Capítulo 3
3: Torna-se minha esposa.
O PONTO DE VISTA DE Camille
Ele pareceu perceber minha confusão, porque um sorriso tranquilizador apareceu em seus lábios. Ele respirou fundo, como se estivesse prestes a dar um passo importante.
— Perdoe-me, percebo que ainda não me apresentei. Nathaniel De La Croix, disse ele, estendendo a mão calorosa.
O nome ecoou em minha mente, carregando um peso que não pude ignorar. Da Cruz. Até eu, uma simples costureira, já tinha ouvido esse nome antes. Um império, negócios prósperos, uma fortuna colossal. E ainda assim, o homem à minha frente parecia mais humano do que qualquer coisa que eu pudesse imaginar.
“Camille”, respondi timidamente, apertando sua mão, “embora você já saiba disso.
Ele riu baixinho, e essa simples reação aliviou um pouco da tensão dentro de mim.
– Sim, Camila. Eu sei isso. E acredite, esse nome não me abandonou desde a primeira vez que te vi na frente da sua loja.
Pisquei, surpreso.
“Você… você me notou?”
—Como você pode não fazer isso? ele respondeu sem hesitação. Lá estava você, focada em um vestido, e lembro-me de ter pensado que gostaria que você olhasse o mundo com a mesma atenção.
Meu coração disparou, mas eu ainda não sabia onde ele queria chegar com isso. Por que esse bilionário estava interessado em mim?
Nathaniel desviou o olhar ligeiramente, como se quisesse organizar seus pensamentos. Então ele olhou para mim novamente, desta vez com uma intensidade que me deixou sem fôlego.
“Camille, deixe-me ir direto ao ponto”, disse ele, sua voz subitamente mais profunda. Se eu convidei você aqui esta noite, é porque eu escolhi você.
Eu fiz uma careta, minha respiração curta.
- Escolhido? Para que ?
Ele deu um passo à frente, diminuindo ainda mais a distância entre nós.
— Para ser minha esposa.
O choque foi tão brutal que instintivamente dei um passo para trás, minha mão trêmula foi até a boca.
- O que ? Eu sussurrei, minha voz traindo minha descrença.
Ele não recuou, seu olhar fixo em mim como se estivesse tentando me ancorar nesta realidade que acabara de revelar.
— Sei que é inesperado, talvez até desestabilizador, mas não sou homem que perde tempo. Quando vi essa luz em você, essa mistura de graça e força... eu sabia que você era quem eu procurava.
As palavras giravam em minha cabeça, mas nada parecia fazer sentido. Um bilionário, um homem de sua posição, queria que eu fosse... sua esposa?
“Isso é uma loucura”, murmurei, balançando a cabeça. Você nem me conhece.
“Ainda não,” ele admitiu calmamente. Mas pretendo fazê-lo, se você me permitir.
— Mas por que eu? Eu insisti, meu coração batendo forte.
Ele se aproximou, seus olhos se tornando quase suplicantes.
— Porque você é diferente, Camille. Porque eu quero alguém de verdade ao meu lado. E acima de tudo, porque acredito que você nunca conhece a pessoa que pode mudar sua vida duas vezes.
Fiquei petrificado, incapaz de responder. Parte de mim queria acreditar em suas palavras, mas outra parte, mais racional, gritava para eu correr.
“Camille”, continuou ele, “dê-me uma chance de provar a você que o que sinto é real.
Olhei para ele, procurando uma resposta em seu olhar. Tudo nele exalava sinceridade e determinação. Mas será que eu poderia realmente aceitar tal proposta, eu, uma simples costureira, diante de um homem como ele?
Recuei um pouco, tentando recuperar o fôlego e organizar meus pensamentos. As palavras de Nathaniel ainda pairavam no ar, carregadas de significado e promessa, mas tudo parecia irreal.
“Eu... eu não posso”, gaguejei, com a voz trêmula. Você é um homem como... como nenhum outro. Você é rico, poderoso... Eu sou apenas uma costureira.
Um brilho divertido brilhou em seus olhos, mas ele não se moveu.
“Uma costureira que já me fez enlouquecer”, murmurou baixinho.
Balancei a cabeça, recusando-me a ceder a esse calor estranho que ele estava criando dentro de mim.
—Você nem sabe quem eu realmente sou. Você idealiza uma mulher que não conhece.
