Proposta aliciante
– O CEO da DREAMY é Henry. – ele diz com a sua voz travando e em seguida se engasgando.
– Henry, só isso? É melhor trazer mais detalhes. – o ameaço com a arma.
– Henry Lookspik. – ele diz e fecha os olhos por um instante como se tivesse alcançado o seu eterno descanso.
Tendo conseguido o que era o meu objetivo olho pela janela a altura em que me encontro e para a vista é algo impossível de não meter medo.
Os murros na porta continuam a agredir, e não demoro para atirar diretamente para as genitais do homem sob efeito da droga que chamo de arma minúscula.
Tento vasculhar pelo seu corpo inteiro possíveis respostas que complementem o nome por ele dado, mas nada encontro. Apanho a minha máscara e coloco de volta ao meu rosto e apanho a minha calcinha colocando no rosto do homem, fazendo o que sempre faço com todas as minhas vítimas que merecem estar na minha lista dos que devem ser eliminados até eu chegar ao meu principal objetivo.
Respiro fundo e aponto para a porta que me parece prestes a abrir-se e tenho certeza que logo ao abrir serei a primeira atirando contra o meu inimigo e terei tempo suficiente para daqui fugir exatamente da forma como planejei.
Concentrada na porta não tiro os meus olhos dali que não demora e de imediato se abre revelando o guarda costas do homem que acabei com a vida do mesmo num tiro certeiro nas suas bolas e pau. Logo ao entrar no quarto eu disparo no homem, exatamente no meio da sua testa e ele cai no chão subitamente.
Corro até a janela para verificar se o meu plano ainda está seguro e para a minha felicidade encontro que tudo ainda está da forma como deixei. A corda que amarei de um prédio para o outro ainda está no mesmo lugar e agora só me resta sair do prédio o mais rápido possível antes que venham mais guarda costas atrás de mim.
Caminho até ao lado da cama na mesinha, levo a minha bolsa que no interior dela tem o que preciso neste exato momento. Dentro dela tiro o meu aparelho que vai me ajudar a deslizar de um ponto para o outro.
Não deixo a bolsa, pois pode ser a forma mais fácil de ser achada, não que tenha algo que me incrimine, mas é melhor precaver.
Tendo levado o meu aparelho corro com a minha bolsa e salto pela janela antes de ouvir um tiro soando, provavelmente de um outro guarda costa do maldito político que eliminei com todo o prazer.
Começo a deslizar numa velocidade absurda e os tiros não param de soar, e o que eu imagino agora é que eles não pensem em acabar com o meu suporte, neste caso a minha corda que me faz capaz de me deslocar de um prédio ao outro.
Tudo acontece tão rápido que chego no terraço de outro prédio menor que o anterior em segurança. Olho para o prédio de onde vim e vejo alguns homens na janela irrequietos que não pensam duas vezes em continuar atirando para a minha direção, mas já é tarde demais. Me retiro dali e olho para o meu relógio que marca 11 da noite e tenho que chegar em casa o mais rápido possível para acordar dia seguinte para o meu segundo trabalho.
...
Chego em casa e abro a porta do meu pequeno apartamento que esconde muitos mistérios que outros nem compartilho com a minha melhor amiga que também era minha colega no ensino fundamental e no meu primeiro emprego dos perigos, que tive que abandonar por conta...
De repente o meu celular toca no exato momento que pressiono o interruptor assim ligando a lâmpada. Levo o meu celular na minha bolsa e vejo que é uma ligação e quem está ligando é a minha melhor amiga, justamente agora que estava pensando nela.
– Oi, Jaque! A sua chamada a essas horas me assusta, o que foi? – pergunto logo que atendo a chamada, pois a minha amiga não tem esse hábito de me ligar tarde assim, tem que ter havido algo não bom ou de extrema importância.
– Eu imagino, sei que não gostas de chamadas a essas horas, mas é algo urgente que pode te tirar da situação em estás.
– Eu vou repetir, eu nunca vou desistir do meu objetivo. Eles não vão me convencer a fazer algo que não tenha a ver com o meu objetivo.
– Ne... – antes dela pronunciar o meu nome completo, eu lhe interropo.
– Afinal o que a gente combinou acerca do meu verdadeiro nome?
– Que não posso pronunciar de jeito nenhum, principalmente quando se tratar de uma comunicação por meio telefônico. – ela diz.
– Exatamente.
– Mas, Ingrid...
– Agora gostei.
– Tu vais deixar um emprego impressionante ou vais agarrá-lo enquanto tentas cumprir o teu objetivo em paralelo.
– Sabe, eu confio muito em ti, amiga, mas estou ciente que podes estar sendo usada agora para tocar o meu coração. Eu não posso cair nessa armadilha. Talvez uma resposta que possa deixar a todos na empresa satisfeitos seja: eu não volto antes de alcançar o meu principal objetivo. – digo e caminho para o lugar onde escudo o miar do meu gato.
Vou em direção ao meu quarto que consigo ver faltando pouco para chegar que a porta está aberta. Meu Deus! Como é que a Neide esqueceu-se de a fechar?
– Amiga, ainda estás aí? – Jaqueline pergunta um pouco apreensiva, pois a sua voz transmite isso o que me dá uma certa certeza que ela esteja sendo usada para me atingir.
– Sim, ainda estou, só estava em silêncio por conta do que estou a ver aqui no meu apartamento.
– Amiga, não estou sendo usada, mas eles só queriam te dar uma chance para voltares e fazer parte da nossa equipe que terá uma missão onde o alvo é o CEO da DREAMY. – ela diz e as suas palavras ecoam na minha mente.
Isso é muito aliciente, mas porquê que justamente agora tem uma missão com o mesmo alvo que eu. Isso está bem estranho, só pode ser uma armadilha.
Entro no meu quarto em silêncio antes mesmo de responder à Jaque e sento na minha cama, de imediato o meu gato, preto com detalhes brancos, principalmente no peito, salta para o meu colo e relaxa calmamente. Faço carinho na sua cabeça e por fim digo algo.
– De quem foi a ideia?
– Minha ideia. – ela responde.
Continua...