
A ESPOSA DO BILIONÁRIO
Resumo
Camille, uma costureira talentosa, mas despretensiosa, é lançada no mundo deslumbrante e implacável dos bilionários depois de receber um convite inesperado para uma gala de prestígio. Mas não é apenas a noite que vira a sua vida de cabeça para baixo. Este é o homem por trás deste convite: Nathaniel De La Croix, um bilionário carismático, confiante, mas profundamente misterioso. Enquanto ele se oferece para se tornar sua esposa, Camille se vê dividida entre o desejo de manter sua independência e a atração inegável que sente por ele. Quando seus caminhos se cruzam, a atração é imediata, explosiva. As disputas verbais explodem, as emoções transbordam e seus mundos, embora tão diferentes, tornam-se irremediavelmente entrelaçados. Mas entre as dúvidas de Camille e os fantasmas do passado do bilionário Nathaniel, serão eles capazes de construir um futuro, ou será o seu amor o seu maior desafio? A chuva tamborilava nas grandes janelas da sala, quase cobrindo o silêncio tenso entre eles. Nathaniel estava sentado em sua cadeira, com o olhar fixo em Camille. Ela ficou com o punho cerrado, pronta para lhe dizer o que estava pensando. “Eu não sou uma de suas aquisições, Nathaniel. Você não pode simplesmente... decidir por mim. » Ele se levantou lentamente, imponente, mas seu tom permaneceu surpreendentemente gentil. “Camille, você realmente acha que é isso que estou fazendo? Que eu quero controlar você? » Ela desviou o olhar, mas ele se aproximou, não lhe dando escolha. “Olhe para mim”, disse ele, com a voz baixa e determinada. “Olhe para mim e me diga que você não sentiu o que eu sinto. » Ela olhou para ele, seus olhos cheios de raiva e confusão. Mas por trás dessa raiva ele viu outra coisa. Temer. Nathaniel suspirou e deu um passo para trás. “Eu sei que não é fácil, Camille. Que minha vida é… complicada. Mas estou pronto para fazer qualquer coisa por você. Mesmo que isso signifique que você duvide de mim a cada passo do caminho. » Ela sentiu as palavras dele afundarem em seu coração, apesar de tudo. Mas ela poderia realmente acreditar nessa sinceridade? Afinal, Nathaniel era um homem cercado de mistérios e desafios, um homem cujo amor parecia grande demais para ser real. Quando ela estava prestes a responder, seu telefone tocou, interrompendo o momento. Camille franziu a testa ao ver um nome aparecer na tela: Sofia. Ela olhou para Nathaniel. “Quer saber, Natanael? Mostre-me que posso confiar em você. Caso contrário, você nunca terá o que realmente deseja. » E com isso ela saiu do quarto, deixando Nathaniel sozinho com seus pensamentos e uma promessa silenciosa: ele faria qualquer coisa para provar que Camille era a única coisa que importava em seu mundo caótico.
Capítulo 1
1: o convite
PONTO DE VISTA de Camille
O sol da tarde banhou meu estúdio com uma luz suave e reconfortante. Adorei esse momento do dia, quando o som regular da minha máquina de costura ecoava pela sala. O tecido escorregou pelos meus dedos com aquela sensação que só um artesão consegue entender. Eu estava no meu elemento, concentrado, mas não a ponto de não ouvir a conversa de Mathilde e Élise, minhas amigas, que se juntaram a mim para passar o tempo.
— Camille, você trabalha demais! — disse Mathilde, zombeteiramente, enquanto pregava um botão. Se eu tivesse o seu talento, não pararia nos vestidos de noiva ou nas alterações. Abriria uma loja em Cotonou, nos bairros lindos!
Eu ri baixinho enquanto olhava para ela. Mathilde sempre teve ideias ambiciosas para todos, exceto para ela mesma.
“Você diz isso como se fosse fácil”, respondi, divertido. E então, aqui, todo mundo me conhece. Prefiro isso à loucura das grandes cidades.
Élise, que media uma fita de renda, ergueu a cabeça com um sorriso travesso.
— É verdade que todo mundo te conhece e todo mundo te admira também. Além disso, o que eles dizem é verdade? Você vai vestir a Sra. Durant para sua festa de gala?
Dei de ombros, tentando esconder meu orgulho.
— Sim, ela me pediu um vestido especial. Mas você a conhece: ela provavelmente voltará três vezes para mudar os detalhes.
Nós começamos a rir. Sempre foi bom compartilhar esses momentos simples com eles. Mas, como sempre, nossas discussões acabaram desviando para um tema que eu tentava evitar.
- E você, Camille, disse Mathilde com um sorriso malicioso, ainda não há príncipe encantado no horizonte?
Suspirei, enquanto retomava minha costura.
“Você sabe que não tenho tempo para isso. Minha oficina vem em primeiro lugar.
Élise e Mathilde trocaram um olhar cúmplice que não significava nada de bom para mim.