Ele deu um passo à frente, diminuindo a distância entre nós novamente, e dessa vez eu não recuei.
“Então, vamos nos conhecer”, ele respondeu com uma sinceridade desarmante. Não vou fingir que nada disso é normal. O que sinto, essa atração, essa certeza… é novidade para mim também. Mas Camille, não sou um homem que foge do que quero.
Sua voz era suave, mas firme, e não pude deixar de me sentir presa em um turbilhão de emoções conflitantes.
— E se eu dissesse não? Eu tentei, minha voz quase inaudível.
Um sorriso malicioso surgiu em seus lábios e um brilho travesso brilhou em seus olhos.
—Então farei de tudo para te convencer.
Esta resposta, simples e ousada, deixou-me sem palavras. Encontrei seus olhos escuros, procurando por uma falha, uma razão para não acreditar nele. Mas havia apenas honestidade e talvez um toque de desafio.
Meu coração batia tão forte que tive medo que ele ouvisse. Queria resistir, não cair nessa armadilha aparentemente perfeita. Mas parte de mim, a parte mais vulnerável, perguntava-se o que aconteceria se eu dissesse sim.
“Nathaniel,” eu finalmente disse, minha voz quase embargada de emoção. Você e eu… Viemos de dois mundos diferentes.
“Mundos diferentes tornam as histórias ainda mais interessantes”, respondeu ele com um sorriso.
Não pude deixar de rir baixinho, embora estivesse mais nervoso do que qualquer coisa.
— Você é impossível.
“E você é fascinante”, ele retrucou sem hesitação.
Um silêncio se instalou entre nós, cheio de palavras não ditas. Senti como se o tempo tivesse parado e o resto do mundo tivesse deixado de existir.
“Não posso lhe dar uma resposta agora”, finalmente admiti.
Ele assentiu, sorrindo.
“Eu não esperava que você fizesse isso. Aproveite o tempo que precisar, Camille. Mas saiba de uma coisa: não vou desistir de você.
Essas últimas palavras, ditas com tanta certeza, ressoaram em mim muito depois de ele ter ido embora. Fiquei ao mesmo tempo perturbado, intrigado e, de uma forma que ainda não ousava admitir, um pouco lisonjeado.
Saí da gala, ainda em estado de choque. Meus saltos ecoavam nas pedras da rua silenciosa, mas minha mente estava em outro lugar. As palavras de Nathaniel passaram repetidamente na minha cabeça. “Eu não vou desistir de você.” Como um homem como ele poderia ser tão seguro de si?
Chegando à minha modesta porta, respirei fundo. Eu precisava conversar, compartilhar o que acabara de acontecer comigo com alguém. Meus amigos estariam lá para me trazer de volta à realidade... ou talvez para me dizer que eu estava enlouquecendo.
Abri a porta da oficina onde eles me esperavam, como sempre, rindo e conversando enquanto tomavam uma xícara de chá. Assim que cruzei a soleira, seus olhos se voltaram para mim, curiosos.
—Então, conte-nos tudo! exclamou Jade, uma das minhas colegas e amiga mais próxima. Como foi esta gala?
Coloquei minha bolsa no chão, hesitante.
“Foi... inesperado”, eu finalmente disse, sem saber por onde começar.
— O que você quer dizer com inesperado? – perguntou Inès, uma das outras costureiras, cruzando os braços. Você encontrou uma celebridade ou algo assim?
Deixei escapar uma risada nervosa.
— Não exatamente. Mas havia... alguém.
Eles trocaram um olhar conhecedor, visivelmente encantados por ter uma história interessante para cravar os dentes. Jade deu um tapinha na cadeira ao lado dela.
— Venha sentar e nos contar tudo. Queremos todos os detalhes.
Sentei-me e tomei um gole de chá, esperando que o líquido quente acalmasse minha inquietação.
— Ok, ouça. Havia esse homem… Nathaniel De La Croix.
Inês assobiou.
—O bilionário? Aquele que faz capa de revista?
Balancei a cabeça, um pouco envergonhado.
- Sim. Ele.
Os olhos de Jade se arregalaram.
“Espere, você quer dizer que ele notou você?
“Mais do que isso,” eu sussurrei. Ele me convidou, e esta noite... ele me disse que queria que eu fosse sua esposa.
