu olho para ele que pega o celular – deu errado os nossos planos , estou descendo com ela, desligue as câmeras. – ele fica com o celular na mão – ok, estamos saindo. Vamos – ele me pega pelo braço.
- Por favor, perdoa – eu falo para ele.
Ele não fala nada, eu começo a ficar cada vez mais desesperada por ter matado aquele homem, não era a minha intenção.
Saimon me joga dentro do carro e entra no outro lado e sai dirigindo em toda velocidade até a casa.
- Vem – ele fala abrindo a porta do carro e eu nego com a cabeça – eu estou mandando você descer da porcaria do carro Sophia! – ele fala gritando e eu desço.
Ele me empurra para que eu caminhe e eu vou caminhando na sua frente, ele me leva para o quarto vermelho.
- Não, por favor não – eu falo chorando para ele.
- Tira sua roupa – ele fala e eu o encaro – tira a sua roupa agora – eu obedeço e tiro toda ela. – se ajoelha – eu não faço, ele me pega pelo cabelo me ajoelhando na força.
Ele se aproxima de mim com o mesmo ferro com os pregos e para na minha frente, eu apenas estendo a mão para cima.
- Você foi treinada durante anos para não escorrer uma lagrima do seu rosto, para não ficar nervosa, eu te treinei para não ter emoção Sophia – ele fala batendo forte na minha mão e eu fecho os olhos sentindo os pregos entrar na minha mão e ele puxa eles rasgando a minha pele toda – você foi treinada para seguir as minhas ordens – ele me faz levantar a outra mão – Você fez todo o plano ir por água baixo, agora irão investigar a morte dele e não será um mal súbito – ele bate na outra mão fazendo o mesmo – olha para mim – eu encaro ele – você está sentindo dor Sophia?
- Não – eu respondo não deixando que nem uma lagrima caísse do meu rosto.
- Você vai ficar aqui até eu achar que você está preparada mais uma vez – ele fala – ou, eu vou ter que te descartar.
- Eu juro que estou preparada, por favor confia em mim – eu falo para ele – eu faço o que você quiser, para te mostrar que o treinamento valeu a pena.
- Será que valeu mesmo ou você me fez de idiota fazendo que eu acreditasse em você? – ele pergunta.
- Foi a primeira vez, aquele homem começou a me xingar – eu falo para ele – eu fiquei com medo, você não me disse que aconteceria tudo daquela forma – ele me encara – me perdoa Saimon, por favor confie em mim. Eu prometo que vou fazer diferente.
Ele anda por trás de mim e bate aquele ferro com os pregos nas minhas costas e eu respiro fundo para não gritar de dor, ele puxa o meu cabelo para trás e me faz encarar os seus olhos, eu seguro de toda forma possível me concentro para não gritar e nem deixar que os meus olhos se enche de lagrima enquanto ele rasgava as minhas costas com aquele prego. Ele tira e me solta me jogando no chão e eu acabo desmaiando quando vejo tanto sangue escorrendo de mim.
Frederico narrando
- Ele estava acompanhando ontem na festa por uma garota chamada Melina – Kaio que era investigador da polícia e meu amigo fala – só que ninguém tem fotos, imagens, as câmeras de segurança foram apagadas.
- Alguém a contratou para matar ele – eu falo indo até a janela do escritório e vendo carros e mais carros chegando para o velório – mas quem?
- Seu pai tinha diversos inimigos – ele fala – pode ser qualquer um desses que estão ali embaixo, fingindo que estão chorando pela morte dele.
- Nesse meio é tudo oportunismo, tudo mentira – eu respondo.
- Desculpa incomodar – Maria, esposa do meu irmão fala entrando – o corpo vai chegar em meia hora cunhado, Antonio mandou avisar que já estão vindo.
- Obrigado Maria – eu falo a ela e ela assente com a cabeça.
- A morte dele foi por excesso de substâncias que é considerado veneno e por ter batido a cabeça – Kaio fala – o legista acabou de me mandar.
- na banheira? Ele bateu a cabeça na banheira? – eu pergunto
- Sim – Kaio fala.
- Eu vou até o local – eu falo – eu quero ver o local todo.
- Agora? – Kaio pergunta
- Vamos sair pelos fundos – eu respondo a ele.
