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Saimon narrando
Faz exatamente dois anos que Sophia está sendo treinada e está dentro do quarto vermelho é assim que chamamos o lugar que foi criado para o treinamento, era um galpão enorme dentro de nossa casa mesmo, o quarto era todo vermelho e com pouca ventilação, lá dentro a gente fazia ela sentir todas as sensações possíveis para ver como estava o seu sentimento, ela sabe que está sendo monitorada 24h do seu dia e por isso não poderia fraquejar em nenhum momento, e eu coloquei na cabeça dela que ela só poderia demonstrar as suas fraquezas para mim, porque assim quando ela estiver fora desse quarto e acontecer algo, ela vai contar para mim sem que eu preciso ficar perguntando.
- Você chuta mais alto que isso, não é mesmo? – eu pergunto para ela.
Eu tinha passado da etapa da tortura com ela, tentava levar os treinos mais descontraído porque preciso que ela tenha confiança em mim e ao mesmo tempo medo.
Ela tinha horário para tudo, ela acordava as 6h tomava seu café da manhã e treinava tiro todas as manhãs, as 10h ela tinha aula até 12h, onde aprendia o básico e inglês, espanhol e todas as línguas tradicionais, 12h30 ela almoçava e a 13h eu ia até lá para auxiliar o seu treinamento e ficava com ela até a parte da noite, onde a noite eu treinava outras coisas com ela e confesso que cada noite que passa ela ficava ainda melhor nisso. Eu não queria descartar ela e possível tomei a frente do seu treinamento, se não desse certo meu pai e Antonio iriam descartar ela que nem lixo e eu sei que ela tem potencial para isso.
- Porra, essa você acertou em – eu falo quando ela me dar um soco forte, eu vejo que ela segura sua mão – está doendo? – ela nega – está doendo sim, você precisa fechar mais a sua mão e dar o soco dessa forma – eu vou com a minha mão fechada em sua direção e ela se defende colocando o corpo para o lado e eu abro um sorriso para ela – sua defesa está ótima, parabéns. – Ela abre um pequeno sorriso de volta.
- Eu posso tomar água? – ela pergunta
- Depois dessa defesa perfeita, pode – eu falo para ela, ela estava suando e anda em direção onde tinha a sua garrafa de água, ela tira sua camiseta ficando apenas com o top e eu a observo tomando água, até mesmo a sua postura era outra e quando ela percebe que eu estou a observando, ela me olha. – Daqui alguns meses você completa 16 anos de idade, o certo é você sair daqui no dia que você completar 16 anos de idade.
- E depois que eu sair daqui o que acontece? – ela pergunta.
- Você vai estar pronta para trabalhar ao meu lado – eu falo em aproximando dela – eu e você junto – ela sorri – mas, como seu treinador posso dizer que você está tirando nota 10 em tudo, em todas as matérias do dia – eu passo a mão pelos seus seios.
Eu abro um sorriso quando ela encosta a sua boca na minha e ela me beija e eu correspondo o seu beijo, eu passo a minha mão por trás do seu pescoço.
Escuto uma batida forte na porta e ela é aberta.
- Saimon – Samuel fala – papai, acabou de falecer. – Eu o encaro e depois encaro Sophia.
Eu tento digerir o que ele acabou de me falar, ela me olhava o tempo todo e seu olhar era meio de desespero, ela nos tinha três como seus protetores e que deram a oportunidade para ela de uma vida nova, mesmo com tantas torturas e sofrimentos.
- Entra para o quarto - eu falo para ela - Treine com os brinquedos que eu deixei com você na semana passada, treine até eu voltar. – ela assente com a cabeça.
Ela se vira e vai para o quarto e eu aperto o botão para que o quarto se tranque, eu corro para o quarto e vejo meu pai morto em cima da cama.
Eu me aproximo dele e não consigo acreditar que meu pai, meu herói, meu melhor amigo tinha falecido. Nós perdemos a nossa mãe no parto e fomos criado apenas por ele, que mesmo sendo um homem tão frio com os outros, sempre foi um bom pai para nós.
- E agora? – Samuel fala – o que vamos fazer?
- Seguir o que ele criou – eu falo
- Solta aquela garota – Samuel fala – ele está morto.
- Sophia você diz? – eu pergunto e ele assente e eu nego com a cabeça – Sophia está pronta para realizar todos os desejos e sonhos que o meu pai sempre teve, ela vai começar eliminando um a um da lista que ele criou.
Antonio entra no quarto e se aproxima do corpo do meu pai e fecha os olhos.
- Eu sinto muito meninos – ele fala.
- Ele estava muito doente – eu falo – ele já tinha me deixado no comando de tudo, ele já imaginava que não iria sobreviver.
- Você será o grande sucessor do seu pai – ele fala me olhando.
- Eu prometi isso a ele no leito de sua morte - eu falo - e estou cumprindo com a minha palavra. A sua arma mais perigosa e valiosa está pronta. - Antonio me encara abrindo um sorriso.
- Você está falando sério? - ele pergunta.
- Como ele sempre sonhou - eu falo para ele.
Eu me aproximo do meu pai e fecho os seus olhos lentamente.
- Descansa em paz meu pai – eu falo para ele e Samuel apenas nos encara.
Meu pai sempre disse que Samuel tinha puxado muito a mamãe e eu a ele, a gente tinha personalidades fortes, mas completamente diferentes. E tanto eu como Samuel a gente sabia que só eu iria conseguir levar para frente tudo o que o papai construiu.
(..)
Algumas semanas se passaram e eu comecei a colocar Sophia em ação, coloquei ela para brigar com alguns dos nossos homens e como eu imaginei, ela não tinha sido treinada para apanhar.
Um deles vai para cima dela com uma faca e rapidamente ela consegue tirar a faca da mão dele e furar a sua mão, o homem sai gritando.
Eu a observava por trás de um vidro preto junto de Antonio.
- Você fez seu trabalho direitinho – ele fala me olhando.
- Eu te avisei que eu não entrei aqui para treinar por brincadeira e sim para valer – eu falo – Sophia é a minha garota e eu a moldei como eu quis. Ela confia em mim.