Um silêncio atordoante caiu sobre a sala, antes que Inès soltasse uma gargalhada incrédula.
— Sua esposa? Camilo, você está brincando comigo?
“Eu gostaria disso”, respondi, encolhendo os ombros. Mas ele estava falando muito sério.
Jade colocou a mão no coração, dramatizando como sempre.
- E você ? O que você disse?
Passei a mão pelo cabelo, ainda confuso.
— Nada de concreto. Eu estava muito... atordoado. Eu disse que não poderia responder imediatamente.
Inès começou a rir novamente.
— Você se saiu bem. Esses caras ricos gostam de jogar jogos estranhos.
Mas Jade balançou a cabeça, os olhos brilhando de excitação.
– Não sei, Camila. Parece um conto de fadas, certo?
Eu os ouvi, dividido entre seus pontos de vista. Parte de mim queria acreditar que Nathaniel era sincero, mas a outra parte estava com medo. Medo de ser atraído para algo que estava além de mim.
—E agora, o que você vai fazer? Jade perguntou.
Encolhi os ombros, perdida.
- Não sei. Tudo isso está além de mim.
Inès colocou a mão no meu ombro.
—Escute, o que você decidir, tenha cuidado. Homens como ele não vivem no mesmo mundo que nós.
Jade, por sua vez, já parecia conquistada pela ideia.
— Mas e se for verdade, e ele realmente te ama? Não feche a porta para uma oportunidade como esta.
Ambos estavam certos e esse era o problema. Eu não sabia o que pensar ou que caminho escolher.
2: Uma reunião
PONTO DE VISTA de Camille
Seu olhar nunca deixou o meu, e cada segundo parecia se estender até o infinito. Eu não sabia o que fazer: sair como planejado ou ir em direção a ele? Meu coração batia descontroladamente e um calor estranho crescia dentro de mim.
Então, como se estivesse lendo meus pensamentos, ele deu um passo em minha direção. Depois outro. Minha respiração engatou quando ele se aproximou lentamente, cada movimento imbuído de uma elegância quase irreal.
“Você é diferente”, ele sussurrou, parando a alguns passos de mim.
Sua voz, profunda e calma, despertou algo em mim. Olhei para ele, atordoado. Isso foi uma pergunta? Uma afirmação? Eu não sabia nada sobre isso.
- Diferente? Eu repeti, incapaz de desviar o olhar dele.
Ele sorriu levemente, revelando uma covinha discreta na bochecha direita.
- Sim. Você não se parece com ninguém aqui.
Eu instintivamente olhei para baixo, desconfortável sob seu olhar penetrante.
“Eu... não tenho certeza se estou no meu lugar”, admiti em um sussurro.
Ele se inclinou ligeiramente, como se quisesse chamar minha atenção novamente.
—E ainda assim, é você que eu vejo.
Estas palavras, simples mas tão intensas, deixaram-me sem palavras. Meu coração, já em pânico, parecia querer explodir no peito.
—Por que estou aqui? Eu finalmente perguntei, reunindo toda a minha coragem.
Ele fez uma pausa, como se estivesse pesando suas palavras. Depois, com um gesto lento, estendeu a mão, com a palma aberta, como um convite.
— Talvez para me conhecer.
Fiquei imóvel, lutando contra o tumulto de emoções que me dominavam. Quem era esse homem? Por que suas palavras pareciam ressoar tão profundamente dentro de mim?
“Você sabe...” eu sussurrei, minha voz trêmula, “sou apenas uma costureira. Nada se compara às pessoas que você provavelmente conhece.
Seu sorriso se alargou ligeiramente, mas desta vez seus olhos pareciam brilhar com um brilho misterioso.
—E eu sou simplesmente um homem que cruzou seu caminho e que não conseguiu te esquecer.
Minhas bochechas queimaram. Foi uma piada? Bajulação? Mas o seu olhar, intenso e sincero, não deixou dúvidas sobre a veracidade das suas palavras.
“Você não me respondeu”, insisti gentilmente. Por que você me convidou?
Ele deu um passo mais perto, diminuindo a distância entre nós para quase nada. Eu mal conseguia respirar.
— Porque às vezes leva apenas um momento para saber que alguém merece ter as regras do seu mundo viradas de cabeça para baixo.
Eu não sabia mais o que responder. Suas palavras, sua presença, tudo nele parecia irreal, quase bom demais para ser verdade. Mas uma coisa era certa: naquele momento eu não queria ir embora.