Eu e Kaio vamos até a sede de festas da máfia Australiana, entramos dentro e vamos até o quarto, encontrando da forma que está.
- Um anel – eu falo olhando em cima da bancada.
- O anel que foi usado para colocar o veneno – Kaio fala.
- Conseguimos as digitais da pessoa? – eu pergunto.
- Se tiver dados dessa mulher misteriosa na Australia, conseguimos descobrir quem ela é – ele fala.
- Procure pelo mundo todo – eu falo – não quero que se limite apenas aqui.
Eu ando pelo quarto e não vejo mais nada de estranho, eu iria descobrir quem encomendou a morte de meu pai e iria me vingar do mandante e de quem o matou.
Eu volto para o velório e quando desço o corpo do meu pai já está sendo velado, Antonio está ao lado olhando em choque para o corpo.
- Onde você estava? – Antonio pergunta – todos estão perguntando sobre você.
- Fui até o local do crime – eu falo e ele me encara – descobri algumas coisas interessantes.
Eu olho para o corpo de meu pai e fecho os olhos colocando a minha mão sobre ele.
‘’ Eu vou vingar sua morte meu pai ‘’ eu penso.
- Frederico, Antonio – Saimon fala se aproximando – meus sentimentos.
- Obrigado meu amigo – eu respondo.
Eu, Saimon, Samuel e Antonio crescemos juntos, nossos pais eram muito amigos e acabamos que nós também.
- Se você precisar de ajuda, meus homens estão à disposição – Saimon fala.
- Obrigado – eu respondo.
Eu olho para todos naquela sala e me afasto para observar cada um deles, as mulheres, os homens todos entrariam na minha lista de suspeito. Quem matou meu pai? Quem era o mandante? E quem era a mulher misteriosa?
- Frederico – a mulher do comandante das forças armadas da Australia fala me olhando – O nome da garota era Melina – eu a encaro.
- Como você sabe? – eu pergunto a ela.
- Eu escutei seu pai apresentando-a – ele fala. – os dois subiram uma hora antes dele ser encontrado morto. Ela envolveu a todos a sua volta, principalmente os homens.
- Eu tenho certeza de que ela foi contratada por alguém – eu falo.
- Eu nunca a vi em nenhuma festa – ela fala – mas eu a reconheceria.
Saimon narrando
Eu observo Frederico de longe, ele parece desconfiado, Antonio se aproxima de mim.
- A garota, está morta? – Antonio pergunta – quando Frederico assumir a máfia e ver o investimento que meu pai fez nessa garota, ele vai ficar louco e da forma que está desconfiado ele vai descobrir tudo.
- Não irei matar ela , eu gastei tempo e dinheiro com ela – eu falo baixo – ela levou uma boa lição e tenho certeza que não irá mais falhar.
- Eu quero Sophia, morta – ele fala.
- Se você tentar se aproximar dela, quem morre é você – eu falo para Antonio que ergue o seu olhar para mim - você inventou o plano maluco, dê um jeito para se safar. Na minha garota ninguém encosta a mão.
Eu me afasto dele e sinto seu olhar de raiva para cima de mim, eu entro dentro do meu carro e volto para casa para ver como ela está.
Eu entro e encontro o médico saindo do quarto vermelho.
- Os machucados foram feios – ele fala me olhando – ela vai demorar para se recuperar deles. Ela arrecem tinha passado por uma cirurgia bem agressiva.
- Eu perdi a cabeça – eu falo – ela não cumpriu a missão como deveria cumprir.
- Seja lá qual for o seu plano, não seja mais agressivo com ela – ele fala
- O senhor quer mandar doutor Vinicius em como eu treino ela? – eu pergunto
- Faça que nem o Henrique da máfia francesa que torturou a mulher e quando ela conseguiu, ela fugiu levando as suas filhas dele – ele fala me olhando. – faça igual. E você verá sempre ela falhar, você precisa criar confiança nela e não medo. Dessa forma ela sempre irá falhar e não irá te servir em nada, eu atendo todas as máfias do mundo, eu sei do que estou dizendo.
Ele fala saindo de perto de mim, eu entro dentro do quarto vermelho e vejo ela encolhida na cama, ela levanta seu olhar para mim e tenta mudar sua postura para ficar apresentável.