- Porém, Camille, insistiu Élise, me disseram que ontem passou aqui um homem muito elegante...
Meu coração disparou, mas tentei manter a calma.
“Apenas um cliente”, respondi, encolhendo os ombros. Um cliente como qualquer outro.
Mas eu estava mentindo. Este homem tinha algo único. Sua presença encheu a oficina com uma aura diferente, quase intimidadora. Seu olhar, penetrante e seguro, me desestabilizou como ninguém havia feito antes. E ainda assim ele só esteve lá por um momento.
Balancei minha cabeça para longe desse pensamento e voltei ao meu trabalho. Esse tipo de homem não tinha nada a ver comigo. Eu tive que manter o foco.
Enquanto estávamos imersos na nossa discussão, uma figura imponente apareceu na entrada da oficina. O homem que acabara de entrar parecia saído de uma revista de moda: alto, bem vestido, com um terno de corte perfeito e uma presença que inspirava respeito. Seu aroma amadeirado e sutil flutuou imediatamente pelo ar.
Larguei a agulha, intrigado, assim como Mathilde e Élise, que se voltaram para ele com os olhos arregalados. Ele segurava um envelope na mão e seu olhar escuro esquadrinhou a sala como se avaliasse cada detalhe.
— Camille... É você? ele perguntou com uma voz profunda, mas educada.
“Sim, sou eu”, respondi, um pouco nervoso.
Ele deu alguns passos à frente, estendeu o envelope para mim e declarou:
- Isto é para você.
Peguei o envelope, meus dedos tremendo ligeiramente. Dentro, um cartão grosso e luxuoso, decorado com dourado, quase me deixou sem fôlego. Eu li em voz baixa:
— "Estrela Gala"...
Foi um evento de prestígio do qual eu tinha ouvido falar vagamente. Um encontro onde se reuniram grandes personalidades, figuras influentes do país e artistas renomados. Mas por que eu?
Olhei para cima, confuso.
— Deve haver algum engano... Por que fui convidado?
O homem deu um sorriso enigmático.
— Você é esperado. Apenas certifique-se de estar presente no grande dia.
Eu fiz uma careta, tentando entender.
— Mas... por quem? Quem me convidou?
Ele deu um passo para trás, ajustando as abotoaduras com elegância casual.
—Tudo o que posso dizer é que sua presença é necessária.
Antes que eu pudesse fazer outra pergunta, ele deu meia-volta e saiu da oficina, deixando para trás um silêncio cheio de curiosidade e mistério.
Mathilde e Élise quase pularam em mim.
— Camila! O que é que foi isso?! Mathilde gritou, seus olhos brilhando de excitação.
— A Gala das Estrelas! Você percebe? acrescentou Elise. Só os poderosos e famosos vão para lá!
Olhei novamente para o mapa, ainda incrédula. Eu, Camille, uma simples costureira, convidada para um evento tão grandioso? Não fazia sentido. Mesmo assim, o envelope em minhas mãos era muito real.
Quem estava por trás de tudo isso?
(..)
Os dias se passaram, mas minha mente continuou obcecada por esse convite. Quem poderia me convidar para um evento de tanto prestígio? Tentei me convencer de que era apenas um engano, mas o envelope permaneceu ali, bem real, em cima da minha mesa.
Na véspera da gala, as minhas amigas Mathilde e Élise insistiram em vir ajudar-me a preparar.
—Camille, não é todo dia que uma costureira como você é convidada para um evento como esse! Você deve ser perfeita, disse Mathilde, chegando com uma caixa de maquiagem debaixo do braço.
Suspirei, meio irritado, meio grato.
- Perfeito? Você está exagerando. Tenho certeza de que vou me misturar ou, pior, ser notado pelos motivos errados.
Élise caiu na gargalhada enquanto colocava sobre a mesa um enorme kit de cabeleireiro.
— Com o seu talento, você pode fazer um vestido digno das maiores estrelas. E acredite, você será notado, mas não pelos motivos errados.
Na verdade, eu tinha decidido fazer um vestido para mim, por falta de meios para comprá-lo. Me inspirei nas minhas criações favoritas, aliando simplicidade e elegância. O tecido, uma seda preta que guardei para uma ocasião especial, era macio ao toque e caía perfeitamente.
“Tudo bem, mostre-nos este vestido famoso”, disse Mathilde impacientemente.
Entreguei-lhes o cabide onde estava a peça. Os dois explodiram em admiração.
— Camila! Você vai ser uma deusa nisso, exclamou Élise.
Sorri, um pouco envergonhado, mas o incentivo deles me deu confiança. Passamos a tarde aperfeiçoando minha roupa, escolhendo os acessórios certos e arrumando meu cabelo. Élise cuidava do meu cabelo, prendendo-o num coque elegante, mas meio bagunçado, enquanto Mathilde cuidava da minha maquiagem.