Ele estendeu a mão novamente e desta vez eu a peguei. A palma da mão era quente, firme e reconfortante.
“Venha,” ele disse suavemente. Deixe-me mostrar que você pertence a este lugar, Camille.
E eu o segui, incapaz de resistir a essa aura magnética.
Ao segui-lo pela sala, senti como se estivesse sendo levado por um redemoinho, fora do tempo. Cada passo parecia me afastar um pouco mais das minhas dúvidas, mas não pude deixar de me perguntar o que estava fazendo aqui, com esse homem.
Ele me levou até uma varanda aberta, onde a luz fraca das luminárias externas contrastava com a agitação do salão de baile. O vento fresco acariciava minha pele, acalmando um pouco as batidas frenéticas do meu coração.
Ele se virou para mim, apoiando-se levemente no corrimão. Sob esta luz suave, seu rosto parecia ainda mais perfeito. Mas o que mais me perturbou foram seus olhos: escuros, profundos, como se carregassem dentro de si segredos que ele não compartilhava com ninguém.
“Então, Camille…” ele sussurrou, quebrando o silêncio. O que você acha de tudo isso?
Respirei fundo, tentando acalmar minha mente.
—É…impressionante. Mas, honestamente, não entendo por que estou aqui.
Um sorriso enigmático esticou seus lábios.
— Às vezes não se trata de compreensão, mas de sentimento.
Eu fiz uma careta, confusa.
— Sentir o quê?
Ele fez uma pausa, seus olhos nunca deixando os meus.
— O momento. Magia. O que está além de nós.
Essas palavras ressoaram estranhamente dentro de mim, como se tocassem uma corda sensível que eu nunca ousei tocar. Senti minhas mãos tremerem levemente e acho que ele percebeu, porque gentilmente estendeu as suas.
—Você não tem nada a provar, Camille. Você está aqui porque merece estar aqui.
Balancei a cabeça, incapaz de esconder minha confusão.
— Mas por que eu? Você nem me conhece...
Ele se aproximou lentamente, diminuindo a distância entre nós. Sua voz diminuiu um pouco, quase se tornando um sussurro.
—E ainda assim, há algo em você que me atrai. Algo único.
Senti minhas bochechas esquentarem sob seu olhar intenso. Uma parte de mim queria fugir, mas outra parte, mais forte, me manteve ali, agarrada às suas palavras.
“Você fala como se eu fosse alguém extraordinário”, eu disse baixinho.
Ele sorriu, desta vez com uma gentileza desarmante.
“Talvez você esteja e ainda não saiba disso.
Estas palavras, simples mas tão poderosas, criaram em mim um calor estranho. Foi como se, pela primeira vez, alguém me visse mais do que apenas uma costureira.
Olhei para baixo, tentando esconder a emoção que crescia dentro de mim. Mas ele não me deixou escapar.
— Camille, continuou ele gentilmente, a vida tem um jeito estranho de colocar as pessoas certas em nosso caminho. E esta noite, eu escolhi você.
Essas palavras foram como uma onda de choque. Minha mente gritava para eu ter cuidado, para não me deixar levar por essas palavras sedutoras. Mas meu coração batia em um ritmo que eu nunca havia conhecido.
Olhei para ele, tentando entender o que aquele homem via em mim. Mas tudo que encontrei em seus olhos foi uma sinceridade perturbadora.
— E se você estivesse errado? Eu sussurrei, quase inaudível.
Seu sorriso se alarga ligeiramente.
—Então será o maior erro da minha vida.
Um arrepio percorreu minha espinha. Fiquei dividido entre o medo e um estranho desejo de acreditar em suas palavras. Nunca havia sentido algo tão intenso.
Lentamente, ele estendeu a mão, escovando uma mecha de cabelo que havia caído no meu rosto. Este simples gesto causou um choque elétrico em todo o meu ser.
— Camilo, você é especial. E se você me permitir, eu gostaria de provar isso para você.
Naquele momento, o mundo ao nosso redor pareceu desaparecer. Só existia ele, esse olhar cativante e essas palavras que ressoavam em mim como uma promessa.
Eu não tinha mais certeza de nada, exceto de uma coisa: esse encontro já havia abalado tudo o que eu achava que sabia sobre mim.