“Não muito”, eu disse, estreitando os olhos enquanto ela aplicava um toque de batom. Eu quero ficar sozinho.
“Você mesmo, mas em uma versão glamorosa”, ela retrucou, rindo.
Quando terminaram, olhei no espelho. Tive dificuldade em me reconhecer. A mulher que olhava para mim parecia ter saído de uma revista: elegante, confiante e pronta para enfrentar o mundo. No entanto, meu coração estava batendo descontroladamente.
—E se eu não estivesse no meu lugar? Eu sussurrei, um pouco nervoso.
Mathilde colocou as mãos nos meus ombros.
— Camille, você está sempre no seu lugar. Não importa onde você vá. Esta noite, mostre a eles quem você é.
Balancei a cabeça, respirando fundo. Com o vestido que fiz com as minhas próprias mãos e a confiança que os meus amigos me inspiraram, estava pronta para enfrentar o desconhecido.
Na noite seguinte, ao entrar no carro que veio me buscar – um sedã preto com vidros escuros – um pensamento passou pela minha cabeça: quem quer que fosse essa pessoa que me convidou, teria que responder às minhas perguntas.
(..)
Quando o carro parou em frente ao suntuoso prédio iluminado, meu coração acelerou. Respirei fundo antes de sair, acenando em agradecimento ao motorista. As grandes portas de vidro brilhavam e, lá dentro, um redemoinho de luz, risos e conversas animadas enchiam o ar.
Nunca tinha visto nada tão grandioso. As paredes, revestidas de talha dourada, os candelabros gigantescos pendurados no teto, tudo parecia saído de um sonho. Porém, desde os primeiros passos, senti que não pertencia a este mundo.
Os convidados eram elegantes, quase irreais. Homens em ternos perfeitamente ajustados, mulheres em vestidos de grife que pareciam custar uma fortuna. Encontrei alguns olhares curiosos, mas nenhum rosto familiar.
Tentei me misturar à multidão, mas cada passo me lembrava que eu era um estranho ali. Meus saltos estalaram no chão de mármore e não pude deixar de sentir que estava sendo observado.
—O que estou fazendo aqui? Eu murmurei para mim mesmo.
Fiz o possível para parecer confiante, mas, na verdade, tudo que queria era encontrar um lugar para me esconder. Eu não sabia por que estava ali ou o que fazer. Apenas caminhei, observando as conversas animadas ao meu redor, mas ninguém olhou para mim por mais de um segundo.
De repente, uma mulher elegante na casa dos cinquenta anos se aproximou de mim com um sorriso caloroso.
— Boa noite, meu caro. Você é magnífico. Permita-me apresentar-me, sou Florence.
Devolvi um sorriso tímido.
- Boa noite. Meu nome é Camilo.
Ela parecia tão entusiasmada e confortável naquele ambiente que quase fiquei com ciúmes.
—Você está aqui sozinho? ela perguntou, olhando rapidamente ao redor da multidão.
“Sim”, respondi, um pouco hesitante. Eu... acho que alguém me convidou, mas não sei quem.
Ela inclinou ligeiramente a cabeça, intrigada.
— Bem, ele ou ela fez uma excelente escolha. Esses tipos de eventos são perfeitos para conhecer pessoas influentes. Apreciá-lo.
Trocamos algumas palavras, mas não consegui relaxar. Eventualmente, Florence foi chamada por um grupo de pessoas e eu me vi sozinho novamente.
A agitação na sala parecia cada vez mais avassaladora. Eu era apenas uma simples costureira, rodeada de figuras importantes. O que eu estava fazendo lá? Olhei para o meu relógio. Eu já estava vagando há uma hora e ainda não havia encontrado uma resposta.
Eu decidi ir embora. Talvez tenha sido um erro, uma piada. Eu não pertencia a este lugar.
Enquanto me dirigia para a saída, olhando para baixo, um estranho pressentimento me fez erguer os olhos. E ali, no meio da multidão, eu o vi.
Ele estava de pé, a poucos metros de distância, mas sua presença dominava a sala. Um homem de rara elegância, com um terno que parecia feito sob medida para ele. Suas feições eram perfeitas: queixo quadrado, lábios finos e olhos escuros que pareciam perfurar a alma.
Meu coração parou por um momento.
Foi ele. Este homem eu tinha visto um dia na frente da minha loja. Eu só tinha visto seu rosto brevemente, mas ele deixou uma impressão em mim. E agora aqui estava ele, os olhos fixos em mim com uma intensidade perturbadora.
Fiquei paralisado, incapaz de desviar o olhar. Tudo ao meu redor pareceu desaparecer, as conversas, as risadas, as luzes. Só restou ele.
E ele continuou a me encarar, como se tentasse entender quem eu era ou por que estava ali.
Senti minhas bochechas corarem. Mas apesar do meu nervosismo, não pude deixar de admirar esse homem no meio de tanta gente.
